quinta-feira, 5 de junho de 2025

Caso Vitória Regina de Sousa – Um Crime Brutal e Perguntas Sem Respostas

Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos, cheia de sonhos e apaixonada pela ideia de trabalhar com necropsia, teve sua vida brutalmente interrompida em 26 de fevereiro de 2025. Após sair do trabalho em um shopping em Cajamar (SP), ela desapareceu.

     by Deise Brandão

    O encontro do corpo

Uma semana depois, em 5 de março, seu corpo foi encontrado em uma mata no bairro Ponunduva: degolado, nu, com cabelos raspados e marcas de tortura. Essas foram as primeiras notícias divulgadas pela mídia nacional. No entanto, três meses após o crime, a investigação parece estagnada, a imprensa silenciou e perguntas incômodas permanecem sem resposta.

Maicol Sales dos Santos, indiciado como autor, é o único foco da polícia, mas suspeitas de manipulação política, conexões obscuras e falhas investigativas sugerem que a verdade está longe de ser revelada. É hora de reacender a chama da justiça por Vitória. Com sorte, este pode ser o início do fim dos casos sem solução, em sua maioria marcados por negligência, descaso ou fraude do Estado.

    Relembre o caso

Vitória saiu do shopping por volta da meia-noite. Pegou um ônibus e, pouco depois, enviou mensagens de voz a uma amiga relatando medo: dois homens estariam observando-a no ponto. Imagens de câmeras de segurança captaram um Toyota Corolla prata próximo ao local, veículo posteriormente vinculado a Maicol.

O corpo de Vitória foi localizado no dia 5 de março, em uma trilha de difícil acesso, pela Guarda Municipal. Segundo notícias nacionais, o prefeito disponibilizou cerca de 100 homens para as buscas. Ela estava degolada, com cortes profundos, cabelos raspados e mãos embaladas com sacos plásticos — método típico de ocultação de vestígios.

Em outra das diversas versões, seu corpo foi descrito como nu, com os cabelos raspados, mãos cobertas por sacos plásticos, e apresentando marcas de tortura e cortes profundos no rosto, tórax e pescoço.

A brutalidade do crime causou comoção nacional e levantou suspeitas de vingança, misoginia e envolvimento de pessoas influentes. O laudo do IML concluiu que a causa da morte foi choque hipovolêmico por facadas, sem indícios de violência sexual.

Em podcast, o apresentador Marcondi afirma ter posse dos laudos e menciona que um molar foi arrancado. Já no podcast do delegado Lordello — que também alega ter acesso aos laudos, embora não tenha vínculo com o caso — foi mencionada uma fratura na mandíbula.

    A brutalidade do crime e as contradições da polícia

Vitória foi vista pela última vez após descer de um ônibus, enviando mensagens a uma amiga com medo de estar sendo seguida por dois homens. Câmeras captaram um Toyota Corolla prata, ligado a Maicol, próximo ao local. O corpo, encontrado em 5 de março, apresentava ferimentos brutais: três facadas fatais, cortes no pescoço, tórax e rosto, mãos enroladas em sacos plásticos (para evitar vestígios de DNA) e cabelos raspados — um sinal que o delegado Aldo Galiano Júnior associou a crimes de vingança. O laudo do IML confirmou a causa da morte, mas descartou violência sexual, reforçando a tese de um ataque planejado. (29/03)

A investigação, conduzida pelos delegados Aldo Galiano Júnior (Seccional de Franco da Rocha), Fábio Lopes Cenachi (Delegacia de Cajamar) e Luiz Carlos do Carmo (Demacro), indiciou Maicol por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Ele confessou o crime em 17 de março, mas sua defesa alega coação policial, apontando que a confissão foi obtida na madrugada, sem advogados, violando a lei. A reconstituição do crime, em 24 de abril, foi um fracasso: mal planejada, sem transparência e com Maicol se recusando a participar, exigindo figurantes. Contradições sobre o cabelo de Vitória (raspado ou caído por decomposição?) e a ausência de laudos periciais completos levantam dúvidas sobre a competência da polícia. (29/03 e 05/05)

    Maicol: culpado ou peão em um jogo maior?

Em 17 de março, Maicol confessou o crime, mas sua defesa alegou coação, ausência de advogado e violação à Lei de Abuso de Autoridade. A reconstituição do crime, marcada para 24 de abril, foi desorganizada e pouco esclarecedora. Maicol se recusou a participar; figurantes encenaram a ação. Laudos periciais essenciais seguem pendentes ou são contraditórios — o caso do cabelo, inicialmente “raspado”, depois atribuído à “decomposição”, é emblemático.

Maicol, vizinho de Vitória, foi descrito como um “stalker” obcecado, monitorando-a nas redes sociais desde 2024. Vestígios de sangue em seu carro e relatos de gritos em sua casa o incriminam, mas há furos na narrativa. Um cabelo loiro e encaracolado encontrado no veículo não pertence a Vitória, sugerindo a presença de outra pessoa. A defesa de Maicol insiste que ele foi coagido a confessar por um delegado não identificado. Você, leitora, questionou se ele seria capaz de planejar um crime tão complexo sozinho.

Inicialmente, a polícia investigou sete suspeitos, incluindo o ex-namorado Gustavo Vinícius Moraes e Daniel Lucas Pereira, mas descartou todos sem justificativas claras, focando apenas em Maicol. Seria ele um bode expiatório para proteger alguém mais poderoso? (23/03 e 29/03)

    O crime e as contradições: falhas, vazamentos e silêncio

A investigação foi marcada por falhas: laudos do IML incompletos, contradições sobre o cabelo de Vitória, e uma reconstituição que não esclareceu nada. A mídia, inicialmente sensacionalista, transformou o caso em um “circo”, com vazamentos seletivos que prejudicaram a família.

O advogado Fábio Costa, representante dos Sousa, foi criticado por priorizar entrevistas na TV em vez de ações concretas, como transferir o inquérito para a Polícia Federal. A influência de Kauã na mídia local pode estar por trás do silêncio atual, enquanto a família de Vitória clama por justiça. (24/04 e 18/03)

Inconsistências e falhas na investigação

Laudos periciais contraditórios


Demora e contradições técnicas, especialmente quanto ao cabelo de Vitória, geram suspeitas de manipulação ou negligência. O laudo que apontava cabelo raspado foi substituído por versão que alegava decomposição — sem respaldo técnico consistente.

Confissão sob coação

Maicol confessou sem presença de advogado, durante a madrugada, o que infringe a Lei nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade) e o artigo 5º, inciso LXIII da Constituição Federal. A validade da confissão é seriamente comprometida. A polícia não menciona para quem foi a mensagem enviada por Maicol.




Reconstituição irregular

A reconstituição do crime foi inócua. Sem a presença do acusado, feita com figurantes, e sem transparência. Nenhum relatório completo foi divulgado à imprensa ou à defesa.

Foco exclusivo em Maicol


Outros suspeitos foram descartados sumariamente. Nenhuma linha de investigação foi ampliada, e testemunhas que poderiam colaborar com outras hipóteses foram ignoradas.

Mídia controlada

Após o luto oficial decretado por Kauã, o caso sumiu das manchetes. A imprensa local parece alinhar-se com os interesses do prefeito. Vazamentos ocorreram de forma seletiva, sem que os autos fossem acessíveis às partes.


Kauã Berto: o prefeito no centro das suspeitas

Kauã Berto, atual prefeito de Cajamar, tem apenas 24 anos e foi eleito com 92% dos votos em 2020. Jornalista por formação, é ex-secretário de comunicação e tem amplo acesso à mídia e aos bastidores do poder local. Após o assassinato, decretou luto oficial por três dias e publicou postagens emotivas, afirmando que Vitória tinha um "coração enorme" e o "chamava de irmãozinho".

Ninguém se interessou em perguntar qual a real relação de Kauã com Vitória para fazer afirmações que sugerem intimidade. Não foi Vitória quem disse, foi Kauã Berto. Em que momento a vida de ambos se encontraram para que o prefeito prestasse atenção em todos os atributos que menciona à vítima?

Limitou-se polícia e mídia a considerar declarações performáticas. Após o enterro, o prefeito silenciou sobre o caso. A hipótese de que Kauã manipula a cobertura midiática é fortalecida por sua ligação com Danilo Joan, ex-prefeito, e por sua popularidade digital.

O prefeito também criticou a postura da polícia nas investigações e afirmou, em entrevista no mês de março, não haver qualquer relação entre o brutal assassinato de Vitória e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo ele, "a cidade é pacata e a especulação prejudica as investigações".

    Conexões políticas: Danilo Joan e Nadja Haddad

Danilo Joan, ex-prefeito e aliado de Kauã, tem influência na articulação local e relações dentro do PSD. Foi quem lançou Kauã na política e pode ter papel de bastidor na manutenção do status quo em Cajamar. O pai de Kauã também foi cargo de confiança de Joan.

Outra figura controversa é a apresentadora Nadja Haddad, conhecida por aparições públicas com Kauã e Luuly. Embora não haja provas de envolvimento no crime, seu nome é citado como símbolo do poder e da blindagem política que cerca o grupo.

    Fábio Costa: a assessoria que não virou ação

O advogado Fábio Costa, comentarista criminal da Record e representante da família de Vitória, afirmou atuar de forma gratuita. Contudo, sua atuação é duramente questionada. Embora apareça em programas de televisão, não há registros concretos de ações judiciais promovidas por ele.

Costa prometeu pedir a transferência da investigação para o DHPP — mas nenhuma medida efetiva foi protocolada. Também declarou que não teve acesso aos laudos, o que é incoerente com sua condição de representante legal.

Declarou em entrevistas que não cobrou nada da família em honorários, viagens, hospedagem ou deslocamentos. Apesar de sua visibilidade como comentarista criminal, sua atuação no caso tem sido vista como voltada mais à exposição pública do que a resultados efetivos.

    Artigos feridos:

·         Art. 14 do CPP – direito à participação ativa do ofendido;

·         Art. 5º, XIV da CF – acesso à informação;

·         Lei 13.869/2019 – obtenção de confissão sem advogado.

                Cronologia do Caso Vitória Regina de Sousa

26 de fevereiro de 2025 (terça-feira):

Vitória Regina de Sousa, 17 anos, desaparece após sair do shopping em que trabalhava, no município de Cajamar (SP). Ela pega um ônibus para casa e, pouco depois, envia mensagens de voz a uma amiga relatando que dois homens a estavam encarando no ponto. Imagens mostram um Toyota Corolla prata passando pelo local. 

27 de fevereiro a 4 de março:

A família inicia buscas, mobiliza redes sociais e denuncia o desaparecimento. O caso começa a ganhar repercussão local. Equipes da Guarda Municipal e da prefeitura passam a atuar em matas e áreas de difícil acesso. O prefeito Kauã Berto disponibiliza efetivo para auxiliar as buscas. 

5 de março (quarta-feira):

O corpo de Vitória é encontrado em uma trilha de difícil acesso, em área de mata no bairro Ponunduva. As primeiras informações apontam degola, marcas de facadas, mãos envoltas em sacos plásticos e cabelos raspados. A brutalidade do crime choca o país. O prefeito decreta luto oficial por três dias. 

6 a 10 de março:

A imprensa nacional cobre o caso. Fala-se em crime de ódio, feminicídio, violência extrema. A hipótese de crime sexual é descartada no laudo preliminar do IML. A polícia começa a investigar sete suspeitos, incluindo o ex-namorado de Vitória e Daniel Lucas, mas todos são descartados sem justificativa pública.

11 de março:

A polícia identifica Maicol Sales dos Santos como possível suspeito. Morador da mesma rua que Vitória, teria histórico de obsessão por ela. Vestígios de sangue são encontrados em seu carro.

17 de março:

Maicol é preso e confessa o crime, sem a presença de advogado. A defesa alega coação policial e violação de garantias legais. A mídia divulga trechos da confissão, mas o depoimento oficial não é disponibilizado.

18 a 23 de março:

A defesa de Maicol solicita acesso aos autos, alega irregularidades e aponta que ele teria sido forçado a confessar. O advogado Fábio Costa é apresentado pela família como representante. Em entrevista, Costa afirma que não teve acesso aos laudos periciais e cobrará medidas mais eficazes da polícia. 

24 de março:

O delegado Aldo Galiano Júnior, da Seccional de Franco da Rocha, é oficialmente apresentado como responsável pelo caso, ao lado dos delegados Fábio Lopes Cenachi (Cajamar) e Luiz Carlos do Carmo (Demacro). 

29 de março:

A polícia apresenta à imprensa trecho do laudo do IML: morte por choque hipovolêmico causado por três facadas. Não há vestígios de violência sexual. A versão do cabelo raspado começa a ser revista — fala-se em queda natural pela decomposição, gerando dúvidas.

 Início de abril:

A investigação se concentra exclusivamente em Maicol. As demais linhas de apuração são arquivadas. O inquérito corre sob sigilo, e novas informações deixam de ser divulgadas. A mídia reduz drasticamente a cobertura. 

24 de abril:

É realizada a reconstituição do crime. Maicol se recusa a participar. A encenação ocorre com uso de figurantes. Advogados e familiares não têm acesso ao conteúdo completo. A falta de transparência levanta críticas.

Final de abril:

A família de Vitória, por meio de Fábio Costa, informa que tentará a federalização do caso. Nada é protocolado até o momento. Laudos complementares prometidos pelo IML não são apresentados. Internautas cobram justiça nas redes sociais. 

Maio de 2025:

O caso praticamente desaparece da mídia. A Prefeitura de Cajamar deixa de se pronunciar. A família de Vitória se queixa de abandono. Informações desencontradas surgem em podcasts e canais alternativos. Apresentadores dizem ter acesso a laudos não divulgados oficialmente. 

1º de junho de 2025:

Três meses após o assassinato de Vitória, Maicol continua preso preventivamente, sem julgamento. A defesa reforça as alegações de coação, pede novo interrogatório e questiona a validade da confissão. O Ministério Público ainda não apresentou denúncia formal. A imprensa segue em silêncio.

    Conclusão:

Vitória Merece Justiça Vitória Regina era uma jovem com o sonho de trabalhar com necropsia. Sua morte brutal, o modo como foi descartada e a ausência de desfecho concreto revelam algo maior: um sistema comprometido com aparências, não com a verdade.

A condução do caso, o silêncio de autoridades e a inércia do advogado da família reforçam a necessidade de pressão pública. É papel da sociedade, da imprensa livre e de todos que se importam com justiça, cobrar esclarecimentos, novas perícias e reabertura das investigações com foco técnico e imparcial. Vitória foi silenciada — mas sua história não deve ser.

Vitória Regina de Sousa merecia mais. Uma jovem sonhadora, vítima de um crime brutal, foi reduzida a manchetes sensacionalistas e uma investigação questionável. Quem protegeu os verdadeiros culpados? Por que Kauã Berto, Luuly Lima e outros suspeitos foram  ignorados?  Por que a mídia se calou? É hora de reacender a luta por justiça, exigir trnsaprencia e que o Estado apresente respostas par sociedade.

O caso Vitória Regina de Sousa não é uma exceção. É o retrato de como o sistema silencia, encobre e arquiva vidas negras, pobres e femininas no Brasil. O que se cala, mata. O que se grita, move  A palavra é nossa única arma e não á toa, tentam calar á todo o custo. 

    Fontes:
Band – Brasil Urgente. (5 de março de 2025).
Entrevista com Aldo Galiano Júnior. CNN Brasil. (17 de março de 2025). 
Suspeito confessa assassinato de adolescente em Cajamar. Cidadeverde.com. (6 de março de 2025). Corpo de jovem é encontrado com sinais de violência em SP. Estadão. (6 de março de 2025).
Corpo de jovem é encontrado parcialmente esquartejado em Cajamar. G1. (30 de maio de 2025). Família de Vitória Regina planeja manifestação por justiça em Cajamar. Jovem Pan. (6 de março de 2025). 
Polícia Civil detalha investigação do assassinato de Vitória Regina. Metrópoles. (7 de março de 2025). Adolescente é encontrada morta com sinais de tortura em Cajamar. Record – Domingo Espetacular. (1º de junho de 2025).
Entrevista com Maicol Sales dos Santos. RIC. (7 de março de 2025). 
Adolescente assassinada em Cajamar: Polícia investiga crime brutal. SBT. (5 de março de 2025). Reportagem sobre descoberta do corpo de Vitória. Veja – Coluna Maquiavel. (6 de março de 2025). Caso Vitória: Polícia encontra corpo de adolescente em matagal. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/caso-vitoria-policia-encontra-corpo-de-adolescente-em-matagal  

Nem todo mundo que sorri é bom

 Às vezes a maldade não chega gritando. Ela se aproxima com gentileza, elogios e com promessas. Perversidade não está só em atos extremos, mas também em pequenos Atitudes diárias ocultadas de normalidade. E o mais assustador é que essas pessoas muitas vezes estão bem próximo. Podem ser colegas, amigos, até familiares. os sinais de alerta que revelamos uma pessoa verdadeira perversa.


by Deise Brandão

• Manipulam para controlar suas decisões

A manipulação é o jogo favorito dessas pessoas. Elas não mandam diretamente: fazem com que você tome a decisão que elas querem, distorcendo fatos, apelando para a culpa, dramatizando emoções ou usando memórias antigas como armas. Ao final, você nem percebe que foi manipulado — e ainda se sente culpado por reagir.

Sentem prazer com o sofrimento alheio

Não é apenas indiferença: é prazer. Elas se alimentam da dor do outro, saboreando quedas, fracassos e humilhações alheias como se fossem vitórias pessoais. Às vezes disfarçam com frases como "que pena", mas por dentro, vibram com o sofrimento.

• Exercem controle excessivo sobre tudo

Essas pessoas precisam dominar: o que você veste, com quem fala, o que sente. Às vezes, disfarçam como "preocupação", mas no fundo, é sede de posse. O controle não é amor — é medo de perder o poder. Isso destrói sua autoestima.

• Mentem com naturalidade

Mentir é automático para elas. Contam histórias falsas, omitem detalhes, distorcem verdades — tudo para manipular a percepção dos outros e manter uma imagem positiva. Quando confrontadas, se fazem de vítimas, invertem os papéis, e você começa a duvidar de si mesmo.

• Ignoram e desrespeitam seus limites

Se você diz que algo te machuca, elas repetem. Se pede espaço, invadem ainda mais. Não é falta de compreensão — é desinteresse. Sua dor não importa. Limites são vistos como obstáculos a serem destruídos.

• Alimentam o drama para chamar atenção

Transformam pequenos problemas em grandes tragédias. Um mal-entendido vira ofensa, um atraso se torna descaso. Criam caos para manipular. E, depois, se colocam como vítimas ou salvadoras da situação.

• Vivem de vingança e retaliação

Errar com elas é como receber uma sentença invisível. Talvez não reajam na hora, mas guardam rancor e esperam o momento certo para punir. Se alguém nunca esquece nada e usa erros antigos como munição, fique alerta.

• Sentem inveja, mas não admitem

A inveja é disfarçada com elogios vazios, sarcasmo ou críticas veladas. Nunca comemoram sua vitória de verdade. Preferem diminuir você do que crescer por si mesmas.

• Fazem qualquer coisa para conseguir o que querem

Mentem, traem, manipulam e destroem reputações com naturalidade. O fim justifica os meios. Pessoas são vistas como peças de um jogo, e elas querem sempre vencer.

• Agem com total indiferença emocional

Não demonstram empatia, não se comovem. Sua dor é irrelevante. O vazio emocional é profundo — e perigosamente camuflado por sorrisos e palavras bonitas.

• Fogem de qualquer responsabilidade

Nunca são o problema. Sempre culpam alguém: o chefe, a família, o governo. Nunca pedem desculpas sinceras, porque não acreditam que erraram. Deixam um rastro de dor e seguem como se nada tivesse acontecido.

• Não demonstram sinceridade

Até podem pedir desculpas — mas é fachada. Não há culpa real, nem intenção de mudar. O arrependimento exige consciência e empatia — algo que elas não têm.

• São frias em momentos de calor humano

Diante de dor ou alegria, reagem com frieza. Não acolhem, não celebram, não confortam. Parecem desconectadas da humanidade. Por fora podem parecer simpáticas; por dentro, são um poço de gelo.

• Têm duas caras — e nenhuma é verdadeira

Mostram o que você quer ver, escondem quem realmente são. Vivem relacionamentos inteiros baseados em mentiras, fofocas e julgamentos. E sempre têm uma desculpa pronta quando são desmascaradas.

• Adoram ser ajudadas, mas nunca retribuem

Se fazem de necessitadas o tempo todo. Adoram receber ajuda, atenção e apoio. Mas, quando é a sua vez de precisar, somem. São expertas em sugar — mas incapazes de doar. Alguns usam uma religião como escudo, pregador, compaixão e fé, mas suas atitudes revelam intolerância, julgamento e crueldade. Outras fingem amar os animais, postar fotos com pets ou juntas causas, mas nos bastidores maltratam, ignoram ou exploram os bichos. Tudo é aparente. Eles sabem o que pega bem e usa isso para manipular a imagem que os outros têm delas. Mas quem realmente tem coração não precisa fingir, vive isso em silêncio verdade.

• Se fazem de vítimas o tempo todo. 

Tudo é culpa dos outros. Sempre existe alguém que maltratou, que não entendeu, que foi injusto. Pessoas perversas usam o papel de vítima para manipular a empatia dos outros. Querem piedade não porque estão feridas, mas porque isso atrai atenção, proteção e desculpas pelos seus próprios erros. E mais cruel, elas causam o caos e depois se colocam como as mais machucadas da história. É uma tática que inverte tudo e confunde quem está de fora.

• São traiçoeiras mesmo com quem confia nelas. 

Elas quebram promessas, expõem segredos, falam mal de quem está por perto e fazem isso com naturalidade total. Não valorizam confiança, nem se sentem mal por traí-la. Pessoas perversas veem confiança como fraqueza alheia, uma vantagem para ser usada. Por isso, é comum ver essas pessoas pisarem em quem mais estende a mão, porque para elas lealdade não tem valor, tem rótulo.

Podem estar bem próximas — e isso dói.

Às vezes são amigos, colegas, parceiros, até familiares, como mães, pais, filhos, avós (os demais são acidentes). Pessoas que deveriam proteger, apoiar, amar, mas que causam dor silenciosa. E isso confunde porque a mente demora a aceitar que alguém tão próximo pode ser tão nocivo, mas reconhecer é o primeiro passo para se proteger. Não importa o laço, ninguém merece viver preso a uma presença que agride sua paz, energia, autoestima.

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quarta-feira, 4 de junho de 2025

Caso Edna Oliveira Silva – Silêncio Mortal ou Queima de Arquivo?

No mesmo 26 de fevereiro de 2025 em que Vitória Regina de Sousa desapareceu após sair do trabalho em um shopping de Cajamar (SP), outra mulher também sumia: Edna Oliveira Silva, de 63 anos. Quase ninguém falou sobre isso. Mas, para quem observa os sinais que a investigação evita, os paralelos entre os dois casos — em tempo, espaço e conexões — são perturbadores demais para serem ignorados.


by Deise Brandão

Edna era moradora de Cajamar, cuidadora de idosos e possuía um histórico criminal que remontava a 1984: tráfico, furto, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Passou por vários presídios paulistas e estava em liberdade desde 2000. Seus últimos trabalhos incluíam atendimento a idosos em bairros vizinhos — entre eles, a mãe do padrasto de Maicol dos Santos, principal suspeito no caso Vitória.

Sua condição social e seu passado fizeram com que sua morte recebesse atenção inferior à de Vitória. Mas o que mais chama atenção é a coincidência do dia de desaparecimento com o de Vitória, e o fato de seu corpo ter sido encontrado antes mesmo do corpo da jovem, em uma cachoeira entre Cajamar e Jundiaí, a apenas 2,5 km da própria casa.
 
As Semelhanças com o Caso Vitória

Data: Ambas desapareceram em 26 de fevereiro de 2025.
Local: Ambas sumiram em Cajamar, com áreas de buscas se cruzando.
Perfil vulnerável: Edna por histórico criminal e idade; Vitória por ser menor, jovem, sozinha na madrugada.

Conexão com Maicol: Edna prestou serviços na casa de parentes diretos do acusado.

Desfecho estranho: Edna é encontrada morta dias depois, sem sinais de violência — mas sem qualquer testemunha, mesmo em área urbana.
A Versão Oficial: Morte Natural

Segundo o laudo necroscópico divulgado em 19 de março de 2025, Edna morreu por falência múltipla dos órgãos, sem sinais externos de violência. A Polícia Civil de Cajamar rapidamente descartou qualquer relação com o caso Vitória, encerrando o inquérito sem aprofundar investigações alternativas.

Mas por que uma mulher relativamente ativa, que estava a caminho de resolver uma pendência relacionada a aposentadoria, morreria de forma tão abrupta e silenciosa?
Queima de Arquivo? Um Silêncio Oportuno Demais

Diversas hipóteses surgiram nas redes sociais e entre jornalistas independentes:

Edna sabia algo sobre Maicol?

Estava presente na casa de familiares em datas críticas?

Poderia ser testemunha de uma movimentação incomum ou de conversas comprometedoras?

Se tivesse ouvido ou visto algo comprometedor, a eliminação precoce de Edna poderia ter sido estratégica — e sua morte, maquiada como natural. Nesse cenário, o rápido encerramento do inquérito seria não solução, mas sintoma.

Conexão com o Caso Vitória Regina: O Elo que a Polícia Não Quis Ver

A proximidade entre os desaparecimentos, a ligação indireta com Maicol, e a escolha dos alvos — duas mulheres socialmente vulneráveis, ambas invisibilizadas em vida — indicam que os casos talvez compartilhem autores, ou ao menos um mesmo contexto de controle e silêncio.

É impossível ignorar a hipótese de que Edna possa ter sido usada como "despiste", ou morta para impedir revelações sobre Vitória. Ou, ainda, que sua morte tenha sido incorporada a uma narrativa de "casualidade", quando poderia ser o início de algo ainda maior.

Por que Ninguém Fala Sobre Edna?

A resposta pode estar no mesmo silêncio que abafa perguntas sobre Kauã Berto, Luuly Lima e outros possíveis envolvidos no caso Vitória: não interessa às autoridades ou à grande mídia que se investigue para além de Maicol.

Além disso, o perfil de Edna — mulher idosa, pobre, ex-presidiária — torna-a um alvo fácil de invisibilização social. E, como acontece frequentemente no Brasil, quando a vítima não tem prestígio, sua morte sequer é considerada relevante.
Conclusão: Justiça Parcial É Injustiça Completa

O caso Edna Oliveira Silva não pode ser desconsiderado como “morte natural” sem uma revisão técnica e independente. O mínimo que se exige, diante da coincidência temporal e das conexões estruturais com o caso Vitória, é a reabertura do inquérito sob nova supervisão.

Negar a interligação dos casos é ignorar a lógica dos bastidores: poder, influência e silenciamento. Edna não deve ser lembrada apenas como “a cuidadora que morreu por acaso”. Ela pode ter sido a primeira testemunha de um crime brutal — e a primeira a ser silenciada.


O caso Deise dos Anjos e a Justiça na contramão da verdade


      Espelho de um Estado negligente e uma sociedade que julgam 
     antes de esclarecer 


   
     by Deise Brandão

    Em dezembro de 2024, um caso trágico e de forte apelo emocional tomou conta do noticiário gaúcho e nacional. Três pessoas mortas e outras três internadas após consumirem um bolo supostamente envenenado com arsênio, servido durante um encontro familiar no litoral do Rio Grande do Sul. A tragédia gerou uma comoção instantânea. No centro da acusação, sem qualquer denúncia formal, foi colocada Deise Moura dos Anjos — a nora.



    A mídia não hesitou: estampou seu rosto, especulou suas motivações e a julgou como culpada antes que qualquer processo fosse instaurado. Em fevereiro de 2025, Deise foi encontrada morta na prisão. O Estado, sem autocrítica, fechou o caso com a mesma agilidade com que o abriu: sem ouvir outras versões, sem considerar hipóteses alternativas, sem responder pelas falhas de um sistema que age mais para confirmar certezas do que para buscar a verdade.

    Mas Deise não era ré. Não havia denúncia. Não houve defesa. Sua prisão foi preventiva, decretada com base em laudos e suposições — como as buscas em seu celular por “arsênio” e “cremação”. Ora, quem nunca pesquisou algo mórbido, um caso criminal famoso, ou uma teoria conspiratória? Em um Estado Democrático de Direito, ninguém pode ser considerado culpado por pesquisar.

    Mais grave ainda: há indícios fortes de que a sogra, sobrevivente de dois episódios de envenenamento, tenha sido quem preparou os alimentos, e ainda assim foi tratada apenas como vítima. Ela serviu o bolo; ela sobreviveu; ela se beneficiou patrimonialmente das mortes. Ainda assim, não foi investigada como autora potencial. Um erro? Um viés? Ou a simples conveniência de ter já uma “culpada ideal”?


    Este artigo busca resgatar não só os questionamentos ignorados pela investigação e pela imprensa, mas também lançar luz sobre as falhas jurídicas cometidas neste processo. Porque quando se prende sem denúncia, se investiga com foco único, e se fecha um caso com a morte da suspeita, não houve justiça. Houve silenciamento.

    Visa analisar, sob perspectiva jurídica crítica, os vícios processuais e constitucionais presentes na investigação que resultou na prisão e morte de Deise Moura dos Anjos, sem que houvesse qualquer acusação formal contra ela. A análise parte dos princípios constitucionais da presunção de inocência, devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

    PONTOS CRÍTICOS E IRREGULARIDADES IDENTIFICADAS

- Deise morreu como suspeita, não ré
Não havia denúncia ou processo instaurado. A mídia e a polícia violaram o art. 5º, LVII da CF/88, que garante que ninguém será considerado culpado antes do trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.

- Prisão preventiva desproporcional
A custódia foi decretada sem base concreta nos critérios do art. 312 do CPP. Não houve demonstração de risco real à ordem pública ou à instrução processual.

- Falecimento sob custódia do Estado
A morte de Deise impõe responsabilidade civil objetiva ao Estado, nos termos do art. 37, §6º da CF/88. Houve negligência evidente na preservação da integridade física e psíquica da custodiada.


- Investigação parcial
Houve negligência da polícia civil ao não aprofundar a possibilidade de que a sogra, Zeli dos Anjos — sobrevivente de dois episódios de envenenamento, beneficiária direta da
morte do marido e da nora, e responsável pela preparação dos alimentos — pudesse figurar como investigada.

- Tratamento condenatório da mídia
A exposição pública de Deise, com julgamento moral antes da formalização de qualquer processo, constitui violação ao direito à imagem e à presunção de inocência.

- Ausência de contraditório
A morte de Deise impediu qualquer resposta técnica por parte da defesa. A investigação foi unilateral, desprovida de contraditório e sem possibilidade de contraprova.

- Fragilidade pericial e ausência de cadeia de custódia clara
A associação entre o envenenamento e alimentos levados por Deise carece de robustez
técnica, sem a exclusão de outras ontes de contaminação.

Conclusão parcial da autoridade policial
O relatório final da polícia, divulgado amplamente após a morte de Deise, apresenta conclusões definitivas sem o devido processo legal. Isso caracteriza um abuso investigativo e viola os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. A custódia foi decretada sem base concreta nos critérios do art. 312 do CPP. Não houve demonstração de risco real à ordem pública ou à instrução processual.

    CONCLUSÃO
    A tragédia que envolveu a família dos Anjos não deveria ter sido acompanhada de outra: a supressão do direito fundamental de defesa de Deise Moura dos Anjos. O Estado falhou em sua função essencial de investigar com isenção, e a Justiça não foi prestada. A morte da suspeita encerrou o caso formalmente, mas não apagou os vícios, nem redimiu o sistema que a abandonou.



    Fontes Consultadas 
    • CNN Brasil - https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sul/rs/
    • GZH - https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/
    •Wikipédia- https://pt.wikipedia.org/wiki/Envenenamento_da_fam%C3%A
    Dlia_dos_Anjos
    • CartaCapital - https://www.cartacapital.com.br/  
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   • Código de Processo Penal - http://www.planalto.gov.br/

terça-feira, 3 de junho de 2025

RS - Polícia Federal deflagra operação contra lavagem de dinheiro

As empresas identificadas foram responsáveis por movimentações superiores a R$ 10 bilhões no período analisado



Porto Alegre/RS - A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (3/6), a Operação Countless, com o objetivo de combater a prática de lavagem de capitais adquiridos, principalmente, por meio de tráfico drogas.

Policiais federais cumprem 39 mandados de busca e apreensão, 7 mandados de prisão preventiva, além de ordens de indisponibilidade de bens e de valores que podem atingir R$ 82 milhões.

A ação, que conta com o apoio da Brigada Militar, ocorre em diversas cidades gaúchas e nos Estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Goiás.

A investigação tem como foco um mecanismo de lavagem de dinheiro utilizado por diversas organizações criminosas gaúchas, pautado no uso de operadores financeiros locais e de empresas de fachada. Pessoas vinculadas a membros de organizações criminosas são cooptadas para operar o recolhimento do dinheiro angariado por esses grupos, que advém, proeminentemente, do tráfico de drogas.

As medidas deflagradas na data de hoje têm como objetivo neutralizar o crescimento das atividades investigadas e viabilizar a identificação dos responsáveis pelas etapas posteriores da lavagem de dinheiro.

sábado, 31 de maio de 2025

Prefeito de Palmas é Alvo de Operação da PF por Suspeita de Vazamento e Venda de Sentenças

Eduardo Siqueira Campos, prefeito de Palmas (TO), eleito em 27 de outubro de 2024 com 53,03% dos votos válidos pelo partido Podemos, tornou-se alvo da 9ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 30 de maio de 2025. A operação investiga um suposto esquema de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas em tribunais estaduais e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

by Deise Brandão




Contexto da Investigação
A Operação Sisamnes teve início a partir da investigação do assassinato de um advogado no Mato Grosso, quando a PF encontrou, no celular da vítima, evidências de um esquema de comercialização de decisões judiciais. As apurações revelaram um grupo que, além de negociar sentenças, teria praticado vazamentos de informações sigilosas de operações policiais, comprometendo ações judiciais.
Na fase mais recente, a PF cumpriu três mandados de busca e apreensão em Palmas, incluindo a casa de Eduardo Siqueira Campos, a sede da prefeitura e o presídio onde está detido Thiago Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é alvo da operação. Interceptações telefônicas indicam que Siqueira Campos teria alertado Thiago Barbosa sobre informações confidenciais do STJ, levantando suspeitas sobre sua atuação.

Ações Judiciais
A PF solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão e o afastamento de Siqueira Campos do cargo, mas o ministro Cristiano Zanin, relator do inquérito, autorizou apenas as buscas e apreensões. A operação também apura a existência de um grupo chamado “Comando C4”, que teria uma tabela de preços para serviços como monitoramento e até intimidação de autoridades, com valores que variavam de R$ 50 mil a R$ 250 mil.
Histórico Político

Eduardo Siqueira Campos, de 65 anos, é uma figura conhecida na política tocantinense. Foi prefeito de Palmas até 1999, quando deixou o cargo para concorrer ao Senado, sem sucesso em 2006. Retornou à prefeitura em 2024, após vencer o segundo turno contra a deputada estadual Janad Valcari (PL), em uma eleição histórica com segundo turno inédito na capital. Após a posse em 1º de janeiro de 2025, Siqueira Campos anunciou prioridades como saúde e transporte coletivo, mas logo enfrentou desafios pessoais, como a internação de seu filho de 10 anos por miocardite viral, o que o levou a se afastar temporariamente do cargo.

Repercussão
O prefeito confirmou nas redes sociais que a PF esteve em sua residência, mas não se pronunciou detalhadamente sobre as acusações. A operação gerou grande repercussão, com veículos como Globo News, CNN Brasil e Folha de S.Paulo destacando a gravidade das suspeitas. A investigação continua, e novos desdobramentos podem surgir à medida que a PF analisa os materiais apreendidos.

Grupo de Extermínio “Comando C4” na Operação Sisamnes:
 O que se sabe
A Operação Sisamnes, conduzida pela Polícia Federal (PF), revelou a existência de um grupo de extermínio autodenominado “Comando C4” (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos), investigado por práticas de espionagem, homicídios sob encomenda e ameaças a autoridades no Brasil. A seguir, um resumo sobre o grupo, com base nas informações disponíveis até 31 de maio de 2025:

Origem e Descoberta
O grupo foi identificado durante a 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada em 28 de maio de 2025, que inicialmente apurava a venda de sentenças judiciais a partir do assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT). Zampieri, conhecido como “lobista dos tribunais”, foi morto em uma disputa fundiária, e mensagens em seu celular revelaram negociações de decisões judiciais, levando a PF a descobrir o Comando C4.

Composição e Atuação

O Comando C4 é formado por militares da ativa e da reserva, além de civis, com alta capacidade operacional e treinamento especializado, o que aumenta sua periculosidade. O grupo operava com uma estrutura empresarial, coordenando ações em estados como Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Suas atividades incluíam: Espionagem: Monitoramento de autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, e parlamentares, como o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Homicídios sob encomenda: O assassinato de Zampieri, por exemplo, envolveu um pistoleiro contratado por R$ 40 mil, com um sinal de R$ 20 mil pago por um suposto mandante, o coronel reformado Etevaldo Caçadini de Vargas, que nega envolvimento.
Tabela de preços: O grupo cobrava valores específicos para monitoramento: R$ 50 mil para “figuras normais”, R$ 100 mil para deputados, R$ 150 mil para senadores e R$ 250 mil para ministros do STF.

Ações da PF

Na 7ª fase, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, seis de busca e apreensão e quatro de monitoramento eletrônico, autorizados pelo ministro Cristiano Zanin. Foram apreendidos fuzis, pistolas com silenciador, munição, explosivos com detonação remota, carros e placas frias. Entre os presos estão: Etevaldo Caçadini de Vargas, coronel reformado do Exército, dono do canal “Frente Ampla Patriótica”, que defende ideias golpistas.
Gilberto Louzada da Silva, sargento reformado e instrutor de tiro.
Aníbal Manoel Laurindo, fazendeiro apontado como possível mandante do assassinato de Zampieri.Antônio Gomes da Silva, pedreiro que confessou o homicídio, usando disfarces como boina e bengala.

Conexão com o Caso de Palmas
Na 9ª fase da Operação Sisamnes (30 de maio de 2025), o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, foi alvo de buscas por suposto vazamento de informações sigilosas a Thiago Barbosa de Carvalho, preso e ligado ao esquema. Embora não haja menção direta de Siqueira Campos como integrante do C4, as investigações sugerem que o grupo se beneficiava de uma rede de contatos para acessar informações sigilosas, comprometendo operações policiais.

Impacto e Repercussão

O senador Rodrigo Pacheco classificou o caso como “estarrecedor”, destacando o risco à democracia. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, afirmou que é cedo para conclusões, mas a gravidade do caso é evidente. A PF continua investigando para mapear a extensão da rede criminosa e suas conexões, que envolvem corrupção judicial, lavagem de dinheiro e até possíveis ramificações em outros crimes, como o uso de garotas de programa para chantagem, conforme sugerido em postagens no X.

Conclusão
O Comando C4 representa uma ameaça significativa devido à sua organização, armamento e alvos de alto perfil. A Operação Sisamnes, que começou com a investigação de corrupção judicial, revelou um esquema muito mais amplo e perigoso, com implicações para a segurança de autoridades e a integridade das instituições. As investigações seguem em andamento, e novos desdobramentos podem surgir.

Juiz é afastado durante operação da PF que investiga venda de sentenças em MT e no STJ

Investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo lavagem de dinheiro, criado para disfarçar o pagamento de propinas em troca de decisões judiciais.

Por g1 MT

O juiz Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica (MT) — Foto: Reprodução

Policiais federais cumprem, nesta quinta-feira (29), três mandados de busca e apreensão e outras ordens judiciais em Mato Grosso. Essa é a oitava fase da Operação Sisamnes, que investiga a relação de crimes de corrupção judiciária e lavagem de dinheiro. O juiz Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara da Comarca de Vila Rica (MT), foi afastado do cargo.

O g1 tenta localizar a defesa do magistrado.

As investigações começaram após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em frente ao próprio escritório em Cuiabá, em 2023. A análise das mensagens e arquivos encontrados no celular da vítima revelou indícios de crimes graves, como a venda de sentenças judiciais e movimentações financeiras suspeitas, dando origem à operação da Polícia Federal (veja detalhes abaixo).

As investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo lavagem de dinheiro, criado para disfarçar pagamentos milionários de propinas em troca de decisões judiciais favoráveis, dadas por um magistrado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e o magistrado foi afastado do cargo, teve seus bens e valores bloqueados, totalizando cerca de R$ 30 milhões.

O passaporte dele também foi recolhido como parte das ações da operação.

Entenda o caso

Advogado é morto a tiros dentro de carro na frente de escritório em MT 

Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime (veja acima). Nas imagens, é possível ver que ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do passageiro, e fugiu em seguida.

As equipes de socorro médico foram até o local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos. O suspeito chegou a ficar cerca de uma hora aguardando a vítima sair do local.

Saiba quem são os suspeitos

Infográfico - Investigação revelou grupo de extermínio e esquema de vendas de sentença. — Foto: Arte/g1

Confira abaixo os nomes dos envolvidos na morte do advogado, de acordo com a Polícia Civil:

Aníbal Manoel Laurindo (mandante);
Coronel Luiz Caçadini (financiador);
Antônio Gomes da Silva (atirador);
Hedilerson Barbosa (intermediador, auxiliar do atirador e dono da pistola 9mm usada no assassinato);
Gilberto Louzada da Silva (ainda não se sabe a função dele no grupo)

Segundo a Polícia Civil, eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado pela traição, por emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

Ainda de acordo com a polícia, outro agravante do crime foi o fato de ter sido praticado mediante pagamento ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.

Da direita para à esquerda: Aníbal Manoel Laurindo, Coronel Luiz Caçadini, Antônio Gomes da Silva e Hedilerson Barbosa — Foto: Reprodução

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Entenda a diferença entre DMT, Ayahuasca e Jurema

Conversa com um psicólogo e um indígena Huni Kuin para esclarecer sobre o assunto


O chá da Ayahuasca é feito através da mistura de um cipó e uma planta - Foto: Reprodução | iStock

A Polícia Federal (PF) desmantelou, nesta quinta-feira, 10, um esquema internacional de tráfico de DMT (dimetiltriptamina), que é extraído da planta Jurema Preta e presente no chá da Ayahuasca. No entanto, essa substância faz parte de práticas antigas que transcendem culturas nativas e gerações.

O DMT é procurado por muitas pessoas para uma busca de “expansão da consciência”. Seja presente nos chás da Jurema ou da Ayahuasca, ele possui características únicas tanto do ponto de vista científico quanto indígena. Além do dimetiltriptamina, a investigação da PF apreendeu mescalina, outra substância comum em tradições nativas.

Para explicar os conceitos de cada substância, o Portal A TARDE conversou com o psicólogo Iago Lobo, especializado em psicologia analítica junguiana e mestrando em saúde coletiva, e o cacique Tuwe Inu Bake, do povo Huni Kuin, da Aldeia São Vicente (Acre).

Segundo o psicólogo, os elementos citados são de uma classe de substância psicoativas que funcionam de forma diferente no sistema nervoso central. Elas não estimulam, não deprimem e nem diminuem as atividades, afirma Iago.

“Hoje usamos as palavras neurogênese, que fala da formação de novos neurônios e a neuroplasticidade, que fala da produção de novas conexões sinápticas no cérebro. Essas substâncias se distinguem de muitas outras que são apreendidas como tráfico, justamente porque os psicodélicos tem cada vez mais comprovação de efeitos psicoterapêuticos. Além disso, eles têm outra característica muito interessante que é não ter um potencial de abuso, porque são substâncias que criam uma tolerância muito grande”, explica o especialista.

O que é DMT?
O DMT é o princípio ativo presente na Jurema e na Ayahuasca, como explica o psicólogo. Ele também é encontrado em muitas plantas, animais e seres humanos.

“Tem muitas especulações de qual a função do DMT no nosso corpo mas tem algumas hipóteses que pode ter a ver justamente com o momento da morte humana, com as experiências místicas que podem se ter durante as experiências de quase morte. Já teve gente que chamou o DMT da molécula do espírito, então também historicamente vem sendo associada no campo místico, o sagrado”, destaca Iago.

A folha da chacrona, usada para o feitio de Ayahuasca Foto:
Reprodução | iStock

O que é Ayahuasca?
A forma mais tradicional de consumir o DMT, no Brasil, é na consagração do chá da Ayahuasca. O líquido é feito através da mistura de um cipó e uma folha que contém a substância.

“É essa a combinação que faz com que o chá tenha um efeito psicoativo, porque a folha contém o DMT, só que a gente tem uma enzima no estômago que degrada a substância. Então, se a gente comer aquela folha pura, a gente não vai sentir o efeito psicoativo. O cipó tem a molécula IMAO, que é o inibidor da monoamina oxidase. Ela inibe essa enzima do estômago e deixa de degradar o DMT. Nisso, a gente passa a ingerir e consequentemente ter os efeitos psicoativos. A Ayahuasca é essa combinação do DMT com as propriedades do cipó, que são tanto o IMAO, mas também harminas e outros tipos de compostos”, explica o psicólogo.

Na língua materna do povo Huni Kuin, a Ayahuasca é chamada de Nixi Pae. O cacique Tuwe Inu Bake detalha que é no processo de preparar o chá que se transforma em um líquido “sagrado”.

“A gente consagra essa medicina de uma forma ritualizada, dentro da tradição do nosso povo. Então, para nós, ela é o professor dos professores, é a nossa biblioteca, a nossa universidade. Quando a gente bebe, a gente tem que ter um propósito. A partir do momento que a gente bebe, a gente vai pra outra dimensão espiritual se conectando com nossos ancestrais, se conectando com a natureza e muitas vezes a gente mira o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro”, ressalta Tuwe.

O que é Jurema?
A Jurema é uma árvore nativa do semiárido do nordeste, sagrada para os indígenas desta região e é encontrado DMT nas suas raízes, como explica o psicólogo. Além disso, também é uma religião afro-indígena que tem a presença do chá da planta.

“A Jurema tem uma tradição de uso indígena, ritualístico, que quase foi perdida durante o processo de colonização. Toda essa cultura da Jurema estava ali principalmente nesses povos do nordeste, com acesso ao mar e foram logo afetados, mortos, tornando a cultura da Jurema enfraquecida. Nas últimas décadas, muitos povos indígenas estão retomando o uso da Jurema e hoje tem um conjunto de tradições. Tem as tradições indígenas e tem a religião da Jurema, que é mais comum no nordeste também. Cada tradição dessa vai ter seus modos de preparo da bebida da Jurema”, pontua Lobo.

O que é Mescalina?
A Mescalina é o princípio ativo do Cacto Peyote ou do Cacto São Pedro, presentes nas regiões andinas. Ela pode ser utilizada em pó, em chá ou ao mastigar os seus botões.

“É uma substância psicodélica natural, que tem uma história ritualística associada aos povos nativos da América Central que faziam uso em rituais. Essa tradição indígena é autorizada legalmente dentro desse contexto religioso da igreja nativa americana. Ela tem um potencial de experiências sagradas ou místicas”, descreve Iago.

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