quinta-feira, 26 de março de 2020

1 mês de coronavírus no Brasil: compare a situação do país com China, Itália, EUA e Coreia do Sul no mesmo período da epidemia

Por Amanda Polato e Caue Muraro, G1
 

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Confira a linha do tempo do novo coronavírus no Brasil até o dia 25/03
confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil completa um mês nesta quinta-feira (26). Desde aquele registro inicial, o país chegou a mais de 2,5 mil infectados e ultrapassou a marca de 60 mortos, de acordo com as secretarias estaduais de Saúde.
Veja, no vídeo acima, a evolução do 1º mês de coronavírus no Brasil.
primeiro óbito foi contabilizado em 17 de março. No dia anterior, Estados como Rio de Janeiro e São Paulo haviam adotado restrição de serviços e de circulação de pessoas para tentar conter a pandemia da Covid-19.
Tais medidas já tinham sido colocadas em prática – em maior ou menor grau – em outros países largamente afetados:
Em nenhum desses países, o pico de contágio ocorreu antes que se completasse um mês de coronavírus. Veja a tabela abaixo:
Evolução do coronavírus nos países
PaísInfectados após 1 mêsMortes após 1 mêsInfectados até 25/03Mortes até 25/03
China9.80221381.6613.285
Coreia do Sul10419.137126
Estados Unidos15065.7781.041
Itália1.6942974.3867.503
Brasil*2.555592.55559
Os números de cada um mostram que, apesar de haver algumas variações de cenário, a tendência é que a "explosão" de infecções se verifique apenas em um período posterior aos primeiros 30 dias.
O infográfico abaixo mostra um comparativo dos 30 dias iniciais de coronavírus no Brasil com o período correspondente na China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Itália.
Considerando esses quatro países, o Brasil perde apenas para a China no número de infectados um mês após o registro do primeiro caso. Os dados são da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que fornece registros a partir de 22 de janeiro.
Veja, abaixo, os marcos do primeiro mês de Covid-19 em cada país:
Evolução dos casos de Covid-19 nos primeiros 30 dias na China, na Itália, na Coreia do Sul, nos EUA e no Brasil — Foto: Arte/G1Evolução dos casos de Covid-19 nos primeiros 30 dias na China, na Itália, na Coreia do Sul, nos EUA e no Brasil — Foto: Arte/G1
Evolução dos casos de Covid-19 nos primeiros 30 dias na China, na Itália, na Coreia do Sul, nos EUA e no Brasil — Foto: Arte/G1
Pesquisadores que acompanham o surto de coronavírus pelo mundo fazem a ressalva de que o índice de casos confirmados nesses países depende da política de testes adotada em cada um deles – e também da quantidade de equipamentos à disposição.
Os estudiosos avaliam, no entanto, que os dados coletados permitem apontar uma tendência: o agravamento do surto de contaminação não se verificou em fase anterior ao trigésimo dia após a chegada do Sars-CoV-2 a esses locais.

China

Coreia do Sul

  • 20 de janeiro: registra o primeiro caso do novo coronavírus
  • Ainda no início do surto: governo sul-coreano começa a rastrear os possíveis focos de transmissão no país, com monitoramento de casos suspeitos; também estabelece quarentena para todas as pessoas que chegam de Wuhan, na China
  • Outras medidas: testes em massa da população; isolamento de infectados; rastreamento de suspeitos por imagens de videovigilância, cartão de crédito ou celular; envio de SMS à população da área perto de onde é confirmado um caso; incentivo a home office; limpeza e desinfecção de algumas das principais estações de metrô
  • 3 de fevereiro: mais de 300 escolas na Coreia do Sul adiam o retorno às aulas (apenas das áreas com casos confirmados de Covid-19)
  • 19 de fevereiro: autoridades identifica que o número de casos de Covid-19 explodiu porque uma pessoa infectada participou de um evento religioso. A cidade de Daegu entra em quarentena, afetando 2,5 milhões de pessoas
  • 20 de fevereiro: a Coreia do Sul completa 1 mês do primeiro registro do novo coronavírus e tem 104 casos confirmados de Covid-19 e uma morte, segundo a Universidade Johns Hopkins e a OMS. A taxa de mortalidade é de 0,9%

Estados Unidos

  • 22 de janeiro: país registra o primeiro caso do novo coronavírus
  • Primeiras semanas: os EUA mantiveram quarentena apenas para repatriados, como as pessoas retiradas de Wuhan, na China, e as saídas de um navio de cruzeiro do Japão
  • 22 de fevereiro: os Estados Unidos completam 1 mês do primeiro registro do novo coronavírus e tem 15 casos confirmados de Covid-19 nenhuma morte, segundo a Universidade Johns Hopkins e a OMS.

Itália

  • 31 de janeiro: país registra os dois primeiros casos; no mesmo dia, o governo suspende os voos com origem e destino da China
  • 21 de fevereiro: Itália confirma sua 1ª morte por Covid-19; país totaliza 17 casos da doença
  • 22 de fevereiro: governo declara toque de recolher na Lombardia, região que fica ao norte do país e é a mais afetada pelo surto; medida afeta 11 cidades e população em torno de 50 mil pessoas
  • 24 de fevereiro: primeiro-ministro Giuseppe Conte suspende decreto do governador da região de Marche que previa fechamento de escolas e proibia aglomerações; o premiê italiano argumentou que esse tipo de ação descentralizada "contribuía para gerar o caos". Na mesma época, o governador da Lombardia decreta o fechamento de bares e restaurantes, medida também anulada pelo governo central de Roma
  • 1º de março: Itália completa 1 mês dos primeiros registros do novo coronavírus e tem 1.694 casos e 29 mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins e a OMS. A taxa de mortalidade é de 2,6%
Foi apenas em 8 de março que a Itália decidiu isolar toda a região da Lombardia, responsável por parte importante da economia do país, em uma medida que afetou cerca de 16 milhões de pessoas. No dia seguinte, o isolamento foi estendido para todos os 60 milhões de habitantes do país, que naquele momento já registrava mais de 400 mortes pelo novo coronavírus.

Brasil

Senado aprova medidas para combate ao coronavírus Projeto proíbe a exportação de equipamentos hospitalares


Publicado em 25/03/2020 - 21:09 
Por Marcelo Brandão -
 Repórter da Agência Brasil - Brasília


O Senado aprovou hoje (25) um Projeto de Lei que proíbe a exportação de produtos e equipamentos médicos necessários ao combate do novo coronavírus. Assim, luva de látex, avental impermeável, óculos de proteção, gorro, máscara cirúrgica, protetor facial, ventilador pulmonar mecânico, entre outros, não poderiam ser exportados para poderem suprir a demanda nacional. Outros países já tomaram essa medida.

A aprovação ocorreu em mais uma sessão remota com quórum altíssimo. Apenas os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, e Nelsinho Trad (PSD-MS), ambos afastados enquanto se recuperam da contaminação por covid-19, não estiveram presentes em nenhuma das votações de hoje.

O projeto foi aprovado por unanimidade, por 76 votos a 0. O presidente da sessão, Antonio Anastasia (PSD-MG), não vota. Como a relatora, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), fez alterações no projeto, ele volta à Câmara para ser novamente apreciado pelos deputados. A relatora incluiu no projeto a proibição ou a restrição à exportação de saneantes, produtos para a saúde, medicamentos e imunobiológicos.

Verbas para combate à epidemia

Os senadores também aprovaram por unanimidade a liberação do Fundo Nacional de Saúde (FNS), no valor de R$ 6 bilhões, para aplicação em ações contra o coronavírus. O valor está retido no FNS pois está vinculado a ações específicas destinadas para a área, como construção de hospitais, por exemplo. Essas ações, por razões diversas, não foram executadas pelos estados e municípios e, por isso, o dinheiro está parado. O projeto volta para a Câmara por ter sofrido alterações no Senado. Se os deputados também aprovarem, esses recursos poderão ser redirecionados para ações de combate ao coronavírus.
Empréstimo para Alagoas

A sessão aprovou ainda o empréstimo de US$ 136,2 milhões (R$ 680 milhões) tomado pelo estado de Alagoas junto à Corporação Andina de Fomento (CAF). Dinheiro deve ser usado no Programa Estrutura Alagoas. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que o governo federal está disposto a conceder garantia de empréstimo para estados que necessitarem.

“Tem um limite de empréstimos de até R$ 40 bilhões, que poderão ter a garantia da União. Alagoas é o primeiro estado, mas outros deverão ter sequência, de acordo com as tratativas do presidente da República com os governadores. A linha de crédito está aberta a atender todos os estados, desde que eles atendam as exigências da secretaria do Tesouro Nacional”

by agenciabrasil

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