sábado, 8 de março de 2025

Confira a programação da 25ª Kartoffelfest de Santa Maria do Herval


Foto: Cleiton Zimer/arquivo

Santa Maria do Herval – Está sendo lançada nesta manhã de sábado (8), a programação oficial da 25ª Kartoffelfest – a tradicional Festa da Batata. O evento acontece entre os dias 9 e 18 de maio, com amplas atividades culturais, musicais e muito mais.


Soberanas estão divulgando o evento pela região (FOTO: Josias Lunkes)

Dentre os destaques está a abertura com Banda Rosa’s. Nos demais dias terá La Montanara, Indústria, San Marino, Rainha, Madame Frau, Baile da Emancipação, Brilha Som, Os Atuais, Brilha Som, Nave Som e mais.

Sem mais delongas, confira abaixo:

DIA 09 DE MAIO | SEXTA-FEIRA

Ingresso Gratuito09h30 – Abertura da Festa
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
13h00 às 17h00 – Musical Os Signos – Baile do Grupo da 3ª Idade Amizade (Ingresso: R$ 13,00)
18h30 – Abertura Oficial da 25ª Kartoffelfest com a Orquestra de Sopros Teewald e Grupo Folclórico Teewald
20h30 às 22h30 – Rui & Mateus
22h45 às 01h00 – Banda Rosas
01h00 – Encerramento

DIA 10 DE MAIO | SÁBADO

Ingresso: R$ 15,00

08h00 – Caminhada da Kartoffel (Inscrições e informações: turismo@santamariadoherval.rs.gov.br)
09h30 – Abertura da Festa
Encontro de Grupos Folclóricos Alemães Infanto-Juvenil
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
13h00 às 15h00 – Banda La Montanara
15h30 às 18h00 – Banda Indústria Musical
18h30 às 20h45 – Banda San Marino
21h00 às 23h30 – JJSV
23h45 às 01h40 – Banda Only One
01h40 às 02h40 – DJ Cleiton
02h40 – Encerramento

DIA 11 DE MAIO | DOMINGO

Ingresso: R$ 15,0009h30 – Abertura da Festa
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
13h30 às 15h45 – Banda 0800
16h00 às 18h00 – Banda Rainha Musical
18h30 às 20h45 – Banda Madame Frau
21h00 às 23h15 – Banda Universitária
23h15 – Encerramento

DIA 12 DE MAIO | SEGUNDA-FEIRA

Ingresso Gratuito (Chope com preço especial
)09h00 – Sessão Solene na Câmara Municipal de Vereadores

09h30 – Abertura da Festa
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
Baile da Emancipação – Viva nossos 37 anos!
13h30 às 15h30 – Banda Baila Baila
16h00 às 19h00 – Banda Brilha Som
19h15 às 21h30 – Marcelo Serra
21h30 – Encerramento

DIA 15 DE MAIO | QUINTA-FEIRA

Ingresso GratuitoKartoffel Infantil – Atividades recreativas e culturais para as crianças da rede escolar do município
Confraria da Kartoffelfest
19h30 – Lançamento do Documentário da História de Santa Maria do Herval, com música ao vivo

DIA 16 DE MAIO | SEXTA-FEIRA

Ingresso Gratuito09h30 – Abertura da Festa
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
13h00 às 17h00 – Banda Monte Claro – Baile do Grupo da 3ª Idade Viver é Legal (Ingresso: R$ 13,00)
19h00 às 21h00 – Banda Sul Brass
21h30 às 00h00 – Banda 10
00h00 – Encerramento

DIA 17 DE MAIO | SÁBADO

Ingresso: R$ 15,0009h30 – Abertura da Festa
Encontro de Invernadas Gauchescas
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
13h30 às 15h30 – Super Banda Real de Nova Petrópolis
15h45 às 18h00 – Banda Os Atuais
18h30 às 21h30 – Banda Champion
22h00 às 00h00 – Banda Pandora
00h30 às 02h30 – Banda Hatfield
02h30 – Encerramento

DIA 18 DE MAIO | DOMINGO

Ingresso: R$ 15,0009h30 – Abertura da Festa
12h00 – Almoço típico colonial nos restaurantes locais
13h00 – Apresentação do Grupo Folclórico Teewald
13h30 às 16h00 – Super Banda Santa Cruz
16h30 às 18h30 – Banda Nave Som
19h00 às 22h00 – Banda Brilha Som
22h00 – Encerramento

INFORMAÇÕES GERAIS

NÃO HAVERÁ COBRANÇA DE INGRESSOS: Nos dias 09, 12, 15 e 16.
HAVERÁ COBRANÇA DE INGRESSOS: Nos dias 10, 11, 17 e 18 ( Valor R$ 15,00), e nos Bailes da Terceira Idade nos dias 09 e 16 ( Valor R$ 13,00).
Biergarten com Palco Cultural e atrações.
Programação de Bandinhas Típicas pelo eventoCasa do Turista e exposições;
Visitação ao Museu Municipal e Memorial da Arquitetura Germânica durante todo o evento
das 10h às 12h e 13h às 16h;Chope Artesanal Wig’s e Chope Schin;
Jogos Germânicos e Chope em Metro;
Exposições Culturais do município;
Restaurantes com culinária típica alemã e de batata no espaço do evento e no município;
Praça de Alimentação;
Pavilhão Principal das Bandas;
Feira da Indústria, Comércio, Exposição de Máquinas e Equipamentos Agrícolas;
Produtos da Agricultura Familiar;
Tendas com produtos coloniais, artesanato e comercialização de batata direto do produtor;
Espaço Kids;
Atrativos turísticos nos arredores do evento;

TODA A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO OCORRE EM ÁREA COBERTA

by O Diário

terça-feira, 4 de março de 2025

Meu entendimento sobre o caso Deise Moura dos Anjos






By Deise Brandão

CONTEXTO GERAL DO CASO

Deise Moura dos Anjos, 42 anos, foi uma contadora residente em Nova Santa Rita (RS), casada com Diego Silva dos Anjos há cerca de 20 anos, com quem tinha um filho de 9 anos. Em dezembro de 2024, ela foi apontada como suspeita de envenenar familiares com arsênio no município de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, em um caso que ficou conhecido como "o caso do bolo envenenado". Posteriormente, a investigação também a vinculou à morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024. Deise foi presa temporariamente em 5 de janeiro de 2025 e morreu na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba em 13 de fevereiro de 2025, em um suposto suicídio. A polícia concluiu os inquéritos após sua morte, apontando-a como autora de quatro homicídios, mas, devido ao seu falecimento, não houve indiciamento formal.


OS FATOS DO CASO

1. O Incidente do Bolo (23 de dezembro de 2024)

O que aconteceu: Seis pessoas de uma mesma família consumiram um bolo durante uma confraternização em Torres, preparado por Zeli Teresinha Silva dos Anjos, sogra de Deise. Três morreram logo após:

Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos (irmã de Zeli);

Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos (irmã de Zeli);

Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos (sobrinha de Zeli, filha de Neuza).

Sobreviventes: Zeli (61 anos), um menino de 10 anos (filho de Tatiana), e Jefferson (marido de Maida) foram internados, mas sobreviveram. Uma sétima pessoa presente não comeu o bolo e não passou mal.

Causa: Exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmaram a presença de arsênio no bolo e na farinha usada para prepará-lo. A concentração na farinha era 2.700 vezes maior que no bolo (40g/kg), sugerindo contaminação intencional antes do preparo.

2. Morte do Sogro (Setembro de 2024)

O que aconteceu: Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli e sogro de Deise, morreu em setembro de 2024, inicialmente por suposta intoxicação alimentar após consumir bananas e leite em pó levados por Deise e Diego à casa do casal em Arroio do Sal.

Exumação: Após o caso do bolo, o corpo foi exumado em 8 de janeiro de 2025. A perícia encontrou 264 mg de arsênio no estômago, a segunda maior concentração entre as vítimas fatais, confirmando envenenamento.

3. Outras Suspeitas de Envenenamento

Filho e Marido: Em dezembro de 2024, antes do incidente do bolo, Diego e o filho de 9 anos teriam consumido um suco de manga com arsênio detectado na urina de ambos, segundo exames do IGP divulgados em 20 de janeiro de 2025. Eles sobreviveram.

Zeli no Hospital: Deise levou alimentos (suco, chocolate, pastel) a Zeli enquanto ela estava internada após o bolo, mas laudos do IGP de 12 de fevereiro de 2025 indicaram que esses itens não continham veneno.

Pai de Deise: A morte de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise, em 2020 (atribuída à cirrose), foi mencionada como suspeita, mas não houve exumação ou investigação aprofundada.

4. Prisão e Morte de Deise

Prisão: Deise foi presa temporariamente em 5 de janeiro de 2025, no Presídio Feminino de Torres, por suspeita de triplo homicídio qualificado e tentativas de homicídio. A prisão foi prorrogada em 30 de janeiro por mais 30 dias e, em 6 de fevereiro, ela foi transferida para Guaíba por segurança.

Morte: Em 13 de fevereiro de 2025, foi encontrada morta em sua cela individual, com sinais de enforcamento. A Polícia Penal e o IGP investigam como suicídio. Ela deixou um recado escrito em uma camiseta, declarando-se inocente e mencionando depressão.

Contexto da Morte: No dia anterior (12 de fevereiro), um advogado da família de Diego informou ao presídio que ele buscaria o divórcio, o que, segundo a polícia, pode ter influenciado sua decisão.

5. Conclusão da Investigação

Data: Em 21 de fevereiro de 2025, a Polícia Civil concluiu dois inquéritos, afirmando que Deise foi a única autora de quatro homicídios (o sogro e as três vítimas do bolo) e outras tentativas.

Resultado: Com sua morte, houve extinção da punibilidade (art. 107, I, do Código Penal), e ela não foi formalmente indiciada.


ALEGAÇÕES E PROVAS CITADAS PELA POLÍCIA

A Polícia Civil, liderada pelo delegado Marcos Vinicius Veloso, pelo subchefe Heraldo Guerreiro e pelo chefe Fernando Sodré, apresentou as seguintes evidências como "robustas" contra Deise:

Compra de Arsênio:

Uma nota fiscal digital no celular de Deise indicaria quatro compras de arsênio pela internet entre setembro e dezembro de 2024, entregues pelos Correios. Apesar de divulgada pela RBS TV, o nome na nota era "Deise Marques dos Anjos" (não "Moura"), mas a polícia afirma que o documento veio do aparelho dela.

Pesquisas na Internet:

Extração de dados do celular mostrou buscas por "arsênio veneno", "veneno que mata humano" e similares, feitas antes e após as mortes. Deise alegou que pesquisou após os laudos médicos indicarem arsênio, mas a polícia diz que as datas contradizem isso.

Mensagens:

Mensagens a Zeli sugeriam que Paulo morreu por causas naturais (ex.: "banana contaminada pela enchente") e que não havia "culpados a procurar". Outra, de novembro, dizia: "Se eu morrer, reze por mim, pois é provável que eu não vá ao paraíso". (????)

Comportamento:

Deise foi descrita como "fria", "manipuladora" e "dissimulada" em depoimentos e interrogatórios. Tentou cremar o corpo do sogro, mas não conseguiu por falta de assinaturas médicas. (???)

Farinha Contaminada:

A polícia alega que Deise envenenou a farinha na casa de Zeli em 20 de novembro de 2024, semanas antes do bolo ser feito, mas não detalhou como ela teve acesso ou como isso foi provado.

POSIÇÃO DA DEFESA

O escritório Cassyus Pontes Advocacia, que representava Deise, destacou:

As provas citadas pela polícia não foram judicializadas antes de sua morte, ou seja, não passaram pelo crivo de um juiz.

Não houve acesso integral aos laudos (ex.: do filho e marido) para análise antes da conclusão policial.

Deise usava medicamentos controlados, tinha histórico de depressão e manifestou insegurança na prisão, sugerindo vulnerabilidade psicológica.


QUESTIONAMENTOS E LACUNAS

Meu ponto de vista — que não há provas concretas apresentadas e que Deise morreu como suspeita, não condenada — levanta questões importantes. Aqui estão as lacunas e dúvidas que permanecem:

Provas Não Publicadas:

A nota fiscal, mensagens e buscas no celular foram mencionadas em coletivas, mas não divulgadas na íntegra ao público ou à defesa antes da morte de Deise. Sem acesso a esses documentos, é impossível verificar sua autenticidade ou contexto.

Falta de Julgamento:

Deise morreu sob prisão temporária (medida investigativa, não condenatória). Sem processo judicial, as alegações policiais não foram contestadas ou validadas por um juiz.

Modus Operandi Não Esclarecido:

Não há detalhes públicos sobre como Deise teria colocado arsênio na farinha em novembro, nem como obteve o veneno (arsênio é restrito no Brasil). A polícia fala em compras online, mas não especificou o fornecedor ou como ela burlou controles.

Motivo:

A polícia sugere uma rixa de 20 anos com Zeli, iniciada por um saque de R$ 600 em 2004, mas Zeli sobreviveu. Por que matar outros familiares e não o "alvo principal"? O motivo é considerado "banal" até pelos investigadores.

Outras Hipóteses:

Não há indícios de investigação sobre outras fontes de contaminação (ex.: farinha comprada já contaminada) ou outros suspeitos. Zeli, que fez o bolo, foi descartada sem explicação detalhada.

Suicídio Questionável:

Deise estava em cela isolada, sob monitoramento, e recebeu três atendimentos psicológicos em Guaíba. Como ela conseguiu se enforcar sem ser notada? A investigação da morte foi rápida, e o recado na camiseta ("sou inocente") levanta dúvidas sobre sua intenção.


CRONOLOGIA RESUMIDA

Setembro 2024: Paulo Luiz morre; Deise tenta cremação.

20/11/2024: Deise supostamente contamina farinha na casa de Zeli (segundo a polícia).

23/12/2024: Seis pessoas consomem bolo envenenado; três morrem.

27/12/2024: Laudos confirmam arsênio.

05/01/2025: Deise é presa temporariamente.

08/01/2025: Corpo de Paulo é exumado.

10/01/2025: Polícia anuncia "provas robustas" em coletiva.

20/01/2025: Arsênio é encontrado na urina de Diego e do filho.

30/01/2025: Prisão de Deise é prorrogada.

06/02/2025: Transferida para Guaíba.

12/02/2025: Notificada do divórcio.

13/02/2025: Encontrada morta.

21/02/2025: Polícia conclui inquéritos.


MINHA ANÁLISE CRÍTICA

Deise morreu como suspeita, não como culpada confirmada. A polícia apresenta um caso que parece sólido em coletivas (compras de arsênio, mensagens suspeitas), mas há uma ausência gritante de transparência: as provas não foram levadas a julgamento, e a defesa não teve tempo de contestá-las. A narrativa oficial depende de interpretações (ex.: mensagens como "álibi premeditado"), mas não explica inconsistências, como Zeli sobreviver ao suposto alvo principal ou a falta de detalhes sobre a contaminação da farinha. A morte de Deise na prisão, logo após a notícia do divórcio, também levanta a possibilidade de que ela tenha sido pressionada psicologicamente, o que não exclui a hipótese de inocência ou de um enquadramento apressado. A sogra que acusa Deise, em tese sofreu dois envenamentosm sendo que em dezembro, no episódio do bolo foi a única que comeu duas fatias. Quem manipulou os alimentos que mataram o sogro de Deise, marido de Zeli, bem como o bolo que matou 3 pessoas foi Zeli. Aguardo que QUALQUER alguém, explique COMO DEISE CONTAMINOU A FARINHA.

Por outro lado, a presença de arsênio em múltiplas vítimas e a cronologia das compras sugeridas pela polícia são difíceis de ignorar como coincidência. Ainda assim, sem um processo judicial, tudo permanece no campo da suspeita — e suspeita, não é certeza.


CONCLUSÃO

Reuni aqui tudo o que sei sobre o caso até 04/03/2025. Há fatos concretos (mortes por arsênio, prisão de Deise, sua morte), mas as provas contra ela são afirmações policiais não testadas em juízo. Acredito que ela não matou aquelas pessoas, dúvida  legítima diante dos fatos públicos. A falta de um julgamento e a morte prematura de Deise deixam o caso sem resolução definitiva.

O Estado Brasileiro mente, omite,inventa. O Estado frauda. O Estado MATA. Eu provo.

Parentes de desembargadores, de conselheiros e de secretários ficam livre de condenação porque TJ proibiu juiz de analisar nepotismo cruzado


(Foto: Arquivo)

28/02/2025

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul proibiu o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, de analisar a hipótese de nepotismo cruzado e acabou salvando o emprego de parentes no Tribunal de Contas do Estado. Graças à limitação imposta pela Justiça, irmãos, mulheres e filhos de desembargadores do TJMS, de secretários e de parlamentares não poderão ser exonerados nem obrigados a devolver os salários pagos pelo erário.

Em sentença publicada nesta sexta-feira (28), o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa julgou a ação popular impetrada por Daytron Cristiano Barbosa de Souza improcedente porque só pode analisar o nepotismo direto. “Como não restou configurado na hipótese o nepotismo direto, não há que se falar em ressarcimento dos valores pagos ao requeridos nomeados a título de remuneração”, pontuou o magistrado.

“Por fim, importante destacar que nada impede que o requerente ou o Ministério Público Estadual solicitem informações junto às autoridades competentes para apurar sobre a existência de nepotismo cruzado, o que não foi objeto de exame nesta sentença”, destacou, deixando claro que houve limitação na análise.

A 5ª Cãmara Cível do TJMS impediu o cruzamento de informações de funcionários comissionados com autoridades do TCE, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Câmara dos Deputados e Governo do Estado. Além de suspender a devassa nos órgãos públicos, o TJMS deixou claro que o juiz não poderia analisar o nepotismo cruzado.
Contratação de parentes é fato incontroverso

“É incontroverso que os requeridos ocupam ou ocuparam cargos comissionados ou funções de confiança no Tribunal de Contas do estado de Mato Grosso do Sul e que possuem algum grau de parentesco com outras autoridades do referido órgão ou de outros órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estadual ou federal”, afirmou Corrêa.

“Ocorre que em acórdão proferido pela 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça deste estado em agravo de instrumento interposto de decisão proferida relativa à produção de determinadas provas foi estabelecido como limite objetivo da lide a configuração (ou não) apenas do nepotismo direto, como se vê às fls. 1.334-63, não cabendo mais, portanto, o exame da ocorrência de nepotismo cruzado na hipótese”, lamentou o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa.

“Ademais, é frustrante e desestimulante para qualquer cidadão, especialmente aqueles que têm mais dificuldades que outros, que o acesso a cargo público se dê por mera indicação política ou por meio de apadrinhamento, bem como para aquele que ocupa cargo público mediante concurso e vê cargos mais relevantes na administração pública serem ocupados por pessoas que pouco ou nada conhecem de determinada pasta ou matéria, algo que infelizmente ainda ocorre, apesar dos avanços obtidos com a Constituição Federal de 1988”, afirmou.

Juiz lamentou contratações de parentes apesar dos avanços da Constituição de 1988 (Foto: Arquivo)

“É lamentável que algumas nomeações ou designações ainda atendam tão somente a critérios políticos, troca de favores ou nepotismo, hipóteses que traduzem desvio de finalidade, situações que ocorrem nas diversas esferas e níveis de poder”, alfinetou o magistrado.

“No que se refere especificamente ao nepotismo, ocorre quando um agente público usa de sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes até certo grau, sendo vedado pela Constituição Federal por contrariar os princípios da impessoalidade, da moralidade e da igualdade”, observou.

Esposas de desembargadores

Esposas de dois ex-presidentes do TJMS poderiam ser condenadas por nepotismo cruzado. Isabel Cristiane Loureiro de Almeida é casada com o desembargador João Maria Lós, enquanto Luzia Helena Bernardes AL Contar é cônjuge do desembargador Carlos Eduardo Contar. Viviane Amendôla da Motta é filha da então secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendôla da Motta.

Filho do então secretário de Fazenda e atual conselheiro do TCE, Fábio Alves Monteiro foi chefe de gabinete da conselheira Marisa Serrano, que também é parente, mas não é citada na ação. Nivaldo Cruz Barbosa é primo do conselheiro Waldir Neves Barbosa, mas alegou que era de 4º grau e a legislação proíbe até o 3º grau.

Diogo Midzuno Mishima é irmão de Thiago Haruo Mishima, que foi diretor da área de comunicação do Governo na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Rafael Coelho de Oliveira é filho de Jorge Martins de Oliveira, atual presidente da Ageprev.

Duas ex-mulheres de conselheiros foram citadas na denúncia. Alessandra Larreia Ximenes foi casada com Waldir Neves até dezembro de 2005 e foi promovida duas vezes pelo ex-marido em 2015. Judith Maria Grossl foi nomeada quando era casada com Ronaldo Chadid e ele era apenas procurador do Ministério Público de Contas. Quando ele virou conselheiro do TCE, o casal já estava separado.

Vivaldo Chagas da Cruz é cunhado do deputado federal Vander Loubet. Cristina Dias Dutra e Astolfo Dias Ferreira Dutra eram filhos do conselheiro Osmar Ferreira Dutra, que se aposentou em novembro
de 2010.

Desembargador Carlos Eduardo Contar: esposa teve cargo de comissão no TCE (Foto: Arquivo)

As considerações do juiz

Alessandra Larreia Ximen
“Em relação à requerida Alessandra Larreia Ximenes, não se observa nepotismo direto em suas nomeações para os cargos comissionados que ocupou, pois, quando ela foi nomeada para o cargo em comissão de chefe da secretaria das sessões em março de 2015 e depois para o cargo de chefe II em maio de 2015, ela e o requerido Waldir Neves Barbosa não eram mais casadoshá quase 10 anos, conforme se vê no documento de fl. 420, e, como sabido, à luz do direito civil brasileiro (art. 1.519 do CC e seguintes), ex-cônjuges não são considerados parentes em linha reta, colateral ou afins, mas partes de um negócio jurídico bilateral de natureza especial cuja relação se extingue com o divórcio, sendo tal relação incapaz de configurar nepotismo direito no caso de nomeação de um deles para cargo comissionado ou função de confiança pelo outro”.

Diogo Midzuno Mishima
“Nesse contexto, observa-se que o fato do irmão do requerido Diogo Midzuno Mishima (Thiago Haruo Mishima) ocupar cargo em comissão de direção superior e assessoramento na secretaria de estado da Casa Civil de Mato Grosso do Sul não caracteriza nepotismo direto, uma vez que a autoridade responsável pela nomeação dele foi o requerido Waldir Neves Barbosa com o qual sequer se alegou na inicial haver qualquer grau de parentesco, não restando também demostrada a existência de tal vínculo durante o trâmite processual.”

Fábio Alves Monteiro
“Ocorre que o fato de ocupar o pai do requerido Fábio Alves Monteiro, Márcio Campo Monteiro, o cargo de secretário de estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul não caracteriza, por si só, nepotismo direto, levando em conta, mais uma vez, o limite objetivo da lide fixado pelo Tribunal de Justiça deste Estado, na medida em que a autoridade responsável pela nomeação do requerido Fábio Alves Monteiro foi o conselheiro Cícero Antônio de Souza e também não foi alegado ou demonstrado qualquer grau de parentesco entre eles.”

Luiza Helena Bernades Al Contar
“Embora a requerida Luiza Helena Bernardes Al Contar seja casada com desembargador do Tribunal de Justiça deste estado e tenha sido nomeada para um cargo em comissão no Tribunal de Contas do Estado, tal situação não configura isoladamente nepotismo direto, na medida em que, além de se tratarem de órgãos distintos, a nomeação foi realizada pelo conselheiro Cícero Antônio de Souza com quem não foi alegada e demonstrada qualquer relação de parentesco.”

Nivaldo Cruz Barbosa
“De outro lado, os requeridos Nivaldo Cruz Barbosa e Waldir Neves Barbosa sustentaram em suas respectivas defesas que possuem relação de parentesco colateral de 4º grau, sendo primos, o que não foi impugnado pelo requerente, sendo que tal vínculo (parentesco colateral de 4ºgrau) não impede a nomeação, pois, como sabido, a restrição se aplica até o 3ºgrau.”

Viviane Amendola da Motta
“A simples existência de um vínculo de parentesco entre a nomeada e uma autoridade pública de outro órgão, contudo, não é suficiente para caracterizar o nepotismo direto, levando em conta, mais uma vez, o limite objetivo da lide fixado pelo Tribunal de Justiça deste Estado, especialmente porque não foi alegada nem comprovada a relação de parentesco da nomeada com a autoridade nomeante. Com efeito, o fato de a requerida Viviane Amendola da Motta ser filha de Maria Cecília Amendola da Motta, secretária estadual de Educação de Mato Grosso do Sul, não caracteriza nepotismo direto, na medida que a autoridade responsável pela nomeação foi o requerido Waldir Neves Barbosa com quem, repita-se, não foi alegada e demonstrada qualquer relação de parentesco.”
Isabel Cristiane Loureiro

“A requerida Isabel Cristiane Loureiro foi nomeada pelo conselheiro Cícero Antonio de Souza por meio da Portaria “P” TC/MS n.°102/2012 publicada no diário oficial TC n.° 492, de 21.06.2012, para exercer o cargo em comissão de assessor técnico em informática, símbolo TCAS-2034, da 4ª inspetoria de controle externo (fl. 57). Embora a requerida seja casada com o desembargador do Tribunal de Justiça e tenha sido nomeada para um cargo em comissão no Tribunal de Contas do Estado, tal situação, reitere-se, não configura nepotismo direto, na medida em que, além de se tratarem de órgãos distintos, a nomeação foi realizada pelo conselheiro Cícero Antônio de Souza com quem não foi alegada e demonstrada qualquer relação de parentesco.”
Vivaldo Chagas da Cruz

“Examinando-se autos, verifica-se que o requerido Vivaldo Chagas da Cruz foi nomeado pelo conselheiro Cícero Antônio de Souza por meio da Portaria “P” TC/MS n.° 134/2010 publicada no diário oficial TC n.°0098, de 02.06.2010, para exercer o cargo em comissão de assessor de conselheiro, símbolo TCAS-203 (fl. 69), mas, embora o requerido Vivaldo Chagas da Cruz seja cunhado de deputado federal, tal circunstância, repita-se, não configura, por si só, nepotismo direto, pois, além de se tratarem de órgãos distintos de vinculação, a nomeação foi realizada pelo conselheiro Cícero Antônio de Souza com quem não foi alegada nem demonstrada qualquer relação de parentesco.”
Judite Maria Grossl

“Ainda que a requerida Judite Maria Grossl tenha sido casada com o conselheiro Ronaldo Chadid, no período em que foi nomeada seu ex-cônjuge não exercia a função de conselheiro do Tribunal de Contas, mas a de procurador do Ministério Público de Contas (fls. 1.188), órgão distinto daquele em que a nomeação ocorreu, de modo que não se configura na hipótese o nepotismo direto, uma vez que a nomeação foi realizada pelo conselheiro Horácio Cerzosimo de Souza com relação a quem não foi aventada nem demonstrada qualquer vínculo de parentesco.”
Rafael Coelho Oliveira

“O requerido Rafael Coelho Oliveira foi nomeado pelo conselheiro Cícero Antônio de Souza por meio da Portaria n.° 189/2009publicada no diário oficial n.° 7.517, de 07.08.2009, para exercer o cargo de assessor técnico de informática (fl. 46), mas o fato de seu pai, Jorge Oliveira Martins, ocupar na época o cargo de diretor presidente da AGEPREV/MS não caracteriza nepotismo direto, tendo em vista que a autoridade responsável pela nomeação do requerido foi o conselheiro Cícero Antônio de Souza e não foi alegado e demonstrado qualquer grau de parentesco entre eles.”

segunda-feira, 3 de março de 2025

O suposto acordo quebrado entre o governo dos Estados Unidos e seres extraterrestres

O escritor Jason Wilde se viu recentemente mergulhando no reino controverso e especulativo dos acordos governamentais com seres alienígenas. Essa exploração o levou às sessões de regressão hipnótica conduzidas pela falecida Dolores Cannon, nome sinônimo de trabalho inovador em regressão a vidas passadas e comunicação com inteligências extraterrestres.


Nestas sessões, os abduzidos frequentemente recontavam narrativas que desafiavam o discurso dominante em torno dos alegados tratados entre governos e alienígenas

A narrativa popular, reforçada por sussurros de supostos insiders e ufólogos, postula que o governo dos Estados Unidos celebrou um acordo secreto com seres extraterrestres. Dizia-se que este alegado pacto, muitas vezes referido como “Tratado de Greada” ou semelhante, permitia a estes seres realizarem um número limitado de abduções em troca de tecnologia avançada.

No entanto, a história sofre uma reviravolta nos relatos recuperados sob hipnose nas sessões de Cannon. Os abduzidos consistentemente pintaram um quadro não de traição alienígena, mas sim de uma quebra de confiança por parte do governo dos Estados Unidos.

De acordo com estes testemunhos hipnóticos, os seres extraterrestres forneceram tecnologia sob a premissa de que esta seria utilizada para o melhoramento da humanidade. No entanto, afirmam que o governo dos Estados Unidos, em vez disso, transformou esta tecnologia em arma, utilizando-a para fins militares e possivelmente destrutivos. Este alegado uso indevido de tecnologia extraterrestre representa uma profunda violação ética e um desvio gritante da intenção original do acordo.

Embora tais alegações sejam especulativas e careçam de provas concretas, são apoiadas por uma suspeita de longa data sobre a militarização da tecnologia alienígena. O desenvolvimento de aeronaves e sistemas de armas avançados que estão muito à frente do que se pensava ser possível, muitas vezes atribuído a projetos governamentais secretos como a Área 51, alimenta estas teorias.

Jason Wilde se aprofundou na temática conspiracionista de acordos com alienígenas.
Fonte: X

Alguns especulam que estes avanços podem ser o resultado de engenharia reversa de tecnologia extraterrestre – uma teoria que, embora não comprovada, acrescenta uma camada de plausibilidade às afirmações feitas pelos pacientes de Cannon. A narrativa do governo que utiliza indevidamente a tecnologia alienígena alinha-se com exemplos históricos de governos que exploram descobertas científicas para ganhos militares.

Desde o Projeto Manhattan na Segunda Guerra Mundial até à corrida espacial da Guerra Fria, existe um precedente para tal comportamento. Este contexto histórico, embora não seja uma prova direta, proporciona um pano de fundo que faz com que estas afirmações pareçam menos absurdas. Os relatos das sessões de regressão de Dolores Cannon oferecem uma perspectiva convincente, embora não verificada, sobre a natureza das interações entre humanos e extraterrestres.

Eles sugerem uma narrativa de quebra de confiança e má conduta ética por parte do governo dos Estados Unidos, em vez de malevolência alienígena. Embora devamos pisar com cuidado no domínio da especulação e das afirmações não comprovadas, estas histórias fornecem um terreno fértil para reflexão e discussão entre aqueles de nós intrigados pelos mistérios do Fenômeno UFO e pelo potencial do contato extraterrestre.

À medida que continuamos a explorar estes territórios enigmáticos, é crucial manter a mente aberta, mas perspicaz, procurando constantemente a verdade indescritível escondida nas estrelas.

Por Jason Wilde

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

O que é o Rumble, a rede social que Moraes mandou bloquear no Brasil


Plataforma é semelhante ao YouTube e passou a ser bastante popular entre conservadores a partir de 2021, após a invasão do Capitólio nos EUA por apoiadores de Trump.













Rumble é uma plataforma de vídeos semelhante ao YouTube que passou a ser bastante popular entre conservadores nos EUA a partir de 2021 — Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou bloquear a plataforma de vídeos Rumble no Brasil nesta sexta-feira (21).

Segundo Moraes, a rede social cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros" e instituiu um "ambiente de total impunidade e 'terra sem lei' nas redes sociais brasileiras".

Na quinta-feira (20), o ministro deu um prazo de 48 horas para a rede social informar quem é seu representante legal no Brasil, com poderes amplos para nomeação de advogados e cumprimento de decisões judiciais.

Não é a primeira vez que a plataforma sai do ar no Brasil. Em 2023, o Rumble desabilitou o acesso de usuários no país, citando ordens judiciais para "remover certos criadores". A rede social voltou a funcionar no Brasil em fevereiro de 2025.

Além disso, na quinta-feira (20), o Rumble apresentou à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra Moraes, o acusando de censura e pedindo que as suas ordens para derrubada de contas de usuários não tenha efeito legal nos EUA.

O processo foi aberto em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do presidente dos EUA, Donald Trump.

O que é o Rumble

É uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google, inclusive no visual.

Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta" e já se envolveu em diversas controvérsias.
 ar ao YouTube, do Google, inclusive no visual.

Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta" e já se envolveu em diversas controvérsias.

A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

Começo com virais de gatinhos

Uma reportagem do New York Times de 2024 apontou que o Rumble começou como uma plataforma onde circulavam principalmente vídeos virais de gatinhos.

A guinada aconteceu com o episódio da invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, por apoiadores de Trump. Eles queriam impedir a cerimônia de certificação de Joe Biden, que derrotou o republicano nas eleições de 2020. O resultado era contestado por Trump, sem provas.

Por ter usado as redes sociais para incentivar a invasão no 6 de janeiro, Trump acabou suspenso das principais plataformas, após intensa pressão da opinião pública.

Depois disso, e também por conta da pandemia, redes sociais como o então Twitter e o YouTube passaram a reprimir com mais frequência conteúdos que violavam suas regras, e muitos usuários migraram para outras plataformas, como o Rumble — incluindo Trump.

O Rumble, "rapidamente, abraçou seu novo papel como um refúgio de 'liberdade de expressão' — e viu sua avaliação subir para meio bilhão de dólares praticamente da noite para o dia", diz a reportagem do NY Times.

O texto diz ainda que, assim que Trump foi eleito para voltar à presidência neste ano, influencers lotaram a plataforma com a frase "Somos a mídia agora".

Em 2022, o Rumble tentou contratar um dos principais nomes dos conservadores na mídia, Joe Rogan. Com milhões de visualizações por episódio, o podcast do apresentador é um dos maiores do mundo e tem exclusividade com o Spotify.

Durante a pandemia, o Spotify sofreu pressão para punir Rogan por divulgar desinformação sobre a Covid e usar termos racistas no podcast. Foi nessa época que o CEO do Rumble fez uma oferta para o apresentador levar seu programa para a rede de vídeos.

"Caro Joe, nós estamos com você, seus convidados e sua legião de fãs que querem conversas reais", postou Chris Pavlovski.

"Que tal trazer todos os seus programas para o Rumble, tanto os antigos quanto os novos, sem censura, por US$ 100 milhões ao longo de quatro anos?", completou.

Christopher Pavlovski, CEO do Rumble, postou foto na Casa Branca em meados de fevereiro — Foto: Reprodução/Instagram

Em outro episódio polêmico, em 2023, a plataforma se negou a atender ao Parlamento britânico e interromper a monetização do canal de Russell Brand. O comediante e ex-marido da cantora Katy Perry estava sendo acusado por quatro mulheres de uma série de agressões sexuais.

Segundo a Reuters, Pavlovski disse que, "embora possa ser politicamente e socialmente mais fácil para o Rumble se juntar a uma multidão da cultura de cancelamento", fazer isso seria uma violação dos valores e da missão da empresa.Brand se tornou réu neste mês, em Londres.

Envolvimento com Trump e vice

A Rumble e o grupo de comunicação de Trump têm diversos negócios conjuntos.

A Truth Social, rede social que Trump criou em 2022, após ser banido do então Twitter e suspenso do Facebook, do Instagram e do Youtube, na esteira do episódio da invasão do Capitólio, virou anunciante da plataforma de publicidade da Rumble em 2021.

O grupo de Trump e o Rumble também fecharam um acordo de "tecnologia e serviços em nuvem", que incluía vídeo e streaming para a Truth Social.

Ainda segundo a Reuters, o vice-presidente de Trump, J.D. Vance, investiu no Rumble em 2021, o mesmo ano em que Trump entrou na plataforma.

Também em 2021, outro nome ligado a Trump apostou no zRumble: Peter Thiel. Ele, que também foi um primeiros investidores do Facebook, é conhecido com um dos fundadores da empresa que deu origem ao site de pagamentos on-line Paypal.

Thiel é apoiador antigo de Trump e doou dinheiro para suas campanhas em 2016 e 2020. Ele não tem cargo no atual governo, mas sua influência ajudou a emplacar J.D. Vance como vice.

Outros três nomes da gestão do republicano têm ligação com o Thiel e o site de pagamentos, integrando o grupo ficou conhecido como máfia do Paypal. Entre eles está Elon Musk, responsável por um departamento que recomenda corte de gastos ao governo, onde já coleciona polêmicas.

Zigurats, a comunidade brasileira que se prepara para o dia do Apocalipse

Povoado no interior de Mato Grosso do Sul contesta ciência e constrói pirâmide de 63 metros

A comunidade Zigurats, em Corguinho, Mato Grosso do Sul, acredita em tudo: de ET à tese de que o mundo é convexo. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Os viajantes desavisados que chegam à vila de Zigurats, em Corguinho, no interior de Mato Grosso do Sul, não sabem que nem todos os seus habitantes podem ser vistos a olho nu. Entre as dezenas de casinhas redondas do povoado, erguido num matagal e contornado por uma vista privilegiada do Cerrado, há uma residência em especial que não foi destinada a um ser humano. O nome desse morador é Bilu, o extraterrestre que se popularizou depois de ser retratado por programas de TV a partir de 2009 e que ajudou a projetar o lugar.

A exposição midiática, em geral de forma jocosa, tirou do anonimato os moradores de Zigurats, um tipo de condomínio com 30 residentes fixos e outros 40 temporários que começou a ser construído na virada do século por uma associação chamada Dakila Pesquisas, cujos membros estudam, entre outros assuntos, alienígenas e civilizações antigas. Desde os primeiros programas de TV, cresceu o número de curiosos que visitam o lugar, a cerca de 100 quilômetros de Campo Grande.

O mais novo grande projeto da Dakila foi o lançamento no ano passado de um documentário que coloca em xeque o fato de a Terra ser esférica. Para os moradores de Zigurats, nosso planeta é plano em sua superfície e convexo na “base”. O mundo como o conhecemos, dizem eles, estaria limitado a uma imensa borda de gelo, a Antártida, além da qual existiria uma região ainda inexplorada pela humanidade. Os membros da Dakila a chamam de “Norte Maior”, o continente onde nenhum desbravador jamais colocou os pés.

Urandir Fernandes de Oliveira é o líder em Zigurats e considerado o “pai do ET Bilu”, que teria sido a origem da teoria da Terra convexa. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

“Acreditar que a Terra não é esférica é tão estranho quanto acreditar em extraterrestres. Defender o contrário requer sair do campo da ciência com indícios comprovados por mais de dois milênios e entrar num pensamento mágico”­

Urandir Fernandes de Oliveira, considerado o “pai do ET Bilu”, fundador da Dakila, pode ter uma teoria diferente das ideias convencionais do terraplanismo, que não defendem a existência de novos continentes inexplorados. Em comum, Oliveira concorda que a Terra não tem o formato comprovado pela ciência. E ele não está só. Sete por cento da população brasileira acredita que a Terra seja plana, segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada em julho. Assim como outros terraplanistas, os membros da Dakila apresentam como principal evidência para comprovar a teoria a ideia de planicidade das superfícies aquáticas. Segundo eles, se a Terra fosse de fato curva, um objeto que se afastasse demais ao longo de um plano aquático, como no mar ou num lago extenso, sumiria no horizonte. “Nós fomos no Lago Titicaca ( no Peru ), numa época em que a água está muito gelada, para ela não evaporar, e a gente via a rua lá do outro lado, a 180 quilômetros de distância. Cadê a meleca da curvatura? Não tem. A água é plana, você pode ter certeza”, disse o engenheiro civil Paulo Parra, de 72 anos, membro da Dakila. “Agora imagina chegar para mim, que sou engenheiro civil, baseado na ciência, e falar que a Terra não é redonda? Ô, gente, eu sofri demais.” Alessandro Drago de Oliveira, também autointitulado “pesquisador”, disse que a descoberta da Dakila “acaba com tudo que se sabia sobre astronomia no mundo” e prova que “todos os astrônomos estavam muito, muito errados”.

A pista para a descoberta da Terra convexa, afirmou a professora aposentada Vera Pedrosa, de 70 anos, que largou a vida no Rio de Janeiro para viver na comunidade em Mato Grosso do Sul, pode ter vindo como uma revelação do próprio ET Bilu, durante um contato com uma equipe de TV que foi a Corguinho para tentar captar imagens do ser de outro mundo. “Um repórter veio aqui e ouviu do Bilu que a Terra não era redonda, que a gente tinha de pesquisar mais. O Bilu queria se mostrar para ele, mas o repórter recuou, ficou com medo e não publicou a matéria. Ele tinha a oportunidade de ganhar o prêmio mundial de jornalismo. Era uma notícia que mudaria o mundo”, declarou a ex-professora. “O Bilu disse para buscarem conhecimento, e hoje a internet toda fala sobre isso.”

A ex-atriz gaúcha Lígia Rigo, de 56 anos, mora com o marido Telmo Flores, de 68 anos na vila e acredita que a arquitetura do lugar aumenta a energia. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

A frase que se tornou quase um mote do extraterrestre foi levada a sério pelos membros da Dakila. Eles se definem como “buscadores de conhecimento”, e a mensagem foi até estampada nos caminhões que trabalham nas obras do local. “Nós somos o legado de Bilu”, afirmou Paulo Vieira, de 23 anos, que largou a faculdade de engenharia e foi morar em Zigurats há dois anos. “Eles são erroneamente chamados de ETs, porque são muito mais parecidos com a gente do que os filmes mostram. O termo correto é ser extradimensional. São seres de outra dimensão que simplesmente vibram numa faixa de frequência diferente”, completou.

Acreditar que a Terra não é esférica é tão estranho quanto acreditar em extraterrestres. O conhecimento do formato de nosso planeta é anterior ao nascimento de Jesus Cristo. Defender o contrário requer sair do campo da ciência e de princípios fundamentais da geografia comprovados por mais de dois milênios e entrar num pensamento mágico. Para Vera Jatenco, professora do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), a teoria terraplanista e da Terra convexa não tem pé nem cabeça. “Que a superfície da água não é plana pode muito facilmente ser comprovado, observando um navio que se afasta perpendicularmente ao continente. Primeiramente o casco começa a desaparecer e, aos poucos, o navio todo desaparece, sendo o mastro a última parte a desaparecer. Embora os terraplanistas digam que isso não acontece, esse fenômeno já foi, e tem sido observado, milhares de vezes”, disse.
A sala de estudos tem mapas e internet, mas o acesso a informações é insuficiente para demover os membros da ideia de que a Terra é convexa. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

A comunidade tenta dar um ar científico a suas ideias. Conta com uma pequena casa batizada como Centro Tecnológico de Zigurats (CTZ), um telescópio e as fundações do que deverá ser uma pirâmide de 63 metros. A localização escolhida não foi por acaso. Segundo Oliveira, o fundador, o terreno se encontra no paralelo que está 19 graus a sul do plano equatorial da Terra, “um dos vórtices mais poderosos de energia hoje em dia”. Ele afirmou que nessa faixa são abundantes as aparições de fenômenos não naturais. E também disse acreditar que a imagem de extraterrestres como criaturas macabras foi inventada pelas “lideranças mundiais” para assustar a população.

Pensada para perdurar por mais de 1.000 anos, segundo os membros da comunidade, a vila terá até mesmo um “sistema antiapocalipse”. Quando estiverem prontas, planeja-se que as casas, quase todas em formato de iglus, vão ser interligadas por galerias e corredores subterrâneos, por onde será possível se deslocar sem precisar subir à superfície e estocar comida para longos períodos de crise. A ocupação do lugar tem outras propriedades, disseram alguns moradores. “Até a arquitetura das casas promove um acréscimo de energia”, disse a ex-atriz gaúcha Lígia Rigo, que mora na comunidade com o marido Telmo Flores, de 68 anos.

Os moradores de Zigurats levam a sério a sustentabilidade. Além de evitar ao máximo o consumo de produtos industrializados, dizem se esforçar para plantar a própria comida ou comprá-la das três comunidades quilombolas existentes na região, que produzem alimentos diversos sem agrotóxicos ou demais produtos químicos. Tetos solares ajudam na economia de energia, o lixo orgânico é separado para compostagem e o demais é selecionado para reciclagem.
O relógio de sol fica localizado na entrada da vila. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Nascida no Paraguai, Amanda Riveros, de 60 anos, largou tudo para se mudar para a vila. Ela afirmou que vivia viajando pelos Estados Unidos, fazendo compras para sua loja de perfumes, até que parou para pensar em si mesma. “Minha vida deu uma reviravolta. Perdi família, amigos, trabalho, quando conheci isto aqui. Me chamaram de louca, mas hoje não troco ( Zigurats ) por nada. Se eu pudesse recomeçar minha vida conhecendo isto aqui, seria outra pessoa. Quando você vem para cá, você se conhece. Conquistei uma família aqui. A gente acaba pensando igual, querendo as coisas da mesma forma”, disse a ex-comerciante, antes de começar a chorar, emocionada.

A vida saudável é outra regra seguida à risca. Paulo Vieira, que trabalha no CTZ e monitora os visitantes, declarou que uma das metas da Dakila é alcançar a máxima longevidade da vida humana — talvez até a vida eterna, dizem eles. “A gente se aprofunda, além daquilo que a gente chama de lacunas da ciência, na questão da alimentação, de atividades físicas e do prolongamento da vida. Chegar a 80, 90, 100 anos com saúde”, afirmou Vieira, citando a argila “mágica” da região como uma das promessas para alcançar esse objetivo. O engenheiro Parra vai além. Ele indagou à reportagem de ÉPOCA se haveria surpresa caso ele, daqui a três anos, se encontrasse rejuvenescido, décadas mais jovem. “No futuro, me vejo cabeludo de novo”, comentou ele, tateando a careca.

“A comunidade tem empresas e aposta em produto à base de argila — contendo elementos minerais — com a suposta capacidade de promover o rejuvenescimento”­

A argila de Zigurats é o produto xodó da Dakila, que até abriu uma nova empresa, a Kion Cosmetics, só para vender os cremes de beleza, cuja propaganda está sendo estampada em revistas da região. “Essa argila não tem em outro local. Ela tem uma substância que não é conhecida pela ciência ainda”, afirmou Oliveira, orgulhoso. “Para cosmético, rejuvenescimento da pele, ela é especial, porque tem propriedades eletromagnéticas. Mandamos o material para fora do país. Lá no Canadá eles não conseguiram registrar todos os minerais que ela contém. São mais de 123 elementos, que fogem da tabela periódica que conhecemos”, sustentou Oliveira.
Além da Kion, a comunidade tem outras 12 empresas, entre as quais uma fábrica de cerâmica — para economizar na construção de Zigurats —, uma atacadista de produtos alimentícios, uma varejista de bebidas e uma companhia de construção civil. O capital social de todas as empresas soma cerca de R$ 700 mil, mas Oliveira não dá detalhes de como chegou a essa cifra. Ele jura que todo o financiamento da Dakila vem das mensalidades de R$ 150 pagas pelos 4.500 associados.

A casa em construção em formato de pirâmide será destinada a Urandir Fernandes de Oliveira, o fundador de Zigurats. Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Além do grande apreço pela vida saudável, da desconfiança no governo e nas grandes companhias e da descrença num planeta Terra esférico, os moradores de Zigurats compartilham experiências próprias com Bilu e outros seres de outra dimensão. Oliveira disse que a criatura tem 1,40 metro. Já Vieira deparou com uma versão um pouco mais alta, de aproximadamente 1,70 metro. O aspecto comum, eles concordam, fica por conta da voz, um tanto infantilizada, cuja gravação pode ser encontrada no YouTube.

Questões envolvendo Bilu continuam perseguindo a comunidade até mesmo nessa nova fase, mais voltada para o formato da Terra. Existe uma disputa entre os terraplanistas e o grupo liderado por Oliveira, contou uma moradora de Zigurats. “Alguns até entraram para nossas pesquisas e continuam defendendo a Terra plana”, disse ela. A explicação para a teimosia em não aceitar a teoria de Oliveira seriam feridas religiosas da época em que o ET Bilu ganhou notoriedade na imprensa. “Como eles ( terraplanistas ) são muito ligados à religião, e a maioria é evangélica, eles acham que ET é demônio. Então eles não aceitam de jeito nenhum. Tem gente que acha que é farsa, você acredita?”

domingo, 16 de fevereiro de 2025

“O show de Janja custa caro”, afirma Estadão em editorial


Janja no festival de música Ação Global Contra a Fome e a Pobreza Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em editorial intitulado O Show de Janja Custa Caro, o jornal O Estado de S. Paulo expôs que os eventos paralelos à Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, que tiveram a liderança da primeira-dama Janja da Silva na organização, custaram “muito mais” do que a própria reunião entre os chefes de Estado.

De acordo com levantamento feito via Lei de Acesso à Informação, o G20 Social e o festival de música Ação Global Contra a Fome e a Pobreza, que ganhou apelido de Janjapalooza, obtiveram R$ 27,2 milhões e R$ 28,3 milhões, respectivamente. Já a cúpula dos chefes de Estado mundiais custou R$ 13 milhões.

O periódico ainda criticou o engajamento milionário de estatais nos projetos, que doaram juntas um total de R$ 83,45 milhões. Participaram do contrato de cooperação com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (Caixa), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras.

– Sob o beneplácito do presidente da República, Janja fez da Cúpula do G20, evento de importância estratégica para o Brasil, uma vitrine para a promoção de interesses pessoais e partidários. Ademais, o desvio de foco e a submissão das direções do BB, da Caixa, do BNDES, da Petrobras e de Itaipu Binacional ao governo de turno expõem a renitente fragilidade da gestão pública no país, que, ao que parece, se deixa degradar em prol de uma agenda política particular – disse o jornal.

Embora não tenha assinado o contrato de cooperação, a Itaipu Binacional, onde Janja trabalhou, também fez doações para os eventos, que somaram R$ 15 milhões.

O veículo de imprensa finalizou sua crítica observando que o Brasil não merece a “condenação perpétua ao patrimonialismo que o aferra ao atraso”.

– Merece um governo com responsabilidade e compromisso com o bem comum, não com a defesa de projetos pessoais, partidários ou ideológicos – concluiu

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Lagoa da Conceição, em Florianópolis, tem concentração de cocaína entre as mais altas do mundo


Segundo pesquisadora que coordenou estudo, a concentração está entre as mais altas reportadas no mundo. Local é um dos principais pontos turísticos da capital, usado para banho, passeio e pescaria.

Por Caroline Borges, g1 SC

Pesquisadores da UFSC identificam até cocaína em água da Lagoa da Conceição

Imagens aéreas mostram alagamento na Lagoa da Conceição, em Florianópolis 
— Foto: Corpo de Bombeiros/ Divulgação

A Lagoa da Conceição, em Florianópolis, está contaminada com cocaína, e em concentrações que estão entre as mais altas reportadas no mundo, segundo pesquisa desenvolvida e divulgada pela Universidade Federal Santa Catarina (UFSC) nesta quinta-feira (13). O resultado impacta a fauna e flora locais (leia abaixo quais são os riscos).

Além da droga, o estudo encontrou cafeína, diferentes tipos de medicamentos antibióticos e analgésicos. Ao todo, foram 35 "contaminantes emergentes", nome dado às substâncias de uso diário, como cosméticos e produtos de higiene pessoal que são despejados na água.

Professora do departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, Silvani Verruck explica que os índices de cocaína e da benzoilecgonina (principal metabólito da droga) na lagoa são "surpreendentes, mas esperados", já que as substâncias são liberadas pelos humanos na urina e fezes e foram encontradas em outras pesquisas, como a que achou os ilícitos em tubarões da Bacia de Santos. A pesquisa de Santa Catarina usou metodologia semelhante.

"São dados bastante expressivos. Claro, a pesquisa chamou a atenção por causa da cocaína, mas a gente tem um número muito grande de medicamentos, além de outros produtos, inclusive as drogas ilícitas, principalmente a cocaína e outros derivados.", disse.

 Como eles chegaram na lagoa? Apesar do estudo não focar em como as substâncias chegaram ao local, a pesquisadora explica que uma possibilidade é o esgoto não tratado, o descarte ilegal direto na água, ou até mesmo de embarcações.

Procurada, a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Capital afirmou que os "resultados refletem os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente". Já a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) disse que a condições acontecem por causa do "crescimento populacional e o descarte inadequado de esgoto" (leia íntegra da nota mais abaixo).

Os pesquisadores ainda não divulgaram os números e outros dados quantitativos sobre a droga e seus derivados, pois organizam outro artigo para publicação com os dados. A expectativa é de que o estudo seja publicado ainda neste ano.

Cafeína e remédios

O estudo mencionou ainda o encontro da cafeína em maior concentração, seguida pela ciprofloxacina, antibiótico utilizado em infecções causadas por bactérias. A clindamicina, outro antibiótico, e o diclofenaco também foram detectados. Para a professora, essas substâncias preocupam

"Nós temos algumas substâncias, os antibióticos, que acabam sendo bastante resistentes. É algo que nos chama a atenção porque muito provavelmente, em algumas concentrações, eles vão sim afetar a flora local, e fauna local, os peixes, siris", explicou.

Lagoa da Conceição, em Florianópolis, está contaminada com cocaína: dados 'surpreendentes, mas esperados' — Foto: Divulgação/PMF

Balneabilidade e risco de consumo

Em relação à balneabilidade, a pesquisadora explica que os contaminantes emergentes identificados na lagoa "não são considerados para o estabelecimento da qualidade de banho no locais". O Instituto do Meio Ambiente (IMA) avalia nove pontos do espaço semanalmente com base na concentração de coliformes fecais.

Na última avaliação, na sexta-feira (7), dois dos nove pontos estavam impróprios para o banho. Em resposta ao estudo, o IMA destacou que o trabalho de balneabilidade é diferente da pesquisa apresentada pela UFSC e que os critérios para nos locais segue o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) (leia nota na íntegra abaixo).

Em relação ao consumo, o estudo não mostrou risco do pescado da região. "Então, quanto a isso, o monitoramento contínuo seria o mais importante para seguir avaliando a segurança. Por ora, quanto aos contaminantes avaliados, o consumo humano é seguro", disse a pesquisadora.

Ambientalista em Florianópolis, o também professor da UFSC Paulo Horta explica que na prática, a pesquisa é um indicativo de que o "sistema de saneamento é ineficiente. Além destes contaminantes, temos metais pesados e outro xenobióticos, que fazem mal para a saúde da fauna e flora, e claro faz muito mal para a saúde de banhistas entre outros usuários".

Pesquisa

O estudo faz parte do Programa de Recuperação Ambiental proposto pela Casan como forma de compensar as consequências do desastre ambiental provocado após o rompimento da lagoa artificial de infiltração que recebe efluente tratado da Estação de Tratamento de Esgotos da região. Veja outras informações da pesquisa abaixo:

➡️ Início em a partir do início de 2021.
🗺️ Colaboração do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA);
📚 Publicada em 1º de fevereiro de 2025 na revista Science of the Total Environment;
💰 Financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação de SC (Fapesc);
👩‍🔬 🧑‍🔬 Integrantes: Alice Cristina da Silva; Luan Valdemiro Alves de Oliveira; Luan Amaral Alexandre, Mateus Rocha Ribas, Juliana Lemos Dal Pizzol, Gustavo Rocha, Jussara Kasuko Palmeiro, Maurício Perin, Maurício Perin, Rodrigo Hof, Silvani Verruck

As amostras foram coletadas em pontos estratégicos da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, considerando áreas próximas à estação de tratamento de esgoto, às áreas urbanizadas e às regiões de maior biodiversidade.

Busca por solução

O objetivo do estudo é avaliar o impacto ambiental no local, que é um espaço bastante urbano, além de apresentar iniciativas para mitigar ou resolver o problema no local. Por isso, em paralelo à análise o grupo desenvolveu e aperfeiçoa uma ferramenta mais eficiente para o tratamento da água.

O equipamento é chamado de "REACQUA", foi desenvolvido pela UFSC e usa um sistema de destilação de água a base de luz solar para reuso da água limpa.

"A gente fez alguns testes de remoção [das substâncias encontradas na água contaminada] e consegue ele [sistema REACQUA] consegue ir superbem. Só que claro, é um processo que a gente ainda está otimizando, pois ainda é lento. Agora, a gente quer destilar essa água em maior escala", explica a professora.

Doutorando Luan Valdemiro Alves de Oliveira, que participou da pesquisa, ao lado do sistema REACQUA — Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

O que diz a prefeitura de Florianópolis

A Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informa que tomou conhecimento do estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre a presença de contaminantes emergentes na Lagoa da Conceição e irá analisar os dados apresentados. A partir dessa avaliação, serão adotadas as providências cabíveis dentro da competência da Secretaria, em diálogo com os órgãos responsáveis pelo saneamento e pela preservação ambiental.

Os resultados refletem os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente. Reafirmamos nosso compromisso com a qualidade da água e a proteção do ecossistema local, além da importância do monitoramento contínuo e da busca por soluções para minimizar esses efeitos e promover um desenvolvimento mais sustentável.

O que diz a Casan

A CASAN informa que o efluente tratado na Estação de Tratamento de Esgoto da Lagoa da Conceição é destinado à Lagoa de Evapoinfiltração (LEI), não sendo lançado na Lagoa da Conceição. Os resultados apresentados pela UFSC não têm relação com o efluente tratado pela CASAN.

A Companhia destaca ainda, que neste ano divulgou o resultado do monitoramento feito ao longo de quatro anos. O acompanhamento foi iniciado após o acidente na encosta de dunas da LEI em janeiro de 2021, quando foram registrados 422,3 milímetros de chuva, enquanto o esperado era de 138,6 milímetros. Foram analisadas características físicas, químicas e microbiológicas de amostras de água salobra, de sedimento, da biota aquática (plâncton e bentos), além de toxicidade da água e sedimentos da Lagoa da Conceição.

Os resultados indicam que a qualidade da água varia entre as diferentes regiões da lagoa, e o acidente não deve ser considerado responsável por essas alterações, uma vez que a água da lagoa já se renovou pelo menos quatro vezes nesse período. As condições observadas são influenciadas, principalmente, por fatores como o crescimento populacional e o descarte inadequado de esgoto.

O que diz o IMA

A análise feita pelo IMA segue os critérios de balneabilidade em águas brasileiras, exigidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e tem o objetivo de informar aos banhistas os pontos considerados seguros, do ponto de vista sanitário, também serve para auxiliar os gestores municipais na área de saneamento básico, na tomada de decisões sustentáveis e em relação à necessidade de se investir em ações voltadas ao esgotamento sanitário, sejam elas estruturais ou estruturantes, preventivas ou corretivas.

Metodologia e legislação

As amostras são analisadas pelo método fluorogênico tendo como substrato o Colilert-18, conforme diretrizes do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 24ª edição, Método 9223 B que consiste na quantificação dos coliformes totais e Escherichia coli. Conforme a Resolução Conama nº 274, de 29 de novembro de 2000, o ponto é considerado “PRÓPRIO” quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros. O ponto é considerado “IMPRÓPRIO” quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior a 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.

O monitoramento realizado pelo IMA considera, em especial, a qualidade sanitária das águas buscando informar aos usuários a propriedade ou impropriedade do ponto de vista sanitário.

Portanto, são análises e trabalhos diferentes.

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