sábado, 28 de junho de 2014

Juiz mostra em livro como financiamento privado alimenta e perpetua corrupção

    Ao iG, Márlon Reis afirma que sistema eleitoral brasileiro está morto e diz esperar que sua obra sirva para romper imobilismo
 
                
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    O juiz Márlon Reis, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que conseguiu a aprovação da Ficha Limpa,
Realisticamente estarrecedor, o relato do juiz Márlon Reis no livro     “O Nobre Deputado” (Editora Leya) desvenda o processo de corrupção alimentado por campanhas eleitorais bancadas pelo financiamento privado. A descrição de Cândido Peçanha, deputado fictício criado pelo autor para dar voz a seus entrevistados, mostra a política como alavanca de negócios e da corrupção eleitoral para manter feudos. As confissões não poupam nem o eleitor, sem o qual o sistema não existiria.“Emendas parlamentares, licitações arranjadas, convênios fraudulentos e todos os esquemas para desviar dinheiro público para campanha de nada valeriam se não houvesse eleitores dispostos a vender seus votos”, diz Peçanha. “Você é um hipócrita. Se não votou por dinheiro, é minoria, como são minoritários os que não compram voto”, provoca.
    Segundo Reis, que é fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que conseguiu a aprovação da Ficha Limpa, a engrenagem da corrupção começa com a compra e o controle do voto nos currais, onde o eleitor é rigorosamente monitorado pelos cabos eleitorais pagos. Financiado por empresas com interesse no setor público, o deputado já chega à Câmara com o compromisso de honrar o investimento.
“Ninguém doa dinheiro algum. O que existe de fato é um adiantamento de recursos para o candidato”, esclarece Peçanha. O financiamento, na verdade, é uma espécie de namoro que definirá o casamento ao longo de um mandato voltado para tirar vantagem dos cofres públicos.

“Todo altruísmo é desfaçatez. Na política não há espaço para ingênuos e sonhadores. A política é movida a dinheiro e poder. Dinheiro compra poder, e poder é uma ferramenta poderosa para se obter dinheiro. (...) Os novatos que ingressam com ilusões de mudanças são cooptados ou cuspidos pelo sistema”, descreve Márlon Reis na boca de seu personagem.Segundo ele, o voto secreto é um mito. É rigorosamente controlado por cabos eleitorais nas secções com menor número de eleitores, como num caso na Serra Gaúcha, onde o candidato comprou voto distribuindo notas de R$ 50 cortadas ao meio, conforme afirma o juiz. O livro será lançado nesta sexta-feira (27), na Livraria Cultura, em São Paulo.

iG: Por que o senhor escolheu esse tema?
Márlon Reis: Há muitos anos pesquiso o tema da compra de votos, que passei a acompanhar mais de perto desde a conquista da primeira lei de iniciativa popular aprovada no Brasil, em 1999. Foi fruto de um movimento muito intenso iniciado pela Igreja Católica. Acabou por motivar diversas pessoas como eu a conferir maior importância ao tema. Desde então me tornei um estudioso do assunto. Em 2005, comecei a desenvolver estudos na Espanha e ainda este ano espero defender minha tese de doutorado, sempre sobre a corrupção nas eleições. Publiquei em 2006 meu primeiro livro, pela editora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), já tratando dessa problemática. E não parei mais de estudar, proferir palestras e publicar livros e artigos.

                    
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                    Capa do livro do juiz Márlon Reis

iG: Como o senhor avalia o fato de que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), entrará com uma ação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o livro?
Márlon Reis: Reivindico meu direito à liberdade de expressão. Eles (os deputados) vão compreender melhor quando o livro, ainda não lançado, for lido. Minha pregação nunca foi colocar todos na mesma vala comum. Sempre digo que o sistema é falho e tem permitido a corrupção. Não generalizo. Não temo (a ação). O CNJ certamente não deixará de zelar pelo direito constitucional da livre expressão.

iG: Quantas pessoas o senhor entrevistou?
Márlon Reis: O livro nasceu de muitas pesquisas que realizei na última década. Cheguei a algumas conclusões por meio de pesquisas que envolveram centenas de pessoas e foram realizadas, em parte, sob patrocínio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no Projeto Pensando o Direito. Para confirmar minhas observações, decidi tentar encontrar políticos dispostos a falar sobre as práticas ilícitas que tornam possível a conquista de um mandato. Essa foi a etapa mais difícil, pois envolvia encontrar pessoas dispostas a falar sobre crimes que elas próprias cometeram. Um dos ouvidos, só para exemplificar, voltará a atuar agora em 2014 como agente de mobilização de eleitores por meio da compra de votos. Ele conhece e opera todas as ferramentas da conversão de dinheiro em votos. Já “coordenou” diversas campanhas apenas fazendo isso.

iG: Que contribuição o livro pode dar para a política?
Márlon Reis: O livro contém informações chocantes. Ele pode ajudar o eleitor a identificar um “Cândido Peçanha” quando algum deles se aproximar pedindo votos. Mas também se presta a demonstrar a urgência da Reforma Política. Se existem parlamentares eleitos da forma descrita no livro, isso é em grande parte culpa de um sistema eleitoral ultrapassado, que não pode continuar a existir. Uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) demonstra que os eleitos recebem doações em volume cinco vezes superior aos derrotados. E esse dinheiro - pasmem - vem todo de empresas (como empreiteiras, mineradoras, hospitais privados) diretamente interessadas em influir nas decisões do Congresso para ter acesso a verbas e regalias. Precisamos urgentemente superar o atual modelo político. O sistema eleitoral brasileiro está morto. Espero que o livro sirva para romper o imobilismo. A Reforma Política não sairá por benemerência dos atuais integrantes do Parlamento.

iG: O livro não chega um tanto atrasado, levando em conta que a Copa do Mundo e a pré-campanha estão a todo vapor?
Márlon Reis: O livro teve seu próprio tempo de maturação. Não levei em conta outros aspectos senão o tempo de que eu necessitava para pesquisar e escrever. É um livro sucinto, objetivo, que teve suas palavras pensadas milimetricamente para informar sem se tornar enfadonho como um artigo acadêmico. Não o escrevi pensando nas eleições de 2014. Escrevi preocupado com a qualidade da democracia brasileira, que não estará bem enquanto as regras atuais, baseadas nas doações por oligopólios, continuarem a ser a base das campanhas.

iG: Por que o senhor não tratou do papel do Executivo e do Judiciário, sem os quais não existiria eleitor vendendo voto, financiadores e políticos corruptos? Por que o Senado ficou de fora?
Márlon Reis: Neste livro tive como foco os parlamentos federal e estaduais. Considero o parlamento o centro da democracia. É o seu apogeu. Dentre as duas Casas do Congresso Nacional, chama-me mais a atenção a Câmara, por conta do número de membros e de sua composição segundo um sistema falido, que é o modelo proporcional de listas abertas atualmente adotado no Brasil. Mas não descarto realizar pesquisas similares sobre outros âmbitos da institucionalidade democrática no futuro.

iG: O enfrentamento à corrupção está mudando?
Márlon Reis: Sim. Está mudando na cabeça da sociedade em ritmo muito mais acelerado que nas nossas instituições. Por isso creio que logo chegará um momento de ruptura. Ou fazemos as mudanças de que necessitamos para responder aos anseios da sociedade por lisura e transparência ou condenaremos o parlamento a ver sua imagem cada vez mais amesquinhada.

iG: O sistema atual resiste a mais uma eleição?
Márlon Reis: O atual modelo eleitoral está morto, mas precisa ser definitivamente sepultado. Ninguém ganha com regras eleitorais responsáveis pela eleição de pessoas que sequer tiveram votos suficientes para legitimar os mandatos conquistados. Quase todos os deputados foram beneficiados por fórmulas matemáticas que permitem que se beneficiem dos votos concedidos a outros. Esse sistema é tão ineficiente quando deslegitimante. É tão opaco que flerta escancaradamente com a inconstitucionalidade. Felizmente estou certo de que na próxima eleição, graças ao julgamento de ação em curso do Supremo Tribunal Federal, não mais teremos esse grave erro que é a doação empresarial.

iG: Os eleitos em 2014 representarão a população?
Márlon Reis: Não. Eles representarão, salvo exceções, os conglomerados econômicos que bancaram as suas candidaturas. Candidatos vocacionados para a política e que não estejam dispostos a mercadejar seus mandatos ficarão de fora do Congresso mais uma vez.

Por Vasconcelo Quadros - iG São Paulo | 26/06/2014 10:00

O Patrão Nosso de Cada Dia

                                                           Secos & Molhados
Eu quero o amor
Da flor de cactus
Ela não quis

Eu dei-lhe a flor
De minha vida
Vivo agitado

Eu já não sei se sei
De tudo ou quase tudo
Eu só sei de mim
De nós
De todo o mundo

Eu vivo preso
A sua senha
Sou enganado

Eu solto o ar
No fim do dia
Perdi a vida

Eu já não sei se sei
De nada ou quase nada

Eu só sei de mim
Só sei de mim
Só sei de mim

Patrão nosso
De cada dia
Dia após dia

Neymar vence ação e Justiça manda suspender venda da revista Playboy

Atacante processou Playboy, que traz na edição de junho de 2014 uma capa com Patrícia Jordane, a "A morena que encantou Neymar"
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Enquanto Neymar luta para levar a Seleção Brasileira ao hexa, o estafe do atacante age para preservar a imagem do maior astro atual do futebol brasileiro. O camisa 10 do Brasil ganhou na Justiça uma ação movida contra a revista Playboy, que usa seu nome na edição de junho de 2014. A 3a Vara Cível de São Paulo determinou nesta quarta-feira a suspensão imediata das vendas.
A capa da publicação traz a morena Patrícia Jordane, que afirma ter tido um relacionamento com Neymar. Em nota oficial, o atacante diz que a revista “além de divulgar uma mentira sobre a vida pessoal do Neymar Jr., utilizou indevidamente o seu nome, ou seja, sem a autorização da NR SPORTS, empresa dos pais do atleta e única detentora dos direitos de exploração da imagem, nome e seus atributos”.
A Justiça também determinou à editora Abril o recolhimento do exemplares que estão nas bancas, com a capa “A morena que encantou Neymar”. Se não for cumprida a decisão, a multa determina é de R$ 10 mil por dia. A revista também não pode mais ser veiculada de forma publicitária.
Fonte: Lancenet

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Argentinos assam parrilla em carrinho de supermercado no RS

25/06/2014 18h33 - Atualizado em 25/06/2014 18h48

Dupla montou estrutura improvisada para preparar as carnes.

Estrangeiros comemoram vitória de 3 a 2 diante da Nigéria, no Beira-Rio.


Vinícius Guerreiro

Do G1 RSArgentinos fazem 'parrilla' em carrinho de supermercado (Foto: Vinícius Guerreiro/G1)

Depois de ver a vitória da Argentina por 3 a 2 sobre a Nigéria, uma dupla de torcedores do país vizinho resolveu comemorar no melhor estilo: com uma parrilla, o famoso churrasco do país sul-americano. No largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa, eles demonstraram criatividade ao colocar as carnes e o fogo em um carrinho de supermercado.
Cabajara Jose, de 44 anos, e Marco Garrido, de 45, usaram tijolos para acomodar o carvão na estrutura. Os dois dormem na cidade e deixam a capital gaúcha nesta quinta. "Estamos fazendo uma parrilla para comemorar. Voltamos amanhã para Córdoba" contou Cabajara ao G1.
Parrilla churrasco argentina porto alegre (Foto: Vinícius Guerreiro/G1)Argentinos comemoram com "parrilla"
(Foto: Vinícius Guerreiro/G1)
A movimentação dos estrangeiros é grande. Na Fan Fest, por exemplo, um novo telão foi instalado na Orla do Guaíba para possibilitar que mais torcedores pudessem assistir à partida que garantiu a classificação argentina em primeiro lugar no Grupo F.
Na saída do estádio Beira-Rio, palco da partida, os argentinos puderam circular sem transtornos. Logo após o término, a multidão de torcedores seguiu para diferentes pontos de Porto Alegre, principalmente para ruas e bares da Cidade Baixa.
Invasão argentina no Beira-Rio
Desde as primeiras horas da manhã, torcedores argentinos lotam o Caminho do Golem Porto Alegre em direção ao Beira-Rio. Ao contrário dos outros jogos, uma grade foi colocada entre o estádio e a Avenida Padre Cacique. O objetivo era deixar os torcedores um pouco mais longe e montar uma barreira de proteção do Batalhão de Operações Especiais (BOE).
O esquema funciounou e não houve invasões ao perímetro limitado pelas barreiras. Fora da área delimitada, porém, houve incidentes. Em um dos casos, um torcedor catarinense foi atacado por um grupo de pessoas, alguns usando camisas da Argentina. Ele teve uma sacla e o ingresso roubados pelos agressores.

"Em Família" terá beijo gay entre Giovanna Antonelli e Tainá Müller nesta segunda

Cena já foi gravada e deve ir ao ar nesta segunda-feira, em episódio que Marina pede Clara em casamento

"Em Família" terá beijo gay entre Giovanna Antonelli e Tainá Müller nesta segunda Globo/Divulgação
Tainá Müller e Giovanna Antonelli já gravaram a cena em que suas personagens se beijamFoto: Globo / Divulgação
As portas foram abertas Niko e Félix em Amor à Vida, no ano passado. Agora, é a vez das mulheres. O segundo beijo gay da história das novelas da Globo acontecerá nesta segunda-feira, entre Clara(personagem de Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller), da novelaEm Família.
Na cena, Marina compra uma aliança e dá de presenta para a namorada, que fica surpresa e feliz. No estúdio de fotografia da personagem vivida por Tainá, ela pede que a namorada use o anel na mão direita e mostra um igual em seu dedo.
Vanessa, vivida pela atriz Maria Eduarda de Carvalho, surge no momento romântico e comenta a situação de maneira sarcástica. Quando Vanessa vai embora, Marina diz que gostaria que ela fosse madrinha delas – momento em que Clara percebe que aquilo é, de fato, um pedido de casamento. Clara vibra e aceita o pedido. É quando Marina põe a aliança no dedo de Clara e as duas se beijam.
by clickRBS

Onda de suicídios assusta

Em um ano, 11 agentes da PF tiraram a própria vida. Atualmente, policiais morrem mais por suicídio do que durante combate ao crime. Conheça as possíveis causas desse cenário dramático

Josie Jeronimo e Izabelle TorresChamada.jpg
DRAMA 
Em 40 anos, 36 policiais federais perderam a vida no cumprimento da função. 
Um terço desse total morreu por suicídio apenas entre 2012 e 2013
Vista do lado de fora, a Polícia Federal é uma referência no combate à corrupção e ainda representa a elite de uma categoria cada vez mais imprescindível para a sociedade. Vista por dentro, a imagem é antagônica. A PF passa por sua maior crise interna já registrada desde a década de 90, quando começou a ganhar notoriedade. Os efeitos disso não estão apenas na queda abrupta do número de inquéritos realizados nos últimos anos, que caiu 26% desde 2009. Estão especialmente na triste história de quem precisou enterrar familiares policiais que usaram a arma de trabalho para tirar a própria vida. Nos últimos dez anos, 22 agentes da Polícia Federal cometeram suicídio, sendo que 11 deles aconteceram entre março de 2012 e março deste ano: quase um morto por mês. O desespero que leva o ser humano a tirar a própria vida mata mais policiais do que as operações de combate ao crime. Em 40 anos, 36 policiais perderam a vida no cumprimento da função. Para traçar o cenário de pressões e desespero que levou policiais ao suicídio, ISTOÉ conversou com parentes e colegas de trabalho dos mortos. O teor dos depoimentos converge para um ponto comum de pressão excessiva e ambiente de trabalho sem boas perspectivas de melhoria.
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FALTA DE ESTRUTURA
Agentes trabalham amordaçados em protesto contra condições desumanas de trabalho
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB) no ano passado mostrou que por trás do colete preto, do distintivo, dos óculos escuros e da mística que transformou a PF no ícone de polícia de elite existe um quatro grave. Depressão e síndrome do pânico são doenças que atingem um em cada cinco dos nove mil agentes da Polícia Federal. Em um dos itens da pesquisa, 73 policiais foram questionados sobre os motivos das licenças médicas. Nada menos do que 35% dos entrevistados responderam que os afastamentos foram decorrentes de transtornos mentais como depressão e ansiedade. “O grande problema é que os agentes federais se submetem a um regime de trabalho militarizado, sem que tenham treinamento militar para isso. Acreditamos que o problema está na estrutura da própria polícia”, diz uma das pesquisadoras da UnB, a psicóloga Fernanda Duarte.

O drama dos familiares dos policiais que se suicidaram está distribuído nos quatro cantos do País. A última morte registrada em 2013 ainda causa espanto nas superintendências de Roraima, onde Lúcio Mauro de Oliveira Silva, 38 anos, trabalhou entre dezembro do ano passado e março deste ano. Mauro deixou a noiva no Rio de Janeiro para iniciar sua vida de agente da PF em Pacaraima, cidade a 220 quilômetros de Boa Vista. Nos 60 dias em que trabalhou como agente da PF, usou o salário de R$ 5 mil líquidos para dar entrada em financiamento de uma casa e um carro. O sonho da nova vida acabou com um tiro na boca, na frente da noiva. Cinco meses se passaram desde a morte de Mauro e o coração de sua mãe, Olga Oliveira Silva, permanece confuso e destroçado. “A Federal sabia que ele não tinha condições de trabalhar na fronteira. Meia hora antes de morrer, ele me ligou e disse: Mainha, eu amo a senhora. Perdoa eu ter vindo pra cá sem ter me despedido”.
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Relatos de colegas de Mauro dão conta que ele chegou a sofrer assédio moral pela pouca produtividade, situação mais frequente do que se poderia imaginar. Como ele, cerca de 50% dos agentes federais já chegaram a relatar casos de assédio praticados por superiores hierárquicos. Essas ocorrências, aliadas a fatores genéticos, à formação de cada um e à falta de perspectivas profissionais, são tratadas por especialistas como desencadeadoras dos distúrbios mentais. “A forma como a estrutura da polícia está montada tem causado sofrimento patológico em parte dos agentes. Há dificuldades para enfrentar a organização hierárquica do trabalho. As pessoas, na maioria das vezes, sofrem de sentimentos de desgaste, inutilidade e falta de reconhecimento. Não é difícil fazer uma ligação desse cenário com as doenças mentais”, afirma Dayane Moura, advogada de três famílias de agentes que desenvolveram doenças psíquicas.
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Os distúrbios mentais e a ocorrência de depressão em policiais são geralmente invisíveis para a estrutura da Polícia Federal. De acordo com o Sindicato dos Policiais do Distrito Federal, há apenas cinco psicólogos para uma corporação de mais de dez mil pessoas. Não há vagas para consultas e tampouco acompanhamento dos casos. Foi nessa obscuridade que a doença do agente Fernando Spuri Lima, 34 anos, se desenvolveu. Quando foi encontrado morto com um tiro na cabeça, em julho do ano passado, a Polícia Federal chegou a cogitar um caso de vingança de bicheiros, uma vez que ele tinha participado da Operação Monte Carlo. Dias depois, entretanto, descobriu-se que Spuri enfrentava uma depressão severa há meses. O pai do agente, Fernando Antunes Lima, reclama da falta de estrutura para um atendimento psicológico no departamento de polícia. “Os chefes estão esperando quantas mortes para tomar uma ação? Isso é desumano e criminoso”, diz ele.

O drama de quem perdeu um familiar por suicídio não se limita aos jovens na faixa dos 30 anos. Faltavam dois anos para Ênio Seabra Sobrinho, baseado em Belo Horizonte, se aposentar do cargo de agente da Polícia Federal. Com histórico de transtorno psicológico, o policial já havia comunicado à chefia que não se sentia bem. Solicitou, formalmente, ajuda. Em resposta, a PF mandou dois agentes à sua casa para confiscar sua arma. Seabra foi então transferido para o plantão de 24 horas, quando o policial realiza funções semelhantes às de um vigia predial. A missão é considerada um castigo, pois não exige qualquer treinamento. No dia 14 de outubro de 2012, Seabra se matou, aos 49 anos. Apesar de estar perto da aposentadoria, a família recebe pensão proporcional com valor R$ 2 mil menor do que os vencimentos do agente, na ativa.
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Fruto de uma especial combinação de fatores negativos, internos e externos, o suicídio nunca foi uma tragédia de fácil explicação para a área médica nem para estudiosos da vida social. Lembrando que toda sociedade, em qualquer época, tem como finalidade essencial defender a vida de seus integrantes, o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) demonstrou que o suicídio é a expressão mais grave de fracasso de uma comunidade e que raramente pode ser explicado por uma razão única. Ainda que seja errado apontar para responsabilidades individuais, a tragédia chegou a um nível muito grande, o que cobra uma resposta de cada parcela do Estado brasileiro que convive com esse drama.
fotos: Cesar Greco / Foto arena; Adriano Machado
by Isto É

Delegado se mata no prédio da PF na Capital

GABRIEL MAYMONE, MILENA CRESTANI E VÂNYA SANTOS    26/06/2014 22h43

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Foto: Reprodução
Eduardo Jaworski
O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Edgar Marcon, confirmou o suicídio do delegado Eduardo Jaworski Lima, com um tiro no peito, na noite desta quinta-feira (26), em sua sala, no terceiro andar do prédio da superintendência da PF, em Campo Grande.
Eduardo Jaworski tinha aproximadamente 15 anos de carreira na PF e estava há dois anos em Campo Grande, de onde veio transferido de São Paulo.
Ele estava a frente da delegacia regional de Combate ao Crime Organizado e era o segundo homem na hierarquia da superintendência. Ele deixa uma filha de dois anos.
A perícia esteve no local para fazer os levantamentos.
*Editada às 23h26min para atualização

Funerária em frente à superintendência da Polícia Federal - Foto: Milena Crestani 
by Correio do Estado

Lagarto deixa 'boca do avesso' em mecanismo de defesa bizarro

27/06/2014 06h00 - Atualizado em 27/06/2014 06h00

Animal projeta a pele dos cantos da boca para intimidar predadores.

Fotógrafo Milan Zygmunt registrou criatura bastante incomum.

Do G1, em São Paulo
O fotógrafo Milan Zygmunt, de 35 anos, registrou uma criatura bizarra no deserto, que tem um método de defesa e intimidação bastante incomum, ao deixar sua boca do “avesso” para assustar outros animais.
Phrynocephalus mystaceus, popularmente conhecido como “lagarto-dragão”, projeta a pele dos cantos da boca deixando sua aparência assustadora para possíveis predadores.
Além disso, o lagarto começa a fazer barulho e pular de um lado para o outro para intimidar seus inimigos. Milan chegou a dizer que o animal parecia um cachorro do jeito que estava se comportando.
Lagarto fica com 'boca do avesso' ao se sentir intimidado (Foto: Milan Zygmunt, Solnet/The Grosby Group)Lagarto fica com 'boca do avesso' ao se sentir intimidado (Foto: Milan Zygmunt, Solnet/The Grosby Group)
Phrynocephalus mystaceus, popularmente conhecido como “lagarto-dragão”, usa a pele dos cantos da boca como mecanismo de defesa bizarro (Foto: Milan Zygmunt, Solnet/The Grosby Group)Phrynocephalus mystaceus, popularmen 

Falha em frigorífico causa 'rio de sangue' em Lençóis Paulista

27/06/2014 13h31 - Atualizado em 27/06/2014 16h24

Coloração vermelha na água assustou os moradores da região. 

Cetesb foi informada do problema, mas ainda não fiscalizou o local.

Do G1 Bauru e Marília
Sangue foi despejado no rio Lençóis (Foto: Arquivo pessoal/TEM Você)Sangue foi despejado no rio Lençóis (Foto: Arquivo pessoal/TEM Você)
Uma mancha vermelha no Rio Lençóis assustou moradores da cidade deLençóis Paulista. Um deles registrou a mancha na água e enviou ao TEM Notícias. As imagens, feitas na quinta-feira (26), mostram as águas com uma colaração vermelha, parecida com sangue.
Nesta sexta-feira (27), por meio de nota, a empresa Frigol assumiu que houve uma falha operacional no processo dos efluentes e ocorreu um vazamento de dejetos orgânicos no rio por um período de 5 minutos.
Segundo informações da empresa, a mancha se trata realmente de sangue. O frigorífico informou ainda que a falha foi contida a tempo e para evitar qualquer problema à população e ao meio ambiente.
A Cetesb também foi informada do problema, mas até a publicação desta reportagem não havia dado um parecer sobre o assunto. O órgão também informou ainda não foi ao local para apurar a situação, pois não recebeu nenhuma denúncia
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Alemães são detidos por trocar de roupa no saguão do aeroporto, em PE

27/06/2014 11h31 - Atualizado em 27/06/2014 11h31

Eles prestaram depoimento e foram liberados; inquérito deve durar 30 dias.

Testemunha que trabalha em estande próximo registrou situação em vídeo.

Do G1 PE
A Delegacia do Turista do Aeroporto Internacional dos Guararapes, noRecife, investiga as imagens em vídeo de um grupo de alemães que trocaram de roupa no saguão do local, na noite da quinta-feira (26). Segundo relato de testemunhas, eles abriram as malas e trocaram de roupa no térreo do aeroporto, ficando de roupa íntima em público; o vídeo mostra um deles de cueca, vestindo uma calça. De acordo com o plantão da delegacia, foi aberto um inquérito para investigar a conduta dos turistas.
O caso aconteceu por volta das 18h e o grupo de nove turistas alemães estaria voltando do jogo ocorrido na Arena Pernambuco, contra os Estados Unidos. A estudante Gabriela Borba, que trabalha em um dos estandes do aeroporto durante a Copa, conta que eles pegaram as malas no guarda-volumes  e começaram a trocar de roupa no saguão. “Eles não aparentavam estar bêbados e voltavam da Arena. Foram para o guarda-volumes, pegaram as malas e foram para a parte de trás do nosso estande. Lá eles começaram a tirar os tênis e depois as camisas. Tinha mais três colegas de trabalho comigo e ficamos constrangidas com a situação”, conta a jovem.
Gabriela disse que ela e as outras atendentes avisaram aos alemães, em inglês, que havia um banheiro por perto. “Quando eles começaram a tirar a camisa e a calça, eu cheguei perto para dizer que não podia fazer aquilo ali e eles foram bem grossos. Perguntaram o motivo e eu disse que se fizesse isso lá, seria presa. Ele ficou rindo e continuou. Foi aí que minha colega começou a filmar”, afirma.
As filmagens feitas pelas testemunhas farão parte do inquérito que será conduzido pela Delegacia do Turista. Segundo a delegacia, cinco alemães prestaram depoimento, com auxílio de intérpretes de inglês, foram liberados e já deixaram a cidade. Foi feito um boletim de ocorrência e o inquérito deve ser concluído em 30 dias.

Em Alta

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