quinta-feira, 17 de novembro de 2016

“Não agrade os ingratos, nem sirva aos folgados”




Precisamos parar de tentar agradar aos ingratos, de servir gente folgada, de nutrir amizades duvidosas, para que possamos percorrer somente os encontros verdadeiros.
Passamos muito tempo fazendo a coisa certa para as pessoas erradas, sofrendo as consequências das péssimas escolhas pelo caminho, sofrendo à toa por coisas inúteis e gente sem conteúdo, alimentando vãs esperanças em relação ao que não tem a menor chance de vir a acontecer. Perdemos muito tempo investindo no vazio, esperando retorno do que não volta, aguardando sorrisos de quem nem nos olha direito. É preciso focar no que é real, pois, mesmo que não haja muito de verdadeiro nesses terrenos, esse pouco bastará.
Precisamos parar de tentar agradar aos ingratos, às pessoas descontentes e incapazes de receber algo de fora. Existem indivíduos que se encontram por demais fechados ao acolhimento do que não se encontra dentro deles, do que não faz parte daquele mundinho em que eles se fecham, presos a crenças e sentimentos que não mudam, não são repensados, não saem do lugar. Tentar alcançá-los é inútil.
É necessário evitar a servidão aos folgados, aos aproveitadores, a quem não sai do lugar por si só, a quem foge a qualquer tipo de responsabilidade, pois sabe que alguém sempre fará por ele. Temos que ter clareza quanto ao que realmente devemos e poderemos tomar para nós, ou acumularemos cargas de bagagens que não são, nem de longe, relacionadas às nossas vidas. Muita gente precisa de ajuda, sim, mas muitos precisam é de vergonha na cara.
Não podemos nutrir amizades duvidosas, com pessoas que não expressam a menor necessidade de nós, como se tanto nossa presença quanto nossa ausência fossem a mesma coisa, algo sem importância, invisível, dispensável. Nem todos de quem gostamos irão gostar de nós, o retorno da estima e da afeição nunca é uma certeza, portanto, há necessidade de que adentremos exclusivamente os encontros verdadeiros.
Não é fácil nem tranquilo conseguirmos acertar quanto ao que poderemos regar com a certeza de retorno e reciprocidade, uma vez que as pessoas, os acontecimentos, a vida, tudo é imprevisível. Embora muito do que acontecerá em nossas vidas não possa ser controlado, mantermos sob controle nossas verdades e a certeza de que merecemos ser felizes nos tornará mais fortes diante dos tombos, sem que desistamos de nossos sonhos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ex-governador do Rio, Garotinho é preso pela PF


Prisão é resultado da operação Chequinho que apura compra de votos durante as eleições deste ano

By Veja




Anthony Garotinho: candidato a líder da bancada do PR (Leonardo Prado/Agência Câmara/VEJA)


O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, atual secretário de Governo de Campos dos Goytacases (RJ), foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal em seu apartamento no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A prisão é um desdobramento da Operação Chequinho, que apura a suspeita de compra de votos durante as eleições deste anoRosinha, esposa do ex-governador, é prefeita da cidade.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Como se preparar para a maior Superlua em quase 70 anos


Especialistas dão dicas do que observar e qual o melhor local para acompanhar o fenômeno em 14 de novembro.

Da BBC

Frequência de impactos na lua era maior do que o esperado (Foto: Juan MABROMATA / AFP)Superlua ocorrerá em 14 de novembro (Foto: Juan MABROMATA / AFP)
Daqui a alguns dias, a Lua estará mais perto de nós do que o comum. Na verdade, ela não se mostra tão atrevida há algumas décadas. Na próxima segunda-feira (14), será possível observar a maior Superlua em quase 70 anos.
Mas do que se trata o fenômeno? De acordo com a astrônoma britânica Heather Couper, as superluas são resultado de uma "casualidade".
"A Lua gira ao redor de uma órbita elíptica, e se a Lua Cheia coincide com o ponto do trajeto onde está mais próximo da Terra, ela pode parecer absolutamente enorme", afirma.
Essa coincidência ocorrerá novamente no dia 14 de novembro e o fenômeno deve ser extraordinário por causa da proximidade: nesta data a Lua se encontrará a 48,2 mil quilômetros mais próxima da Terra do que quando esteve recentemente no seu apogeu - que é o ponto mais distante da órbita. O satélite não chegava tão perto assim desde 1948 e não voltará a fazê-lo até 2034.
Com exceção do eclipse da Superlua de 2015, não houve nem haverá por muito tempo uma Lua Cheia tão especial - mesmo que curiosamente tenhamos tido três Superluas consecutivas em três meses - a anterior ocorreu em 16 de outubro e a última será no dia 14 de dezembro.
É possível se preparar para aproveitar melhor o fenômeno e ainda identificar algumas "surpresas".
Quando a Lua está mais afastada da Terra, se diz que ela está no apogeu. No ponto oposto, o perigeu, ela pode chegar até 50 mil km mais próxima da Terra que no apogeu (Foto: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)Quando a Lua está mais afastada da Terra, se diz que ela está no apogeu. No ponto oposto, o perigeu, ela pode chegar até 50 mil km mais próxima da Terra que no apogeu (Foto: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)
Qual é a melhor forma de ver uma Superlua?
A melhor maneira, claro, é para ir para um local aberto e tranquilo, longe das grandes cidades e da iluminação artificial muito forte e potente.
Como em qualquer outra Lua Cheia, o corpo celeste parece maior e mais brilhante quando aparece no horizonte. E o mesmo ocorre com as Superluas. Ainda que elas apareçam 14% maiores e 30% mais luminosas que as luas cheias comuns, são mais surpreendentes quando estão na linha do horizonte e não altas, no céu.
O especialista Geoff Chester, do Observatório Naval dos Estados Unidos (USNO, na sigla em inglês), explica que isso não é resultado de uma ilusão de ótica, mas de um efeito ótico que não é compreendido completamente nem astrônomos, nem por psicólogos.
Mesmo assim, ele acrescenta que Superluas parecem ainda maior quando vistas através das árvores ou de casas.
Alguns especialistas sugerem outra dica no mínimo curiosa para dissipar a ilusão: uma pessoa pode ficar de costas para a Lua, curvar-se e olhar para o céu entre as pernas.
Surpresas para descobrir 
Na região da Lua que ficará visível no próximo dia 14 de novembro, há uma abundância de crateras causadas por impactos de meteoritos e atividade vulcânica de bilhões de anos atrás.
Os contrastes entre as áreas que refletem a luz do Sol (as montanhas) e as planícies que permanecem na sombra (os mares) pode ser convertido, com um pouco de imaginação, nas mais surpreendentes figuras.
Fenômeno ocorre quando lua está mais próxima da terra (Foto: Onofre Martins/G1 AM)Fenômeno ocorre quando lua está mais próxima da terra (Foto: Onofre Martins/G1 AM)
No momento em que a Lua aparecer maior e mais brilhante, teremos uma excelente oportunidade para descobrir figuras ocultas e "desenhos" na superfície da geografia lunar.
Uma das silhuetas mais reconhecidas é a de um coelho com grandes orelhas. A imagem é tão fascinante que a civilização maia criou até uma lenda para explicar o que era um mistério até então. A lenda envolve o deus Quetzalcóatl, que, depois de um ato de generosidade de um coelho que lhe ofereceu comida em um momento de extrema necessidade, ele decidiu levá-lo para a Lua em sinal de agradecimento. Dessa forma, a imagem do coelho seria visto por todos e por toda eternidade.
Os observadores mais atentos - Cleópatra e Abraham Lincoln entre eles - disseram ter visto um rosto humano na superfície da Lua. Certamente foi o mesmo que inspirou a famosa sequência do filme Viagem à Lua, do pioneiro cineasta George Meliés.
E tem até quem chegue a ver Elvis Presley, um par de mãos, uma árvore, mulheres, sapos, Jesus Cristo e um homem carregando lenha.
Mas não é preciso ir tão longe: para muita gente, brincar de identificar o coelho já é diversão suficiente.
Contra os mitos e as falsas crençasAo contrário do que muito se comenta, uma SuperLua não trará com ela o fim do mundo, nem causará um aumento na incidência de crimes.
Entre os muitos mitos que são repetidos, um dos mais comuns alega que esses fenômenos teriam algum efeito sobre os criminosos, que ficariam mais vorazes nas noites de Lua Cheia.
-HN- Um casal é visto com a lua cheia ao fundo em Kansas, nos EUA (Foto: Charlie Riedel/AP)Um casal é visto com a lua cheia ao fundo em Kansas, nos EUA (Foto: Charlie Riedel/AP)
Mas os cientistas já descartaram a possibilidade de que o perigeu possa causar comportamentos estranhos, como a licantropia - a alucinação de que um ser humano poderia se transformar em um animal, como na lenda do lobisomem, ou ainda provocar desastres naturais de qualquer tipo.
Segundo o psicólogo Scott O. Lilienfeld, da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, "não importa quão perto ou longe ela passe, a Lua não incita crimes, como sugere a crença popular".
Autor do livro "50 Grandes Mitos da Psicologia Popular", ele alerta que estudos sobre esse tipo de conexão encontraram "uma grande quantidade de nada".
O especialista afirma que essa relação ocorre pela forma como as pessoas conectam as ideias.
"Quando há Lua Cheia e se comentem crimes, fazem esse tipo de relação. Quando não ocorre nada e ainda assim a Lua está cheia, não o fazem"

Os Veganos e os Vegetarianos acreditam que não matam animais mas isso não é Verdade

À menos de uma semana atrás, Claudio Bertonatti, um dos mais reputados naturalistas da Argentina, escreveu um artigo que desencadeou um terremoto. O tsunami já chegou até nós aqui e é provável que se chegue ainda mais longe.
No seu artigo, The Vegan Confusion, ele avisa que comer vegetais não impede a morte de animais. Bertonatti enfureceu milhares de veganos e vegetarianos, bem como outros conservacionistas da natureza. No entanto, muitos dos que leram seu artigo aprenderam algo sobre os direitos dos animais que talvez nunca lhes tivesse ocorrido.
Conversamos com Claudio sobre esta sua ideia e a ruptura que causou, e discutimos os pontos mais importantes da controvérsia.
Cláudio, você era vegetariano. O que fez você decidir tornar-se num?
Quando adolescente, eu cresci com interesse pela natureza. Eu pensei que ao tornar-me vegetariano eu evitaria matar tantos animais. Mas depois mudei de ideias.
O que aconteceu?
Comecei a estudar a natureza e a sair para o campo para observar a vida selvagem. Notei que nos campos de culturas agrícolas não havia pássaros, e os poucos que estavam lá acabavam sendo perseguidos. Então comecei a estudar anfíbios, mamíferos, répteis e peixes e percebi que estava confuso.
Como?
Como vegetariano, eu estava a ajudar a evitar a morte e o sofrimento de animais domésticos, mas não de espécies selvagens. E muitas dessas espécies – ao contrário das vacas, porcos e cabras – estavam a desaparecer. Então, eu voltei a tornar-me omnívoro.



O que o levou a escrever este artigo?
Na Argentina, encontro muitas pessoas que se dizem defensoras da natureza porque não comem carne nem usam couro. Eles pensam que por serem veganos ou vegetarianos estão a impedir que os animais morram. Mas não é verdade.
Porquê?
A partir do momento em que os seres humanos começaram a criar gado e a adoptar a agricultura geramos um impacto. Não há espécies animais cuja sobrevivência não resulte na morte de outros animais, directa ou indiretamente. Eu entendo que isso pode ser uma conclusão dolorosa. Eu também gostaria de viver num mundo ideal, mas essa não é a realidade. Muitos veganos e pessoas que só usam algodão parecem acreditar que não causam mortes, mas causam.
Quando digo isso, muitas pessoas sentem que estou as estou a encurralar.
Mortes indirectas?
Trigo, arroz, milho. A maioria dos veganos come essas coisas. O primeiro impacto do cultivo em massa é o desmatamento: forçamos a natureza a abrir espaço para as lavouras. Na Argentina, incendiaram a selva, queimaram ninhos com lança-chamas. Então eles devem defender a terra semeada dos pássaros que vêm alimentar. Muitos fazendeiros fazem isso espalhando grãos envenenados. Depois disso, os herbívoros selvagens vêm procurar os primeiros rebentos, então os latifundiários colocam cercas eléctricas ou caçam os animais com armas.
Se você comer carne, você mata animais, mas você também os pode matar ao comer plantas
O que acontece durante a colheita?
A terra é fumigada para combater os fungos, insectos e outras plantas. Os animais que foram expulsos mudam-se para outras áreas que já suportam animais: o hotel está totalmente reservado. Assim, os animais vão aos campos de cultivo vizinhos e uma outra onda dos impactos é gerada.
Em contraste, afirma ele, nos campos dedicados à pecuária há mais espécies de outros animais.
Há muitos prados selvagens na Argentina. Você pode fazer uma caminhada por lá e encontrar de tudo: anfíbios, répteis, pássaros. Claro, eu estaria a mentir se eu dissesse que há a mesma variedade de animais que você teria se as vacas não estivessem lá. O agricultor também persegue animais selvagens e mata todos os animais que considera prejudiciais à produção. Mesmo assim, o impacto é menor. Quando digo isso, muitas pessoas sentem que as estou a encurralar.

Em que sentido?
No sentido de que não há fuga: se você comer carne, você mata animais, mas você também os mata ao comer plantas. Muitas pessoas que preocupam-se com questões ambientais e procuram os bons e os maus, mas não é assim: é muito mais complicado.
Dê-nos um exemplo.
Há muitas pessoas por aqui a manifestarem-se e a afirmarem “Não à exploração de minérios. O slogan deveria ser “Não à mineração que explora imprudentemente osrecursos e as pessoas”. Os activistas usam computadores que não existiriam sem os metais trazidos das minas. Estou surpreendido por eles não verem o quadro maior.
A maioria dos matadouros na Argentina são modelos de crueldade. Eu nunca poderia fingir que era de outra forma!





O que é que você acha da forma como a carne é produzida em massa – a indústria da carne?
É uma tragédia. As instalações para alimentar os animais e a maioria dos matadouros na Argentina são modelos de crueldade desenfreada. Eu nunca poderia fingir que seria doutra forma!
Há evidências de que os recursos necessários para a carne são muito maiores do que os necessários para os produtos hortícolas. E, que as culturas constituem uma grande parte desses recursos: uma alta porcentagem deles são usados para alimentar o gado.
Isso é verdade. Eu sei que a maioria das culturas de soja são usadas para este fim. Não estou a afirmar que os veganos são estúpidos ou que todos devem tornar-se carnívoros, só estou a afirmar que é importante ser sensato, adoptar uma posição inteligente e mostrar alguma solidariedade.
Para um fundamentalista, é pecado mencionar a morte. E que mais eu lhe poderia chamar? Eutanásia?
Qual será a posição mais inteligente?
Mostrar solidariedade com a Natureza: o mal menor. É importante incentivar o consumo e o abate, com mais humanidade, dos animais. Mas para um fundamentalista, é um pecado até mesmo mencionar a morte. E que mais eu lhe poderia chamar?? Eutanásia?
Se eu entendo correctamente, a sua intenção é avisar os veganos e os vegetarianos que o impacto zero é impossível.
A maioria de nós vive em cidades e sabe muito pouco sobre o mundo animal. Pergunte aos seus amigos se eles podem nomear 10 animais e 10 plantas silvestres nativas da área em que vivem.





Nós provavelmente não seríamos capazes.
Se não sabemos nada sobre natureza e a diversidade, então não seremos capazes de a valorizar. O nosso universo é limitado ao que vemos: cães, gatos, galinhas, porcos, patos, vacas. A nossa sensibilidade estende-se somente até eles. É como olhar através do buraco da fechadura. O mundo é maior do que isso e muito mais complexo, quer você o aceite ou não.
Você fala como se conhecesse muitos fanáticos.
Existem carnívoros e veganos fundamentalistas. Como cientista, quando os ouço falar com esse tom confiante – tão completamente sem nenhuma auto-dúvida – isso assusta-me. Os fundamentalistas só prestam atenção às pessoas que pensam como eles, e vêem todos os outros como um inimigo. É uma contradição.
O nosso universo é limitado ao que vemos: cães, gatos, galinhas, porcos, patos, vacas. A nossa sensibilidade estende-se somente até eles.
O quê?
Para um carnívoro ser violento é lógico, mas para um vegan ser violento é filosoficamente inconsistente.
Você conheceu veganos violentos?
Eu era o director administrativo do Zoológico de Buenos Aires. Eu renunciei ao cargo porque eu tentei transformá-lo num centro de conservação de espécies ameaçadas de extinção, mas não consegui. Existiam esses veganos que se manifestavam à frente do zoológico a gritarem para as famílias que vinham, chamando-as de assassinos. Isso prejudica o veganismo. As pessoas pensam: se isso é o veganismo, então eu não quero fazer parte dele. Nem todos os veganos são assim, é claro. Mas há muitas pessoas que desenvolvem uma grande empatia apenas por animais domésticos. Muitos deles acabam por odiar as pessoas e isso é uma patologia: não é saudável.
Para um carnívoro ser violento é lógico, mas para um vegan ser violento é filosoficamente inconsistente
No seu artigo você afirma que, se toda a espécie humana de repente se tornar vegana, isso seria uma tragédia. Mas alguns dizem que se fossemos todos veganos, então precisaríamos de menos cultivo agrícola do que sendo omnívoros.
Eu escrevi o artigo como uma forma de desencadear o debate no meu país, onde a pressão do movimento vegan na análise ambiental é geralmente bastante instável. Se toda a espécie humana se tornasse vegan por causa desse tipo de pensamento (sem contar com outras justificações filosóficas, religiosas ou de saúde nas quais eu não vou entrar), seria uma tragédia porque nós não estaríamos a entender verdadeiramente os problemas ambientais do mundo.

Você não está convencido pelas estatísticas.
Se um bem-compreendido veganismo contribui para melhorar o mundo natural, então eu vou de bom grado tornar-me vegan. A minha principal preocupação é a conservação da biodiversidade: que a riqueza da vida na Terra não fique mais pobre.
Mas, novamente, se todos na Argentina fossem veganos, isso não exigiria menos colheitas?
Eu não sei. Eu não acho que você precise de ser vegan para conservar a natureza e a biodiversidade. Eu não sou um especialista em desenvolvimento de produção agrícola, mas pelo que sei sobre o meio ambiente, é sempre melhor diversificar a produção. Deve haver culturas, vacas, apicultores… diversidade.
Você não precisa de ser vegan para conservar a Natureza e a Biodiversidade
Que deficiências você identifica no movimento vegan?
Nunca os vejo a lutar pela criação de novas áreas protegidas ou a combater o tráfico ilícito de animais selvagens. Vejo-os a protestar contra as touradas, que já não acontecem na Argentina, e contra os matadouros. É como se eles só se preocupassem com os animais domésticos que, novamente, não estão em perigo de extinção. Eu não estou a dizer que é errado – simplesmente que existe muito mais para além disso.
Em geral, você acha que não existe uma ligação suficiente entre o veganismo e a Consciência ambiental?
O que eu acho perigoso é gastar toda a sua energia a tentar salvar o gato preto quando não sabe nada sobre o meio ambiente, e porque talvez você esteja a desperdiçar a sua energia. Talvez a sua energia tivesse um maior impacto noutras situações. É importante ter uma visão ampla: poderia ajudá-lo a analisar melhor a sua situação. Se, depois, você ainda quiser dedicar a sua vida a salvar gatos pretos, isso é óptimo, e eu fico grato por isso. A defesa dos direitos dos animais não é incompatível com a conservação da natureza.
Claramente, há um conflito entre ambientalistas e activistas dos direitos dos animais e isso definitivamente vai ter um grande impacto no futuro da Humanidade.
Isso lembra-me um pouco os partidos políticos de esquerda: eles agem como se fossem inimigos, e ainda assim eles são muito semelhantes e deveriam ser aliados. Você sabe quem é o maior inimigo da conservação da natureza?
Quem?
As pessoas indiferentes. Muitas pessoas indiferentes acreditam que todos aqueles que se preocupam com o meio ambiente são a mesma coisa: nós não comemos carne, que nós somos amantes da natureza que só practicamos o bem, comemos vegetais e que nunca fazemos sexo. Não é verdade. Somos pessoas normais!
Os ambientalistas tendem a pensar que os veganos e vegetarianos são apenas sentimentais. Por outro lado, a indiferença de alguns veganos para com os animais selvagens e a biodiversidade preocupa-me
A morte faz parte da Natureza. Misturar sentimentos com a ciência não parece muito científico. Por outro lado, a Consciência humana é importante, assim como a nossa responsabilidade por uma indústria terrível e pesadamente poluente. Quem é que está errado?
Os erros são feitos por ambos os lados. Os ambientalistas tendem a pensar que os veganos e vegetarianos são apenas sentimentais. Por outro lado, a indiferença de alguns veganos para com os animais selvagens e a biodiversidade preocupa-me: não é consistente. Reconheço o facto de que a Humanidade é uma máquina que devora o mundo. Um antropólogo afirmou que nós somos cosmófagos: devoramos o que nos rodeia.
Você está feliz com a agitação que o seu texto causou?
Muitas pessoas insultam-me e atacam-me afirmando que matei um urso polar, o que não é verdade. Outros proporcionam-me novas perspectivas pelas quais agradeço! Eu sou apenas um trabalhador da conservação da natureza, um jardineiro, e eu também errei muitas vezes. Eu faço o meu melhor, mas não me ofende descobrir que estou errado. Eu penso como um cientista, não como um fundamentalista.
Você não precisa ser vegano para conservar a Natureza e a Biodiversidade

domingo, 13 de novembro de 2016

A guerra “suja” de Renan Calheiros e juízes contra o Brasil


Renan Calheiros de um lado e magistrados e suas associações de outro, se engalfinham numa disputa em torno de interesses que, fossem outros os tempos, seriam publicamente inconfessáveis. No editorial, “Antagonismo impatriótico” o jornal o Estado de São Paulo se posiciona sobre a “guerra surda” por poder e salários “travada sem nenhuma cerimônia”, entre políticos corruptos e juízes gananciosos…
Na casa em que falta vergonha, todo mundo reclama e ninguém tem razão. Essa pequena adaptação do conhecido adágio compromete a rima, mas aplica-se perfeitamente ao cenário nacional em que, para resumir, figuras notórias como Renan Calheiros de um lado e magistrados e suas associações de outro se engalfinham numa disputa em torno de interesses que, fossem outros os tempos, seriam publicamente inconfessáveis. De um lado, o presidente do Senado Federal, comprometido até a medula com as suspeitas de corrupção contidas em uma dezena de processos que tramitam a passo descansado na Suprema Corte, proclama ser “um acinte que o Brasil continue a conviver” com os proventos nababescos, muito acima do teto constitucional, de que se beneficiam ministros, desembargadores e juízes em geral. De outro lado, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), por intermédio de seu presidente, João Ricardo dos Santos, reage levando o confronto para o campo que lhe interessa, ao denunciar a intenção, por parte de parlamentares, de “interromper a Lava Jato”.
É preciso que se esclareça que, quando partem para o ataque, ambos os lados aludem a fatos verdadeiros, o que apenas confere maior gravidade à questão. Mais uma vez recorrendo à sabedoria popular, a verdade maior é que sentam sobre o próprio rabo enquanto tentam cortar o do oponente. Em sua maliciosa obstinação pelo confronto, todos se comportam exatamente da mesma maneira, de onde se conclui que, do ponto de vista de quem paga a conta – os brasileiros escorchados pela exorbitante carga tributária que alimenta a corrupção e os salários acima do teto –, ninguém tem razão.
Para a imensa maioria dos brasileiros que aplaudem o empenho com que a Lava Jato tem levado corruptos à barra dos tribunais, chega a ser insultante o cinismo com que políticos ficha-suja, com o rabo fortemente atado a investigações criminais, se permitem posar de paladinos da moralidade pública. Iniciativas parlamentares como as relativas à ampliação dos acordos de leniência com empresas envolvidas em corrupção ou de propor a imposição de controles e limites rigorosos à atuação de autoridades judiciais e policiais podem, efetivamente, contribuir para o aperfeiçoamento dos já existentes dispositivos constitucionais, da lei ordinária e dos vários regulamentos que tratam do assunto. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: por que os parlamentares passaram a se preocupar com isso exatamente agora, quando delações como as de ex-diretores da Odebrecht ameaçam promover uma devastadora razia no Congresso Nacional?
Por outro lado, membros do Judiciário, merecidamente surfando nas ondas do sucesso popular desde o julgamento do mensalão, parecem em muitos casos sentir-se ungidos pela condição especialíssima de salvadores da Pátria que os autorizaria a eventualmente extrapolar os limites da lei. E o fazem, o que não é novo, sem nenhum embaraço ou constrangimento, julgando-se merecedores de embolsar proventos e vantagens variados que elevam seus salários muito acima do teto legalmente estabelecido.
Melhor fariam os juízes de todos os níveis se tivessem o desprendimento e o patriotismo de, enquanto cumprem o papel circunstancialmente relevante que lhes cabe no combate à corrupção na vida pública, despender a mesma energia e vigor na tentativa de corrigir, naquilo que está a seu alcance, as deficiências do sistema judiciário, de modo a oferecer aos brasileiros uma Justiça mais pronta e eficiente. Bastaria dar à questão o mesmo empenho e talento que atribuem quando solucionam demandas a respeito de seus vencimentos e do valor de compra de seus proventos. Esta parece ser, felizmente, uma preocupação da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que entre as atitudes meritórias até agora exibidas no cargo cuidou de não incluir nenhum aceno ao espírito corporativo que era marca registrada de seu antecessor.
O Brasil não ganha nada, ao contrário, só perde no que diz respeito à consolidação de suas principais instituições, quando políticos de um lado e magistrados e suas associações de outro exibem um antagonismo incompatível com a defesa de um único interesse: o do Brasil. Nesse contexto, é dever de todos lutar para restabelecer o decoro e, consequentemente, a razão.
by CristalVox

Não se faça em pedaços para manter os outros completos


 
Frequentemente nos quebramos em pedaços para manter outras pessoas completas, para não abrir feridas ou não deixar que doam nelas aquelas feridas que já têm. Fazemos isso sem nos darmos conta ou, ao menos, sem darmos importância a isso.
Quando nos acostumamos a dar sem receber acabamos sentindo que dedicar-nos a nós mesmos é algo egoísta, mas nada mais longe da verdade. A troca é essencial em toda relação e toda pessoa precisa dela sendo um ser emocional.
Amar a nós mesmos é algo que devemos cultivar todos os dias para nos manter completos. Porque quando estamos despedaçados uma consequência direta é o sofrimento, e esta não deixa darmos o melhor de nós mesmos.
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Quando ficamos em pedaços?
– Ficamos em pedaços quando deixamos de cuidar de nós.
– Ficamos em pedaços quando evitamos fazer aquilo que gostamos.
– Nos despedaçamos quando deixamos de cultivar nossa felicidade ou quando postergamos nossos interesses.
– Nos partimos em pedaços quando não nos escutamos nem nos prestamos ajuda.
– Nos partimos em pedaços quando priorizamos as necessidades dos outros e não prestamos atenção às nossas.
-Quando queremos ser perfeitos e deixamos de ser nós mesmos.
-Quando tentamos agradar e maquiar nossa realidade ou nossa opinião.
-Quando nos esquecemos do que precisamos e nos obrigamos a passar na frente de nossas necessidades os desejos dos outros.
-Quando transformamos o sacrifício em obrigação.
-Quando achamos que somos pessoas ruins porque nos afastamos de um ambiente que nos faz mal para respirar aliviados.
-Quando cedemos a chantagens emocionais e favores que impedem nosso próprio crescimento.
-Quando sacrificamos nosso bem-estar e nos deixamos levar pela inércia de quem nos acompanha mas nos atrasa, deixando de lado o que nos agrada para fazer com que os outros se sintam bem.
É complicado sim, por isso devemos optar pelo equilíbrio entre as paixões, o cuidado e a dedicação a si mesmo e ao outro. Se assim fizermos, viveremos deliciosamente contemplando nossa essência plena, sem exceções ou poréns.

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Às vezes devemos esquecer o que sentimos para lembrar o que merecemos

Quando não temos reciprocidade estamos sendo agressivos com o princípio do equilíbrio, que devemos manter sempre para termos sucesso em nos mantermos completos e não nos despedaçarmos.
Devemos lembrar que as relações afetivas não são uma mera interação, mas exigem uma troca equilibrada e satisfatória que faça sentido quando colocada na nossa balança social e afetiva.
Ou seja, não podemos fazer de nossas relações apenas oportunidades de “dar”, mas também devemos procurar que haja um equilíbrio com o “receber”. Isso não é egoísta nem mesquinho, mas sim enriquecedor.
Quem dá tudo em primeiro pessoa, quem se oferece inteiramente aos outros, não recebe nada em troca e não trabalha em si mesmo, termina sentindo-se vazio e machucado. Não podemos deixar de lado nossa autoestima para procurar a felicidade alheia, pois acabamos sendo vítimas da nossa própria atitude.
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Só jogando com o interesse pessoal e o alheio podemos cultivar nosso próprio desenvolvimento sem deixar de lado o outro. Ou seja, mantendo a balança equilibrada, numa linha reta e perfeita.
Dar e receber são partes de um todo. Quando alcançado, esse todo nos faz sentir capazes de amar e merecedores de amor e reconhecimento. Baseando-se nisso devemos ser capazes de:
  • Manter nossos direitos: pode ser que em algum momento haja algo que não nos fará bem ou que simplesmente não nos agradará fazer. Nesse momento devemos fazer valer nosso direito de manter nosso próprio espaço.
  • Cultivar nossos interesses e passatempos: esta é a base para a satisfação, para a felicidade e para o crescimento pessoal. É importante que não deixemos de nos cuidar e de dar alimento aos nossos desejos.
Lembre-se de que as grandes mudanças sempre vêm acompanhadas de algumas dificuldades. Ainda que a mudança doa e seja incômoda, a melhora gradual lhe mostrará que longe de ser um fim, é a oportunidade do início de um grande momento emocional.

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