domingo, 4 de dezembro de 2011
Este é nossa realidade. Este é nosso País. Este é nosso governo. E a D. Rita, quando eu vi a noticia já em abril, modificou um tanto minha vida. Até hoje não posso ver novamente a entrevista. Simplesmente não consigo parar de chorar. A maioria de meus amigos, "determinam" que eu pare de tentar ser D. quixote. Rompi com meu filho por ele acreditar que escolhi uma "vida miserável para mim" e tenho inúmeros conflitos com minha filha por ela acreditar "que perco meu tempo e não dá em nada". Sigo como o sapinho surdo. Endurecendo é verdade. Mas jamais me permitindo perder a compaixão e a ternura. Tendo certeza absoluta que em minuto algum alguém terá o poder de me fazer ficar igual à eles: Indiferentes. Seguindo em frente, independente das perdas, acreditando firmemente que Deus jamais me deixará compactuar com as misérias que condeno. E as perdas que vieram, vem e possivelmente virão, ele não me deixará abalar em meu propósito. Por ele ser limpo e sadio. by Deise
Quem foi Sócrates além de um Brasileiro
by Wikipédia
19 de fevereiro de 1954 - 04 de dezembro de 2011
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, o Doutor Sócrates, Doutor, Magrão, mais conhecido como Sócrates, foi um dos melhores jogadores de futebol do Brasil e um dos maiores ídolos do Corinthians ao lado de Luisinho, Cláudio, Roberto Rivellino, Neto, Marcelinho Carioca dentre outros. Foi irmão de Raí, outro famoso futebolista. Exercia a medicina, além de ser articulista da revista CartaCapital e comentarista do programa Cartão Verde da TV Cultura.
Carreira
Única unanimidade em uma pesquisa realizada, em 2006, pela Revista Placar para escolher o "time de todos os tempos" do Corinthians. Novamente, a única unanimidade, em uma pesquisa com especialistas, para escolher os dez maiores ídolos da história do Corinthians. Eleito em 1983 o melhor jogador sulámericano do ano. Escolhido pela FIFA em 2004 como um dos 125 melhores jogadores vivos da história e considerado por muitas pubicações especializadas, como CNN, World Soccer e Placar, como um dos grandes jogadores de todos os tempos, foi um atleta reconhecido por seu estilo elegante. Uma característa do jogador que marcou sua passagem pelo futebol foi a sua habilidade e uso inteligente do calcanhar. Mas era um jogador completo, marcava gols de falta, de cabeça e fora-da-área com frequência. Dava assistências perfeitas para seus companheiros marcarem muitos gols.
Foi revelado pelo Botafogo, clube de Ribeirão Preto, onde foi considerado um fenômeno desde o início, pois quase não treinava em função de frequentar o curso de medicina na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Nesse time ele foi campeão do 1º Turno do Campeonato Paulista de 1977 e artilheiro do campeonato. Também se destacou no Campeonato Brasileiro, autor de um célebre gol de calcanhar contra o Santos em plena Vila Belmiro.
Socrátes se firmaria no Corinthians em 1978, refazendo a dupla com seu ex-companheiro Geraldo Manteiga. Mas seus grandes companheiros de ataque nesse time seriam Palhinha e o amigo Casagrande. Sócrates só aceitou jogar para valer depois que se formou na faculdade de medicina. Na Seleção Brasileira estrearia em 1979.
Foi uma das estrelas de dois dos maiores esquadrões do futebol mundial: a Seleção Brasileira de Futebol da Copa do mundo de 1982 e o Corinthians da década de 80. Teve ótimas atuações, marcou dois belíssimos gols nos jogos dificílimos contra URSS e Itália, e mostrou toda sua categoria. Mas não foi o suficiente para o Brasil se sagrar campeão.
Na Copa do Mundo de 1986 estaria novamente em ação, mas já fora de forma ideal. Ficaria ainda marcado pelo penâlti desperdiçado contra a França, na decisão que desclassificou o Brasil.
Depois de uma rápida e decepcionante passagem pelo Fiorentina, prejudicado pelos companheiros de quem suspeitava que manipulassem resultados, Sócrates retornou ao Brasil para encerrar a carreira aonde atuaria ainda no Flamengo, no Santos e no Botafogo de Ribeirão Preto. Em 2004, atendendo a um convite de um amigo, ele participou de uma partida com a camisa do Garfoth Town, equipe da oitava divisão da Inglaterra.
Fora do futebol, Sócrates sempre manteve uma ativa participação política, tanto em assuntos relacionados ao bem-estar dos jogadores quanto aos temas correntes do país. Participou da campanha Diretas Já, em 1984 e foi um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana, que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube.
Vida pessoal
Em agosto de 2011, Sócrates foi internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein devido a uma hemorragia digestiva alta causada por hipertensão portal. Ainda em 2011, Sócrates seria internado mais uma vez devido a uma suposta intoxicação alimentar, que acabou por se transformar em um grave quadro de choque séptico em razão de sua condição de saúde já debilitada.O jogador morreu às 4:30 da manhã de 4 de dezembro de 2011, em decorrência do choque séptico.
Títulos
- Botafogo-SP
- Corinthians
- Flamengo
- Seleção Brasileira
- Troféu Sport Billy Time Fair play Copa do Mundo 1982
- Troféu Sport Billy Time Fair play Copa do Mundo 1986
Prêmios
Artilharias
Ligações externas
Hepatite C: Investigar é o Caminho
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3% da população, ou seja, mais de 170 milhões de indivíduos estão infectados pelo vírus da hepatite C. Dados mais recentes atribuem ao vírus HCV 20% dos casos de hepatite aguda, 70% dos casos de hepatite crônica, 40% dos casos de cirrose hepática, 60% dos casos de carcinoma hepatocelular e 30% dos casos de transplantes hepáticos realizados em países desenvolvidos.
- A hepatite C atinge 3 milhões de brasileiros.
Em um projeto para monitorar as estatísticas de casos de hepatite C no Brasil, o projeto VigiVírus, revelou que 61% dos pacientes analisados nesse estudo eram do sexo masculino. Com relação ao genótipo, 64% possuíam o genótipo 1, 33% do genótipo 3 e 3% do genótipo 2 e 4. Na região sul do Brasil, o genótipo 3 foi o mais prevalente (44%), quando comparado com as outras regiões (Sudeste=26% e Nordeste=27%). Além disso, dados mostram que no Brasil, entre doadores de sangue, a prevalência do vírus da hepatite C é de 1,2%.
Em um projeto para monitorar as estatísticas de casos de hepatite C no Brasil, o projeto VigiVírus, revelou que 61% dos pacientes analisados nesse estudo eram do sexo masculino. Com relação ao genótipo, 64% possuíam o genótipo 1, 33% do genótipo 3 e 3% do genótipo 2 e 4. Na região sul do Brasil, o genótipo 3 foi o mais prevalente (44%), quando comparado com as outras regiões (Sudeste=26% e Nordeste=27%). Além disso, dados mostram que no Brasil, entre doadores de sangue, a prevalência do vírus da hepatite C é de 1,2%.
A hepatite C é causada pelo vírus HCV que contém RNA,
da família Flaviridae e gênero Hepacivirus.
Transmissão da Hepatite C
A principal via de transmissão do vírus da hepatite C é o contato com sangue contaminado. Ocorre também transmissão durante o ato sexual , embora seja rara, ou por contato com materiais contaminados por sangue, como seringas, agulhas, alicates de unha, instrumentos usados em tatuagens, dentre outros.
A transmissão também pode acontecer durante o parto, de forma vertical. Apesar se relatos sobre a presença do vírus em outras secreções, como saliva, leite, urina e esperma, não há dados conclusivos sobre a transmissão através do contato com esses derivados do plasma.
Os grupos de risco de contágio
da hepatite C incluem:
- receptores de sangue por transfusão;
- usuários de drogas injetáveis;
- pacientes em hemodiálise;
- profissionais da área da saúde que tenham contato direto com sangue ou fluídos corporais;
- (indivíduos com comportamento sexual promíscuo e sem proteção).
Crianças infectadas com hepatite C parecem ter evolução mais benigna do que aquelas com hepatite B. Em um estudo com crianças infectadas com hepatite C genótipo 1, 45% curaram espontaneamente. A progressão da doença também parece ser mais lenta do que nos adultos que adquiriram a doença.
A co-infecção HCV-HIV é comum. Em um estudo europeu de 3000 portadores de HIV, 33% eram anti-HCV positivos (75% nos usuários de drogas endovenosas). A progressão para a cirrose é muito mais rápida nesses pacientes, chegando a 25% em 15 anos em um estudo.
A co-infecção HBV-HCV aumenta a velocidade do desenvolvimento de cirrose e hepatocarcinoma.
SINTOMAS DA HEPATICE C
Diferente das hepatites A e B, a maioria dos pacientes desenvolve doença lenta e crônica, sendo que cerca de 85-90% são assintomáticos ou apresentam sintomas não específicos, como letargia, dores articulares, náuseas, cansaço, dentre outros.
Cerca de 15% dos pacientes apresentam sintomas agudos que incluem icterícia, febre, dores abdominais, mal estar, diarréia e fadiga. Após alguns meses, esses pacientes se curam naturalmente.
Dos pacientes que apresentam doença crônica, 40% progridem rapidamente para cirrose e morte, 25% progridem lentamente para cirrose e morrem ao final de 10 anos e outros 35% morrem após 20 anos. O câncer hepático surge após cerca de 30 anos em 5% dos casos.
Diagnóstico da Hepatite C
Assim como na hepatite B, o principal método de diagnostico de hepatite C é a sorologia para o anti-HCV pelo método ELISA e/ou Imunoblot. Existem outros métodos para detecção do RNA viral, que se encontra no sangue de 7 a 21 dias após a infecção. Há varias técnicas, sendo que o PCR qualitativo e quantitativo alguns desses métodos. Além disso, uma forma eficaz de se determinar a gravidade da doença é através de uma biopsia do tecido lesionado, embora haja algumas técnicas menos invasivas para tal determinação.
Complicações da Hepatite C
Alem dos sintomas hepáticos, o vírus pode levar a algumas manifestações extra-hepáticas através da estimulação, como o surgimento de linfoma de células B, fibrose pulmonar idiopática, úlcera de córnea, tireoidite autoimune, glomerulonefrite membranoproliferativa, fenômeno de Reynaud, dentre outros. Além disso, a hepatite C pode evoluir para o carcinoma hepato-celular e cirrose hepática. As complicações da cirrose hepática incluem ascite, hemorragias digestivas, peritonite bacteriana espontânea e encefalopatia hepática.
Tratamento Hepatite C
As principais drogas usadas para a infecção crônica da hepatite C são o interferon alfa e ribavirina em esquema combinado. A eficácia desse esquema é de cerca de 60%, entretanto, nem todos os pacientes respondem de maneira igual à terapia e varia entre 45 e 55 por cento no genótipo 1 e ronda os oitenta por cento nos genótipos 2 e 3. O esquema de terapia atualmente indicado pelos órgãos mundiais de saúde é o seguinte:
- - interferon alfa 3.000.000 unidades por via subcutânea 3 vezes por semana;
- - ribavirina 1.000 mg ao dia por via oral em < 75 kg e 1.200 mg em > 75 kg.
São considerados fatores benignos ao tratamento:
- - genótipo do vírus que não seja o 1;
- - baixa viremia (quantidade de vírus no sangue);
- - ausência de fibrose ou cirrose ao início do tratamento.
E fatores de menor resposta ao tratamento:
- - genótipo 1;
- - alta viremia (> 800.000 UI/mL);
- - fibrose avançada ou cirrose compensada (a descompensada contra-indica o tratamento);
- - obesidade;
- - raça negra;
- - uso descontinuado ou redução na dose da medicação (sendo o primeiro pior que o segundo);
- - idade avançada;
- - consumo de bebida alcoólica
- - acúmulo de ferro no fígado.
São considerados contra-indicações ao tratamento combinado das duas drogas:
- - anemia (hemoglobina < 12 g/dL em mulheres e < 13 g/dL em homens);
- - leucopenia (leucócitos < 1.500 / mm3);
- - plaquetopenia (plaquetas < 100.000 / mm3);
- - hepáticas (transaminases normais; cirrose descompensada);
- - cardiovascular (coronariopatia);
- - endocrinológica (diabetes descompensado);
- - doenças autoimunes;
- - neuropsiquiátricas (vertigens; doença psiquiátrica severa);
- - obstétrica (gestação ou incapacidade de anticoncepção).
O PEG-interferon alfa é uma alternativa ao interferon alfa, sendo que essa molécula apresenta absorção e eliminação mais lentas. É importante que antes de qualquer conduta, um médico seja consultado.
Novos tratamentos contra a hepatite C
Os novos tratamentos, o telaprevir e o boceprevir ativos contra o vírus HCV tipo 1 (vírus majoritário no Brasil) são muito promissores em combinação com os dois primeiros descritos acima, estes tratamentos já estão disponíveis no Brasil.
Ambas as drogas melhoram significativamente as chances de sucesso do tratamento (por exemplo, de 70 a 90% dos pacientes são curados com telaprevir em seis meses ao invés de um ano como antes).
Estes dois novos medicamentos que são na verdade, inibidores da protease podem aumentar a resposta virológica de maneira continua (com uma correlação com a cura clínica) em comparação com a terapia convencional (interferon e ribivirina). [Fonte: Pharmavista.net, Suiça, junho 2011].
"A profissão me ensinou a guardar distância de entrevistados. Em nome do senso crítico, aprendi desde cedo que jogador..."
by Antero Greco
O Doutor fugiu a padrões normais.
Injusto avaliá-lo como um qualquer
A profissão me ensinou a guardar distância de entrevistados. Em nome do senso crítico, aprendi desde cedo que jogador não pode ser visto como amigo, muito menos como ídolo. Esse é sentimento de torcedor. Há exceções - Sócrates foi uma delas. O Doutor, ou o Magrão, como todos da minha geração o chamavam, fugiu à regra, quebrou padrões. Dentro de campo foi tão craque como outros abençoados com o dom de domar a bola. Fora, mostrou-se incomum, diferente. Suas atitudes e ideias não seguiram parâmetros habituais para os boleiros. E, por métodos tradicionais, também não poderia ser avaliado. Sócrates foi único. Injusto tratá-lo como os demais.
Sócrates destoava a partir do visual e do tipo físico. Era muito magro, mas aguentava caneladas com coragem. Era alto e, para não perder o equilíbrio, desenvolveu a técnica de dar passes de calcanhar. Era barbudo, numa época em que raros jogadores por aqui ousavam ir além de bigodes. Não escondia convicções políticas, num período em que a mão de ferro tratava de calar vozes dissidentes. Bebia - e o fazia às claras.
Sócrates era boêmio, gostava de conversa de mesa de bar, onde concedeu entrevistas antológica. Seu universo de interesses passava por política, filosofia, arte, amor e... futebol, que conhecia como poucos. O jeito despojado fascinava jovens repórteres dos idos dos anos 1970. Também éramos barbudos, também queríamos liberdade, também imaginávamos mudar o jornalismo. Por isso, o víamos como um de nós. Era nosso ídolo, embora fosse pecado admiti-lo em público.
Acompanhei a carreira dele, do surgimento em Ribeirão Preto, passando pelo auge na Democracia Corintiana e na seleção, ao declínio no fim dos anos 1980. Emocionei-me com o gol que marcou contra a Itália, tive vontade de dar-lhe um abraço após o fatídico 5 de julho de 1982. Me contive, para ser isento. Naquele dia, lágrimas teimosas me escaparam por causa de uma derrota esportiva. Agora, brotam porque se foi um grande do futebol, um Brasileiro especial.
Caramba, me dou conta que éramos coetâneos! Entro na fase em que se colecionam saudades: John Lennon, George Harrison, Sócrates...
The lonely change
Por Marcos Bayer
Alguns estudos falam que temos 850 milhões de pessoas desempregadas pelo mundo. Sabendo que somos sete bilhões de habitantes, excluindo as crianças que não trabalham e os aposentados, é provável que a relação seja de um desempregado para cada quatro empregados. Então, um quinto da humanidade estaria sem emprego formal. Várias são as explicações presumidas. Da robotização nos processos industriais ao uso intensivo da Internet nas diversas relações laborais que aumenta a rapidez da troca de informações até a demissão de trabalhadores que se tornam obsoletos pela incorporação tecnológica.
Alguns estudos falam que temos 850 milhões de pessoas desempregadas pelo mundo. Sabendo que somos sete bilhões de habitantes, excluindo as crianças que não trabalham e os aposentados, é provável que a relação seja de um desempregado para cada quatro empregados. Então, um quinto da humanidade estaria sem emprego formal. Várias são as explicações presumidas. Da robotização nos processos industriais ao uso intensivo da Internet nas diversas relações laborais que aumenta a rapidez da troca de informações até a demissão de trabalhadores que se tornam obsoletos pela incorporação tecnológica.
É uma mudança silenciosa. Na medida em que as oportunidades ficam escassas, os que trabalham sabem que perderão conquistas universais, não importa a região do mundo onde vivem. Concomitantemente, ocorre o alargamento dos anos de trabalho para obtenção de aposentadoria. A Europa nos mostra diariamente a situação.
Porém, a questão transcende ao aspecto trabalho, renda, consumo e produção - que é o princípio básico da proposição econômica de Keynes.
A sociedade informatizada que oferece a possibilidade de emissão de passagens aéreas à compra de livros, sem intermediários, cria seu novo homem.
Destruiu o pequeno jornaleiro que gritava: Extra, extra: Novas vagas na indústria – e criou uma rede interminável de blogs e congêneres na rede mundial dos computadores.
Mas, ainda não é este o ponto principal. O que não nos damos conta é do mundo silencioso que estamos construindo. Um mundo sem fala, sem tato e sem reunião.
A sociedade atual é totalmente dependente desta nova tecnologia. Do controle dos estoques ao acompanhamento processual judicial.
Relações amorosas antes permeadas por carícias físicas, pelo som da voz, por expressões faciais, sorrisos e gargalhadas, choros ou lágrimas, são substituídas por ícones gráficos das redes sociais que traduzem o sentimento humano numa nova e simbolizada linguagem. Um sânscrito glacial e sem alma.
Este novo mundo, sem humanidade e sem contato físico, esteriliza as pessoas e as faz mais solitárias do que nunca. A riqueza de uma conversa, de um olhar ou de um sorriso, foi substituída, inexoravelmente, por uma lista de “favoritos”, presumo que sempre no canto superior direito da tela do computador, onde a condição humana é relegada à frieza de todas as ausências. Estamos interagindo com a solidão. A nova “amiga” do mundo digital.
Porém, a questão transcende ao aspecto trabalho, renda, consumo e produção - que é o princípio básico da proposição econômica de Keynes.
A sociedade informatizada que oferece a possibilidade de emissão de passagens aéreas à compra de livros, sem intermediários, cria seu novo homem.
Destruiu o pequeno jornaleiro que gritava: Extra, extra: Novas vagas na indústria – e criou uma rede interminável de blogs e congêneres na rede mundial dos computadores.
Mas, ainda não é este o ponto principal. O que não nos damos conta é do mundo silencioso que estamos construindo. Um mundo sem fala, sem tato e sem reunião.
A sociedade atual é totalmente dependente desta nova tecnologia. Do controle dos estoques ao acompanhamento processual judicial.
Relações amorosas antes permeadas por carícias físicas, pelo som da voz, por expressões faciais, sorrisos e gargalhadas, choros ou lágrimas, são substituídas por ícones gráficos das redes sociais que traduzem o sentimento humano numa nova e simbolizada linguagem. Um sânscrito glacial e sem alma.
Este novo mundo, sem humanidade e sem contato físico, esteriliza as pessoas e as faz mais solitárias do que nunca. A riqueza de uma conversa, de um olhar ou de um sorriso, foi substituída, inexoravelmente, por uma lista de “favoritos”, presumo que sempre no canto superior direito da tela do computador, onde a condição humana é relegada à frieza de todas as ausências. Estamos interagindo com a solidão. A nova “amiga” do mundo digital.
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