domingo, 7 de agosto de 2022

Mitomania: Quando mentir se torna uma compulsão?


Abril 01, 2020


Dia 1º de abril é o Dia da Mentira, data em que é muito comum inventar uma mentira para pregar uma peça em alguém. Mas para algumas pessoas, mentir é uma compulsão, tornando-se algo rotineiro e difícil de controlar. É a chamada mitomania: compulsão pela mentira, contada de forma consciente, que busca proteger a pessoa ou falsear a realidade para que ela pareça melhor.

A mitomania é um transtorno mental, levando a um sofrimento psíquico da pessoa que vive alimentando suas próprias mentiras. O mentiroso compulsivo geralmente inventa fatos para aumentar sua importância e realizações, pintando um quadro que lhe dê poder. Para sustentar suas histórias, uma mentira vai levando a outra, de modo que ele se vê refém de suas invenções.
Qual o limite entre a simples mentira e a mitomania?

A mentira social é aquela que tem como objetivo não ferir alguém ou evitar um conflito. Por exemplo, quando alguém corta o cabelo, você não gosta do resultado, mas diz que ficou bom.

No caso das mentiras compulsivas, o mitomaníaco inventa histórias para melhorar sua realidade, parecer possuir mais do que tem ou encobrir alguma atitude. Com o passar do tempo, a pessoa pode até mesmo se perder entre o que é verdade e o que foi inventado

A mitomania está relacionada a outros quadros de doenças psiquiátricas e psicológicas, como transtornos de personalidade antissocial. Geralmente, a pessoa com o transtorno pode ser identificada quando suas histórias não batem ou quando ela tenta esconder o lugar onde mora, emprego ou família.

"Não tem um dia que minha filha não minta. Na maioria das vezes é quando ela faz algo errado e me preocupa o fato dela não se importar em envolver pessoas na trama", contou a dentista M.E, de 50 anos, em uma entrevista ao portal Viva Bem do Uol. Ela é mãe de uma garota de 15 anos que passa por acompanhamento psicológico e relata que se sente envergonhada por não saber lidar com o problema. "Ela é impossível e nega a mentira mesmo quando é pega no pulo".

De acordo com o psiquiatra Alfredo Maluf, do Hospital Israelita Albert Einstein, vários fatores psicológicos e ambientais podem colaborar para o desenvolvimento da mitomania. "Os fatores ambientais podem ser desde as relações familiares e pessoais complicadas até eventos estressantes. A mitomania pode ser, também, associada a sintomas de várias patologias, como por exemplo transtorno de personalidade, bipolaridade e sociopatia”, explica o médico.
Compulsão por mentiras: tratamento para mitomania

O diagnóstico da mitomania exige um acompanhamento profissional, que muitas vezes não é fácil e requer tempo.

O tratamento da compulsão por mentiras começa com a investigação da identificação das outras doenças associadas. Pode ser indicada a psicoterapia, terapia com finalidade de cuidar de problemas psicológicos como ansiedade e depressão, ou psiquiatria clínica, que inclui o uso de medicamentos.

No caso do tratamento medicamentoso, o teste farmacogenético pode ser um aliado para uma resposta mais rápida e sem efeitos colaterais. O exame analisa como os genes podem interferir no desempenho nos medicamentos, sendo utilizado para orientar o médico na escolha dos fármacos e dosagens.

O teste farmacogenético indica quais medicamentos tendem a apresentar melhor desempenho no organismo do paciente e oferecem menos riscos de efeitos colaterais.
VIPs: Filme traz Wagner Moura interpretando a história real de um mitomaníaco

VIPs é um filme brasileiro de 2011 em que Wagner Moura faz o papel de um mitomaníaco. A história é baseada em fatos reais, relatando diversos episódios da vida de Marcelo Nascimento da Rocha, um golpista que ficou conhecido nacionalmente por assumir a personalidade de outras pessoas.

De piloto de avião à dono de companhia aérea, Marcelo não tem limites na hora de se passar por outras pessoas. O filme mostra a dificuldade do personagem em encontrar sua própria identidade, o que o leva a essa compulsão por mentir.

Confira o trailer

Pseudologia fantástica (mitomania): como tratar a mentira patológica




Você já conheceu uma pessoa que mente com tanta frequência que parece até que a própria pessoa acredita na mentira? Infelizmente, trata-se de um transtorno no qual o hábito de mentir se torna patológico: a mitomania, ou pseudologia fantástica.

Vamos encarar a verdade: mentir nem sempre é prejudicial. Às vezes, é feito por um bom motivo, como para não magoar nossos amigos. É o caso de quando dissemos que o novo corte de cabelo do colega está legal, por mais que não nos agrade muito.

No caso da pessoa com mitomania, há uma tendência de mentir exageradamente, sem que haja qualquer razão aparente ou ganho pessoal através da mentira. Não é que a pessoa usa a mentira para manipular as situações e ganhar alguma vantagem, mas sim que ela tem a necessidade de inventar ou fantasiar histórias. Esse tipo de comportamento está frequentemente ligado a uma necessidade de se sentir aceito, o que pode ser a razão por trás das mentiras.

O nome pseudologia fantástica foi cunhado por Dr. Delbruck, um médico alemão que descreveu esta condição pela primeira vez na literatura médica, no ano de 1891.
Características da mentira patológica

Ainda que algumas mentiras sejam comuns, como mentir que fez um bolo que foi comprado na padaria por falta de tempo, há também uma grande quantidade de mentiras muito bem elaboradas, que seguem ordem cronológica e tem um enredo próprio. Essas pessoas podem criar histórias fantásticas sobre viagens, eventos, entre outros, ou até mesmo fingir ter uma doença grave.

As principais características da mentira patológica são:As mentiras são fáceis de acreditar e contém elementos verdadeiros: Uma pessoa com alguma doença pontual, como um resfriado, pode mentir que seus sintomas são de uma doença mais séria ou até mesmo crônica;
A mentira é mantida por um longo período e não está relacionada a uma pressão imediata: Mentir sobre um caso extramarital ou uma nota ruim na escola são mentiras motivadas pelo desejo de esconder alguma coisa, mas as mentiras contadas por compulsão não têm uma origem assim;
As mentiras têm maior probabilidade de atribuir valores positivos à pessoa: É mais fácil a pessoa mentir sobre ter doado dinheiro para caridade do que sobre ter sido expulsa de um bar, por exemplo;
As motivações das mentiras são internas, não externas: Uma criança pode mentir sobre um comportamento para evitar ser punido pelos pais. Na mentira patológica, este não é o caso, pois não há uma motivação externa (como uma recompensa) clara para a mentira.
Pessoas com mitomania sabem que estão mentindo?



Há uma certa discussão a respeito da consciência desses pacientes a respeito de suas próprias mentiras. Quando confrontadas, algumas pessoas com mitomania podem admitir estar mentindo. Em outros casos, há pessoas que genuinamente não conseguem discernir a realidade da sua ficção. Alguns especialistas acreditam que, neste caso, não se trata de mentira patológica, mas sim de algum outro transtorno delirante.

Existem algumas evidências de que pessoas que sofrem com pseudologia fantástica demonstram sinais de nervosismo e respostas de culpa diante de um detector de mentira. Contudo, não há certeza se essas pessoas têm consciência de que estão mentindo. Ainda assim, há especialistas que acreditam que pessoas com mitomania fazem esforço para acreditar em suas mentiras, a fim de reduzir a sensação de culpa.

Causas da mitomania

Em grande parte dos casos, na raiz da mitomania, está uma criança insegura que não foi muito bem aceita pelos pais e familiares. Desta forma, a criança se viu forçada a criar uma personagem que fosse amável para seus pais, que atendesse às suas expectativas, mesmo que isso significasse mentir para eles.

Embora “mentir é feio” seja uma das primeiras coisas que as crianças aprendem, as respostas positivas dos pais em relação às mentiras contadas pela criança servem de reforço, fazendo com que a criança tenha tendência a repetir esse comportamento.

Quando a criança cresce e seu mundo social se expande às amizades, o comportamento de mentir continua. Ele é reforçado pelos novos amigos, que inicialmente não têm motivos para duvidar de suas histórias, e até mesmo pelos pais, caso as mentiras continuem correspondendo às expectativas desses cuidadores.

Pensando assim, há quem acredite que a mitomania não seja um transtorno mental por si só, mas sim um comportamento aprendido. Ela pode ser classificada como um mecanismo de enfrentamento (coping) mal adaptativo — o que significa uma maneira não saudável de lidar com os problemas.

De fato, a mitomania não está presente no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) como um transtorno separado, mas sim como um sintoma de diversas outras condições mentais. Dentre elas estão o transtorno de personalidade antissocial, transtorno de personalidade narcisista, ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno afetivo bipolar, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o transtorno de personalidade borderline. Sendo assim, as mesmas condições que levam uma pessoa a desenvolver qualquer um desses transtornos são capazes de levá-la a desenvolver, também, a mitomania.

Existe uma outra teoria que diz que a pessoa tende a contar as mentiras e acreditar nelas porque a realidade, em contrapartida, é dolorosa e sofrida. Trata-se de uma maneira de se defender dos próprios traumas e problemas existentes em sua vida. No entanto, neste caso, é bem provável que se trate de um transtorno delirante.

Tratamento

Felizmente, existe tratamento para a mitomania, e o paciente pode melhorar significativamente. Contudo, existem alguns fatores que complicam um pouco.

Em primeiro lugar está a idade. Adultos com mitomania podem ter dificuldades no tratamento porque, como já mentem compulsivamente há muito tempo, é difícil acabar com o hábito. Quanto mais cedo esse problema é descoberto, melhor é o prognóstico. Se você é responsável por alguma criança ou adolescente e suspeita que ele(a) sofre com mitomania, é importante contatar um profissional rapidamente para evitar que o hábito fique cada vez mais forte.

Outro problema que dificulta o tratamento é a existência de transtornos associados. No caso de pacientes com transtorno de personalidade narcisista, por exemplo, a procura pelo tratamento é muito baixa, uma vez que a pessoa tende a acreditar que não tem nenhum problema, ou até mesmo que não necessita de tratamento porque “não é louco”.

Esse comentário, impregnado de preconceitos e julgamentos a respeito da saúde mental, infelizmente é muito frequente e impede que pessoas procurem tratamento para problemas que têm solução. Na maioria dos casos, quando pessoas com esse tipo de transtorno procuram ajuda, é porque outras pessoas as convenceram ou porque suas relações sociais ficaram tão complicadas que elas não veem outra opção.

Mais um problema que pode surgir é quando o paciente mente para seu terapeuta. Como as mentiras patológicas não precisam de uma motivação externa para acontecer, é possível que o paciente minta para seu terapeuta repentinamente, inclusive a respeito do seu progresso com o tratamento, o que pode prejudicá-lo gravemente.

Sabendo disso, quais podem ser os possíveis tratamentos?

Terapia cognitivo-comportamental

Tratando-se de um comportamento aprendido ou mecanismo de coping mal adaptativo, a terapia cognitivo-comportamental pode ser de grande ajuda para remover o hábito da mentira do paciente com mitomania.

Levando em conta que a mentira foi um comportamento reforçado ao longo do tempo por consequências positivas, como a aprovação dos pais ou dos colegas, o psicólogo deverá trabalhar ajudando o paciente a deixar de encarar essa aprovação como reforçadores, ou reforçando outros comportamentos que entram em conflito com o comportamento de mentir, como contar uma verdade.

Ainda que tal comportamento esteja enraizado numa tentativa de não sofrer com a realidade, o profissional pode ajudar o paciente a encontrar novos métodos de coping adaptativos (ou seja, saudáveis) para as adversidades em sua vida.

Na teoria, parece bem fácil, mas a prática leva um bom tempo. Felizmente, a terapia cognitivo-comportamental costuma ter efeitos positivos mais rapidamente do que alguns outros tipos de psicoterapias, levando o paciente a uma melhora significativa em pouco tempo.

Vale lembrar que o psicólogo não é capaz de fazer o paciente parar de mentir por si só. Inclusive, a mentira nem sempre é um comportamento abominável, e não há necessidade de proibir o paciente de mentir. No entanto, se ele realmente quiser parar com a mitomania, o psicólogo será de grande ajuda, oferecendo diversas ferramentas que o paciente pode usar para diminuir a frequência de suas mentiras.

Outros tratamentos

Como a mitomania costuma vir acompanhada de alguns transtornos, o tratamento destes pode acabar com o hábito da mentira. Nestes casos, é importante consultar um psiquiatra para ver se há a necessidade de um tratamento farmacológico (medicamentos), além de fazer o acompanhamento através da psicoterapia.


A mitomania pode ser mais comum do que se pensa. Pessoas que você conhece podem estar sofrendo com este problema, mas é importante ter em mente de que elas só vão melhorar se elas quiserem e buscarem ajuda. Se você acredita que algum amigo ou parente sofre com o problema, converse sobre isso! Se você se identifica, procure um profissional, pois você só tem a ganhar.

Referências

https://psychcentral.com/encyclopedia/pathological-lying/

https://www.bustle.com/p/11-fascinating-scientific-facts-about-pathological-liars-8259837

https://www.goodtherapy.org/blog/psychpedia/compulsive-lying

Movimentos pró-impeachment lavam roupa suja e expõem cenário de drogas e corrupção

Líder do 'Revoltados Online' revela roteiro do esquema de financiamento e de distribuição de dinheiro dos grupos que lideraram a campanha pelo impeachment. Lavagem de roupa suja expõe cenário de processos, corrupção e confissão do uso de drogas. Os que marcharam ao lado desses grupos devem se sentir culpados também


Marcelo Reis, dos Revoltados Online e Carla Zambelli, do Vem Pra Rua (reprodução)

Ela se contrapõe a Olavo de Carvalho. Critica fortemente Janaína Pachoal. Compartilha um meme que diz facilitar a vida das pessoas ao indicar ‘personalidades’ que devem ser bloqueadas: Kim Kataguiri, Reinaldo Azevedo, Fernando Holiday, Gilmar Mendes.
Desce a lenha nos movimentos que arquitetaram o impeachment. Uma “esquerdopata”, certo? Nada disso. Trata-se de Daniela Schwery, uma ativa participante desses mesmos movimentos, que divulgava vídeos dessa essa turma toda e era defensora desse pessoal até ontem. O que está ocorrendo com a direita ‘vencedora’?
Há alguns dias um áudio do revoltado online Marcello Reis vazou e o que se ouviu foi, além de seu característico estilo pouco diplomático, aparentemente alterado, uma lavação de roupa imunda que expõs o estágio atual de guerra declarada entre aqueles que foram às ruas patrocinados por Fiesp e patota, atingiram o primeiro objetivo (expulsar Dilma e o PT), mas que depois não encontraram vaga no camarote.





Reis dirige-se a Carla Zambelli, do “Nas Ruas”, outra ‘expoente’ verde-e-amarela da avenida Paulista, como ‘vaca, filha da puta’ e por aí vai. De quebra, cita Daniela Schwery. Daniela também sai atirando para todos os lados.

“Não deixem não, amiguinhos, esfreguem na carinha deles que o bonitão da família da Carla, o cunhadinho querido, com malas de dinheiro é o DONO da OAS e queria contar com a morosidade da justiça e ministros de bolso para livrar a cara dos companheiros, o que a Carla bota na prática alinhando e aparelhando os protestos aos interesses das empresas ligadas a lava jato, como a Suzano, tendo os Feffers como seu patrocinador – família que está aparelhando a FIESP – contando com a ajudinha do industrial que não tem indústria, o Skaf, que tem seu filho casado com a fefferlandia”, escreveu Schwery nas redes sociais, revelando que ali todo mundo se conhece, tem relacionamento muito próximo. O ‘cunhadinho’ de Carla Zambelli é Bruno Brasil, da empreiteira OAS.





Daniela Schwery agora se diz ‘empenhada em desmascarar essa gente, em denunciar suas práticas’. Agora quer posar de indignada, que foi enganada. Daniela Schwery, Marcello Reis e companhia limitada creem fielmente que somos idiotas ou eles é que são? Não sabiam de nada?

O áudio de Marcello Reis o contradiz bem rapidamente. Admite conhecer Carla há muito tempo. “Muuuuuito tempo”, ele diz. Admite ter tido um convívio próximo ao cunhado empreiteiro dela durante os anos de luta pelo impeachment de Dilma Rousseff. Cunhado que ele afirma ser quem levava malas de dinheiro (e aí, Polícia Federal, vai chamar o cara para depor?).



Em tempo: Carla Zambelli postou um esclarecimento em sua defesa (que no pedantismo típico desse pessoal ela chamou de ‘Nota Oficial’) afirmando que Bruno Brasil é em ex-cunhado e que não fala com ele ‘desde que começaram as prisões da Lava Jato’.

Agora querem dar uma de inocentes? Não sabiam do rabo preso, das segundas intenções? Agora se referem ao MBL e demais golpistas como ‘bando de moleques’, ‘quadrilhas financiadas’?

“Então podemos considerar como Premissa (sic) de que (sic 2) qualquer um que lute contra o Establishment jamais ganhará popularidade sem o apoio dos senhores do capital?”, pergunta um aturdido seguidor de Daniela Schwery. “Podemos sim, infelizmente”, responde ela em tom misto de Margarida Arrependida com Pedro Bó.



O admirador de Daniela muito provavelmente tenha citado falta de popularidade em referência ao fracasso de Schwery nas eleições. Ela candidatou-se a deputada estadual pelo PSDB e não foi eleita. Obteve míseros 1.101 votos. Ela que sempre foi ligada ao partido tucano, aliada de José Serra, agora publica na internet que o PSDB ‘deveria ser varrido’. Neste ano fez campanha para o Major Olímpio. Melhorou, hein? Daniela é apoiadora dos militares faz tempo.

A ex-tucana se esforça para desgrudar-se do cordão umbilical e está em campanha por uma ‘CPI dos Movimentos Já!’. Diz não sofrer de indignação seletiva e quer investigados o NAS RUAS, o MBL, CUT, MST. “Acompanhando as últimas notícias, vídeos e áudios relacionados aos movimentos sociais ficou claro que tem muita coisa errada e que não se encaixa dentro do contexto político que vivemos. São denúncias que envolvem partidos políticos, empresas envolvidas na lava jato e muito dinheiro. Acredito que os envolvidos devam se pronunciar e colocar tudo em pratos limpos, caso contrário seremos a piada da esquerda”, postou ela e completou: “Não temos bandidos de estimação.”

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É curioso ver a direita se batendo. Além da profundidade típica dos debates ‘políticos’ (se xingam, ameaçam, agridem fisicamente, ofendem, carregam argumentos rasteiros, são reativos emocionais sem um pingo de respeito pelo contraditório) é fundamental, entretanto, saber quais interesses deixaram de ser atendidos para declararem guerra desse jeito.

Como louvaram e idolatraram empresas e pessoas com a ficha tão suja durante tanto tempo e agora vêm com esse mimimi auto-acusatório? É o roto falando do remendado.

Dizer que só descobriu hoje que ‘Janaína Pachoal é uma articuladora para blindar o PSDB’ e que tudo nasceu com o propósito de brecar a Operação Lava Jato é um 171 fajuto demais. Até para a direita golpista.


Por uma CPI dessa pilantragem.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

os 11 Supremos - Versão Completa


 

Desesperado, Bolsonaro descobre só agora ligação de Moro com doleiro Alberto Youssef


Se fazendo de vítima, Bolsonaro revela só agora a relação de seu ex-ministro com o doleiro. Presidente ainda diz que Dallagnol teria tentado chantageá-lo para ser o PGR.

Jair Bolsonaro (Reprodução/Facebook Jair Bolsonaro)

Escrito en POLÍTICA el 12/12/2021 · 11:39 hs

Desesperado com o desempenho nas pesquisas, vendo a aproximação de Sergio Moro (Podemos) e a possibilidade cada dia maior de Lula (PT) vencer a disputa presidencial no primeiro turno, Jair Bolsonaro (PL) atacou Deltan Dallagnol, recém filiado ao Podemos, em suas redes sociais e indicou um vídeo em que um youtuber aliado mostra só agora a relação entre o ex-juiz da Lava Jato e o doleiro Alberto Youssef.


Fazendo-se de vítima, Bolsonaro faz um apelo aos apoiadores para assistirem ao vídeo, que mostra algo que é conhecido e divulgado - inclusive pela defesa do ex-presidente Lula - desde 2015 como se fosse uma grande novidade.

"Você tem que assistir e repassar para você entender de vez o que eu passo, a minha função e o que querem para o nosso Brasil", diz.

Bolsonaro ainda sinaliza que teria sido vítima de uma tentativa de chantagem de Deltan Dallagnol que, segundo ele, buscava ser alçado à Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Uma das passagens que não está ali [no vídeo]. Estava em 2019, há poucas semanas para eu indicar o PGR para o Senado e um ajudante de ordem trouxe o telefone e falou: 'Deltan Dallagnol quer falar contigo'. Eu falei: 'eu não vou falar com ele'. Por que eu não queria falar com ele? Nunca tinha falado antes… Por um motivo muito simples. Ele queria uma audiência comigo porque ele era, no momento, cotado nas mídias sociais como ir para o PGR, né? (SIC) A pessoa certa para o PGR, como naquele momento também a pessoa certa para o Supremo seria Sergio Moro. E se eu tivesse audiência com ele, com toda a certeza, eu não iria indicá-lo para a PGR, mas iria sair uma história pronta, como eles faziam por ocasião de alguns depoimentos da Lava Jato: escreviam o depoimento e chamavam o cara para assinar. E ia falar que eu fiz uma proposta indecorosa para ele, para salvar um amigo, um parente. Como ele não aceitou, Deltan Dallagnol iria me acusar de parcial", acusa.

No início do vídeo, no entanto, Bolsonaro diz que "em grande parte sabia tudo aquilo que eu vivia como presidente", mas ressalta que "obviamente não tinha como agir".
Yousseff, Moro, Álvaro Dias e o conluio na Lava Jato

O vídeo do youtuber bolsonarista, que está sendo turbinado nas redes de apoio pelo próprio presidente, conta uma história que já é conhecida desde 2015 e em grande parte foi confirmada pelo advogado Tacla Duran e pelo próprio Alberto Youssef até mesmo em depoimento na Câmara dos Deputados

Anunciado pelo presidente como novidade, o conluio que, entre outros blindou o senador Álvaro Dias (Podemos), já foi amplamente divulgado.

Embora soubesse de tudo - já que era deputado - antes mesmo das revelações da Vaza Jato, Bolsonaro calou até o momento pois sabe que se beneficiou diretamente da omissão do fato pela mídia liberal em sua eleição à Presidência.

A divulgação acontece no momento em que o seu ex-super ministro da Justiça se apropria de parte do eleitorado ultraconservador que o elegeu e que se mostra decepcionado com seu governo.

Entenda na série de reportagens da Fórum sobre o caso

Bolsonaro diz não saber se recebeu dinheiro de Youssef


Às vésperas de o procurador-geral da República revelar lista de parlamentares envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) declara que não sabe se ele recebeu dinheiro sujo
Por Helena Sthephanowitiz

Publicado 18/02/2015 - 17h10
Arquivo ABr

Bolsonaro é defensor de financiamento privado de campanhas

“O Alberto Youssef já disse que no meu partido (PP) só sobrariam dois que não receberam. Eu não sei quem são os dois, mas, se eu recebi algum dinheiro, o partido não levou meu voto para o Executivo”, diz Bolsonaro à coluna Poder Online, do Portal IG. Deputado dizer que não sabe o que os outros fizeram pode ser verdade, afinal quem participa de esquemas mantém segredo entre os participantes. Agora, dizer que não sabe se ele próprio fez uso do dinheiro que ele mesmo tem falado que é de corrupção, já é um pouco demais.

A declaração de Bolsonaro mostra que, para financiar campanhas e se eleger, o deputado conviveu bem melhor do que se imaginava com o dinheiro da corrupção. Na melhor das hipóteses, fechando os olhos para a real origem do dinheiro que financiava suas campanhas.

Desde 1993, Bolsonaro é filiado ao PP (a sigla já mudou de nome algumas vezes), com um intervalo entre 2003 e 2005, quando integrou o PTB de Roberto Jefferson, e de uma brevíssima passagem pelo PFL, retornando ao PP ainda em 2005.

Durante todo esse tempo, Bolsonaro conviveu muito bem com Paulo Maluf, José Janene, entre outros nomes de seu partido envolvidos em escândalos. Só se manifesta contra a corrupção, ou a suspeita de, quando atinge seus adversários políticos.

Sua dissidência dentro do PP se limita a atacar o governo petista em discursos e os partidos de esquerda cujos parlamentares são engajados em causas dos direitos humanos e das minorias. Mas não se vê Bolsonaro atacando casos suspeitos de aliados que o ajudaram a se eleger deputado pela sétima vez. Também sempre ficou na zona de conforto de manter-se no PP durante todo o tempo em que este partido participou de governos que ele criticava. Curioso que em 2003 ele migrou para o PTB quando este partido já compunha a base governista e estava em crescimento recebendo muitos adesistas fisiológicos que não queriam ficar na oposição.

Esse benefício de se aproveitar de uma estrutura partidária incoerente com seu discurso se estendeu a quatro parentes. Sua ex-mulher já foi vereadora no Rio de Janeiro, quando ainda eram casados. Seus filhos, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, são deputado estadual e vereador no Rio de Janeiro, ambos pelo PP. Outro filho residente em São Paulo, Eduardo Bolsonaro – aquele que apareceu com uma pistola na cintura sobre um caminhão de som em manifestação pedindo golpe militar, em novembro –, se elegeu deputado federal, este pelo PSC.

Só agora Jair Bolsonaro diz defender que seu partido expulse os envolvidos na Lava jato. Isso quando lideranças de seu partido se perguntam se o próprio partido sobreviverá. Parece mais o que se chama “jogar para a plateia”, além de instinto de sobrevivência política para salvar a própria pele.

Em seu blog, em 2012, Bolsonaro também defendeu o financiamento privado de campanhas, a raiz da corrupção. Alega que “quanto menos o governo gastar com o financiamento público, melhor ficará junto à opinião pública”, como se o povo não pudesse mudar de opinião quando esclarecido através de um debate amplo. Diz que o caixa 2 continuaria existindo (um argumento estúpido, como se leis não pudessem ser feitas porque alguém não iria cumpri-la), mas se esquece de dizer que a corrupção também continuará correndo solta enquanto empreiteiras, bancos, planos de saúde, fabricantes de armas, empresas de comunicação patrocinarem bancadas corruptíveis no Congresso.




Vamos aguardar agora o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ajudar o deputado Jair Bolsonaro a descobrir o que ele próprio fez na eleição passada.

Denunciado.

O mais recente arroubo autoritário de Bolsonaro, para quem não lembra, levou a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, a denunciá-lo por incitar publicamente a prática de crime de estupro. A denúncia foi protocolada em 15 de dezembro, no Supremo Tribunal Federal (STF), e será analisada pelo ministro Luiz Fux.

Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, ao ser questionado sobre a declaração de que não iria estuprar a deputada federal Maria do Rosário porque ela não mereceria, ele reiterou a afirmação. De acordo com Ela Wiecko, “ao dizer que não estupraria a deputada porque ela não ‘merece’, o denunciado instigou, com suas palavras, que um homem pode estuprar uma mulher que escolha e que ele entenda ser merecedora do estupro”.

Em vídeo, Youssef diz que 6 políticos do RS recebiam dinheiro da Petrobras


Imagens obtidas pelo Grupo RBS mostram trecho de depoimento do doleiro.
Ele isenta Ana Amélia, Maluf e Bolsonaro de envolvimento em esquema.

Rodrigo SacconeDa RBS TV



Imagens mostram o momento em que o doleiro Alberto Youssef afirma, em depoimento da Operação Lava-Jato, que seis políticos do Rio Grande do Sul recebiam valores desviados da Petrobras. Nos vídeos cedidos pelo Supremo Tribunal Federal ao Grupo RBS, Youssef também fala que cada líder de bancada recebia mensalmente um valor entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, conforme o que foi arrecadado pelo esquema, e isenta de envolvimento a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), além dos deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ).

No último dia 6, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu um pedido de abertura de inquérito para investigar 47 políticos por suposto envolvimento com o esquema na Petrobras. Entre eles estão os deputados federais Afonso Hamm, Renato Molling, Luiz Carlos Heinze, Jerônimo Goergen e José Otávio Germano, e o ex-deputado Vilson Covatti, todos do PP gaúcho.

"As entregas eram feitas mensalmente, semanalmente. Aqueles líderes do partido recebiam valores maiores, em média por mês, vou dizer, entre R$ 250 mil e R$ 500 mil cada um", explica o doleiro. "Em média, para a bancada, que ia para o líder fazer a divisão entre os que faziam parte dessa bancada, era uma média de R$ 1,2 milhões a R$ 1,5 milhões por mês", acrescenta.

No primeiro trecho do vídeo, Youssef é questionado sobre seis deputados gaúchos do PP que tiveram o inquérito autorizado, e responde afirmativamente. 

No segundo trecho, ele fala que Maluf e Bolsonaro e "aquela gaúcha que agora é senadora" não participaram do esquema. Questionado se trata-se de Ana Amélia, responde afirmativamente. 

O presidente do PP no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, afirma que o diretório estadual ingressará na Justiça com um pedido de interpelação a Youssef e ao ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. "[Queremos saber] se eles tinham certeza de que este dinheiro chegava aos deputados, e quem informou isso", explica.

Segundo Bernardi, as imagens mostram Youssef afirmando que o dinheiro desviado da estatal era repassado por lideranças do partido, para dividir com correligionários, sem aparentar estar certo de que esta divisão realmente acontecia. "Qual é a certeza que ele tinha de que efetivamente essa divisão era feita e todos aqueles realmente foram beneficiados? E de qual forma chegava este dinheiro?", questiona o progressista.

Bernardi ainda destacou que, se for comprovado que algum dos seis integrantes do PP gaúcho tinha envolvimento com o esquema, o partido buscará uma punição por meio do Conselho de Ética. "Não daremos guarida a desvios de conduta", destacou.


Jô Soares morre em São Paulo aos 84 anos

Apresentador e humorista estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho. Causa da morte não foi divulgada.
Por g1 — São Paulo
05/08/2022 05h23 Atualizado há 49 minutos



Jô Soares — Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal



O apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu às 2h30 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, onde deu entrada para tratar de uma pneumonia.

A causa da morte não foi divulgada. O enterro e velório serão reservados à família e aos amigos, em data e local ainda não informados.

O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.

"Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo”, escreveu Flávia em uma rede social. Leia a íntegra do texto aqui.

Jô Soares morre aos 84 anos, em São Paulo

Humor como marca registrada

Em todas as suas inúmeras atividades artísticas – entrevistador, ator, escritor, dramaturgo, diretor, roteirista, pintor... –, Jô Soares teve o humor como marca registrada. Foi seu ponto de partida e sua assinatura no teatro, na TV, no cinema, nas artes plásticas e na literatura. Ele próprio gostava de admitir isso.

"Tudo o que fiz, tudo o que faço, sempre tem como base o humor. Desde que nasci, desde sempre", afirmou em depoimento ao site Memória Globo.


Jô Soares se emociona ao se despedir do 'Programa do Jô' — Foto: Carol Caminha / Gshow

Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução



Nos últimos 25 anos, Jô ficou conhecido por ser o apresentador do talk-show mais famoso do país. Na TV Globo, estrelava o “Programa do Jô”, exibido de 2000 a 2016.


Considerado pioneiro do stand-up, também se destacou por ser um dos principais comediantes da história do Brasil, participando de atrações que fizeram história na TV, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981). Além disso, escreveu livros e atuou em 22 filmes.

Adolescência na Suíça

José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1938. Era o único filho do empresário Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Leal Soares. Em entrevista ao Fantástico em 2012, Jô disse que “pelo fato de sempre ter sido gordo, preferia ser mais conhecido pelo espírito do que pelo físico”.

“Então, eu era muito, muito exibido”, assumiu. “Sou muito vaidoso, nunca escondi isso. Qual é o artista que não é vaidoso? Todos. É uma profissão de vitrine de exibidos. Você nasce querendo seduzir o mundo.”

Na infância, Jô estudou em colégio interno. “Chorava muito. Era uma coisa excessiva, uma coisa de sensibilidade quase gay”, disse ao Fantástico. O motivo era o medo de tirar nota baixa e não ter direito a voltar para casa nos finais de semana. Na escola, seu apelido era poeta. “Sendo gordo e ter o apelido de poeta – acho que já era uma vitória.”

Aos 12 anos de idade, foi estudar na Suíça, onde ficou até os 17. Lá, passou a se interessar por teatro e shows. Mas o plano original não era seguir carreira nos palcos.

"Eu pensei que ia seguir a carreira diplomática”, explicou ao Memória Globo. “Mas sempre ia ao teatro, sempre ia assistir a shows, ia para a coxia ver como era. E já inventava números de sátira do cinema americano; fazia a dança com os sapatinhos que eu calçava nos dedos."



Jô Soares — Foto: TV Globo




Volta para o Brasil




Como os negócios do pai Orlando fracassaram, a família teve de retornar ao Rio. Nesta época, Jô estava disposto a encarar a vocação recém-descoberta nas artes. "Imediatamente comecei a frequentar a turma do teatro, a mostrar meus números, e a coisa engrenou quase que naturalmente", lembrou.

O portal IMDb lista ainda que, no período, ele esteve nos filmes musicais “Rei do movimento” (1954), “De pernas pro ar” (1956) e “Pé na tábua” (1957). Naquele princípio de carreira cinematográfica, destacou-se, como ator, na chanchada “O homem do Sputnik” (1959), de Carlos Manga.

A estreia na TV aconteceu em 1958. Naquele ano, participou do programa “Noite de gala” e passou a escrever para o “TV Mistério”, que tinha no elenco Tônia Carreiro e Paulo Autran. Eles eram exibidos pela TV Rio. Na emissora, Jô esteve ainda no “Noites cariocas”. Em seguida, escreveu e atuou em humorísticos da TV Continental.

Já na TV Tupi, fez participações no “Grande Teatro Tupi”, do qual faziam parte nomes como Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Sérgio Brito e Aldo de Maia. “Eu consegui trabalhar ao mesmo tempo nas três emissoras que existiam no Rio”, declarou ao Memória Globo.

Em 1960, Jô mudou-se para São Paulo para trabalhar na TV Record.

“Vim descobrir São Paulo, era casado com a Teresa, tinha 22 anos. Vim para passar 12 dias e fiquei 12 anos”, lembrou ao Fantástico ao mencionar o casamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo (1934-2021), com quem teve seu único filho, Rafael, que era autista e morreu aos 50 anos.

A partir daí, atuou e escreveu para diversas atrações, como “La reuve chic”, “Jô show”, “Praça da alegria”, “Quadra de azes, “Show do dia 7” e “Você é o detetive”.

O grande destaque da época foi “A família trapo”, exibido entre 1967 e 1971 todos os domingos. No princípio, Jô apenas escrevia o roteiro – seu parceiro era Carlos Alberto Nóbrega. Depois, ganhou um papel: o mordomo Gordon. O elenco tinha ainda nomes como Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Ricardo Corte Real, Cidinha Campos e Ronald Golias.


Jô costumava celebrar o pioneirismo da atração. “Acho que foi a primeira sitcom que se fez”, afirmou ao Memória Globo. Ao Fantástico, comentou que “foi o primeiro grande sucesso nacional da TV". “Saí um ano antes [do fim do programa], em 1970. Assinei contrato com a Globo, onde estavam o Boni, que já me conhecia e de quem já era amigo, e o Walter Clark.”

Trajetória na Globo

Pelos 17 anos seguintes, a partir de 1970, Jô Soares ficou na TV Globo. A estreia foi no programa “Faça humor, não faça a guerra”, ao lado de Renato Corte Real (ambos eram roteiristas e protagonistas). Os textos eram também assinados por Max Nunes, Geraldo Alves, Hugo Bidet e Haroldo Barbosa. “Criávamos uma média de 20 e tantos personagens por ano. Quando terminou o último programa, havia mais de 260 personagens criados”, enumerou Jô ao Memória Globo.

Em 1973, surgiu um novo humorístico, “Satiricom”. “Era um programa no estilo do extinto "Casseta & Planeta", de sátira à comunicação. A gente brincava com as novelas, com o noticiário. Então, não tinha quadros fixos”, comparou.

Já em 1977, foi a vez de “O planeta dos homens”, em que novamente se dividiu entre as funções de ator e redator, com a colaboração de dois de seus parceiros habituais: Max Nunes e Haroldo Barbosa. O elenco, uma vez mais, chamava atenção: Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, Luís Delfino, Sonia Mamede, Berta Loran, Costinha, Eliezer Motta e Carlos Leite.

Embora “O planeta dos homens” tenha ido ao ar até 1982, Jô se desligou um ano antes, para se dedicar ao seu próximo projeto: o “Viva o gordo”.

"O meu humor tem sempre um fundo político, sempre tem uma observação do cotidiano do Brasil", dizia.

"Os meus personagens são muito mais baseados no lado psicológico e no social do que na caricatura pura e simples. Eu nunca fiz um personagem necessariamente gordo. Eles são gordos porque eu sou gordo."

Desta galeria de figuras, destacaram-se o Reizinho (monarca de um reino que satirizava o Brasil da época), o Capitão Gay (um super-herói homossexual) e o Zé da Galera (do bordão “Bota ponta, Telê!”).


Jô Soares durante entrevista com Roberto D’Avila em julho de 2014 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo

Talk-show

Quando seu contrato com a Globo venceu, em 1987, Jô Soares foi para o SBT. Ele atribuiu a mudança à possiblidade de apresentar um programa de entrevistas na nova emissora.

"No fim do contrato, falei com o Boni, meu amicíssimo... Na época ficou um ódio, claro. Porque falei ‘não’ [à proposta de renovação com a TV Globo]", admitiu Jô ao Fantástico em 2012. Durante os seus 11 anos de exibição, o talk-show "Jô Soares onze e meia" rendeu mais de 6 mil entrevistas.

“E durante o processo do impeachment do presidente Fernando Collor, o ‘Jô Soares Onze e Meia’ funcionou como uma espécie de tribuna popular, com o apresentador entrevistando alguns dos principais implicados e testemunhas do caso", aponta o Memória Globo.

“Acho que descobri, também sem querer, a grande vocação da minha vida, a coisa que me dá mais prazer, mais alegria de fazer. Eu me sinto muito vivo ali. A maior atração do mundo é o bate-papo, a conversa”, afirmava o próprio Jô.

Ele retornou à Globo em 2000, quando estreou o “Programa do Jô”.

"Não foi por uma questão salarial, porque a contraproposta do SBT era muito alta. Voltei pela possibilidade de fazer mais entrevistas internacionais, pelas facilidades de gravação, pelo apoio do jornalismo."

Literatura e teatro

Jô Soares também foi autor best-sellers e escreveu para jornais e revistas.

Nos anos 1980, escreveu com regularidade nos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e para a revista “Manchete”. Entre 1989 e 1996, assinou uma coluna na “Veja”.

Também escreveu cinco livros, sendo quatro romances. A estreia foi "O astronauta sem regime" (1983), coletânea de crônicas publicadas originalmente em "O Globo". O romance "O Xangô de Baker Street" (1995) liderou as listas dos mais vendidos e foi adaptado para o cinema em 2001. As obras seguintes foram "O homem que matou Getúlio Vargas" (1998), "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" (2005) e "As esganadas" (2011).

No teatro, Jô ficou célebre por seus monólogos, todos marcados pelo tom cômico e crítico, com sátiras da vida cotidiana e política do Brasil. Os mais conhecidos foram “Ame um gordo antes que acabe” (1976), “Viva o gordo e abaixo o regime!” (1978), “Um gordoidão no país da inflação” (1983), “O gordo ao vivo” (1988), “Um gordo em concerto” (1994) – que ficou em cartaz por dois anos – e “Na mira do gordo” (2007).

Dentre os espetáculos em que trabalhou como ator nos palcos, estão ainda uma montagem de “Auto da compadecida” e “Oscar” (1961), com Cacilda Becker e Walmor Chagas. Como diretor, esteve à frente de “Soraia, Posto 2” (1960), “Os sete gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).

Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução

De seus mais de 20 trabalhos no cinema, Jô apareceu em alguns clássicos do cinema nacional, caso de “Hitler IIIº Mundo” (1968), de José Agripino de Paula”, e de “A mulher de todos” (1969), de Rogério Sganzerla. Além disso, dirigiu um filme, “O pai do povo” (1976).

'Hipocondríaco de doenças exóticas'

Ao Fantástico em 2012, Jô falou sobre a morte, sempre com bom humor. Relembre no vídeo abaixo:


Jô Soares conta o que viu da vida

"Sou um hipocondríaco de doenças exóticas. Beriberi – eu nem sei o que é, mas tenho pavor de pegar isso”, brincou.

"O medo da morte é um sentimento inútil: você vai morrer mesmo, não adianta ficar com medo. Eu tenho medo de não ser produtivo. Citando meu amigo Chico Anysio, [uma vez] perguntaram para ele: ‘Você tem medo de morrer?’. Ele falou: ‘Não. Eu tenho pena’. Impecável."


quinta-feira, 4 de agosto de 2022

A Rainha da Inglaterra e o STF



Em 1977, quando a Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, celebrava seu Jubileu de Prata, os 25 anos de seu reinado, a então novata banda inglesa Sex Pistols lançava seu segundo single, chamado "God Save the Queen".

A música já no segundo verso chama a monarquia britânica de "regime fascista". E segue dizendo que os súditos se tornaram idiotas, que a Rainha não é um ser humano e que não haveria futuro, para a Rainha ou para a monarquia.

E o que aconteceu? Nada.

Para ser mais preciso, a BBC se recusou a tocar a música. Mas, além disso, nada. A música alcançou o segundo lugar nas paradas de sucesso britânicas, foi tocada e ouvida por quem assim quisesse, e não recebeu nenhuma censura, senão aquela natural e legítima, advinda de quem não quisesse compartilhar daquela mensagem.

A Coroa, aliás, manteve a mais completa inércia a respeito da canção, como se ela nunca tivesse existido.

Já no Brasil, nesta semana um advogado foi preso em um voo de carreira em que estava presente o Ministro do STF, Ricardo Lewandowski.

Lewandowski pediu a presença da polícia para conduzir o homem porque esse, dirigindo-se àquele, afirmou: "o STF é uma vergonha".

O ministro ainda "se defendeu" em uma entrevista posterior, dizendo que poderia relevar uma ofensa pessoal, mas não uma ofensa ao STF.

Com toda evidência, Lewandowski deu voz de prisão a um homem que não cometeu crime algum. Dizer que há uma ofensa à "honra" do STF é mais ou menos como o quadrado redondo, pois somente pessoas naturais podem ser vítimas de crimes como injúria, calúnia ou difamação.

Faltando aptidão da suposta vítima para sofrer crime, estamos diante de "crime impossível", por ser inviável a consumação da conduta tida por criminosa.

O crime, ao revés, pode ter apontado contra o próprio Ministro, que obviamente abusou da autoridade, e da autoridade que o obedeceu, por ter obedecido ordem manifestamente ilegal.

Mais ainda, mesmo que a fala do advogado preso fosse dirigida a uma pessoa, talvez não se encontrasse nessa conduta crime algum.

Quem viu o vídeo que contém todo o evento com toda certeza percebeu a arrogância de Lewandowski, ameaçando desde logo com prisão o interlocutor.

A falta de autoridade natural que existe no país (já que falávamos do Sex Pistols, talvez seja uma espécie de "Anarchy in the Brazil?) só faz tornar mais evidente o autoritarismo que lhe pretende substituir.

Mas, como não poderia deixar de ser, a presidência do STF pediu mais investigações sobre o caso, envolvendo, agora a Procuradoria Geral da República.

Diversas organizações de puxa sacos formadas por juízes, advogados e outros atores dos processos já manifestaram apoio a Lewandowski. Mesmo assim, as notas foram em tom de lamento pelo fato. Nenhum teve coragem de dizer que a conduta do ministro foi correta, nem mesmo confirmou ter entendido que ocorreu crime.

Ou seja, as notas acabaram dizendo, nas entrelinhas, que a conduta do ministro foi pior do que a do sujeito que disse que o STF era uma vergonha.

Fato é que parece que houve uma confusão sobre o significado do vocábulo" Supremo ", quando se fala em Supremo Tribunal Federal.

Olhando as definições do Michaelis a esse respeito, a primeira parece ser a mais adequada. Supremo é" Que está no ponto mais alto ou elevado, acima de qualquer coisa. ". Como é o tribunal mais elevado do país, parece estar de acordo.

O problema é que muitos já estão confundindo com o segundo significado do dicionário para o vocábulo:"Relativo a ou pertencente a Deus; divino.".

O injustiçado advogado, afinal, estava errado. O STF não é uma vergonha. É apenas parte de uma outra vergonha muito maior, alicerçada, em grande parte, pelas diversas instituições ligadas intimamente à administração da justiça no Brasil.

Por Bruno Barchi Muniz
Advogado
há 4 anos
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Nova moda: jovens fervem camisinhas, bebem o líquido e ficam drogados

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Foto: Shutterstock

Ser estúpido é parte do processo que faz o jovem chegar à vida adulta. Mas, a cada nova geração, a gente sempre fica com uma sensação de que o nível de estupidez está ficando ainda mais alto. Quer um exemplo? Supostamente, a juventude da Índia está cozinhando preservativos com sabor e tomando a água como se fosse chá, tudo isso para se entorpecer.

De acordo com o Gizmodo, o caso foi contado pela CNN-News 18, um canal de notícias indiano. Segundo a emissora, desde a metade de julho, as vendas de camisinhas saborizadas dispararam na cidade de Durgapur. Ainda de acordo com o canal, um cliente questionou os motivos disso e recebeu a bizarra prática como resposta de um vendedor: os jovens estavam buscando essa nova forma de ficarem “doidões”.

Para conseguir tal proeza, eles estariam fervendo as camisinhas e bebendo a água. Ainda que a gente recomende muito que você NÃO tente isso em casa, há sim um tanto de verdade na experiência.

Os efeitos do chá
Pesquisador de polímeros entrevistado pela revista Vice, Udayan Basak afirmou à publicação que, sim, teoricamente dá para ficar “chapado” bebendo o chá de camisinhas. Basak afirma que esses produtos contém resinas de poliuretano, usados para garantir que eles durem muito e estiquem mais ainda. A glicerina também é componente, garantindo o sabor.

“Acredita-se que o etilenoglicol, um tipo de álcool, é produzido quando o poliuretano se decompõe após ferver os preservativos com sabor em água por seis a oito horas”, disse Basak, conforme relatado pela Vice.

Uma comparação feita por especialistas ouvidos pela CNN-News18 é de que a sensação causada seria como cheirar cola, criando uma sensação eufórica e alucinógena que dura alguns minutos. Claro, há efeitos adversos, como intoxicação e mesmo o vício.

Ainda que a história contada pelo canal indiano tenha surgido de um vendedor afirmando que ouviu isso de um adolescente, é possível que os jovens que colocavam vodka nos olhos possam, também, achar que tomar chá de camisinha é algo que mereça uma chance.

Metrópoles

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