sábado, 21 de setembro de 2013

UVB-76 – A misteriosa rádio russa que só transmite números e sinais

quinta-feira, 19 de setembro de 2013


UVB-76 – A verdade sobre a misteriosa rádio russa que só transmite números


Você já ouviu falar na UVB-76?


Se você nunca ouviu falar na UVB-76, vai descobrir neste post que esta rádio de ondas curtas é um dos grandes mistérios do mundo.

O que é a UVB-76


 A UVB-76 (também conhecida como MDZhB) é uma estação de rádio de ondas curtas, que transmite na frequência 4.625 kHz. Ela ficou conhecida entre os ouvintes de rádio como The Buzzer. Isso porque ela possui um pequeno e monótono sinal, repetindo-se a uma taxa aproximada de 25 tons por minuto, durante 24 horas por dia.
A estação tem sido observada desde 1982, e em raras ocasiões, o sinal de alarme é interrompido e uma transmissão de voz em russo ocorre .  No entanto, o que se diz é algo que deixa tudo mais absurdamente misterioso.

Ninguém sabe o que as mensagens em russo querem dizer, nem porque ela emite apitos e números há tantos anos, desde o tempo da União Soviética. Claro que com o tempo, mais e mais pessoas se viram obcecados em desvendar o mistério dessa radio russa de onda curtas. Existe muita especulação sobre a natureza e razão de existir da rádio, mas, no entanto, o verdadeiro objetivo desta estação ainda é desconhecido.

A estação UVB-76 transmite um som vibrante, que dura 0,8 segundo, pausando por 1-1,3 segundos, e repetindo-se 21-34 vezes por minuto. Um minuto antes de cada hora, o tom de repetição é substituído por um tom contínuo, que continua por um minuto até que o tom de repetição volte a tocar. Sabe-se que entre as 07:00 e 07:50 GMT, a estação transmite com baixo consumo de energia. Provavelmente  é quando a manutenção do transmissor ocorre. O som gerado pela estação, lembra um chiado igual ao de rádio acompanhado de um rápido barulho de um navio.


ESCUTE A UVB-76 AQUI:



A UVB-76 é transmitida pelo menos desde 1982 com seu repetitivo “pip” de dois segundos, mudando para uma campainha no início de 1990. Ela foi alterada brevemente para um tom mais alto e de maior duração (cerca de 20 tons por minuto) em 16 de janeiro de 2003, embora o este som tenha sido revertido para o padrão de tom anterior.
Hoje, milhares de pessoas escutam a UVB-76. Sim, parece bizarro que pessoas de todo o mundo, das mais diversas profissões e idades fiquem madrugada adentro com o fone no ouvido escutando essa estação lá no caixaprego apitar, mas é isso mesmo que acontece. Enquanto escrevo este post, talvez milhares de pessoas estejam ouvindo atentamente essa misteriosa radio russa.


Ah, Se é tão misteriosa, por que ninguém vai lá e vê o que tem?


Pois é, meu amigo. Teve gente que foi!
A busca pela UVB-76 dá um filme. Muita gente já vasculhou a Russia em busca do lugar de onde se origina o sinal.
Após o período de duas décadas onde os ouvintes de ondas curtas apenas acompanhavam a radio, começaram a aparecer os fanzines, os primeiros grupos de trocas de informações sobre a radio. Quando a internet surgiu com força total e sua característica aglutinante de pessoas do mundo todo em torno de temas comuns, a UVB-76 ganhou destaque. Surgiram vários grupos dedicados a estudar o intrigante mistério.

Após um longo tempo de pesquisa, alguns grupos de investigação amadora da UVB-76 descobriram que o sinal estavam emanando de  um gorodok voyenni (pequena cidade militar) perto da aldeia de Povarovo (fala-se povarôvo) e, muito raramente, talvez uma vez a cada poucas semanas, a monotonia era quebrada por uma voz masculina recitando breves sequências de números e palavras, muitas vezes sequências de nomes russos: “Anna, Nikolai, Ivan, Tatyana, Roman…”
Obviamente isso é um código. Mas o que ele diz, até agora ninguém sabe.

Durante um longo tempo a transmissão pareceu homogênea, mas então, um dia, a amplitude e a afinação do zumbido mudou, e os intervalos entre os tons que oscilam. A cada hora,  a estação apitava duas vezes, rapidamente.
Parte do misterio da estação UVB-76 é que ela ainda existe. Nenhuma das grandes mudanças que marcaram a Rússia na última década,  desde a Guerra Fria,  as duas primeiras décadas do pós-guerra fria, a era  Gorbachev, a Perestroika , o fim da guerra no Afeganistão, a implosão soviética, o período Boris Yeltsin, o bombardeio do parlamento, a primeira guerra da Chechênia, os oligarcas, a crise financeira, a segunda guerra da Chechênia, a ascensão do Puttinismo…

Tudo isso passou, o país sofreu profundas transforações em diversos níveis, mas  a  UVB-76 permaneceu uma perturbadora constante, sem maiores alterações, para espanto do insondável grupo de entusiastas de rádios de ondas curtas, que sintonizaram e vem documentando quase todos os sinais que são transmitidos. Embora a campainha (como eles apelidaram) sempre foi uma incógnita, foi também uma constante reconfortante, zumbindo com um obscuro, metrônomo através das décadas.
Foi assim até o fatídico dia  5 de junho de 2010, quando subitamente, o zumbido cessou. Não houve informes, nem explicações. Só o silêncio.
No dia seguinte, a transmissão voltou como se nada tivesse acontecido. Ao longo dos meses de junho e julho, a  rádio UVB-76 se comportou mais ou menos como sempre. Houve algumas perturbações-incluindo breves fragmentos de que soava como código Morse, mas nada dramático. Em meados de agosto, o zumbido parou novamente. Ele voltou, parou de novo, e então recomeçou.

Em seguida, no dia 25 de agosto, às 10:13, a UVB-76 parecia bichada. Primeiro houve silêncio, depois de uma série de golpes e ruídos estranhos, que espantou os ouvintes, pois o som vinha de uma sala. Só então eles perceberam que a campainha não era um som automático transmitido, mas um dispositivo que gerava o ruído “ao vivo” numa sala de transmissão. E nesse dia era como se alguém estivesse naquela sala.
Muitos acharam que o mistério estava prestes a se revelar. Quem seria o misterioso operador da radio russa?

Mas não foi o que aconteceu. Na primeira semana de setembro, a transmissão foi interrompida com freqüência, geralmente com o que parecia ser trechos gravados da “Dança dos Pequenos Cisnes” da peça musical de  Tchaikovsky “O lago dos cisnes”.
Na noite de 7 de setembro, algo mais dramático:  Às 08:48, horário de Moscou, uma voz masculina emitido um novo sinal disse:
-”Mikhail Dmitri Zhenya Boris”

Isso pareceu indicar que agora a estação estava mudando de nome para MDZhB. Isto foi seguido por uma sequencia de mensagens nebulosas típicas da UVB-76:

- “04 DRENDOUT 979″-  seguido por um período de  séries de números, e então - “TRENERSKIY” e ainda mais números.


Aquilo quase causou uma comoção aos que seguiam a rádio misteriosa através de noite após noite. E não eram poucos!

Sabe-se que a versão captada em ondas curtas e retransmitida em tempo real para a internet tinha, em agosto de 2010, mais de 41 mil pessoas ouvindo. Hoje são dezenas de milhares deles.
Conforme o tempo passa, o mistério só aumenta. E entre os diversos mistérios envolvidos nessa radio, um dos que eu acho talvez o maior é: por que? As pessoas se concentram no “pra que?” mas o “por que” também não se explica. Se são mensagens cifradas, qual a razão de usar um método tão arcaico quanto ondas curtas, que viajam pela ionosfera e precisam de quantidades BRUTAIS de energia? Fica caríssimo manter isso, ainda mais por mais de três décadas! Uma transmissão via satélite militar geoestacionário seria mais barata e mais fácil.

Cerca de 30 anos atrás, diz-se, os soviéticos construíram uma estação de rádio de ondas curtas, perto Povarovo, um lugarejo que fica a 40 minutos de carro segundo para o noroeste de Moscou. Na época, Leonid Brezhnev ainda estava vivo, o Kremlin presidia um império intercontinental, e as tropas soviéticas estavam lutando contra o mujahideen. Após o colapso da União Soviética em 1991, foi revelado que toda Povarovo era controlada pelos militares, e que tudo o que acontecia lá era top-secret.
O fato de ser top secret talvez explique porque até hoje o governo se nega a reconhecer a existência da Radio e afirma que “não tem nada a ver com essa transmissão”.
Claro que os aficionados pelos mistérios das transmissões de ondas curtas levantaram várias hipóteses sobre o papel da estação na vasta rede militar de comunicações da Rússia:
  • Era um nó esquecido, criado para servir alguma função agora perdida nas profundezas da burocracia.
  • Era um sinal  ultra-secreto, que transmitia mensagens para espiões russos em países estrangeiros.
  • A UVB-76 serviu de nada menos do que o epicentro da “máquina do Juízo Final”, também chamada de ” arma do soldado morto” ou “arma  da mão morta” da ex-União Soviética, que tinha sido programado para lançar uma onda automática de mísseis nucleares para os EUA no caso de o Kremlin ser arrasado por um ataque furtivo dos EUA. Se isso ocorresse a estação sairia do ar, e os mísseis seriam disparados decretando o fim do mundo.
  • A teoria mais curiosa diz que a UVB-76 pode ser uma radio “fantasma”. Isso é: Uma transmissão do outro mundo. Num dos raríssimos momentos em que ela ficou fora do ar, um homem  em russo transmitiu coordenadas. As coordenadas levaram a uma estação de transmissão abandonada – veja fotos no fim do post. Mas essa teoria embora bem alegórica, caiu por terra com novas descobertas posteriores.
  • A teoria menos sexy, e também das menos prováveis, é a que postulava que a campainha estava testando a espessura da ionosfera. (ela é a menos provável porque especialistas em radiofrequência dizem que a faixa de radio e a potência são insuficientes para qualquer medição) 
Ainda hoje, ao ouvir UVB-76 é como ouvir um mundo que não existe há décadas. Isso parece especialmente verdadeiro tarde da noite quando você está em um porão escuro, usando seus fones de ouvido, envolto por todos os pops, chiados e zumbidos sujos com trechos incompreensíveis de vozes anônimas que escoam soltas através das ondas, essas pequenas viagens na fantasia.

A maioria dos observadores acredita que UVB-76 é um exemplo idiossincrático do que é chamado de uma estação de números, usado para comunicar mensagens criptografadas para espiões ou outros agentes. Normalmente, estas estações transmitem números em grupos de cinco, o que torna impossível detectar partições entre palavras e frases. Os números podem ser descodificados utilizando uma chave de posse do ouvinte pretendido (o espião) .

Sabe-se que as estações de números existem por aí desde a Segunda Guerra Mundial, como documentado pelo Projeto Conet, uma compilação de gravações que foi lançada pela primeira vez em 1997. Existem algumas russas,  norte-coreanas, norte-americanas, as cubanas, e as britânicas.
Os amadores de ondas curtas suspeitam que o  MI6 estava por trás da mais famosa estação de números no planeta, a tão reverenciada Lincolnshire Hunter.

Um grupo online que se autodenomina Enigma 2000 coleta dados sobre números de estações de todo o mundo. Jochen Schäfer, que dirige a filial alemã do grupo, acredita que a UVB-76, não é nenhuma estação de números típica, mas certamente é uma delas.

Normalmente, diz ele, as estações começam suas transmissões com um sinal de chamada, em seguida, passar para uma introdução própria. A Lincolnshire Hunter,  por exemplo, tem o seu apelido, porque cada transmissão começava com os dois primeiros compassos da canção popular Inglesa com o mesmo nome, antes de começar a transmitir os números. Já a UVB-76  é diferente por causa de sua estrutura. Na maioria das vezes, não é apenas o a campainha irritante e repetitiva.  As mensagens vêm em horários irregulares, e isso é muito estranho.

Aliás, foi este formato anômalo que levou alguns pesquisadores da UVB-76 a sugerir que ela não é só uma estação de números, mas algo mais.

Um ex-funcionário europeu de alto escalão e investigador de longa data do bloqueio soviético às estações de rádio ocidentais, conhecido por seu nickname “JM”, afirma que o propósito da campainha é transmitir ordens codificadas para as unidades militares na Rússia, não para espiões fora das suas fronteiras.
JM observa que a maioria do que foi reunido sobre a estação indica que a sua frequência é de 4625 kHz, e seu principal transmissor é de 20 quilowatts. O transmissor de backup é de 5 quilowatts, e sua antena horizontal-dipolo aponta para uso convencional, militar.

Bryan Tabares, um engenheiro de produção de 21 anos de idade, de Jacksonville, na Flórida, concorda e propõe uma teoria ainda mais inócua para explicar as perturbações de 2010: Ele acredita que foi apenas “ruído rosa”, fabricado por engenheiros de som para calibrar os equipamentos de áudio.
Boender, um pesquisador da radio e  consultor financeiro perto de Roterdã, diz que agora está confiante de que a UVB-76 é 100% controlada pelos militares russos.
Ele baseia esta conclusão da sua análise dos conhecidos postos militares russos:
“Descobrimos uma rede russa no início dos anos 90, mas levou dois anos de pesquisa para realmente descobrimos quem eles eram. Parecia ser uma rede de embaixadas soviéticas, consulados, ministérios, e provavelmente também a KGB e GRU. Um número de pessoas em todo o mundo escutava, e trocamos mensagens, gravações e analisamos o material até que finalmente descobrimos quem eles eram. Isso é o que torna tudo mais divertido. “ 
Uma nova intriga sobre a  UVB-76 ou MDZhB é a questão da sua localização. Logo após os levantes de agosto e setembro de 2010, com toda a parada e partida e as batidas e sussurros na “sala”, os  ouvintes relataram outra mudança notável: a posição da estação parecia ter movido no dial.
JM, o ex-funcionário europeu, desde então, ajudou a traçar a sua localização aproximada para perto da cidade de Pskov, perto da fronteira da Rússia com a Estónia. Mas ninguém foi capaz de triangular exatamente onde a transmissão está vindo.

Ary Boender teoriza que a mudança estava relacionada a uma reorganização militar russa, que rolou em setembro daquele ano, quando os distritos militares de Moscou e Leningrado foram fundidos para formar um novo centro de comando em São Petersburgo. Supostamente, isso explicaria porque a  UVB-76, também mudou seu sinal para centenas de quilômetros a noroeste.
Hoje, a pequena cidade militar em Povarovo, local de origem das transmissões da UVB-76 durante décadas está praticamente abandonada.

A área circundante é uma tapeçaria cinza-marrom de edifícios comunistas apartamentos, algumas obras construídas recentemente, e plantações de pepinos. Perto de voyenni gorodok, há portas lacradas e as paredes ostentam sinais militares, mas não há guardas ou cercas eletrificadas, e a maioria das portas não estão trancadas.

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A única atividade ali está perto dos blocos habitacionais preenchidos com as esposas e filhos e netos de veteranos soviéticos, vivos e mortos.
- “Este era o paraíso”, diz uma moradora, Natalia, cujo falecido marido, Sergey Nikolayevich, serviu como motorista para o comandante da voyenni gorodok . Quando perguntada sobre a imponente cerca de ferro forjado a cerca  de uma centena de metros da entrada de seu prédio, ela diz que nunca se desvia através de seus portões. É lá que fica a  torre de rádio, e – veja que estranho – “ninguém nunca vai lá”.

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A estrada de uma pista que segue para a torre se estende por cerca de um quarto de milha, passando um punhado de edifícios vazios e uma espessa floresta de pinheiros. Uma cerca de arame, apoiada por pilares de pedra cobertas de musgo, rodeia a torre.

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Ela tem entre 100 e 150 metros de altura, é vermelho e branco e está enferrujada, mas ainda mantém três ou quatro antenas ligadas a ela.
Ao lado da torre está um galpão azul, uma cabana de metal verde recheada com fios e equipamentos elétricos bem detonados, e uma estrutura de pedra antiga, que também está coberta de musgo. A parte interessante vem agora:
Ali parece haver uma grande instalação subterrânea: O relvado em que a torre fica é cheio de cilindros metálicos saindo do chão (presumivelmente dutos de ventilação), e há um pequeno prédio rosa que se parece com a entrada de uma escada que desce para os níveis abaixo do solo.

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Além disso, há uma porta que está parcialmente aberta no lado da estrutura de pedra. Se você abri-la e olhar para dentro, você vai ver um buraco escuro e úmido onde certamente  deveria ter uma escada no passado.  Se você deixar cair uma pedra nesse buraco, vai demorar cerca de um segundo para chegar ao fundo, o que é lá em baixo é de pelo menos dez metros de profundidade.

A próxima construção do complexo, na superfície, surge  além da cerca de arame e a torre de rádio. É outro edifício também pintado de rosa. Há uma grande antena externa, uma árvore, e um vira-lata latindo ferozmente preso a árvore por uma corda. A configuração é tal que, se você pretende se aproximar da porta da frente, você precisa ser amigo do cachorro bravo, ou “o bicho pode pegar pro seu lado”.

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A porta da frente parece estar bloqueada. Não há luz no interior, ninguém entra ou sai. Mas certamente alguém esteve aqui, já que o cão parece ser devidamente alimentado.
Mas a radio ainda está funcionando e você pode ouví-la aqui:
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Um arquivo pode ser baixado neste link que permite aos seguidores ouvir a  UVB-76 no iTunes.

Há várias razões para especular que mais de um “buzzer” existe e que isso indica que há mais de um local de transmissão.
A recente aparição curta do segundo sinal de alarme em 4622kHz em 12′th de outubro 2012 não deixa dúvidas de que há mais de uma estação operando o sinal.


Uma neblina misteriosa antes da estação inteira sumir

Dois grupos de exploradores urbanos pesquisadores da UVB-76 viajaram para a remota cidade russa na tentativa de visitar o tal bunker militar subterrâneo onde o sinal tinha se originado por mais de trinta anos. Quando chegaram à cidade, um morador local disse-lhes sobre a tempestade de 2010.
Uma noite, um denso nevoeiro rolou, e o posto militar foi evacuado dentro de 90 minutos.
Opa! Isso estranho ou não é???

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Este é um dos registros do Bunker da radio, que operou ali até 2010.
Bens e equipamentos estavam espalhados em toda a base. Água gelada encheu o bunker nas partes mais profundas, mas ainda havia pistas a ser encontradas ali dentro.
O grupo descreveu o bunker militar de Povarov como “um lugar escuro, silencioso e solitário, algo como um labirinto com muitos corredores e quartos.”
Um livro foi encontrada que continha, veja só! Um log de mensagens enviadas pela UVB-76. O sinal etéreo que fascina o mundo há trinta anos tem agora uma presença física, juntamente com a confirmação de que estavam certos os caras que apostaram que a radio era tocada pelos militares russos.

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Mas se foi como a testemunha local afirmou, uma mudança da base de transmissão às pressas, quase que uma “fuga”, pra onde a rádio foi?
Ao que parece, hoje a UVB-76 é proveniente de múltiplos transmissores em toda a Rússia. A triangulação deu origem a três localizações possíveis.
A pequena aldeia russa de Kirsino, um buraco perdido com uma ridícula população registrada de apenas 39 pessoas. Um dos sinais foi traçado aqui.


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Kirsino parece até cenário de filme de zumbi.

Perto da fronteira com a Estônia está a Oblast de Pskov. Esta é atualmente a fonte mais provável de UVB-
76, devido ao fato de que várias tentativas de triangulação apontaram para este lugar.


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Até agora ninguém sabe a real função da transmissão. Já sabemos que ela é militar, mas o que está dizendo ainda permanece envolto em mistério. Cada nova descoberta leva a novas levas de perguntas sem resposta. Por que unidades militares iriam usar logo as ondas curtas, que poderiam ser recebidas em outros países para se comunicar quando eles tem satélites e redes mais seguras de comunicação criptografadas? (vamos lembrar que eles foram os caras que primeiro colocaram um satélite no espaço)
Ao que parece, a transmissora esta instalada num lugar remoto, no meio de uma floresta, e uma única estrada estreita conduz ao local. Olha que VIAGEM visto do satélite!

Expedição ao bunker

As fotos abaixo são da “expedição” ao bunker realizada por dois grupos anônimos de investigadores amadores. Veja como o lugar foi rapidamente detonado antes da mudança às pressas dali para o novo lugar desconhecido. Note o risco de vida FERRADO desses doidos ao entrarem no lugar escuro, cheio de cabos de alta tensão e inundado em muitas partes!

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UVB76 UVB 76 A verdade sobre a misteriosa rádio russa que só transmite números Curiosidades


UVB UVB 76 A verdade sobre a misteriosa rádio russa que só transmite números Curiosidades
  
Eu não tenho certeza que esteja relacionado com a UVB-76, mas num forum russoencontrei um cara falando que adentrou um dos complexos abandonados e entre algumas coisas desinteressantes que ele encontrou como “calendários do ano de 2009″, havia uma maquete! E essa maquete está aqui:

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Ela mostra uma PUTA ESTRUTURA GIGANTESCA de antena, que se espalha por uma vastíssima área. Curiosamente, essa área parece muito com a foto do satélite da área da antena abandonada. Não sei se fizeram isso, ou a maquete mostra o que poderia ser o projeto original da transmissora. Nunca vi um complexo de antena tão monstro, que acho que só perde para o HAARP. Talvez esse complexo tivesse como objetivo criar um escudo de interferência, impedindo transmissões ocidentais de rádio na época dos soviéticos (especulação minha).

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Na sequencia de videos abaixo, que achei no youtube você pode sentir na pele a “excursão” até o local misterioso.











Se você acredita nas teorias ou não, pouco importa. Não há como negar a emoção que vem com a audição das mensagens da UVB-76 e suas vozes distorcidas.
EXISTEM MUITOS MISTÉRIOS A SER DESVENDADOS...


Pesquisado no site

Inside the Russian Short Wave Radio Enigma

Photo: Sergey Kozmin
Somewhere in Russia a signal of mysterious beeps and buzzes has broadcast since the high-water days of the Cold War. But why?
Photo: Sergey Kozmin
From a lonely rusted tower in a forest north of Moscow, a mysterious shortwave radio stationtransmitted day and night. For at least the decade leading up to 1992, it broadcast almost nothing but beeps; after that, it switched to buzzes, generally between 21 and 34 per minute, each lasting roughly a second—a nasally foghorn blaring through a crackly ether. The signal was said to emanate from the grounds of a voyenni gorodok (mini military city) near the village of Povarovo, and very rarely, perhaps once every few weeks, the monotony was broken by a male voice reciting brief sequences of numbers and words, often strings of Russian names: “Anna, Nikolai, Ivan, Tatyana, Roman.” But the balance of the airtime was filled by a steady, almost maddening, series of inexplicable tones.
The amplitude and pitch of the buzzing sometimes shifted, and the intervals between tones would fluctuate. Every hour, on the hour, the station would buzz twice, quickly. None of the upheavals that had enveloped Russia in the last decade of the cold war and the first two decades of the post-cold-war era—Mikhail Gorbachev, perestroika, the end of the Afghan war, the Soviet implosion, the end of price controls, Boris Yeltsin, the bombing of parliament, the first Chechen war, the oligarchs, the financial crisis, the second Chechen war, the rise of Putinism—had ever kept UVB-76, as the station’s call sign ran, from its inscrutable purpose. During that time, its broadcast came to transfix a small cadre of shortwave radio enthusiasts, who tuned in and documented nearly every signal it transmitted. Although the Buzzer (as they nicknamed it) had always been an unknown quantity, it was also a reassuring constant, droning on with a dark, metronome-like regularity.
They don’t know just what they’re listening to. But they’re fascinated by the unending strangeness of the mindless, evil beeping.
But on June 5, 2010, the buzzing ceased. No announcements, no explanations. Only silence.
The following day, the broadcast resumed as if nothing had happened. For the rest of June and July, UVB-76 behaved more or less as it always had. There were some short-lived perturbations—including bits of what sounded like Morse code—but nothing dramatic. In mid-August, the buzzing stopped again. It resumed, stopped again, started again.
Then on August 25, at 10:13 am, UVB-76 went entirely haywire. First there was silence, then a series of knocks and shuffles that made it sound like someone was in the room. Before this day, all the beeping, buzzing, codes, and numbers had hinted at an evil force hovering on the airwaves. Now it seemed as though the wizard were suddenly about to reveal himself. For the first week of September, transmission was interrupted frequently, usually with what sounded like recorded snippets of “Dance of the Little Swans” from Tchaikovsky’s Swan Lake.
On the evening of September 7, something more dramatic—one listener even called it “existential”—transpired. At 8:48 pm Moscow time, a male voice issued a new call sign, “Mikhail Dmitri Zhenya Boris,” indicating that the station was now to be called MDZhB. This was followed by one of UVB-76′s (or MDZhB’s) typically nebulous messages: “04 979 D-R-E-N-D-O-U-T” followed by a longer series of numbers, then “T-R-E-N-E-R-S-K-I-Y” and yet more numbers.
Just a few years before, such a remarkable development on a shortwave station would have been noted by only a tiny group of hobbyists. But starting the previous June—after the first, mysterious outage—a feed of UVB-76 had been made available online (UVB-76.net), cobbled together by an Estonian tech entrepreneur named Andrus Aaslaid, who has been enthralled by shortwave radio since the first grade. “Shortwave was an early form of the Internet,” says Aaslaid, who goes by the nickname Laid. “You dial in, and you never know what you’re going to listen to.” During one 24-hour period at the height of the Buzzer’s freak-out in August 2010, more than 41,000 people listened to Aaslaid’s feed; within months, tens of thousands, and then hundreds of thousands, were visiting from the US, Russia, Britain, the Czech Republic, Brazil, Japan, Croatia, and elsewhere. By opening up UVB-76 to an online audience, Aaslaid had managed to take shortwave radio—one of the most niche hobbies imaginable—and rejuvenate it for the 21st century.
Today, the Buzzer’s fan base includes Kremlinologists, anarchists, hackers, installation artists, people who believe in extraterrestrials, a former Lithuanian minister of communications, and someone in Virginia who goes by the moniker Room641A, a reference to the alleged nerve center of a National SecurityAgency intercept facility at an AT&T office in San Francisco. (“I am interested in ‘listening,’” Room641A tells me by email. “All forms of it.”) All of them are mesmerized by this bewildering signal—now mostly buzzing, once again. They can’t help but ponder the significance of it, wondering about the purpose behind the pattern. No one knows for sure, which is both the worst and the best part of it.
As you might expect, the Buzzer’s history is murky. Roughly 30 years ago, it’s said, the Soviets built a radio station near Povarovo (the accent is on the second syllable), a 40-minute drive northwest of Moscow. At the time, Leonid Brezhnev was still alive, the Kremlin presided over an intercontinental empire, and Soviet troops were battling the mujahideen. After the Soviet Union collapsed in 1991, it was revealed that Povarovo was controlled by the military, and that whatever happened there was top-secret.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Aos 50 anos de militância, Raul Pont anuncia nova frente de luta


Raul Pont
Raul Pont
Marco Aurélio Weissheimer no Carta maior
Fundador do PT, deputado estadual, deputado federal, prefeito de Porto Alegre e candidato à presidência nacional do partido em 2005, Pont anunciou que não pretende concorrer na eleição de 2014 (é deputado estadual no RS) e que centrará sua luta política fora do parlamento. Em entrevista à Carta Maior, Pont fala sobre as razões de sua decisão, critica o atual modelo eleitoral do país (“está podre”) e a crescente influência do poder econômico na política brasileira, inclusive no PT.
Porto Alegre - A militância política de Raul Pont iniciou há cerca de 50 anos na luta contra a ditadura civil-militar implantada no Brasil a partir do golpe de 1964 que derrubou o governo de João Goulart. De lá para cá, dedicou sua vida à política, pela esquerda. Fundador do PT, deputado estadual, deputado federal, prefeito de Porto Alegre e candidato à presidência nacional do partido em 2005, Pont anunciou na última semana que não pretende concorrer na eleição de 2014 (é deputado estadual no Rio Grande do Sul) e que vai centrar sua atividade política fora do parlamento.
Em entrevista à Carta Maior, Raul Pont fala sobre as razões de sua decisão, critica o atual modelo eleitoral do país (“está podre”) e a crescente influência do poder econômico na vida política brasileira, inclusive no PT.
“Para mim, a militância parlamentar é uma militância como qualquer outra. Não faço carreira disso. A maior parte da minha vida política ocorreu fora do parlamento”, diz o dirigente petista que pretende dedicar parte de sua atividade política agora a convencer filiados e militantes do PT que é preciso combater a influência do poder econômico dentro do partido e as práticas que ela engendra, como o inchaço do Colégio Eleitoral no Processo de Eleições Diretas (PED) deste ano. O Diretório Nacional revogou, por maioria, regras que haviam sido aprovadas no último Congresso do partido estabelecendo critérios mais rígidos para a participação de filiados nas eleições internas.
“A atual direção do partido defendeu que não poderíamos baixar o número de votantes (em relação ao último PED) pois passaria uma imagem negativa para fora. Esse foi o argumento apresentado no Diretório Nacional que, por maioria, começou a afrouxar as regras. Nos últimos dias, há uma verdadeira explosão do quórum do colégio eleitoral (…) Eu prefiro mostrar para fora um partido real, com regras claras e bem definidas, do que um partido do inchaço. E agora estamos diante de um novo inchaço que vai deslegitimar o processo eleitoral”, critica Pont, advertindo:
“Ou nós conseguimos convencer um grande número de militantes que esse tipo de prática é um câncer dentro do partido, ou o partido vai morrer canceroso e nós vamos ter que construir outro e começar de novo”.
Carta Maior: Como se deu e quais são as razões de sua decisão de não concorrer à reeleição em 2014?
Raul Pont: É uma decisão pessoal que, evidentemente, ainda pode estar subordinada a um debate político no partido ou na minha própria corrente [a Democracia Socialista]. Mas a minha disposição pessoal é de não concorrer. É claro que não há um único motivo ou uma única razão para isso. O primeiro deles tem a ver com o sistema eleitoral que nós temos. Eu não estou descobrindo agora que esse sistema não é bom ou que acho ele antidemocrático. Eu luto e brigo contra isso há décadas. A primeira coisa que fiz quando fui deputado federal foi tentar levar adiante uma emenda constitucional que buscava estabelecer um mínimo de igualdade e identidade na representação proporcional dos estados. Não consegui apoio nem nas grandes dos partidos de centro e de direita de São Paulo, que é o maior prejudicado no modelo atual. Voltei para o Rio Grande do Sul e o projeto foi arquivado.
Naquele momento, a questão do poder econômico não estava tão acentuada e as nossas campanhas no PT ainda não estavam dominadas por essa lógica dos demais partidos. Ainda eram candidaturas muito coletivas. De lá para cá, e principalmente nas últimas eleições, a partir de 1998 e 2002, com a eleição de Lula, onde nós batemos no teto na representação federal, nós só patinamos.
Mesmo com o partido crescendo, mesmo possuindo mais deputados estaduais, mais diretórios, mais filiados e militantes, com governos federais a favor, o tamanho da bancada federal parou de crescer. Ao contrário, estamos diminuindo o número de nossos deputados federais, ainda que se eleja o presidente da República três vezes seguidas, e a influência do poder econômico só vem se exacerbando.
Um estudo da Consultoria Legislativa da Câmara Federal mostra que, na eleição de 2010, 370 deputados foram eleitos combinando a condição de candidaturas mais caras (entre as 513 candidaturas mais caras do país). E isso tende a continuar. O valor das contribuições empresariais dobra ou mais do que dobra a cada eleição, chegando a quase 5 bilhões de reais na última campanha. Isso do que foi declarado. Houve muita triangulação dentro dos partidos e o que corre sem declaração é incalculável. Assim, trabalhando só com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, temos, na última eleição, quase 5 de bilhões de reais doados por pessoas jurídicas para candidatos. E são doações para candidatos, não para os partidos. Os candidatos são escolhidos a dedo por essas empresas, em todos os partidos, inclusive o nosso. O número de empresas dispostas a financiar candidaturas dentro do PT cresce de maneira assustadora.
Eu nunca me elegi desse jeito. Nunca pedi dinheiro para empresa, banco ou latifundiário. A eleição hoje está cada vez mais difícil. Esse é um dos motivos pelos quais decidi não concorrer no ano que vem. É um protesto mínimo e uma espécie de denúncia de que esse sistema está podre e dominado pelo poder econômico, e o será cada vez mais.
Carta Maior: E quais seriam os outros motivos?
Raul Pont: Para mim, a militância parlamentar é uma militância como qualquer outra. Não faço carreira disso. A maior parte da minha vida política ocorreu fora do parlamento. Comecei a militar 50 anos atrás e não tinha a mínima ideia ou pretensão de ter algum cargo. Militava no movimento estudantil, no Sindicato dos Bancários. Em 1964, eu era bancário e comecei a estudar História na UFRGS. A minha militância começou efetivamente na resistência ao golpe militar em março de 64. De lá para cá eu não parei e na maior parte da minha militância não precisei de mandato, atuando até em condições muito mais adversas que a atual. Então, para mim o parlamento não é o único espaço de atuação. Há o partido, sindicatos, entidades sociais, o trabalho que posso fazer como professor universitário na área de ciência política. Posso contribuir também com a formação política dentro do partido.
Tenho 50 anos de militância. Vou completar 70 anos de idade no ano que vem. É claro que isso cansa e a minha vitalidade não é a mesma dos meus tempos de estudante e de jogador de basquete. Acho que o partido precisa se renovar e abrir espaço para novos quadros. Votei a favor do limite de mandatos no último Congresso do PT (que aprovou um limite de três mandatos). Acho que é um bom exemplo sinalizar para a juventude, para outros companheiros e companheiras que estão com mais vitalidade, mais pique, e que respondem também a uma nova conjuntura. Depois de 30, 40 anos, a vida de um partido político, principalmente num caso como o do PT que teve um crescimento muito rápido, tende a uma certa burocratização, à consolidação de funções e cargos de direção e representação parlamentar, que vai acomodando as pessoas. Temos que ter regras e práticas como o direito de tendência, o limite de mandatos ou a quota de 50% de gênero nas direções partidárias (também adotada pelo PT no seu último Congresso) para evitar que isso ocorra.
Se tem algum partido hoje no Brasil preparado para não fossilizar esse partido é o PT. Ele tem um processo muito dinâmico. Agora mesmo, no dia 10 de novembro, nós vamos eleger todas as nossas direções – municipais, estaduais e nacional – pelo voto direto dos filiados. As correntes do PT são dinâmicas, compõem maiorias e minorias. Quem é minoria está brigando para ser maioria, etc. Isso dá um dinamismo muito superior às experiências que a esquerda teve na Europa e na própria União Soviética, onde os aparatos partidários fossilizaram e se transformaram em burocracias vinculadas ao Estado. Penso que a grande contribuição que o PT traz para a teoria partidária no Brasil é a introdução de novas regras internas como a garantia de uma quota de 50% de gênero nas direções partidárias. Só isso já vai ser uma mudança muito grande nas direções do PT.
Mas não conseguimos ainda fazer uma reforma política e o que dá o tom do sistema hoje é a regra do jogo. O predomínio do poder econômico, o sistema de voto nominal que fortalece o indivíduo, enfraquece o partido e liquida com a ideia de identidade de programa, de projeto, torna o candidato cada vez menos um candidato do partido e mais um candidato da empresa ou do grupo econômico que o financiou. Ele passa a ser um lobista daquele grupo econômico e não mais um sujeito comprometido com a base que o elegeu.
Hoje temos a bancada ruralista, a bancada do setor financeiro, a bancada identificada com os interesses automobilísticos, a bancada dos agrotóxicos, das igrejas evangélicas, sem que alguém tenha votado para isso. As pessoas votaram em indivíduos que, teoricamente, se apresentaram como sendo de um partido. Esse sistema está falido, quebrado e é cada vez mais antidemocrático e corruptor.
Como até agora não conseguimos mudá-lo, vamos ter que continuar tentando. E eu não pretendo continuar lutando aqui dentro (da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul). Vou lutar lá fora. Vou continuar escrevendo sobre isso, denunciando essas práticas, ajudando a organizar as pessoas em favor de outro modelo de política. Acho uma tarefa importante que pretendo continuar cumprindo por toda a vida. Não estou saindo da política, estou saindo do parlamento, de uma representação parlamentar.
Carta Maior: Esse aumento do poder econômico no sistema político e dentro dos partidos parece que só vem crescendo nas últimas eleições. Quando a gente acha que a situação não pode piorar ela piora um pouco mais, como aconteceu essa semana com a aprovação da PEC do Orçamento Impositivo, que obriga o governo a pagar todas as emendas individuais dos parlamentares ao orçamento da União, até o valor de R$ 10 milhões por deputado e senador.
Raul Pont: Exatamente. Há algumas coincidências que são impressionantes. O mesmo Congresso que não consegue votar o fim da guerra fiscal, um mínimo de reforma tributária para o país, a reforma política e eleitoral, um imposto sobre as grandes fortunas, coisas que todos dizem serem justas e necessárias, no meio dessa crise toda, 376 deputados, com toda a facilidade e rapidez, aprovam uma proposta de clientelismo impositivo.
As emendas parlamentares, por si só, já são uma excrescência da política, um clientelismo escancarado, a antessala da corrupção. Todo mundo que já passou por uma prefeitura sabe disso. De certa forma, é a legalização da corrupção e do clientelismo. Com exceção do PT que, para meu desgosto e contrariedade, liberou o voto, todos os demais partidos, inclusive os ditos esquerdistas do PSOL, votaram favoravelmente. Esses partidos orientaram o voto ‘sim’ nos dois turnos. Como o PT não fechou questão, ao menos os deputados que integram a Mensagem ao Partido e alguns outros votaram contra (outros 40 deputados do PT votaram a favor).
Mas a nossa bancada deveria ter fechado questão. Aqui expresso uma contrariedade, não com o sistema eleitoral, mas com atual executiva nacional do partido Eu sou parte da direção, mas sou minoria dentro do Diretório desde a fundação do partido. Como é que essa direção coordenada pelo Rui Falcão, que é o presidente do partido, sequer estabelece uma orientação para a bancada. Pode até perder. Mas se você não orienta, não diz que determinada política está errada, fica difícil. Ninguém defende que essa PEC é uma política correta e republicana. Se todos os partidos orientam o voto ‘sim’ e o nosso libera o voto, nem o nosso partido se distingue. Nós nos diluímos no oportunismo, na submissão, na cumplicidade com práticas que ninguém consegue defender abertamente.
Como é que você quer que o eleitor, olhando para isso, vá confiar nos partidos políticos. Nós estamos afundando um processo de representação democrática duramente alcançado, que não é nenhum paraíso, mas que é superior às ditaduras e a muitas democracias já completamente dominadas pelo poder econômico como é o caso dos Estados Unidos. Essa lógica é mortal para o sistema democrático e só favorece o autoritarismo e saídas fascistas.
Os conceitos estão completamente confusos. Este ano vimos pessoas na rua gritando coisas como “ninguém nos representa”. Mas quem representa então? Existe outro partido em gestação que vai representá-los? O sistema é todo igual? Os partidos são todos iguais? Vamos criar a cada luta, a cada greve um novo partido que representa essa luta específica? Não. Há um acúmulo necessário para isso, um processo de identificação que nem sempre pode ser de cem por cento. Acho que o descrédito que está se criando hoje no Brasil é perigosíssimo, pois ele conduz às famosas saídas messiânicas de algum militar de plantão ou de algum populista autoritário querendo impor uma nova ordem.
Nós já vivemos isso. Como eu tenho 50 anos de experiência nas costas, sei bem como são essas coisas. Seria um desastre para nós um retrocesso desse tipo. Por isso eu quero lutar para ter partidos que controlem e punam os eleitos quando for o caso, para que os eleitos tenham fidelidade partidária, que sejam subordinados ao partido para votar as resoluções nas assembleias e nas câmaras. É essa noção de partido que precisamos fortalecer para termos uma democracia confiável com um mínimo de legitimidade. E nós estamos indo no caminho oposto. Já vimos outras vezes como, em momentos como este, sempre aparece um Castelo Branco, um Jânio Quadros, a figura salvadora da humanidade que, de maneira autoritária, resolve tudo.
Carta Maior: Na sua avaliação, essas preocupações estão presentes nos debates do Processo de Eleições Diretas, pelo qual o PT renovará, pelo voto dos filiados, todas as suas direções agora em novembro?
Raul Pont: O problema é que esses vícios do poder econômico vão para dentro do partido. O nosso estatuto e o nosso código de ética proíbem tais coisas. O artigo 14 do Código de Ética, por exemplo, diz que o que foi feito na votação da PEC que tornou as emendas parlamentares impositivas é proibido no PT. Os deputados que votaram a favor dessa medida, que é flagrantemente clientelista e contrária a critérios republicanos e democráticos no gasto público, tinham que ser punidos, suspensos. Praticamente a metade da bancada teria que ser suspensa. Ou essas pessoas são enquadradas ou então que se rasgue o código de ética.
Nós estamos em plena disputa interna no PT. O quarto congresso do partido, talvez sensível a esse quadro das ruas que já se expressava no ano passado, aprovou regras e normas bastante rígidas para esse Processo de Eleições Diretas que vivemos agora. Essas regras fariam com que o tamanho do colégio eleitoral apto a votar caísse drasticamente. Dos 1,7 milhão de filiados, que o PT tem hoje aproximadamente, votaria um número muito menor. A maioria desses filiados não paga as contribuições mensais. Há inclusive dirigentes partidários, cargos de confiança e parlamentares que não estão com as contribuições em dia. Se a regra aprovada no congresso fosse para valer, teríamos algumas dezenas de milhares de filiados aptos a votar neste PED (no último PED votaram cerca de 500 mil filiados).
Diante desse cenário, a atual direção do partido defendeu que não poderíamos baixar o número de votantes pois passaria uma imagem negativa para fora. Esse foi o argumento apresentado no Diretório Nacional que, por maioria, começou a afrouxar as regras. Nos últimos dias, há uma verdadeira explosão do quórum do colégio eleitoral, um crescimento exponencial do número de eleitores, com evidente incidência do poder econômico, colocando em dia as contribuições de filiados. Há filiados pagando por outros, filiados que descobrem que alguém já pagou a sua contribuição e que eles vão poder votar. Só que esse alguém que pagou vai dizer em quem eles devem votar.
Nós discutimos essa questão e fomos derrotados no Diretório. Foi muito conflitivo pois, para nós, o Congresso é uma instância superior ao Diretório e, portanto, este não poderia revogar uma regra aprovada no primeiro. Mas o Diretório, por maioria, acabou mudando as regras, alegando razões de prestígio externo do partido.
Eu prefiro mostrar para fora um partido real, com regras claras e bem definidas, do que um partido do inchaço. E agora estamos diante de um novo inchaço que vai deslegitimar o processo eleitoral. De novo, também no PT, ganha quem compra mais votos. Essa é, infelizmente, a dura realidade que estamos vivendo. É impossível, a cada ano, a gente começar de novo, um novo partido, uma nova sigla. Precisamos travar uma luta interna, pois nestes 33 anos de vida do PT nós construímos uma experiência riquíssima e muito forte. Estamos ultrapassando a casa dos 1,7 milhões de filiados e tenho a certeza de que a maioria dessas pessoas não concorda com esse tipo de método.
Temos aí, portanto, um espaço de trabalho político, de disputa e de convencimento. Mas esse processo de inchaço do colégio eleitoral não deixa de ser um elemento corruptor também. Se isso virar uma prática permanente dentro do partido, que não possa ser revertida no Congresso ou no Diretório do partido, nós vamos ter que pensar outras formas de organização, começar de novo, com todos os problemas que isso implica.
Eu disse há alguns dias numa entrevista que os partidos não têm prazo de validade e também não há nenhum desígnio dos céus dizendo que vai durar 20, 30 ou 100 anos. É a prática social, a identidade dessa luta com a vida, com a realidade, que determina essas coisas. Não sou profeta, não sei bem o que vai acontecer no próximo período. Pela experiência acumulada, a gente sabe que tem coisas que não dão certo. Algumas coisas eu tenho certeza que não darão certo. Mas não sei se teremos capacidade de nos contrapormos a essas práticas. Pode ser que sim, pode ser que não. Acho que neste momento a gente precisa brigar com as regras do jogo que estão na mesa e tentar convencer o maior número possível de militantes de que não podemos abandonar princípios éticos e morais na política. O preço que nos é cobrado depois é muito maior. Ou a política tem outro padrão que não o da força ou das regras do esquecimento, ou nunca vamos conseguir formar cidadãos plenos, com capacidade de discernimento e capazes de construir alternativas melhores.
Ou nós conseguimos convencer um grande número de militantes que esse tipo de prática é um câncer dentro do partido, ou o partido vai morrer canceroso e nós vamos ter que construir outro e começar de novo. Essa é a minha opinião.

Cadáver mumificado de menino de 4 anos é encontrado dois anos após sua morte em berço no quarto da mãe

18.09.2013

Poucas horas após o falecimento do garoto, mãe, que não havia chamado ambulância, pediu pizza em casa.


Uma mãe está sendo julgada após acusação de homicídio culposo pela morte de seu filho de quatro anos de idade. Segundo informações o garoto havia morrido de fome. 

Para deixar a situação ainda mais agravada, o corpo de Hamzah Khan foi descoberto pela polícia no berço em que dormia no quarto da mãe, Amanda Hutton. Com isso, os oficiais conseguiram mais uma prova de maus-tratos da mulher para com o jovem. 

O crescimento do pequeno havia sido atrofiado por conta da desnutrição causada pela mãe. Sua morte foi confirmada pelo motivo de fome. O caso gerou polêmica, principalmente pela não aceitação de uma pessoa morrer de fome na Inglaterra, país desenvolvido, em pleno século 21. 

A polícia descobriu o corpo do menino, dois anos depois de sua morte, por conta do cheiro vindo da casa de Amanda. Eles ficaram espantados com as condições de miséria da casa e principalmente com o cadáver mumificado. 

Segundo o promotor do caso, a mulher abusava do uso de álcool. O pai do menino havia se separado da mulher e foi viver em outro lugar. Não existem evidências de que ele fosse violento com Amanda antes da separação. 

Cadáver mumificado de menino de 4 anos é encontrado em berço no quarto de sua mãe dois anos depois que ele morreu de fome

A mulher se defendeu dizendo que havia procurado um farmacêutico para ajudá-la a cuidar do filho já em condições precárias de saúde. Ao chegar em casa encontrou o menino perto da morte. Tentou reanimá-lo, mas já era tarde demais. 

Ao que tudo indica, após sua morte a mulher começou a beber uma garrafa de vodka por dia. O promotor afirma que ela não fez nenhum chamado para uma ambulância ou médico. Segundo ele, algumas horas após a morte do garoto ela realizou um telefonema pedindo uma pizza. 

O julgamento ainda está em andamento.
Fonte: Daily Mail

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