quinta-feira, 23 de julho de 2015

“Para quando eu me for”, um texto para quem não tem medo de se emocionar



    Nunca se espera. Nem mesmo o paciente terminal acha que vai morrer hoje ou amanhã. Na semana que vem talvez, mas apenas se a semana que vem continuar sendo na semana que vem. Morrer é uma surpresa. Sempre.
Nunca se está pronto. Nunca é a hora. Nunca vamos ter feito tudo o que queríamos ter feito. O fim da vida sempre vem de surpresa, fazendo as viúvas chorarem e entediando as crianças que ainda não entendem o que é um velório (Graças a Deus).
Com meu pai não foi diferente. Na verdade, foi mais inesperado. Meu pai se foi com 27 anos, a idade que leva muitos músicos famosos. Jovem. Moço demais. Meu pai não era músico nem famoso, o câncer parece não ter preferência. Ele se foi quando eu ainda era novo, descobri o que era um velório justamente com ele. Eu tinha 8 anos e meio, o suficiente pra sentir saudade pelo resto da vida. Se ele tivesse morrido antes, não haveriam lembranças. Nem dor. Mas também não haveria um pai na minha história. E eu tive um pai.
Tive um pai que era duro e divertido. Que me colocava de castigo com uma piadinha pra não me magoar. Que me dava um beijo na testa antes de dormir. Hábito esse que eu levei para os meus filhos. Que me obrigou a amar o mesmo time que ele e que explicava as coisas de um jeito melhor que a minha mãe. Sabe? Um pai desses que faz falta.
Ele nunca me disse que ia morrer, nem quando já estava deitado cheio de tubos. Meu pai fazia planos para o ano que vem mesmo sabendo que não veria o próximo mês. No ano que vem iríamos pescar, viajar, visitar lugares que nenhum de nós conhecia. O ano que vem seria incrível. Eu vivi esse sonho com ele.
Acho, tenho certeza na verdade, que ele pensava que isso daria sorte. Supersticioso. Pensar no futuro era o jeito dele se manter otimista. O desgraçado me fez rir até o final. Ele sabia. Ele não me contou. Ele não me viu chorar a sua perda.
E de repente o ano que vem acabou antes de começar.
Minha mãe me pegou na escola e fomos ao hospital. O médico deu a notícia com toda a sensibilidade que um médico deixa de ter com os anos. Minha mãe chorou. Ela também tinha um pingo de esperança. Como disse antes, todo mundo tem. Eu senti o golpe. Como assim? Não era só uma doença normal dessas que a gente toma injeção? Pai, como eu te odiei. Você mentiu pra mim. Não fiquei triste, pai, fiquei com raiva. Me senti traído. Gritei de raiva no hospital até perceber que meu pai não estava lá pra me colocar de castigo. Chorei.
Mas aí meu pai foi meu pai de novo. Trazendo uma caixa de sapato debaixo dos braços, uma enfermeira veio me consolar. Dentro, dezenas de envelopes lacrados com frases escritas onde deveriam ficar os nomes dos destinatários. Entre as lágrimas e os soluços não consegui entender direito o que estava acontecendo. E então a mesma enfermeira me entregou uma carta. A única fora da caixa.
“Seu pai me pediu pra entregar essa pessoalmente e te dizer pra abrir. Ele passou a semana inteira escrevendo tudo isso e disse que era pra você. Seja forte.” Disse a enfermeira com um abraço.
PARA QUANDO EU ME FOR dizia o envelope que ela me entregou. Abri.
Filho,
Se você está lendo eu morri. Desculpa, eu sabia.
Não queria te dizer que ia acontecer, não queria te ver chorar. Parece que consegui. Acho que um homem prestes a morrer tem o direito de ser um pouco egoísta.
Bom, como eu ainda tenho muito pra te ensinar, afinal você não sabe de nada, deixei essas cartas. Você só pode abrir quando o momento certo chegar, o momento que eu escrevi no envelope. Esse é o nosso combinado, ok?
Eu te amo. Cuida da sua mãe, você é o homem da casa agora.
Beijo, pai.
PS: Não deixei cartas para sua mãe, ela já ficou com o carro.
E com aqueles garranchos, afinal naquela época não era tão fácil imprimir como é hoje em dia, ele me fez parar de chorar. Aquela letra porca que uma criança de 8 anos mal entendia (eu, no caso) me acalmou. Me arrancou um riso do rosto. Esse era o jeito do meu pai de fazer as coisas. Que nem o castigo com uma piadinha para aliviar.
Aquela caixa se tornou a coisa mais importante do mundo. Proibi minha mãe de abrir, de ler. Mas elas eram minhas, só pra mim. Sabia decorado todos os momentos da vida em que eu poderia abrir uma carta e ler o que meu pai tinha deixado. Só que esses momentos demoraram muito pra chegar. E eu esqueci.
Sete anos e uma mudança depois eu não tinha ideia de onde a caixa tinha ido parar. Eu não lembrava dela. Algo que você não lembra não faz falta. Se você perdeu algo da sua memória, você não perdeu. Simplesmente não existe. Como dinheiro que depois você acha no bolso da bermuda.
E então aconteceu. Uma mistura de adolescência com o novo namorado da minha mãe desencadeou o que meu pai sabia que um dia aconteceria. Minha mãe teve vários namorados, sempre entendi. Ela nunca casou de novo. Não sei ao certo o motivo, mas gosto de acreditar que o amor da vida dela tinha sido meu pai. Mas esse namorado era ridículo. Eu sentia que ela se rebaixava pra ele. Que ele fazia pouco da mulher que ela era. Que uma mulher como ela merecia algo melhor do que um cara que ela tinha conhecido no forró.
Me lembro até hoje do tapa que veio acompanhado da palavra “forró”. Eu mereci, admito. Os anos me mostraram isso. Na hora, enquanto a pele da minha bochecha ardia, lembrei da minha caixa e das minhas cartas. De uma carta em específico que dizia PARA QUANDO VOCÊ TIVER A PIOR BRIGA DO MUNDO COM A SUA MÃE.
Corri para o quarto e revirei minhas coisas o suficiente para levar outro tapa na cara da minha mãe. Encontrei a caixa dentro de uma mala de viagem na parte de cima do armário. O limbo. Procurei entre os envelopes. Passei por PARA QUANDO VOCÊ DER O PRIMEIRO BEIJO e percebi que havia pulado essa, me odiei um pouco e decidi que a leria logo depois, e por PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE, uma que eu esperava abrir logo, logo. Achei o que procurava e abri.
Pede desculpa.
Eu não sei o motivo da briga e nem quem tem razão. Mas eu conheço a sua mãe. Então a melhor maneira de resolver isso é com um humilde pedido de desculpas. Do tipo rabinho entre as pernas.
Ela é sua mãe, cara. Te ama mais do que tudo nessa vida. Sabe, ela escolheu parto normal porque alguém disse que era melhor pra você. Você já viu um parto normal? Pois é, quer demonstração de amor maior que essa?
Pede desculpa. Ela vai te perdoar. Eu não seria tão bonzinho.
Beijo, pai.
Meu pai passava longe de um escritor, era bancário, mas as palavras dele mexeram comigo. Havia mais maturidade nelas do que nos meus quatorze anos de vida. O que não era muito difícil por sinal.
Corri para o quarto da minha mãe e abri a porta. Já estava chorando quando ela, chorando também, virou a cabeça pra me olhar nos olhos. Não lembro o que ela gritou pra mim, algo como “O que você quer?”, mas lembro que andei até ela e a abracei, ainda segurando a carta do meu pai. Amassando o papel já velho entre os meus dedos. Ela me abraçou de volta e ficamos em silêncio por não sei quantos minutos.
A carta do meu pai fez ela rir alguns momentos depois. Fizemos as pazes e conversamos um pouco sobre ele. Ela me contou umas manias estranhas que ele tinha, como comer salame com geleia de morango. De algum modo, senti que ele estava ali. Eu, minha mãe e um pedaço do meu pai, um pedacinho que ele deixou naquele papel. Que bom.
Não demorou muito e li PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE.
Parabéns, filho.
Não se preocupa, com o tempo a coisa fica melhor. Toda primeira vez é um lixo. A minha foi com a puta mais feia do mundo, por exemplo.
Meu maior medo é você ler o envelope e perguntar da sua mãe antes da hora o que é virgindade. Ou pior, ler o que eu acabei de escrever sem nem saber o que é punheta (você sabe, não sabe?). Mas isso também não será problema meu, não é mesmo?
Beijo, pai.
Meu pai acompanhou minha vida toda. De longe, sim, mas acompanhou. Em incontáveis momentos suas palavras me deram aquela força que ninguém mais conseguia dar. Ele sempre dava um jeito de me arrancar um sorriso em um momento de tristeza ou de clarear meus pensamentos num momento de raiva.
PARA QUANDO VOCÊ CASAR me emocionou, mas não tanto quanto PARA QUANDO EU FOR AVÔ.
Filho, agora você vai descobrir o que é amor de verdade. Vai descobrir que você gosta bastante da sua mulher, mas que amor mesmo é o que você vai sentir por essa coisinha aí que eu não sei se é ele ou ela. Sou um cadáver, não um vidente.
Aproveita. É a melhor coisa do mundo. O tempo vai passar rápido, então esteja presente todos os dias. Não perca nenhum momento, eles não voltam mais. Troque as fraldas, dê banho, sirva de exemplo. Acho que você tem condições de ser um pai tão incrível quanto eu.
A carta mais dolorida da minha vida foi também a mais curta do meu pai. Acredito que ele sofreu para escrever aquelas quatro palavras o mesmo que eu sofri por ter vivido aquele momento. Demorou, mas um dia eu tive que ler PARA QUANDO SUA MÃE SE FOR.
Ela é minha agora.
Uma piada. Um palhaço triste que esconde o choro por trás do sorriso de maquiagem. Foi a única carta que não me arrancou um sorriso, mas entendi a razão.
Eu sempre respeitei o combinado com meu pai. Nunca li nenhuma carta antes do momento certo. Tirando PARA QUANDO VOCÊ SE DESCOBRIR GAY, claro. Nunca acreditei que o momento de ler essa carta chegaria, então abri muitos anos atrás. Ela foi uma das mais engraçadas, por sinal.
O que eu posso dizer? Ainda bem que morri.
Deixando as brincadeiras de lado e falando sério (é raro, aproveita). Agora semimorto eu vejo que a gente se importa muito com coisas que não importam tanto. Você acha que isso muda alguma coisa, filho?
Não seja bobo, seja feliz.
Sempre esperei muito pelo próximo momento. Pela próxima carta. Pela próxima lição que meu pai tinha pra me dar. Incrível como um homem que viveu 27 anos teve tanto pra ensinar pra um senhor de 85 como eu.
Agora, deitado na cama do hospital, com tubos no nariz e na traqueia (maldito câncer), eu passo os dedos por cima do papel desbotado da última carta. PARA QUANDO SUA HORA CHEGAR o garrancho quase invisível diz.
Não quero abrir. Tenho medo. Não quero acreditar que a minha hora chegou. Esperança, lembra? Ninguém acredita que vai morrer hoje.
Respiro fundo e abro.
Oi, filho, espero que você seja um velho agora.
Sabe, essa foi a carta mais fácil de escrever. A primeira que eu escrevi. A carta que me livrou da dor de te perder. Acho que estar perto do fim clareia a cabeça pra falar sobre o assunto.
Nos meus últimos dias eu pensei na vida que eu levei. Na minha curta vida, sim, mas que me fez muito feliz. Eu fui seu pai e marido da sua mãe. O que mais eu poderia querer? Isso me deu paz. Faça o mesmo.
Um conselho: não precisa ter medo.
PS: Tô com saudade.

domingo, 12 de julho de 2015

CONSEQÜÊNCIA LÓGICA DA AÇÃO PENAL






by Miscelânia do Conhecimento


A ação penal geralmente sucede do procedimento policial (inquérito policial). Na maioria das vezes ela é proposta tendo como fundamento o inquérito. Ação penal só existe perante a justiça, não existe em repartição policial ou administrativa, isso ocorre a partir da Constituição Federal de 1988. O Estado assumiu o compromisso de proteger os interesses coletivos, criando os mecanismos, surgindo assim, a ação penal e extra-penal.

A ação penal ou extra-penal é um substitutivo civilizado da fase de vingança privada. Você não pode fazer, mas pode exigir que o Estado faça e isso ocorre por meio da ação. O Estado vai apreciar o fato através da ação para o Juiz julgar procedente ou improcedente essa ação. Art. 100, CP - a ação penal é pública, salvo quando a lei a declara privativa do ofendido. Na maioria dos casos a ação penal é pública porque o crime quando ocorre ofende principalmente o interesse da coletividade.

Teoricamente a relação que ocorre é entre o criminoso e a sociedade. Na prática, sabe-se que a relação é entre o criminoso e a vítima. Na maioria dos casos a ação penal é pública incondicionada, a autoridade para proceder não está sujeita a nenhuma condição, não depende da vontade da vítima, já que antes de atingir o interesse da vítima, atingiu o interesse da coletividade. Ex.: tentativa de homicídio. O delegado está obrigado a instaurar o inquérito policial. O Ministério Público se recebeu provas (indícios) pode instaurar a ação, salvo nos casos dos juizados especiais, pois a lei criou um mecanismo especial para esses casos.

A ação penal pública pode também ser condicionada. Ela só pode existir sob condição, apesar de ser pública. As condições são: a representação do ofendido ou do seu representante legal, se tiver menos de 18 anos pelo pai, tutor ou curador; a requisição do Ministro da Justiça. São raríssimos casos, principalmente nesta última hipótese. Ou é uma coisa ou outra, não pode ser as duas condições nunca. Ex.: crime de ameaça e de lesão corporal leve são crimes da 1 ª condição, além de lesão corporal culposa. A autoridade só pode proceder se haver alguma manifestação do ofendido ou do seu representante legal. Ex.: crime contra a honra de chefe estrangeiro é crime da 2 ª condição. A lei diz expressamente quando for do ofendido ou mediante requisição do Ministro da Justiça. Qualquer pessoa pode levar ao conhecimento da autoridade a ação pública incondicionada. Ao observar o CP, se abaixo do art. não mostrar a forma como proceder é porque é um crime de ação pública incondicionada. O art. 147, CP é exemplo de ação pública condicionada a representação legal. Quando tiver abaixo do artigo que só se procede mediante queixa é porque é um caso de ação penal privada. Esta só se processa mediante autorização expressa da vítima. O estupro é um crime que pode ser de ação privada se ocorrer apenas a violência do ato.

Se houver mais alguma violência como lesão corporal, esse pode ser ação penal pública incondicionada se a vítima não tiver condição de pagar as custas do processo ou se não for por este caso, será de ação pública condicionada. A representação é apenas uma manifestação da parte ofendida para que a autoridade possa instaurar o respectivo procedimento ou policial ou judicial. A representação pode ser dirigida a autoridade policial (delegado de polícia), devendo esta instaurar o inquérito; pode também ser endereçada(dirigida) ao Ministério Público. Se tiver instruída, se houver os elementos necessários, o Ministério Público vai denunciar, não pedindo para instaurar o inquérito. Se o Ministério Público achar que não está instruída, vai remeter a polícia requisitando a instauração do inquérito; pode encaminhar ao Juiz de Direito. O Juiz não instaura procedimento, ele apenas julga. Se ele recebe uma representação, o Juiz deve encaminhar para a Polícia requisitando a instauração do inquérito. Alguns autores (maioria) acham que ele deve mandar para o Ministério Público que é o titular da ação penal pública. A representação está sujeita a prazo, se o particular não fizer dentro do prazo, decai o direito. O prazo fixado pelo art. 38, CP é de 6 meses, não sendo contado da data fato, mas do conhecimento da autoria do fato. Tem que provar que somente em data tal tomou conhecimento.
Crimes de ação pública incondicionada
Art. 121 HomicídioArt. 122 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 123 InfanticídioArt. 124 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 125 Aborto provocado por terceiroArt. 126 Aborto consentido pela gestante
Art. 129 Lesão corporal, grave e gravíssimaArt. 131 Perigo de contágio de moléstia grave
Art. 132 Perigo para a vida ou saúde de outremArt 133 Abandono de incapaz
Art. 134 Exposição ou abandono do recém-nascidoArt. 135 Omissão de socorro
Art. 136 Maus tratosArt 137 Rixa
Art. 146 Constrangimento ilegalArt. 148 Seqüestro e cárcere privado
Art. 149 Redução a condição análoga à de escravoArt. 150 Violação de domicílio
Art. 155 FurtoArt. 157 Roubo
Art. 158 ExtorsãoArt. 159 Extorsão mediante seqüestro
Art. 160 Extorsão indiretaArt. 161 Alteração de limites
Art. 162 Supressão ou alteração de marca em animaisArt. 165 Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 166 Alteração de local especialmente protegidoArt. Apropriação indébita
Art. 169 Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da naturezaArt. 171 Estelionato
Art. 172 Duplicata simuladaArt. 173 Abuso de incapazes
Art. 174 Induzimento à especulaçãoArt. 175 Fraude no comércio
Art. 177 Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por açõesArt. 178 Emissão irregular de conecimentos de depósito ou warrant
Art. 180 ReceptaçãoArt. 188 Falsa atribuição de privilégio
Art. 190 Falsa declaração de depósito em modelo ou desenhoArt. 193 Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos
Art. 194 Marca com falsa indicação de procedênciaArt. 197 Atentado contra a liberdade de trabalho
Art. 198 Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violentaArt. 199 atentado contra a liberdade de associação
Art. 200 Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordemArt. 201 Paralisação de trabalho de interesse coletivo
Art. 202 SabotagemArt. 203 Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
Art. 204 Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalhoArt. 205 Exercício de atividade com infração de decisão administrativa
Art. 206 Aliciamento para o fim de emigraçãoArt. 207 Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional
Art. 208 Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativoArt. 209 Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
Art. 210 Violação de sepulturaArt. 211 Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 212 Vilipêndio a cadáverArt. 227 Mediação para servir a lascívia de outrem
Art. 228 Favorecimento da prostitiçãoArt. 229 Casa de prostituição
Art. 230 RufianismoArt. 231 Tráfico de mulheres
Art. 233 Ato obscenoArt. 234 Escrito ou objeto obsceno
Art. 235 BigamiaArt. 237 Conhecimento prévio de impedimento
Art. 238 Simulação de autoridade para celebração de casamentoArt. 239 Simulação de casamento
Art. 241 Registro de nascimento inexistenteArt. 242 Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nacido
Art. 243 Sonegação de estado de filiaçãoArt. 244 Abandono material
Art. 245 Entrega de filho menor a pessoa inidôneaArt. 246 Abandono intelectual
Art. 247 Abandono moralArt. 248 Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes
Art. 249 Subtração de incapazArt. 250 Incêndio
Art. 251ExplosãoArt. 252 Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 253 Fabricação, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixianteArt. 254 inundação
Art. 255 Perigo de inundaçãoArt. 256 Desabamento ou desmoronamento
Art. 257 Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamentoArt. 259 Difusão de doença ou praga
Art. 260 Perigo de desastre ferroviárioArt. 261 Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo
Art. 262 Atentado contra a segurança de outro meio de transporteArt. 264 Arremesso de projétil
Art. 265 Atentado contra a segurança de serviço de utilidade públicaArt. 266 Atentado contra a segurança de serviço telegráfico ou elef6onico
Art. 267 EpidemiaArt. 268 Infração de medida sanitária preventiva
Art. 269 Omissão de notificação de doençaArt. 270 Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal
Art. 271 Corrupção ou poluição de água potávelArt. 272 Corrupção, adulteração ou falsificação de substância alimentícia ou medicinal
Art. 273 Alteração de substância alimentícia ou medicinalArt. 274 Emprego de processo proibido ou de substância não permitida
Art. 275 Invólucro ou recipiente com falsa indicaçãoArt. 276 Produto ou substância nas condições dos dois antigos anteriores
Art. 277 Substância destinada à falsificaçãoArt. 278 Outras substâncias nocivas à saúde pública
Art. 279 substância avariadaArt. 280 Medicamento em desacordo com receita médica
Art. 282 exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêuticaAr. 283 Charlatanismo
Art. 284 CurandeirismoArt. 286 Incitação ao crime
Art. 286 Incitação ao crimeArt. 287 Apologia de crime ou criminoso
Art. 288 Quadrilha ou bandoArt. 289 Moeda falsa
Art. 290 Crimes assimilados ao de moeda falsaArt. 291 Petrechos para falsificação de moeda
Art. 292 Emissão de título ao portador sem permissão legalArt. 293 Falsificação de papeis públicos
Art. 294 Petrechos de falsificaçãoArt. 296 Falsificação de selo ou sinal público
Art. 297 Falsificação de documento públicoArt. 298 Falsificação de documento particular
Art. 300 Falso reconhecimento de firma ou letraArt. 301 Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 302 Falsidade de atestado médicoArt. 303 Reprodução ou adulteração de selo u peça filatélica
Art. 304 Uso de documento falsoArt. 305 Supressão de documento
Art. 306 Falsificação do sinal empregado no contraste de metal preciso ou na falsificação alfandegária, ou para outros finsArt. 307 Falsa identidade
Art. 308 Crime assimilado à falsa identidadeArt. 309 Fraude de lei sobre estrangeiros
Art. 310 Crime assimilado à fraude de lei sobre estrangeirosArt. 311 Falsidade em prejuízo da nacionalização da sociedade
Art. 312 PeculatoArt. 313 Peculato mediante erro de outrem
Art. 314 Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documentoArt. 315 Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 316 ConcussãoArt. 317 Corrupção passiva
Art. 318 Facilitação de contrabando ou descaminhoArt. 319 Prevaricação
Art. 320 Condescendência criminosaArt. 312 Advocacia administrativa
Art. 322 Violência arbitráriaArt. 323 Abandono de função
Art. 324 Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongadoArt. 325 Violação de sigilo funcional
Art. 326 Violação de sigilo de proposta de concorrênciaArt. 328 Usurpação de função pública
Art. 329 ResistênciaArt. 330 Desobediência
Art. 331 DesacatoArt. 332 Exploração de prestígio
Art. 333 Corrupção ativaArt. 334 Contrabando ou descaminho
Art. 335 Impedimento, perturbação ou fraude de concorrênciaArt. 336 Inutilização de edital ou de sinal
Art. Subtração ou inutilização de livro ou documentoArt. 338 Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 339 Denunciação caluniosaArt. 340 Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 341 Auto-acusação falsaArt. 342 Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 343 crime assimilado ao falso testemunho ou falsa períciaArt. 344 Coação no curso do processo
Art. 345 Exercício arbitrário das próprias razõesArt. 346 Crime assimilado ao exercício arbitrário das próprias razões
Art. 347 Fraude processualArt. 348 Favorecimento pessoal
Art. 349 Favorecimento realArt. 350 Exercício arbitrário ou abuso de poder
Art 351 Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurançaArt. 352 Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 353 Arrebatamento de presoArt. 354 Motim de preso
Art. 355 Patrocínio infielArt. 356 Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 357 Exploração de prestígioArt. 358 Violência ou fraude em arrematação judicial
Art. 359 Desobediência à decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
Crimes de ação penal pública condicionada
Art. 129 Lesão corporal leve e culposaArt. 130 Perigo de contágio venéreo
Art. 147 AmeaçaArt. 151 Violação de corrspondência
Art. 152 Correspondência comercialArt. 153 Divulgação de segredo
Art. 154 Violação de segredo profissionalArt. 156 Furto de coisa comum
Art. 176 Outras fraudes
Crimes de ação penal privada
Art. 138 CalúniaArt. 139 Difamação
Art. 140 InjúriaArt. 163 Dano
Art. 164 Introdução ou abandono de animais em propriedade alheiaArt. 179 Fraude à execução
Art. 184 Violação de direito autoralArt. 185 Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
Art. 187 Violação de privilégio de invençãoArt. 189 Usurpação ou indevida exploração de moeda ou desenho privilegiado
Art. 192 Violação do direito de marcaArt. 196 Concorrência desleal
Art. 213 EstuproArt. 214 Atentado violento ao pudor
Art. 215 Posse sexual mediante fraudeArt. 216 Atentado ao pudor mediante fraude
Art. 217 SeduçãoArt. 218 Corrupção de menores
Art. 219 Rapto violento ou mediante fraudeArt 220 Rapto consensual
Art. 236 Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimentoArt. 240 Adultério
Crimes de ação pública incondicionada transformados em crimes de ação pública condicionada
Quando o crime é cometido em prejuízo:
Do cônjuge "desquitado" ou judicialmente separado
De irmão, legítimo ou "ilegítimo"
De tio ou sobrinho, com quem o agente coabita, desde que não seja crime de roubo ou de estorsão, ou não haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa (arts. 182, I, II, III, e 183, I)
Art. 155 FurtoArt. 161 Alteração de limites, usurpação de água e esbulho possessório
Art. 162 Supressão ou alteração de marca em animaisArt. 165 Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 166 Alteração de local especialmente protegidoArt. 168 Apropriação indébita
Art. 169 Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da naturezaArt. 171 Estelionato
Art. 172 Duplicata simuladaArt. 173 Abuso de incapaz
Art. 174 Induzimento à especulaçãoArt. 175 Fraude no comércio
Art. 177 Fraude e abusos na fundação ou administração de sociedades por açõesArt. 178 Emissão irregular de conhecimento de depósito ou warrant
Art. 179 Fraude à execuçãoArt. 180 Receptação
Crimes de ação pública incondicionada transformados em crimes de ação privada
Art. 161 Alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, se a propriedade é particular e não há emprego de violência (art. 161, § 3º)Art. 345 Exercício arbitrário das próprias razões, se não há violência (art. 345, § único)
Crimes de ação pública condicionada transformados em crimes de ação pública incondicionada
Art. 151, § 1º, IV Instalação de estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal(Art. 151, § 4º)Art. 151, § 3º Violação de correspondência ou comunicação, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radio-elétrico ou telefônico (Art. 151, § 4º)
Crimes de ação privada transformados em crimes de ação pública incondicionada
Art. 140, § 2º Injúria, mediante violência, e se da violência resulta lesão corporal (art. 145, caput)Art. 163, § único, I,II e III Dano com violência a pessoa ou grave ameaça; com emprego de substância inflamável ou explosivo, se o fato não constitui crime mais grave; contra o patrimônio da União, Estado ou Município (art. 167)
Art. 184 Violação de direito autoral, quando praticado em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público; se a violação consistir na preprodução, por qualquer meio , de obra intelectual, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, ou consistir na reprodução de fonograma e videofonograma, sem autorização do produtor ou de quem o represente; venda, exposição à venda, introdução no país, aquisição, ocultação ou conservação em depósito, para o fim de venta, original ou cópia de obra intelectual, fonograma ou videofonograma, produzidos com violação de direito autoral (art. 186)Art. 185 Usurpação de nome ou pseudônimo alheio, quando praticada em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público (art. 186)
E também os seguintes crimes se da violência resulta lesão corporal de natureza grave (art. 223 c/c art. 225 § 1º, II):
Art. 213 (estupro), art. 214 (atentado violento ao pudor)
E ainda os seguintes crimes se é cometido com abuso do pátrio poder, ou na qualidade de padrasto tutor ou curador (art. 225, § 1º, II):
Art. 213 (estupro), art. 214 (atentado violento ao pudor), art. 215 (posse sexual mediante fraude), art. 216 (atentado ao pudor mediante fraude, art. 217 (sedução), art. 218 (corrupção de menor), art. 219 (rapto violento ou mediante fraude), art. 220 (rapto consensual)
Crimes de ação privada transformados em crimes de ação pública condicionada
Os seguintes crimes quando praticados contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro (art. 145, § único, e art. 141, I):
Art. 138 (Calúnia), art. 139 (difamação), art. 140 (injúria)
Os seguintes crimes quando praticados contra o funcionário público, em razão de suas funções (art. 145, § único, e art. 141, II):
Art. 138 (calúnia), art. 139 (difamação), art. 140 (injúria)
Ainda segundo dita art. 196, § 2º:
Art. 196, X e XI (corrupção de preposto) e art. 196, XII (violação de segredo de fabrica ou negócio)
E por último os seguintes crimes se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família (art. 225, § 1º, I, § 2º):
Art. 213 (estupro), art. 214 (atentado violento ao pudor), art. 215 (posse sexual mediante fraude), art. 216 (atentado ao pudor mediante fraude), art. 217 (sedução), art. 218 (corrupção de menor), art. 219 (rapto violento ou mediante fraude) e art. 220 ( rapto consensual)

Com mais de 1 milhão de retirados, China vive cenas assustadoras com chegada de tufão Chan-hom já atingiu Japão, Filipinas e Taiwan, provocando mortes e transtornos


Ondas enormes atingiram a costa e atraíram curiosos 

 WILLIAM HONG / REUTERS


PEQUIM - O tufão Chan-hom chegou à costa chinesa e provocou cenas assustadoras no país. Com imagens de árvores caindo, enchentes e ondas gigantes, mais de 1 milhao de pessoas foram retiradas de suas casas. A tormenta seria uma das mais fortes da história recente do país.

Nos últimos dias, o tufão varreu o arquipélago japonês de Okinawa e depois chegou a Taiwan. Ele matou cinco pessoas durante sua passagem pelas Filipinas nesta semana e deixou mais de 20 feridos no Japão na sexta-feira. Quatro pessoas ficaram feridas por quedas de árvores em Taiwan.
Plantação de melões ficou comprometida - WILLIAM HONG / REUTERS

Com ventos de até 210 km/h, o Chan-hom passava perto da província de Zhenjiang na manhã de sábado (de Brasília). Cerca de 51 mil navios retornaram ao porto na província, depois de a costa ser atingida por ondas de 10 metros de altura. Enchentes foram registradas na região, após fortes chuvas.

Em Shangai, capital comercial do país, o aeroporto internacional de Pudong cancelou 500 voos por causa do tufão, enquanto o de Hongqiao fez o mesmo com 250 voos, informou um jornal oficial.

Ventos de mais de 100km/h atingiam regiões antes da chegada do tufão - Reprodução
O serviço meteorólogico do país estima que o tufão seja o mais forte a atingir Zhenjiang desde 1949.


Moradores se viraram como possível para circular - He Yousong/Xinhua / AP

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/com-mais-de-1-milhao-de-retirados-china-vive-cenas-assustadoras-com-chegada-de-tufao-16735523#ixzz3fgB5kBMn
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sábado, 11 de julho de 2015

Uma tradução de “Se”, de Kipling, para o governo Dilma


Nesta semana tensa e difícil, VEJA dedica à presidente Dilma Rousseff esta tradução livre do famoso poema inspiracional 'Se', do inglês Rudyard Kipling






























(André Dusek/Estadão Conteúdo)


Se a senhora for capaz de mudar de ideia quando


todo mundo ao seu redor é cabeça-dura e a culpa.


Se mantiver a autoconfiança mesmo errando,


mas der a devida atenção também a quem discorda.


Se responder com fatos a quem, para a senhora, mente


e, sentindo-se odiada, evitar a reação exagerada,


e, mesmo assim, não se mostrar acima do bem e do mal.



Se não se deixar escravizar pelos sonhos da juventude


ou não rejeitar, apenas porque não são suas, as boas ideias.


Se tratar a popularidade e o abismo da impopularidade


como impostores igualmente dedicados a iludir a plateia.


Se conseguir entender que caiu nas próprias armadilhas


e que esse seu tormento é fruto do ego, seu inimigo,


ou se, vendo as suas convicções do passado superadas,


reconstruir novas sem resquícios do credo antigo.



Se for capaz de ver seu conjunto de vitórias e reuni-lo


em um vaso que, mesmo quebrado, preserve as flores,


e, assim, possa começar de novo apenas com valores,


e fazê-lo resignada e sem medo de perder o estilo.


Se for capaz de forçar seu coração, nervos e tendões


a servir sua vontade de salvar seu governo, mesmo


quando tentam o contrário Mercadante, Rossetto e falcões.



Se for capaz de conversar com Stediles e não esmorecer


e com sacerdotes de seitas econômicas sem emburrecer.


Se nem Lula nem Cunha puderem feri-la profundamente.


Se todos os brasileiros pobres dependerem da senhora,


mas poucos em troca de votos e nenhum totalmente.



Se entender que a salvação não virá dos que vivem


de repasses e contracheques do Leviatã obeso,


mas dos brasileiros que trabalham e investem


e, assim, carregam do Estado e da burocracia o peso.



Se usar a passagem implacável do tempo de modo


que consiga fazer o Brasil voltar à normalidade e progredir,


da senhora de novo será o poder que recebeu da urna,


mas que, por ideologia e maus conselheiros, teve de dividir,


e - ainda melhor - na história não deixará lacuna.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Festival de swing reúne 500 pessoas em fazenda e irrita vizinhos

Barulho da festa foi considerado 'insuportável' pelos moradores

O DIA
Inglaterra - Casais adeptos do swing se reuniram neste fim de semana em uma fazenda em Flaxley, na Inglaterra, no maior evento mundial do tipo. Cerca de 500 pessoas compareceram ao festival Swingfields. A festa de troca de casais foi considerada "insuportável" pelos vizinhos, segundo o "Metro".
"Foram 48 horas de inferno. Desde quinta-feira, só dormi quatro horas", reclamou um morador.
Casais começaram a se reunir para o festival Swingfields desde a última quinta-feira
Foto:  Reuters
Os casais começaram a se aglomerar no local na última quinta-feira. O evento terminou às 14h deste domingo. Antes da festa, o evento foi mantido em sigilo para não atrapalhar a privacidade dos swingers. Foi escolhido um local "discreto e seguro".
A Swingfields contou com shows de exibicionistas, stripers e venda  de artigos eróticos variados, além de uma rave. A hospedagem era feita em tendas no campo.
Casais que participa

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A tragédia do réveillon que virou símbolo da impunidade no país


Naufrágio do Bateau Mouche IV matou 55 pessoas 

POR BARBARA MARCOLINI
02/07/2015 


Dias após o acidente, o Bateau Mouche IV é içado na Baía de Guanabara: superlotação foi uma das causas - Manoel Soares / Agência O Globo (16/01/1989)


RIO — O réveillon de 1988 era de novidade na redação: O GLOBO circularia pela primeira vez no feriado de 1º de janeiro (de 1989), experiência até então inédita na imprensa carioca. Mas, em vez da festa em Copacabana, a manchete daquele dia contabilizava ao menos 38 mortos no Bateau Mouche IV, que naufragou às 23h50min do dia 31 de dezembro, próximo à Ilha de Cotunduba, na entrada da Baía de Guanabara. A tragédia daquela madrugada entraria para a história como um símbolo da impunidade no país: nos dois processos criminais resultantes das investigações, apenas duas pessoas foram condenadas, mas não cumpriram pena. Fugiram para o exterior.

O então editor de Rio, Nelson Brandão, testemunhou o resgate desesperado de sobreviventes em meio a dezenas de corpos que boiavam nas águas escuras da Baía de Guanabara. Ele estava de folga naquela noite e passava a virada a bordo do Bateau Mouche III, que partira, junto com o Bateau IV, do cais do restaurante Sol e Mar, em Botafogo, rumo a Copacabana. Em choque, Brandão coordenou a equipe de repórteres e fotógrafos que cobriu a tragédia.

— O barco estava quase chegando a Copacabana quando deu meia-volta, e vimos o Bateau afundado. Foi uma visão horrorosa — lembra Brandão.

Com o prosseguimento dos resgates, o número de mortos chegaria a 55. Uma sucessão de fatores causou a tragédia: a construção de um terraço, sem qualquer base técnica, que deslocou o centro de gravidade da embarcação; superlotação; negligência — o barco tinha furos no casco e bombas que não funcionavam — e possível suborno a agentes da Capitania dos Portos, que não impediram o barco, visivelmente adernado, de continuar viagem. A cobertura do GLOBO também traria à tona as reformas por que a embarcação passara, que não foram vistoriadas pela capitania. O Bateau Mouche poderia transportar no máximo 62 pessoas. Naquela noite, levava cerca de 150.




As festas de réveillon no Bateau eram famosas. Entre os passageiros estavam a atriz Yara Amaral, de 52 anos, morta no naufrágio, e o ex-ministro do Planejamento Aníbal Teixeira, que perdeu a mulher, Maria José Andrade Teixeira e Souza, e outros três parentes. Cada convite havia custado US$ 150, o equivalente a cerca de R$ 1,5 mil em valores atualizados.



Em 17 de novembro de 1990, O GLOBO noticiava: “Juiz absolve donos do Bateau Mouche". Todas as 11 pessoas indiciadas pelo naufrágio foram consideradas inocentes pelo juiz Jasmin Simões Costa, da 12ª Vara Criminal. O Ministério Público recorreu e, na segunda instância, apenas os gerentes do restaurante Sol e Mar, Faustino Puertas Vidal e Alvaro Pereira da Costa, foram condenados.

Paralelamente às investigações sobre a tragédia, o consultor tributário Boris Lerner fez uma devassa nos documentos das empresas que organizavam a festa ao mar. Ele havia perdido a mulher, o filho, um casal de amigos e a filha deles no acidente. O consultor descobriu um esquema de sonegação de impostos, caixa 2 e contas fantasmas.

— Eu presenciei o desprezo pela vida humana, o descaso, a corrupção. Depois do que vivi, senti que tinha uma missão — lembra Lerner.

Em fevereiro de 1994, enquanto o processo sobre os crimes de sonegação se desenrolava, Vidal e Costa, que cumpriam pena em regime aberto, e Avelino Fernandes Rivera, um dos donos da embarcação, tiveram a prisão preventiva decretada. Quatro anos depois, O GLOBO cravava: “Donos do Bateau Mouche estão foragidos na Espanha”. A reportagem investigativa ganhou menção honrosa do prêmio Rei de Espanha.

— O Bateau Mouche até hoje nos ensina — conta a repórter Elenilce Bottari, uma das envolvidas nas muitas reportagens sobre o caso. — A Justiça foi frágil e as investigações, mal feitas. As pessoas foram às ruas protestar.



Dos dez acusados no processo de sonegação, apenas Vidal e Costa, até hoje foragidos, foram condenados. Quatro tiveram as penas prescritas antes do julgamento e outros quatro foram absolvidos em segunda instância, por falta de provas.

— É lamentável, pois poucas vezes vi um caso de sonegação tão bem documentado. Com certeza, um caso como este ajudou a construir a realidade de impunidade do Brasil — lamenta a procuradora da República Silvana Batini, que atuou no processo.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/o-globo-90-anos-tragedia-do-reveillon-que-virou-simbolo-da-impunidade-no-pais-16633845#ixzz3eqzcN42v
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25 sintomas típicos na Doença de Alzheimer

De todas as pessoas que sofrem de demência, estima-se que 50 a 70% dos indivíduos afetados tenham a doença de Alzheimer. Conheça os 25 sintomas que determinam o aparecimento da doença de Alzheimer e faça o melhor diagnóstico possível para aumentar a qualidade de vida de um doente.

alzheimerA doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, lenta, progressiva e irreversível de diversas funções do conhecimento e revela-se na perda de memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras. No entanto, um único sintoma não indica necessariamente que uma pessoa sofra de Alzheimer ou de demência. Por exemplo, existem várias causas para a perda de memória e a falta dela não é sinônimo de doença. Contudo, se à perda de memória, existirem alterações significativas no comportamento e na capacidade funcional da pessoa, isso podem ser sinais indicativos do surgimento da doença de Alzheimer.
Dos aspetos principais que constituem a doença de Alzheimer, destacam-se os sintomas seguintes:

1. A perda de memória

A maior parte dos doentes com Alzheimer não se consegue lembrar das mais pequenas coisas do dia-a-dia, como por exemplo: o que fizeram no dia anterior, os nomes das pessoas que os rodeiam, o que comeram ao almoço, os animais de estimação que têm, números de telefone e conversas recentes, entre outros. Em todo o caso, a perda de memória pode não ser consistente e o fato de não se lembrar hoje não quer dizer que não o faça amanhã.

2. O estado agitado e o humor alterado

É comum para alguém que sofre de Alzheimer parecer ansioso ou agitado. A agitação resulta geralmente do medo, confusão, pressão ou fadiga que um doente possa estar a sentir. Por outro lado, as mudanças radicais também contribuem para uma enorme agitação e mudança repentina de humor. Independentemente do motivo ou situação, um doente de Alzheimer pode passar de um estado calmo para um estado de raiva sem qualquer motivo aparente.

3. O julgamento debilitado

Uma pessoa que tem a doença de Alzheimer tem tendência a tomar as decisões mais disparatadas e/ou inadequadas perante uma determinada situação. Um exemplo dessa irresponsabilidade está na forma imperfeita de se vestir ou na incapacidade de avaliar por si próprio aquilo que é mais seguro. Por norma, as primeiras mudanças que ocorrem no julgamento de uma pessoa estão relacionadas com a gestão das suas finanças e é quando o dinheiro começa a ser gasto de forma inusitada e incorreta.

4. Dificuldade em lidar com o dinheiro

A dificuldade em lidar com o dinheiro é um obstáculo muito difícil de ser ultrapassado para quem sofre de Alzheimer. A incapacidade de pagar contas, de fazer as compras essenciais e administrar um orçamento é um sinal claro de demência psíquica e indica se um indivíduo está ou não na posse de todas as suas faculdades.

5. Dificuldade em realizar tarefas familiares

Uma pessoa que sofre de demência leva mais tempo a concluir as tarefas mais básicas do dia-a-dia que, por hábito, já realizou milhares de vezes. Por exemplo, um cozinheiro experiente pode ter sérias dificuldades em fritar um ovo ou qualquer outro tipo de cozinhado de fácil realização.


6. O problema do planeamento e resolução de problemas

À medida que a demência progride, podem existir maiores dificuldades de concentração. De uma forma mais particular, uma pessoa que sofre de Alzheimer não consegue seguir um plano, tomar a medicação correta ou gerir um orçamento. Por outro lado, a sua capacidade de decisão e resolução de problemas é nula.

7. Trocar o lugar das coisas

Um dos sintomas mais frequentes da doença de Alzheimer está relacionado com a troca sistemática do lugar das coisas. Por exemplo, é muito frequente encontrar as chaves de casa no congelador ou o comando da televisão na gaveta das meias, entre outras situações insólitas. Existe uma tendência para o esquecimento, mas também para deixar as coisas nos locais mais incomuns. É também de registar que é frequente acusarem outra pessoa de esconder ou roubar os seus pertences.

8. A desorientação no tempo e no espaço

A percepção do tempo e do espaço é um dos problemas mais graves que afeta um doente de Alzheimer. É muito fácil ficar perdido na rua, uma vez que não se recorda do local onde vive, não tem a noção das datas, estações do ano e/ou passagem do tempo, entre outras situações temporais e espaciais.

9. A dificuldade em comunicar

As capacidades linguísticas e comunicacionais de uma pessoa com Alzheimer vão diminuindo com o passar do tempo. Uma pessoa pode ter imensas dificuldades em encontrar a palavra certa, chamar as coisas pelos nomes errados, inventar novas palavras, entre outras situações. Esta condição carece de atenção, pois pode conduzir ao isolamento e depressão.

10. Vaguear sem rumo

Infelizmente, cerca de 60% das pessoas com demência têm uma tendência para vaguear sem qualquer tipo de destino. Isso deve-se à inquietação, medo, confusão em relação ao tempo e incapacidade em reconhecer pessoas, familiares, lugares e objetos. Em alguns casos, a pessoa pode sair de casa a meio da noite para satisfazer uma necessidade física, como encontrar uma casa de banho/banheiro ou comida, ou até pode querer ir para casa quando já está efetivamente em casa.

11. O discurso repetitivo

A repetição frequente de palavras, frases, perguntas ou atividades é uma característica da demência e da doença de Alzheimer. Esse comportamento repetitivo é provocado, por vezes, pela ansiedade, stress, ou para alcançar o conforto, segurança ou familiaridade.

12. As dificuldades visuais e espaciais

As pessoas que sofrem da doença de Alzheimer tendem a ter dificuldades de leitura, em julgar distâncias ou a determinar a cor e/ou contraste de um determinado tipo de material. Em termos de percepção, é comum que uma pessoa se olhe ao espelho e pense que está na companhia de outra pessoa sem se ter apercebido que está diante do seu próprio reflexo.

13. A realização de atividades sem qualquer tipo de propósito

Se detetar que um familiar que está ao seu cuidado realiza todo o tipo de esforços para a realização de uma atividade sem qualquer tipo de objetivo, como por exemplo abrir e fechar uma gaveta várias vezes, isso poderá significar que essa pessoa sofrerá de demência e, consequentemente, de Alzheimer. Apesar de não terem uma finalidade última, esse tipo de comportamentos revela a necessidade que uma pessoa tem em se sentir produtivo ou ocupado.

14. A Necessidade de se afastar de todo o tipo de atividades

A doença de Alzheimer pode ser uma doença muito solitária e pode originar uma falta de interesse geral nas mais variadas atividades sociais ou pessoais. É comum que uma pessoa que sofra desta doença deixe de fazer os seus passatempos preferidos, pois não se recorda como os faz nem sequer sente o mesmo prazer.

15. A perda de iniciativa e motivação

A apatia, perda de interesse e de motivação em atividades sociais ou pessoais podem levar uma pessoa à depressão e, consequentemente, ao isolamento. A depressão dificulta muito a tarefa de um doente pois impede-o de articular corretamente os seus sentimentos e faz com que ele não tenha qualquer vontade ou iniciativa própria.

16. O não reconhecimento da família e dos amigos

De uma forma geral, as pessoas que têm Alzheimer esquecem o que aprenderam e quem conheceram e isso faz com que não reconheçam os seus amigos e familiares mais próximos. Num estado avançado e final da doença, as pessoas podem apenas recordar-se dos seus pais e de apenas algumas passagens com eles.

17. A perda das habilidades motoras e do sentido do tato

A demência afeta as capacidades motoras e interfere com o manuseamento de roupas ou todo o tipo de utensílios, como as tesouras ou os garfos. Contudo, a perda das habilidades motoras e do sentido do tato podem estar relacionados com uma doença muito diferente, como a doença de Parkinson. Deve observar esses sintomas e comunicá-los imediatamente ao seu médico de família para um diagnóstico mais detalhado.

18. A dificuldade em se vestir

A forma como um indivíduo se veste diz muito sobre a condição psicológica de uma pessoa. No caso de um doente de Alzheimer é comum ele utilizar a mesma roupa durante vários dias, pois esquece-se que a mesma já foi usada. Por outro lado, as dificuldades em apertar ou desabotoar os botões de uma camisa ou de um casaco, assim como realizar o nó de uma gravata são também um enorme handicapdevido à perda das habilidades motoras.

19. O desleixo com a aparência e higiene pessoal

Os doentes de Alzheimer têm tendência para serem desleixados com a sua aparência e higiene pessoal, e esquecem-se, na maioria das vezes, de escovar os dentes, cortar as unhas, tomar banho e até utilizar a casa de banho/banheiro para a realização das suas necessidades.

20. Esquecer as refeições principais


A diminuição do apetite e a perda de interesse e prazer pela alimentação faz com que um doente de Alzheimer se esqueça de realizar as refeições principais ao longo do dia. Existe também a hipótese de um indivíduo perder a capacidade de dizer se um alimento ou bebida está quente ou frio demais para comer ou beber. Por vezes, face ao fato de não se lembrarem de como utilizar os talheres, alguns indivíduos chegam a levar a comida à mão até à sua própria boca.
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21. O comportamento inadequado

Na fase terminal da doença de Alzheimer, um indivíduo pode revelar um comportamento inadequado e agir de forma atípica em várias situações distintas. Por exemplo, é comum esquecerem-se que são indivíduos casados e começam a fazer avanços sexuais inapropriados com outros parceiros, ou podem tirar a roupa em horários impróprios e em locais invulgares.

22. A capacidade de delirar

Os delírios e a paranoia são comuns nos doentes que sofrem de Alzheimer e alguns chegam a ter a forte convicção ou ilusão de que alguém tenta o ferir ou matar. A perda da memória e a confusão são os responsáveis principais pela má interpretação do que um doente vê e ouve.

23. A agressão física e verbal

A demência vai piorando com o tempo e com ela vão-se alterando os comportamentos e é normal que alguém se torne física ou verbalmente mais agressivo. As explosões verbais, gritos, ameaças e empurrões podem ser uma constante e podem surgir do nada. No entanto, é de realçar que a agressão verbal ou física pode estar relacionada com algum desconforto físico, incapacidade de comunicação ou frustração perante uma determinada situação.

24. As dificuldades em dormir

Alguns sintomas como a agitação, ansiedade, desorientação e confusão tendem a piorar à medida que o dia passa e podem continuar durante a noite, fazendo com que existam muitas dificuldades em adormecer e dormir. Essa perturbação do sono pode estar relacionada com as alterações do relógio biológico de uma pessoa e é uma razão comum que leva muitas vezes os familiares a colocar os seus entes queridos num lar de idosos.

25. A imitação ou o comportamento infantil

Os especialistas afirmam que quem sofre da doença de Alzheimer fica completamente dependente de um determinado indivíduo e imita-o de forma infantil, chegando até a segui-lo como uma espécie de “sombra”. Este comportamento surge, muitas vezes, pelo receio em encarar a forma confusa como o mundo é percepcionado e pela necessidade de ter por perto uma pessoa em quem se confia totalmente.

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