quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Esta é a sociedade que conseguimos criar com nossos entedimentos. Somos parte dela, e passou da hora de fazermos nossa parte.

 


Diferença entre pena, simpatia, empatia e compaixão


Somos seres sociais e isso faz com naturalmente criemos conexões uns com os outros. A depender da frequência e afeto, graus de intimidade são construídos e as conexões vão se intensificando. Mas não é só isso que é capaz de nos unir. A dor também tem esse poder. Somos empáticos. Passamos na rua e vemos alguém passando fome e isso nos toca. Para alguns essa conexão através da dor é mais intensa. Mas você já parou para pensar o que faz você ajudar alguém em sofrimento ou não? Porque em algumas situações você é capturado com mais facilidade do que outras?

Muitos podem dizer: é a empatia. Será mesmo? Hoje vamos falar sobre quatro formas que temos de nos conectar ao sofrimento dos outros e a diferença entre elas. São elas: pena, simpatia, empatia e compaixão.

A pena consiste no sofrimento relacionado ao sofrimento de outra pessoa, no sentido de achar que o outro não merece estar sofrendo. Muitos autores ressaltam que a pena envolve sentimento de superioridade em relação à pessoa que está em sofrimento. A pena envolve o desconforto de estar em uma situação que se julga “ser melhor” do que a do outro, e as mesmo tempo sentir esse desconforto pode se relacionar a um alívio moral, ou comportamentos assistencialistas. Na pena a sensação de estar de mãos atadas e não poder fazer nada para mudar a situação é comum.

Já a simpatia diz respeito a compreensão de que o outro está em sofrimento, mas segundo a nossa perspectiva e visão de mundo. Desejar que o outro esteja melhor, ou melhore pode fazer parte do sentimento de simpatia. Alguns autores, como Brenè Brown relatam que a simpatia pode gerar mais desconexão do que conexão, pois aparece naquelas expressões “mas pelo você…”. No sentido de “eu entendo o seu sofrimento, mas poderia ser pior”.

A empatia envolve, diante do sofrimento do outro, se colocar no lugar dele cognitivamente e/ou emocionalmente e se preocupar empaticamente. Quando você consegue entender como alguém desenvolveu um raciocínio específico ou consegue enxergar uma situação sob a perspectiva de outra pessoa você está tendo a empatia cognitiva. Já sentir dor, alegria, tristeza, raiva, prazer porque o outro está sentindo diz respeito a empatia emocional. Inclusive existem experimentos interessantes sobre o papel nos neurônios espelho na construção desse tipo de empatia. Sabe quando alguém cai na sua frente e você sente aquela dorzinha? É mais ou menos por aí. Temos a preocupação empática que envolve se colocar no lugar do outro de forma a conseguir compreender o que ele precisa em um determinado momento.

Por último mas não menos importante, temos a compaixão. Muito comuns na cultura oriental e em algumas religiões, a compaixão tem sido estuda por neurocientistas exaustivamente nas últimas décadas e apresentado resultados interessantes para o desenvolvimento de uma melhor saúde mental. A compaixão vai além de sentir que o outro está sofrendo. Ela é uma motivação que gera uma tendência a agir. Quando sentimos compaixão desejamos aliviar o sofrimento do outro e a chance de nos envolvermos em comportamentos de ajuda aumenta bastante. É a compaixão que nos faz disponíveis para ajudar os outros. E muito mais do que mostrar apoio, mas realmente agir para diminuir o sofrimento de outra pessoa.

As duas últimas, empatia e compaixão, são habilidades poderosas para estimularmos comportamentos de ajuda, inclusão e construção de relacionamentos saudáveis. Se quisermos diminuir a discriminação e a violência essas são as chaves.

Presidente Lula extingue a Secretaria de Educação para Surdos


No dia 02/01/23, por meio do Decreto 11.342/23, o presidente Lula (PT) extinguiu a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dibeps).


Autor: Almir Cristiano 


O QUE É

A Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dibeps) é um órgão que foi criada no âmbito do Ministério da Educação, em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). O cargo de diretor da Dibeps sempre foi ocupado por pessoas surdas.
Objetivos da DIBEPSImplementação de políticas educacionais voltadas para o ensino bilíngue Português-Libras;
O fomento de pesquisa e formação na área de educação de surdos;
A criação de escolas com ensino de Libras;

A Educação Bilíngue de Surdos ganhou visibilidade quando a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, defensora da proposta, fez um discurso em Libras durante a posse de Bolsonaro, em 2019, e incentivou a criação da nova diretoria do MEC.


O FuturoCom a nova estrutura regimental do Ministério da Educação, que extinguiu a Dibeps, os surdos temem qual vai ser o direcionamento do novo governo em relação ao ensino da educação especial. Até o momento, não há definição de uma pasta substituta. Esperamos que haja um meio de continuidade dos esforços direcionados à comunidade surda.

Manifestações

A deputada federal Amália Barros (PL-MT), criticou a nova medida adotada pelo MEC. A parlamentar classificou a extinção do órgão como um “retrocesso”.

“Não estão levando em consideração anos de lutas da comunidade surda por uma educação bilíngue e de qualidade”, disse a parlamentar. A postagem foi compartilhada por Michelle Bolsonaro.


A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), divulgou uma nota se manifestando sobre a decisão de Lula.

"As Comunidades Surdas Brasileiras, em especial a cearense, vêm por meio desta nota repudiar o trecho do Decreto nº. 11.342, de 1º de janeiro de 2023, que suprime a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos da estrutura do Ministério da Educação. Esta Diretoria, que conta com o respaldo das comunidades surdas e sua principal instituição representativa, a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, está prevista no Relatório Final de Política Linguística de Educação Bilíngue – Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa, do Grupo de Trabalho", diz o comunicado.

Ainda de acordo com o conteúdo da nota, a medida vai contra a meta do Plano Nacional de educação, onde garante a oferta de educação bilíngue na Língua Brasileira de Sinais, como sendo a primeira língua e, a modalidade escrita da língua portuguesa, como segundo a segunda linguagem voltada para alunos surdos e com deficiência auditiva de 0 até 17 anos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Especialistas debatem sobre slogan e uso do vermelho em logo do governo Lula

A equipe de transição etuda adotar o lema "união e reconstrução" e utilizar logomarca que traz cores da bandeira junto ao vermelho



O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve trazer “união e reconstrução” como lema e incluir a cor vermelha na logomarca do governo federal.

Em painel promovido pela CNN, o especialista em marketing político e professor de marketing na ESPM Marcelo Vitorino, a especialista em marketing político e vice-presidente do instituto de pesquisa Ideia, Cila Schulman, e a antropóloga especializada em consumo Hilaine Yaccoub debateram as possíveis mudanças.

A equipe de transição de governo estuda adotar o lema “Brasil: União e Reconstrução” para o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O slogan foi elaborado pela equipe de comunicação, que tem avaliado um design que misture diferentes cores, como azul, amarelo, verde e vermelho. / Divulgação

Para Hilaine Yaccoub a logomarca traz diversas cores. “O vermelho pode ter passado a ser sinônimo de um partido, mas os governos anteriores de Lula já tinham a tendência de fazer uma mistura de cores”, explicou.

Segundo ela, cada um usa o seu repertório para entender o que os novos símbolos querem dizer, mas ela ressaltou que aqui no Brasil as pessoas também usam muitas cores. “As casas das pessoas tem muitas cores, todas combinadas.”.

Marcelo Vitorino disse que todo ato de comunicação expõe algo, inclusive a decisão de colocar a cor vermelha na logomarca. “Após um processo eleitoral muito difícil, com ânimos muito acirrados, o vermelho pode ser considerado uma “provocação”. Que sinal que isso dá para o eleitorado?”

Para ele, trazer o vermelho para a marca do governo neste momento é “desnecessário”, e tira o foco de questões importantes.

Cila Schulman faz a ressalva de que a logomarca parece ser um “rebranding” daquela utilizada pelo governo Lula em 2003, que também era colorida. “As cores incluem a diversidade nacional, até porque o vermelho está em muitas bandeiras estaduais”, lembrou.

Para ela, o modo como o novo governo se apresenta é importante não apenas para a população brasileira, mas também para as relações internacionais, pois indica que rumo a gestão pretende tomar.

Veja a discussão completa no vídeo acima.

"Existe uma diferença fundamental entre ser mulher e ser mãe” por Ivan Capelatto

 Em uma palestra para o Café Filosófico, Ivan Capelatto chama a atenção para a diferença entre ser mãe e ser mulher. Confira abaixo a transcrição do trecho

“Sobre a necessidade de reflexões e mudanças em relação à responsabilidade centrada na figura materna, há um tempo, quando começamos a questionar a diferença fundamental entre ser homem e ser mulher, o lugar do homem e o da mulher, nós começamos a abrir espaço para algo muito bonito, que é a inserção da mulher no mercado de trabalho, sua inserção no ato de votar, ou seja, a inserção da mulher no espaço humano ao qual ela pertence. Mas nós desprezamos, neste momento, a ideia de que a mulher pode, em algum momento de sua vida, além de ser médica, juíza, psicóloga ou balconista, desejar ser mãe.

Existe um espaço fundamental entre ser mulher e ser mãe. Ser mãe é outra entidade; é uma mulher com um desejo a mais em sua vida, desejo este do qual ela irá cuidar.

Há um tempo algumas pessoas começaram a colocar a mãe como um mito: não existe mãe, ou seja, qualquer um pode cuidar do filho. E hoje a resposta que o mundo dá a esses escritos complicados sobre tal mito são as crianças que estão na Fundação Casa, as crianças que estão se suicidando, crianças que estão roubando etc.

Em um momento as crianças ficam nos braços de suas mães e, logo depois, saem desses braços e vão para os braços de desconhecidos, tendo seus cuidados terceirizados aos cuidados de creches, vizinhos, avós etc. Então elas perdem a chance de constituírem a estrutura mais fundamental, que é o self.

Existe o mito da mãe? Não. Existe a mãe que escolheu a responsabilidade materna e existe a mulher, porque depois que essa mãe conseguir passar o primeiro ano de nascimento do filho junto ao mesmo ela voltará a trabalhar e a fazer suas demais atividades. Nós, por outro lado, temos que garantir que as mães tenham seus direitos.

A mãe suficientemente boa é aquela que faz as coisas para ela, mas que não se distancia do filho – não se distancia mais do que quatro ou cinco horas por dia. A mãe é aquela que tem o holding, é aquela capaz de abraçar.”

Transcrição feita e adaptada pelo Provocações Filosóficas da palestra: Responsabilidade: uma virtude psíquica ou uma aquisição cultural? – CPFL Cultura com Ivan Capelatto.

Você também pode conferir a palestra na integra:


Ivan Capelatto é psicólogo clínico e psicoterapeuta de crianças, adolescentes e famílias. fundador do grupo de estudos e pesquisas em autismo e outras psicoses infantis (gepapi), e supervisor do grupo de estudos e pesquisas em psicopatologias da família na infância e adolescência (geic) de cuiabá e londrina.Mestre em psicologia clínica pela puc-campinas, é professor convidado do the milton h. erickson foundation inc. (phoenix, arizona, usa) e professor do curso de pós-graduação da faculdade de medicina da puc – pr. Autor da obra “diálogos sobre a afetividade – o nosso lugar de cuidar”.

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