quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Grande sacada. E que momento... by Deise

 

 by Cangablog

 

Colombo chega à América

Este blog contratou correspondente especial para cobrir a viagem de férias do governador Raimundo ao estado da Flórida.

  Arlindo Vermes fará a cobertura para nossos leitores durante o período de descanso de Colombo.

Miami/Urgente/ArlindoVermes/

Correspondente Internacional Terceirizado

A chegada no aeroporto foi colossal. Mas de 15 mil membros do partido democrata de Barack Obama aguardavam Colombo. Lá eles também são conhecidos por DEM.

Alguns menos estudados perguntavam: It is him? Colombo? The one who discovered América?

Após alguns esclarecimentos para diferenciar o Raimundo do Cristovão, o governador pediu a palavra e o microfone e falou:

- I am from Leiges. ( Sou de Lages, em português). Thank you very much to all of you. E foi ovacionado nas aforas do aeroporto.

Na entrevista coletiva com seus assessores e os assessores de lá, enfrentou os repórteres americanos na companhia de sua incógnita e secreta comitiva.

Os destaques como dizem aí no Brasil:

- No privatization for CELESC and CASAN. No privatization. Two excellent and very lucrative companies. Directors do not want to sell.

-Descentralization is very important. They hang jobs (cabide de empregos na tradução literal). In 2011 hard work. I am tired...

No jantar de gala, foram servidas as melhores especiarias dos mares e dos rios. Um fish dinner, como se diz na Inglaterra. Little balls of crab logo na entrada. Colombo perguntou ao assessor do que se tratava. Siri inglês, respondeu ele.

Em seguida, Trouts in almond sauce from Leiges. Um presente do governador aos americanos levado cuidadosamente em containers de isopor. Após, tainhas descongeladas e camarões de Laguna ao bafo. Na sobremesa, pine pie (torta de pinhão). Um sucesso total!

No hotel, após o banho, perguntou ao assessor: - O que é toothpaste? Ele respondeu: - Estou em dúvida também.

Então, disse Colombo, liga pro Bira...

 

 

Colombo: consultoria aos Demos americanos

Miami/Urgente
Arlindo Vermes (vermes@vermes.com)

Correspondente Internacional Terceirizado
Finalmente revelado hoje, durante café da manhã, as razões da viagem de Raimundo Colombo a Miami.
O partido democrata americano - DEM, cujo expoente máximo no momento é Barack Obama, encomendou um estudo de viabilidade eleitoral ao governador de SC para ser aplicado aqui nos EEUU.
Reunidos com mais de dois mil líderes num centro de convenções em Miami, Colombo explicou, auxiliado pelo Bira, o seguinte:
1. Com o crescimento demográfico e o consequente aumento de eleitores, a tendência é que o mais recente eleito seja sempre o mais votado da história. Especialmente se o voto for obrigatório.
2. Se o eleitorado cansar do nome do partido, a melhor opção é trocar de nome. Em Santa Catarina saímos do DEM e fomos para o PSD. Saímos da política velha e fomos para a nova.
From old politics to new politics, traduziu o assessor. Mas, as pessoas são as mesmas e os métodos também, alertou.
3. Herdamos um projeto de descentralização do governador anterior, uma homem de visão oblíqua, porém visível. Neste momento o assessor entrou em pane e não soube como traduzir.
Colombo explicou: O que eu chamava de cabide de empregos (hang jobs) continua a existir e vou ampliar, declarou. É a maneira mais eficaz de distribuir riqueza entre os dirigentes partidários, os publicitários e os encanadores. Atônito, o assessor perguntou: Encanadores? E Colombo disse: Sim, os encanadores.
Aí, o Bira entra em cena e faz um complexo arrazoado sobre a importância dos encanadores na condução da água desde a Antiguidade até a lavagem, com água, praticada no mundo inteiro com dinheiro público. Comentou que o capitalismo puro e o Estado mínimo evitam estas práticas quando o arcabouço jurídico em vigor assim coíbe.
O assessor, cujo capacidade intelectual é média, num surto de clarevidência, exemplificou como gerar empregos na sociedade moderna: Criar um órgão dentro do poder legislativo e colocar a filha na chefia.
Os americanos ficaram um tanto desorientados, mas aceitaram a inovação.
Depois de intenso debate, Colombo recebe uma chamada da United Press que pergunta o que ele faz em Miami, oficialmente de férias.
Ele responde: No Disney World, no special food, no cruzeiros marítimos, no basebol games. Only politics, finaliza a entrevista.

Graças a Deus não é possivel enganar a todos o tempo todo. by Deise

GLOBO:

 FUNDAÇÃO MARINHO NO ESQUEMA DE DESVIOS.


Este escriba sempre repete o que sua avó dizia. Nada como um dia depois do outro, não é?
A todo poderosa Globo, vestal ínclita contra a corrupção, que a todos denuncia, que a todos (desde que sejam de esquerda) vigia, que os fracos brasileiros defende, mais uma vez, dentre tantas outras, fala do macaco, mas senta no próprio rabo.
De honesta, não tem nada. Até compra afiliadas com documentos falsos. Mas essas coisas, claro, ela não diz (veja aqui). E você, tolinho, segue acreditando que ela é mesmo santinha e só os petralhas é que são o câncer do mundo. A corrupção com toda certeza, foi inventada em 2003 quando o pulha do Lula assumiu a Presidência.
Bem, a Globo estava envolvida nos desvios do Ministério do Turismo. Esqueceram de contar pros súditos de Homer Simpson, no Jornal Nacional.
Não seja por isso. Conte você mesmo, leitor. Vá até o site do Vermelho (aqui), que trouxe a notícia à baila, depois divulgue à vontade, pra acabar na marra com essa hipocrisia reinante no imprensalão brasileiro.

Eu disse que a moda vai pegar. E como blogueira, solicito aos companheiros que nos antecipemos ao caos geral, para onde me parece à coisa se encaminha. Sou solidaria ao blogueiro ATACADO, e deixo a sugestão do colega fazer um exame anti raiva. Até para não deixar de tomar o antídoto. Quanto a contar com o MP e Magistrado, o colega não é o único privilegiado. Também só contei com um promotor por fazer decentemente seu trabalho e ter ética, e com o Juiz da fiscalização dos Presídios do RS, através de sua assessora, pessoa gentil, educada e com absoluta certeza gaúcha. o que é uma honra para nós. Afinal o RS é referencial para o Estado de SC em muitos e diversos setores. Ok. admito que a "grande imprensa", que é gaúcha deixa a desejar. Mas nem tudo é perfeito. Logo, se admito as falhas, não podem nem dizer ser bairrismo. Eu com certeza consideraria a possibilidade de fazermos um encontro e FORMALIZARMOS o que está ocorrendo. Esta é a sugestão para nós blogueiros. Quanto às autoridades Catarinenses, deixo a sugestão de se não podem servir de bons exemplos, por favor, guarde seus ataques raivosos e homicidas, para membros de sua família e recolham-se da FUNÇÃO PUBLICA. E se não querem seu nome na lama, não o emporcalhem. Se se não querem ter o rotulo de larápios e corruptos, deixem de meter tanto a mão no que não lhes pertence. Atacar pessoas, acreditem, não os levará a lugar algum. E um dia um leva o troco. Santa Catarina consegue se superar. nem no Nordeste ou Norte do País ouvimos notícias de ataques à blogueiros. E em Sc é o segundo em menos de um mês. Nãovejo nada de favorável, nesta estatística. E por fim, se querem mais respeito, FAÇAM POR MERECER. by Deise

by Cangablog

CORRUPTOS DA LAGUNA

 APOSTAM NA IMPUNIDADE !

Blogueiro acusa vereador de agressão
Hoje 03 de janeiro de 2012 as 14:00 horas, eu estava em um restaurante no centro da cidade em companhia de amigos, quando num repente surgiram três elementos liderados por uma senhora, entraram no restaurante vieram em minha direção e me agrediram violentamente, sem respeitar nada nem ninguém , pura covardia. Depois da ato de violência fui ao hospital e o resultado foi, ferimentos na face, e o tímpano do ouvido direito dilacerado, sendo que só pode ser reconstituído através de uma timpanoplastia .
É o que se ganha por denunciar e combater a corrupção na nossa Laguna, como não conseguiram me comprar ou corromper partiram para a violência física. Já não é a primeira vez e provavelmente não será a última, quem sabe um dia apareço suicidado ou acidentado, não vai ser a primeira vez que isso acontece na Laguna.
Os motivos : Denúncias que fiz à policia federal, policia civil, secretaria da fazenda, Fatma e matérias publicadas no blog Apimentado, sempre procurando a transparência no uso do dinheiro público, coisa que corrupto não aceita. E para culminar hoje informei através da rádio Vitória FM 98.3 e no blog a decisão do Tribunal de Contas quanto as falcatruas na concorrência e no contrato 001/2009, firmado entre a prefeitura municipal da Laguna e a empresa Fernandes Engenharia e Meio Ambiente, coisa que desagradou a muitos. O que me deixa tranquilo quanto aos acontecimentos é que tudo que fiz foi em defesa da nossa terra e do nosso dinheiro, então um tímpano e uns hematomas até são um preço razoável , mesmo que cobrados com requintes de crueldade.
Da justiça não espero muito, pois jamais em momento algum da minha luta recebi, seja do ministério público ou de qualquer órgão em qualquer esfera , qualquer apoio ou facilitação.
O mandante foi o vereador Cleosmar Fernandes e tenham certeza que vem mais por ai, pois são grandes os interesses e a ambição do mesmo não tem medida.


Esta é a denúncia do blog:
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

TRIBUNAL DE CONTAS APONTA GRAVES IRREGULARIDADES NO CONTRATO DA PREFEITURA COM A EMPRESA FERNANDES ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE !

O Tribunal de Contas do estado de Santa Catarina na sessão do dia 05 de dezembro de 2011, através da decisão 3555/2011 pelo tribunal pleno, determina a citação por irregularidades encontradas no edital de concorrência 56/2006 e no contrato 001/2009 que são partes aPrefeitura Municipal da Laguna e a empresa Fernandes Engenharia e Meio Ambiente Ltda, contrato referente a coleta de lixo na Laguna.
Segundo a decisão deve-se definir a responsabilidade solidária dos Srs. Diocelnir Domingos Milanez, presidente da comissão permanente de licitações, do Prefeito Municipal Célio Antônio e do Procurador geral do município Gelson Luiz de Souza, por irregularidades encontradas. A decisão aponta ainda as empresas Frigotek Serviços de Edificações Ltda e a Fernandes Engenharia e Meio Ambiente Ltda, por outra série de irregularidades.
O vereador Cleosmar Fernandes do PR é apontado como proprietário da Empresa Fernandes Engenharia e Meio Ambiente e ao firmar contrato com a Prefeitura Municipal da Laguna contraria o disposto na lei orgânica do município da Laguna.
Os envolvidos tem 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da deliberação para, apresentarem as alegações de defesa.
Trata-se de um passo da longa caminhada que deve finalmente esclarecer toda maracutaia , toda falcatrua e corrupção que permeiam os contratos firmados e não cumpridos na nossa Laguna, mais irregularidades devem vir a tona ao longo do ano.


Bem que eu poderia ter nascido na França. Cada um tem o Bonaparte e pelo tempo que merece...by Deise




 

The Best.

Que C'est Triste Venise

Que c'est triste Venise
Au temps des amours mortes
Que c'est triste Venise
Quand on ne s'aime plus
On cherche encore des mots
Mais l'ennui les emporte
On voudrait bien pleurer
Mais on ne le peut plus
Que c'est triste Venise
Lorsque les barcaroles
Ne viennent souligner
Que les silences creux
Et que le coeur se serre
En voyant les gondolles
Abriter le bonheur
Des couples amoureux
Que c'est triste Venise
Au temps des amours mortes
Que c'est triste Venise
Quand on ne s'aime plus
Les musées, les églises
Ouvrent enfin leurs portes
Inutile beauté
Devant nos yeux déçus
Que c'est triste Venise
Le soir sur la lagune
Quand on cherche une main
Que l'on ne vous tend pas
Et que l'on ironise
Devant le clair de lune
Pour tenter d'oublier
Ce que l'on ne se dit pas
Adieu tous les pigeons
Qui nous ont fait escorte
Adieu Pont des Soupirs
Adieu rêves perdus
C'est trop triste Venise
Au temps des amours mortes
C'est trop triste Venise
Quand on ne s'aime plus

Tão triste é Veneza

Tão triste é Veneza
Nos tempos de amores e mortes
Tão triste é Veneza
Quando as pessoas não se gostam mais
As pessoas tentam conversar mais
Mas o sonho lhes põe pra fora
As pessoas gostariam de chorar
Mas as pessoas não são mais capazes disto
Tão triste é Veneza
Quando os gondoleiros
Não vem encantar
Que quebra o silêncio
E que o coração se aperta
Enquanto vejo as gôndolas
Desperta a felicidade
Dos casais apaixonados
Tão triste é Veneza
Nos tempos de amores e mortes
Tão triste é Veneza
Quando as pessoas não se gostam mais
Os museus,as igrejas
Abrem as portas delas em vão
Beleza inútil
Antes que nossos olhos olhassem
Tô triste é Veneza
Na noite na laguna
Quando as pessoas procuram uma mão
Aquela que não se estende
E aquele satiriza
Antes do luar
Tenta esquecer
Que a pessoa não se diz
Adeus a todos os pombos
Que nos fez perseguir
Adeus a ponte dos suspiros
Adeus, perdi meus sonhos
É uma Veneza muito triste
Nos tempos de amores e mortes
É uma Veneza muito triste
Quando as pessoas não se gostam mais

Companheira Prestes


                                                            by Vivi Fernandes de Lima

 

Em entrevista à RHBN, Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes - capa da nossa edição de janeiro -, conta as histórias de uma vida digna de roteiro de cinema, que inclui prisão, fuga, clandestinidade e, claro, amor



O Senado divulgou, no último dia 14, as cinco mulheres que serão homenageadas com o Diploma Bertha Lutz em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A mais votada, das 28 candidatas, foi Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes. Criada para homenagear mulheres que se destacam na luta pela transformação social e na igualdade de gênero, a comenda também será entregue à presidenta Dilma Rousseff, à ex-senadora Eunice Mafalda, à socióloga Ana Alice Costa e a sindicalista rural Rosali Scalabrin.

Em uma das várias visitas que a Revista de História fez à casa de Maria Prestes para pesquisar os documentos pessoais do líder comunista, ela deu uma longa e descontraída entrevista, contando boa parte de sua vida. Aqui Maria fala sobre sua ligação com o PCB já na infância, a militância na juventude, a responsabilidade de trabalhar no aparelho de segurança de Prestes na década de 1950 e a vida em família.

  • Prisão, fuga, clandestinidade e, é claro, amor fazem da vida de Maria uma biografia digna de roteiro de cinema. Mas nada de ficção. Sua vida real já foi durante muito tempo um festival de segredos, até para os filhos. A começar pelo nome: Altamira Rodrigues Sobral virou Maria do Carmo Ribeiro, hoje mais conhecida como Maria Prestes. Já a data de nascimento verdadeira é 2 de fevereiro de 1932, mas acabou mudando para 10 de agosto de 1930 quando foi designada para trabalhar na segurança de Prestes, em 1952. “Fiquei quase 10 anos sem ver família, sem ter contato com ninguém. Quando eu apareci, meus irmãos tinham pensado que eu tinha morrido”, conta.
    A importância de assumir a nova identidade era tanta que às vezes Maria ainda se confunde com datas, assumindo a falsa como verdadeira. Mas isso não é um problema: ela comemora o aniversário duas vezes no ano, o que mostra também o quanto é bem-humorada.

    A senhora foi designada para trabalhar na segurança de Luiz Carlos Prestes quando ainda era muito jovem, nos anos 1950. Quando se tornou militante do PCB?
    Em 1945 eu já participava da juventude do partido, fazia trabalhos de propaganda, de rua, passeatas, era considerada agitadora. Em 1946, quando o Velho foi candidato, houve um grande comício no Recife e a juventude do partido fez a segurança dele. Era um comício que a polícia queria impedir, mas a praça encheu tanto, tanto, tanto que não teve jeito. Foi aí que vi o Prestes pela primeira vez, aos 16 anos.
    Depois, ainda muito nova, participei da campanha “O petróleo é nosso”, da luta contra a bomba atômica, dos movimentos estudantis, dos protestos contra prisão de companheiros... Eu fui presa no governo do Barbosa Lima Sobrinho [governador de Pernambuco de 1948 a 1951], tive a cabeça raspada, também levei umas porradas da polícia. Foi assim minha juventude.
    Como filha de uma liderança comunista – João Rodrigues Sobral – a senhora conviveu com violência já na infância?
    Com três anos, minha mãe morreu e meu pai foi preso. Fui criada praticamente sem mãe, em casa de companheiros, que eram comunistas. Fiquei até os 10 anos morando na casa de companheiros, quando meu pai foi deportado do Rio de Janeiro. Chegando na Bahia, ele se jogou no mar e voltou a pé pra Recife pra pegar meus dois irmãos, além de mim. Ficamos um tempo em Recife, depois fomos para Maceió. De Maceió para Sergipe, de Sergipe para Bahia, onde meu pai se fixou por um tempo, de 1939 a 1945. Na Bahia, moramos em várias regiões, vários bairros, no Bom Retiro... Estudei na Escola 2 de Julho, no grupo de escolar Duque de Caxias, comecei a fazer a escola normal, mas não continuei. Até que, com o fim da guerra, veio a anistia para os presos políticos e voltamos pra Recife. Meu pai já era muito conhecido como comunista e o PCB achou que ele podia reorganizar o partido lá.
    Seu pai conversava com você sobre seus ideais políticos?
    Ele contava muito sobre a Coluna Prestes e sobre a Rússia também. Ele dizia que já existia um país onde a reforma agrária já havia sido feita e que o proletariado estava no poder. Eu fui criada ouvindo essas histórias que meu pai contava. A luta dos camponeses, a Coluna... A gente [os irmãos] participava de tudo. Na infância, meu pai botava a gente pra fazer tarefas ligadas ao partido: visitar famílias de presos políticos, levar dinheiro e ajuda pra essas famílias... Na época, éramos cinco irmãos, e fomos todos criados nesse ambiente. Meu pai dizia: “Fale pouco e faça mais”. No total, éramos dez, mas cinco morreram ainda criança.
    Seu primeiro marido também era militante?
    Era, mas infelizmente foi preso e não teve um comportamento muito bom na polícia. Eu me separei dele e, nessa altura, já estava com 18 pra 19 anos. O partido me mandou para o Rio de Janeiro, e depois fui a São Paulo para ver meu pai, que estava muito mal de saúde. Ele tinha sofrido muito com a prisão em Recife, e chegou a ser considerado morto. Tinha sido muito espancado e estava jogado num canto da prisão, coberto com um saco. Os policiais disseram que a gente ia ver ele pela última vez. Depois disso, ele foi deportado pro Rio de Janeiro e fugiu. Mas essa prisão deixou consequências muito sérias, ele teve um aneurisma e morreu em São Paulo ainda com nome clandestino, em 1952. Ele não chegou a saber que eu estava com o Prestes.
    O que ele acharia disso?
    Acho que ele ia ficar admirado (risos). Prestes era muito conhecido e eu tinha 19 anos e ele, 54. Muitos companheiros achavam estranho porque eu era muito jovem.
    A senhora já tinha dois filhos quando foi morar com o Prestes. Eles moraram com vocês desde o início?
    Sim, eles foram comigo. O Velho depois reconheceu como se fossem filhos dele, apesar de não ser apresentado como pai. Meus filhos só foram saber que tinham pai na década 1960. Mas os mais novos só foram saber que tinham pai quando fomos para Moscou em 1971, no exílio. Quando visitavam o Prestes, nos anos 60, chamavam de tio.
    O que a senhora falava sobre o pai deles?
    Falava que o pai estava viajando.
    Era duro isso, não?
    Botar isso na cabeça das crianças era muito difícil. Mas é o que eu digo a você... Se você tem convicção de que está lutando pelo seu ideal e que é necessário fazer isso, vale a pena.
    E como Prestes lidava com isso?
    Mesmo sendo chamado de tio pelos filhos, a família foi uma coisa muito importante para ele. Gostava de brincar com as crianças também. Fazia brinquedo de madeira com elas. Sempre foi um pai muito carinhoso e atencioso.
    Do que ele brincava?
    De carrinho, de correr no quintal pra lá e pra cá, jogar bola...
    Como foi a formação escolar das crianças enquanto Prestes estava na clandestinidade, nos anos 50?
    Quando as crianças chegavam na idade de ir pro jardim de infância, eles iam pra casa da minha cunhada, a Clotilde, irmã do Velho. Porque não podiam ficar mais com a gente. Na escola, eles podiam falar que tinha outra pessoa em casa. Os outros ficaram porque ainda não tinham idade de ir pra escola.
    Ficamos assim, o Velho em casa, principalmente no escritório, onde ele lia uns quatro jornais por dia, e revistas também. Ele recebia material do partido para ler e dar opinião. O Giocondo Dias frequentava nossa casa, era quem levava dinheiro pra gente se manter. Ele discutia com o Velho sobre os problemas do partido. Isso por 10 anos... A Elisa Branco, que era de São Paulo, também ajudava muito, levava mantimentos.
    E a polícia nunca descobriu?
    Nunca. Tanto que depois, quando teve a anistia, eu fui aos arquivos e não constava meu nome em nada. Agora já devem ter um dossiê porque já está tudo aberto, né?
    Como era a rotina nesse período?
    Ele acordava de manhã, tomava café, tinha uma hora e meia pra andar no sol, depois entrava e ia ler os jornais até 10h30, 11h. Depois, aparecia na cozinha e, se eu estivesse precisando de uma ajuda, ele me ajudava. Fazia salada de frutas, gostava de fazer bolo, tortas, biscoitos pras crianças. Era muito bom cozinheiro.
    Às vezes ele viajava, ia pra reuniões e eu ficava, mas ele trabalhava muito em casa. Nunca moramos em apartamento. Em casa, tinha um quintal onde ele podia fazer um jardim, uma horta...
    Vocês tiveram muitos endereços em São Paulo?
    Sim. Em Jabaquara, no Jardim da Saúde, na Lapa, nos Perdizes, no Brooklin, em Diadema, na Penha... Essas casas não podiam ter janelas devassadas. Hoje é impossível fazer isso porque a polícia tem outros meios de identificação.
    Sempre que se mudavam era uma fuga?
    Olha, se a gente percebesse que a casa estava sendo observada ou desconfiasse de qualquer outra coisa, saía e não voltava mais. Deixava tudo que tinha em casa. Depois, um companheiro ia lá e resolvia a situação. Mas foram 10 anos nessa situação, clandestinidade completa.
    Em 1959, houve o período de anistia de JK. Foi quando viemos para o Rio de Janeiro, em Jacarepaguá.
    Como era feita essa segurança?
    Eu tinha um motorista que morava conosco e se passava por meu marido. A casa tinha um quarto para as crianças, um pra gente, um pro motorista e o escritório do Velho.
    Vocês tinham armas?
    Nunca tivemos arma em casa. Nunca quisemos.
    Qual era a maior dificuldade na clandestinidade?
    Era o dia a dia da vigilância. Tinha que ficar atenta pro Velho não se distrair e botar a cabeça na janela. Ele ligava muito o rádio pra escutar Moscou. Às vezes ele se entusiasmava e aumentava o volume. Eu ia lá e abaixava. Se o pessoal da rua escutasse... Eu varria a calçada, tinha um contato com os vizinhos no portão. Mas esse negócio de ir à casa de um e de outro, não. Quando ele saía para reuniões, era à noite. Nós tínhamos um fusca.
    Com relação aos estudos, ele era muito exigente?
    Ele dava aula pra mim, pro motorista e, às vezes, até pro Giocondo. De literatura, de astronomia, de política... Era muito dedicado a instruir você culturalmente para você evoluir e conhecer mais a realidade da vida. Com ele li muitos bons livros: Otelo, Shakespeare, os clássicos russos, franceses...
    Quando a senhora percebeu que esse convívio estava mudando?
    A gente tinha esse convívio, falando de literatura, brincando com as crianças, essas coisas... e um dia ele chegou pra mim, depois de um ano, mais ou menos, e me propôs casamento.
    Já estavam namorando?
    Não, nunca houve esse negócio de namoro. Mas a gente sempre se deu bem, ele me ajudava no almoço, no jantar. Aí um dia ele perguntou se eu não queria casar novamente. Eu disse “não, não pretendo casar”. E ele: “mas mesmo que seja comigo?”. Aí eu disse: “Nossa senhora! Com você é que seria ainda mais difícil!” Pensei: se eu aceitar, vão me chamar de oportunista. Ele disse que esse assunto não tinha nada a ver com o partido, que nós nos entendíamos e que podíamos ter um relacionamento mais afetivo. Eu disse: “Tá, eu vou pensar. Mas, a princípio, não. Eu não caso com ninguém, não assumo compromisso com ninguém. Não assino papel de jeito nenhum”. Eu não sei por que, mas desde a minha infância eu achava que casamento era um contrato. Eu vi tantas pessoas casando e descasando que eu botei na minha cabeça que não queria assinar contrato nem casar com ninguém.
    Mas a senhora acabou aceitando...
    Depois eu acabei falando que a gente podia até viver junto, mas no dia que não desse certo, ele iria pra um lado e eu pro outro. Mesmo depois, em 1989, quando a gente voltou da Rússia, ele queria que eu assinasse documento com ele, legalmente. Disse: “Não quero. Porque eu já conheço esse pessoal de partido. Vão dizer que sou oportunista, que casei com você pra pegar o seu nome e viver às suas custas”. Nunca aceitei. Sempre gostei de ser assim independente. Nunca fui romântica sonhadora, não.
    No entanto, viveram um romance de 40 anos.
    Ah, foi. Ele era muito boa pessoa, muito carinhoso, muito atencioso, se preocupava muito comigo. Na época da clandestinidade, ele ficava preocupado porque eu não saía de casa pra me divertir, ir ao cinema, teatro, nem visitava minha família.
    Nessa época a senhora não podia mesmo.
    Não podia. Fiquei quase 10 anos sem ver família, sem ter contato com ninguém. Quando eu apareci, meus irmãos tinham pensado que eu tinha morrido.
    É compreensível, vivia "metida com comunista"...
    [Risos] Ah, meu Deus... Hoje isso é engraçado, né?
    Mas me diga: quando foi que ele pegou na sua mão?
    [Rindo muito mais] Quando eu disse pra ele que ia pensar, o companheiro Giocondo Dias apareceu lá em casa. Aí eu falei pra ele: “Olha, Giocondo, o Prestes quer que eu case com ele, mas eu não quero casar porque eu sei que o partido vai me chamar de oportunista”. Aí ele disse “Não... isso não tem nada a ver, isso é uma coisa de você com ele. Isso a gente pode resolver sem o partido entrar no meio”. Aí fomos pro escritório dele [Prestes] pra conversar. Falei: “Conversei com o Giocondo sobre o nosso relacionamento, e ele disse que a gente é quem decide. Agora, eu não quero assinar papel...”
    Aí o Giocondo falou: “Junta logo! É melhor...”. Aí a gente se juntou. Foi só isso. Não teve esse negócio de beijinho, abracinho, essas coisas... Só depois. Ele sempre foi muito reservado. Você conversava com ele e percebia que ele mantinha sempre uma distância, não se entregava assim de vez, não. Era reservado.
    No seu livro, a senhora se refere às dificuldades vividas por sua família como sendo uma “densa neblina”. Quando essa neblina começou a desaparecer?
    Foi nos anos 60, quando apareci já com cinco filhos. Começou a sair essa neblina de problemas. Mas, em seguida, veio o Golpe de 64 e o Velho voltou pra clandestinidade. Eu fiquei em São Paulo com os filhos. Já não podia esconder a família que tinha. Nossa história começou a ficar mais clara, aparecendo na imprensa. Quando teve o golpe mesmo, a polícia invadiu a minha casa e roubou tudo que a gente tinha, com o delegado Cristiniano. Foi uma tragédia pra gente porque tivemos que abandonar a casa e eles criaram aquela polêmica dizendo que o Velho tinha deixado a caderneta com nomes de pessoas do partido... Não era nada mais, nada menos, do que uma agenda. Não estava entregando companheiro nenhum. Mas isso, para a imprensa, é um pão de ló, né? Eles jogam na mídia e todo mundo fica falando que o Velho entregou todo mundo. A polícia roubou toda nossa biblioteca. Encostaram um caminhão, e iam jogando os livros. Levavam e depois queimavam.
    Mas não foram só livros, certo?
    Levaram tudo. Roupa de criança, roupas minhas... Eu tinha voltado da Europa com um casaco de pele que tinha ganhado lá. Estava muito frio e eu tinha que ter roupa de frio pra viajar. Chapéu, bota, capote... levaram tudo. Nunca entrei na Justiça pra cobrar. Devia ter feito isso em São Paulo, né? Mas não entrei.
    Foi o único saque que vocês sofreram?
    Foi, em São Paulo. Na rua Nicolau de Souza Queiroz, 153.
    As cartas que senhora vai doar para o Arquivo Nacional mostram como alguns filhos mantiveram contato nos anos 70 e 80, mesmo morando em outros países.
    Quando viemos para o Brasil, tínhamos filhos em Cuba (Pedro) e Moçambique (Rosa). Os outros filhos ficaram em Moscou. Eles ficaram porque estavam estudando. Quando iam terminando a universidade, vinham embora. Pedro foi pra Cuba porque, quando terminou a escola de aviação, não podia voltar pro Brasil, a Embaixada não dava passaporte. A mesma coisa aconteceu com a Rosa. Nós sempre mantivemos contato.
    Em uma das cartas, os netos que moravam em Moçambique pedem revista do Tio Patinhas, do Mickey... Como Prestes reagia a isso? Ele mandava as revistinhas?
    Quem mandava era eu. (risos) Eu fazia um pacote e mandava bala, doces, feijão, revistas, café... Em Moçambique não tinha nada. Pra eles era uma festa receber isso.
    Ele não dizia nada, mas sempre que podia oferecia um ou outro livro que considerava mais importante, como Monteiro Lobato. É que a criança expressa aquilo que ela está vivendo, e ela vive no capitalismo.
    Muito se fala sobre Luiz Carlos Prestes em pesquisas acadêmicas, livros e filmes. A senhora acha que a vida dele é bastante reconhecida aqui no Brasil?
    Acho que só vão dar valor de verdade à vida dele daqui a uns 30 anos.

Tesouro comunista


Acervo de Luiz Carlos Prestes doado ao Arquivo Nacional inclui cartas de parentes e lideranças políticas, como Fidel Castro, além de documentos referentes às décadas de 70 e 80. Parte deste acervo você encontra com exclusividade na RHBN Online

  • Gerações reunidas em torno da estátua do patriarca
  • Em cerimônia realizada na tarde desta terça-feira (dia 3) na sede carioca do Arquivo Nacional, a família Prestes doou parte do acervo pessoal do líder comunista que estava sob a tutela de sua viúva, Maria Prestes. São, em sua maioria, documentos diversos como cartas trocadas com seus filhos e netos e com lideranças políticas, como Fidel Castro – além do relatório no qual consta a lista com os nomes de 233 torturadores, que você viu em primeira mão na RHBN Online. O acervo, porém, só estará disponível ao público dentro de, pelo menos, três meses.

  • O período servirá para o Arquivo Nacional higienizar, conservar e organizar todos os documentos. Num primeiro momento, o arquivo estará disponibilizado apenas na sala de consulta, mas a instituição prevê pôr todo o conteúdo na internet. A maior parte da doação refere-se ao período entre as décadas de 70 e fim de 80. Além das cartas, há cartilhas, manifestos, relatórios do Partido Comunista e documentos referentes às primeira campanha presidencial após a reabertura. Há, porém, muito material ainda a ser doado, como fotografias e medalhas.
    “Tenho ainda que identificar algumas fotos, por exemplo. Já as medalhas serão doadas sem muita exposição, pois têm um valor imenso. Mas fato é que vamos doar tudo, pois ele faz parte da história do Brasil, e os pesquisadores e jovens têm o direito de ter acesso a tudo isso”, defendeu Maria Prestes.
    Esta é a segunda parte de documentos de Prestes no Arquivo Nacional. A primeira foi transferida do Arquivo Nacional de Moscou, onde estavam vários documentos relacionados ao partidão. Na ocasião, também foi doada uma réplica de 70 centímetros da estátua “O Cavaleiro da Esperança”, presente no Memorial Coluna Prestes em Palmas, Tocantins. As homenagens marcaram o dia de aniversário do comunista, que nasceu há 114 anos. Luiz Carlos Prestes Filho saudou a oportunidade de a doação ajudar a compor a imagem não só do político Prestes, mas também para humanizar o mito que, afinal, foi um pai de família que criou 10 filhos em meio às dificuldades impostas por seus ideais.
    “Esperamos que isso ajude os pesquisadores a terem uma visão completa não só do político, mas do ser humano”, explica.

    Polêmica em família

  • Em nota divulgada na imprensa e na seção de comentários da RHBN Online, Anita Prestes, filha do líder comunista com a militante OIga Benário, reclamou da divulgação do acervo.
    “A viúva do meu pai não tem o direito de dispor do acervo do meu pai sem que eu seja previamente consultada, pois também sou herdeira dos seus bens. Trata-se de injustiça inaceitável. Espero que o Arquivo Nacional saiba preservar tal documentação, disponibilizando-a ao público”, escreveu Anita, que também reclama da foto de Prestes na praia, o que, para ela, “constitui um desrespeito à sua memória e à sua vontade, pois todos que com ele conviveram sabem que Prestes jamais concordaria com tal divulgação”.
    Maria contesta:

  • “Anita é uma grande estudiosa, professora de História bem conceituada e, por isso mesmo, deveria ficar agradecida e não questionar. Até porque ela também não nos procurou e nunca fez qualquer aproximação”, argumenta a viúva de Prestes.

Relatos de terror

 

Documento encontrado no acervo de Prestes traz, além da lista de 233 torturadores, descrições de sequestros, falsos suicídios e ligações de grupos paramilitares clandestinos com milícia argentina

 
  • O relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, preparado por presos políticos no início da década de 1970, conta com detalhes vários episódios ocorridos durante o regime militar naquele período. Além de identificarem 233 torturadores, há capítulos dedicados aos “desaparecidos políticos”, à “farsa dos suicídios” e ao “braço clandestino da repressão” – com direito a descrições minuciosas de sequestros e sessões de tortura.
    O documento começa contando casos de militantes que desapareceram misteriosamente - ressaltando que, em 1976, as táticas tinham mudado. Até então, a vítima chegava a comparecer aos órgãos de repressão antes de “desaparecer”; mas, a partir daquele ano, os militantes não seriam mais vistos “por outros presos, fazendo crer que tenham sido torturados até a morte em localidades de endereço ainda não conhecidos pela opinião pública nacional”.
    Em 1975, um jornalista, depois de ter sido preso e torturado, resolveu denunciar à imprensa os maus tratos que sofrera. Dias depois, recebeu uma carta, feita por um grupo autointitulado “braço clandestino da repressão”, contendo uma série de ameaças a ele e sua família, incluindo o aviso: “você é um, nós somos milhares”.
    A suspeita, segundo os autores do relatório, é de que tal grupo de extermínio teria ligações com a sanguinária Aliança Anticomunista Argentina (AAA). Outra vítima foi o advogado e professor Afonso Celso Nogueira Monteiro, ex-vereador de Niterói e ex-deputado estadual do Rio, cujo sequestro e tortura são contados com riqueza de detalhes. Devido à repercussão de seu “desaparecimento”, Afonso acabou sendo libertado, e seu caso divulgado pelo comitê.
    Os autores do documento contam que venceram “obstáculos aparentemente intransponíveis” ao conseguirem se reunir pela quarta vez em quatro anos. A primeira reunião foi em fevereiro de 1973, quando elaboraram o primeiro relatório no qual constam 28 casos de presos políticos assassinados sob tortura, descrevendo os episódios “com minúcias”. A segunda, no ano seguinte, contou com revelações de “elementos [...] vinculados profissionalmente à máquina militar de sustentação do regime” – que, inclusive, ajudaram a levantar os primeiros nomes de torturadores. Já o terceiro relatório, de 1975, fala das tentativas de camuflar ações repressivas do regime – a partir de sequestros, assassinatos e desaparecimento de cadáveres.

    Confira abaixo o relatório completo.





  • Fonte: História do Brasil por quem mais entende do assunto

A lista dos acusados de tortura

 

by Alice Melo e Vivi Fernandes de Lima


Dos papéis de Luiz Carlos Prestes consta um relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, de 1976. O documento traz uma lista de 233 torturadores feita por presos políticos em 1975


  • O acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva, Maria Prestes, ao Arquivo Nacional, traz entre cartas trocadas com os filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes momentos da história política do Brasil. Entre eles, o “Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, datado de fevereiro de 1976.
    Neste período Prestes vivia exilado na União Soviética e, como o documento não revela quem são os membros deste Comitê, não se pode afirmar que o líder comunista tenha participado da elaboração do relatório. De qualquer forma, é curioso encontrá-lo entre seus papéis pessoais.
    O documento é dividido em seis capítulos, entre eles estão “Mais desaparecidos”, “Novamente a farsa dos suicídios”, “O braço clandestino da repressão” e “Identificação dos torturadores”, que traz uma lista de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. Esta lista foi elaborada em 1975, por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal. Na ocasião, o documento foi enviado ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”. Segundo o periódico, “na época em que foi escrito, o documento não teve grandes repercussões, apenas alguns jornais resumiram a descrição dos métodos de tortura”. O Major de Infantaria do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra é o primeiro da lista de torturadores, segundo o relatório. A Revista de História tentou ouvi-lo, mas segundo sua esposa, Joseita Ustra, ele foi orientado pelo advogado a não dar entrevista. “Tudo que ele tinha pra dizer está no livro dele”, diz ela, referindo-se à publicação “A verdade sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça” (Editora Ser, 2010).
    A repercussão da lista em 1978
    A Revista de Históriaconversou com um jornalista que integrava a equipe do “Em Tempo”. Segundo a fonte – que prefere não ser identificada – a redação tinha um documento datilografado por presos políticos. Era uma “xerox” muito ruim do texto, reproduzido em uma página A4. Buscando obter mais informações sobre o documento, os jornalistas chegaram ao livro “Presos políticos brasileiros: acerca da repressão fascista no Brasil” (Edições Maria Da Fonte, 1976, Portugal). Depois desta lista, o “Em Tempo” publicou mais duas relações de militares acusados de cometerem tortura.
    Na época, a tiragem do semanário era de 20 mil exemplares, rapidamente esgotada nas bancas, batendo o recorde do jornal. A publicação fechou o tempo para o jornal, que sofreu naquela semana dois atentados. A sucursal de Curitiba foi invadida e pichada. Na parede, os vândalos deixaram a marca em spray “Os 233”. O outro atentado aconteceu na sucursal de Belo Horizonte: colocaram ácido nas máquinas de escrever. Na capital mineira, a repercussão foi maior porque os militantes de esquerda saíram em protesto a favor do jornal. O próprio “Em Tempo” publicou esses dois casos, com fotos.
    Os autores da lista
    As assinaturas dos 35 que assumem a autoria também foram publicadas no “Em Tempo”. Hamilton Pereira da Silva é um deles. O poeta – conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra e hoje Secretário de Cultura do Distrito Federal – fez questão de conversar com a Revista de História sobre o assunto, afirmando que a lista não foi fechada em conjunto. Os nomes e funções dos torturadores do documento teriam sido informados pelas vítimas da violência militar em momentos distintos de suas vidas durante o cárcere.
    “Essas informações saíam dos presídios por meio de advogados ou familiares. A esquerda brasileira, neste período, não era unida, era formada por vários grupos isolados, que não tinham muito contato entre si por causa da repressão”, conta Tierra. “Quando a lista foi publicada no ‘Em Tempo’, eu já estava em liberdade. Sei que colaborei com dois nomes: o major, hoje reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o capitão Sérgio dos Santos Lima – que torturava os presos enquanto ouvia música clássica”.
    Hamilton lembra ainda que, após a publicação da lista no periódico, a direita reagiu violentamente realizando ataques a bomba em bancas de jornal e até uma bomba na OAB, além de ameaças à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
    Em 1985, já em tempos de abertura política, a equipe do projeto Brasil: Nunca mais divulgou uma lista de 444 nomes ou codinomes de acusados por presos políticos de serem torturadores. Organizado pela Arquidiocese de São Paulo, o trabalho se baseou em uma pesquisa feita em mais de 600 processos dos arquivos do Superior Tribunal Militar de 1964 a 1979. Os documentos estão digitalizados e disponíveis no site do Grupo Tortura Nunca Mais.
    Entre os autores da lista de acusados de tortura feita em 1975, além de Hamilton Pereira da Silva, estão outros ex-presos políticos que também assumem cargos públicos, como José Genoino Neto, ex-presidente do PT e assessor do Ministério da Defesa, e Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e criador da comissão da verdade. Os outros autores da lista são: Alberto Henrique Becker, Altino Souza Dantas Júnior, André Ota, Antonio André Camargo Guerra, Antonio Neto Barbosa, Antonio Pinheiro Salles, Artur Machado Scavone, Ariston Oliveira Lucena, Aton Fon Filho, Carlos Victor Alves Delamonica, Celso Antunes Horta, César Augusto Teles, Diógenes Sobrosa, Elio Cabral de Souza, Fabio Oascar Marenco dos Santos, Francisco Carlos de Andrade, Francisco Gomes da Silva, Gilberto Berloque, Gilney Amorim Viana,Gregório Mendonça, Jair Borin, Jesus Paredes Soto, José Carlos Giannini, Luiz Vergatti, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Manoel Porfírio de Souza, Nei Jansen Ferreira Jr., Osvaldo Rocha, Ozeas Duarte de Oliveira, Paulo Radke, Pedro Rocha Filho, Reinaldo Moreno Filho e Roberto Ribeiro Martins.

    A seguir, a reprodução de parte do “Relatório do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil”, com as páginas que trazem os 233 nomes dos acusados de praticarem tortura direta ou indiretamente.




Tudo Juntö & Misturado. by Deise

 Eis que chega 2012. Eu vi. vim e Venci.
 Meus novos companheiros de Casa & Cruz 
 Sai prá la. eu cheguei primeiro... folgado.
 Oi Tata... 
 Ainda bem que o joelho é recapado... 



                                               Sempre tentando pegar o time.
                                Varias tentantivas se fizeram..
                                                               Registrando a Visita
Pendurando uma colcha nos dias entre natal e ano Novo.
O inchaço das praias no verão é de matar quem optou por ser morador. A vida vira um inferno: filas, preços abusivos, sujeira, estress com nossos animais, tranqueira nas ruas e estradas.
Tem os que ficam os " zóio" dentro das casas.
Odeio  não saber quem esta olhando para cá.
Nas temporadas não arrisco, pois nao conheço quem é quem.
Ok. tem a minha paranóia.
Mas como ja disse, ela, a paranoia,
 pode me garantir uma vida mais longa...
                        Berenice avisando que algo tinha ali.. 
 Dias de chuva..e mais chuva.. 
 Enquanto Berenice trabalha... "Amigo" dorme... Novas....
 Tata... vem cá... tem algo nao legal aqui fora...
E tinha... um filhotinho de cobra mateira.
cuja maquina esta com a vizinha e a foto, pois quis mostrar.
Quando pegar a maquina hoje posto a foto.
Berenice é valente. E não dorme em serviço... 
 Mike visitando, e querendo pegar a Berenice... 
 Tá, nao deixa casar então... mas deixa eu pegar ela..
Mike é Ninja.. Escala o muro e se ele quer sair, sai.
Odeia ficar preso.
E eu brigo com a dona dele para nao prender.
Sem sombra de duvida, é o chefe da quadrilha...
Só ensina coisas que não deve. Eles cavam buracos gigantes em meu pátio. Deduzo que é um túnel.
Enquanto não sei onde eles querem chegar, uso os buracos como armadilhas.
Se  cairem com um pé ali,  quebram o pé.Na verdade acima da canela. Dá fratura exposta..
E pensando bem, são bons  meninos na verdade, bons meninos...
É so entender a lingua deles.
Junto a "Biscatinha"... que não perde em nada pra ele...
Imaginem o porque do nome dela.
                                                   na na ni na não, Mr. Mike...
                                 Enquanto isso, eu cresço..
... porque eu sou só um "mininu"... 
 Comentando a nova vida.
E muito ainda há que aprender. 
                                                     Virada 2012
                                       E na Ilha a gente se acostuma com elas...
                                        e com todos...
                                                                     Virada 2011
                                         Encerrando  com chave de ouro
                                             De todos, talvez o melhor.
                          Foi o último em "The Family".
                                         Teremos sempre boas lembranças
 Chega um dia que a gente se dá conta,
que a Estrada realmente tem um fim.

E ninguem escapa de prestar contas...

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