quarta-feira, 20 de agosto de 2014

TPM: como reduzir os efeitos da tensão pré-menstrual ?


TPM: como reduzir os efeitos da tensão pré-menstrual ?


Sinônimos:
Síndrome Pré-Menstrual

O que é TPM?
Tensão Pré-Menstrual (TPM) é uma condição de difícil identificação. Seus sintomas são muitos e variam de uma mulher para outra.
A TPM é classificada como uma síndrome, já que é um conjunto de sintomas que aparecem na segunda fase do ciclo menstrual (de uma a duas semanas antes da menstruação) e desaparecem nos primeiros dias do início do ciclo menstrual (geralmente de dois a três dias após o início da menstruação).
Alterações do humor, mamas doloridas, compulsão por comer certos alimentos (principalmente doces), fadiga, irritabilidade e depressão estão entre os sintomas mais comuns da TPM. A maioria das mulheres apresenta certo desconforto antes da menstruação, mas aquelas com TPM sentem os sintomas atrapalharem o seu dia-a-dia em casa e no trabalho.

Quais são as causas da TPM?
A causa exata da síndrome pré-menstrual não é conhecida, mas muitos fatores podem contribuir para esta condição. Mudanças cíclicas nos níveis hormonais parecem contribuir para o seu aparecimento, pois os sinais esintomas da síndrome mudam com as flutuações hormonais e desaparecem com a gravidez e a menopausa.
Mudanças químicas no cérebro podem também estar envolvidas. Alterações nos níveis de serotonina, um neurotransmissor cerebral que acredita-se participar das alterações do estado de humor, podem desencadear alguns sintomas. Quantidade insuficiente de serotonina pode contribuir para a redução do prazer e do bem-estar, depressão pré-menstrual, sensação de fadiga, compulsão alimentar e alterações do sono.
Estresse ou problemas psicológicos não causam a TPM, mas eles podem colaborar para piorar os sintomas dasíndrome pré-menstrual.
Outros fatores que podem estar associados à TPM são: baixos níveis de vitaminas e minerais, como as vitaminas E e B6; diminuição do cálcio e do magnésio no organismo; excesso de sal nos alimentos e ingestão de bebidas alcóolicas ou cafeinadas.

Quais são os tipos de TPM?
A TPM está classificada em quatro tipos: A, C, H e D, de acordo com a predominância dos sintomas. Esta classificação não é uma regra. Uma mesma mulher pode apresentar os sintomas de um ou mais tipos de TPM.
TPM tipo A: as mulheres ficam ansiosas, irritadas, tensas e até mesmo agressivas. Este é o tipo mais freqüente.
TPM tipo C: caracteriza-se pelo aumento do apetite, compulsão alimentar (predominando a compulsão pela ingestão de doces, como chocolates), fadiga, dor de cabeça e palpitações.
TPM tipo H: há aumento súbito de dois a três quilos no peso corporal, aumento das mamas, dor e distensão abdominal.
TPM tipo D: é o menos freqüente e os sintomas predominantes são choro fácil, sonolência ou insônia, confusão mental e depressão.

Quantas mulheres apresentam os sintomas da TPM?
Estima-se que três a cada quatro mulheres que menstruam experimentam algum dos tipos de TPM. Ela tende a acometer com maior freqüência mulheres com idades entre 20 e 40 anos, com recorrência mensal e manutenção de um padrão previsível de sintomas. Contudo, as alterações emocionais e físicas que algumas mulheres experimentam neste período podem ser particularmente intensas em alguns meses e leves em outros.
Apesar disso, você não precisa deixar que esses problemas controlem a sua vida. Mudanças no estilo de vida e tratamentos específicos podem ajudar a reduzir ou controlar os sinais e sintomas da TPM.

O que sentem as portadoras desta condição?
Elas podem ter sintomas físicos ou emocionais.

Sintomas emocionais e alterações de comportamento:
  • Tensão e ansiedade
  • Depressão
  • Choro fácil
  • Alterações de humor, impulsividade, irritabilidade, raiva
  • Agressividade
  • Alterações no apetite, compulsão por certos alimentos
  • Insônia ou sonolência
  • Recolhimento social, reclusão
  • Dificuldade de concentração
  • Diminuição da libido

Sinais e sintomas físicos:
  • Dores musculares e nas articulações
  • Dor de cabeça
  • Fadiga
  • Ganho de peso por retenção de líquidos
  • Aumento da circunferência abdominal
  • Sensibilidade aumentada nos seios
  • Aparecimento de acne por oleosidade excessiva na pele
  • Constipação ou diarréia
  • Edema nas mãos e nos pés

O que é desordem disfórica pré-menstrual ou DDPM?
Uma pequena parcela de mulheres apresenta sintomas incapacitantes todos os meses. Este tipo de TPM tem uma designação especial conhecida como desordem disfórica pré-menstrual (DDPM). A DDPM é um tipo severo de TPM com sintomas que incluem depressão severa, sentimentos de falta de esperança, raiva, ansiedade, baixa auto-estima, dificuldade de concentração, irritabilidade e tensão. Mulheres com DDPM podem sofrer de algum distúrbio psiquiátrico subjacente que deve ser pesquisado por um médico especializado no assunto.


Como o médico faz o diagnóstico da TPM?
Não há um achado do exame físico ou de exames complementares que façam o diagnóstico da síndrome pré-menstrual. Seu médico pode atribuir um sintoma particular à TPM se ele fizer parte do padrão previsível de comportamento dos sintomas no seu período pré-menstrual.
Cada mulher apresenta o seu padrão de sintomas. Para estabelecê-lo, seu médico pode solicitar que você faça um diário dos sinais e sintomas que você observa, pedindo que você faça essas anotações em um calendário, um diário ou uma tabela por pelo menos dois ciclos menstruais consecutivos. Ele também pode querer conversar com você a respeito dos seus hábitos alimentares, sobre a sua prática de exercícios físicos, o seu trabalho e a sua família.
Preste atenção ao primeiro dia em que você começa a sentir os sintomas da TPM, assim como ao dia em que eles desaparecem. Também marque o dia em que começa o seu ciclo menstrual e o dia em que ele termina.
Como alternativa, você também pode completar um questionário no primeiro dia do seu ciclo menstrual descrevendo seus sintomas durante as duas semanas que antecedem este início. Isto irá ajudar o seu médico a avaliar se é necessário que você faça algum tipo de avaliação adicional.


O que pode ser feito para reduzir os sintomas da TPM?
A primeira coisa a ser feita é conhecer os seus sintomas, quando eles começam durante o seu ciclo menstrual e também o que parece desencadeá-los. Acredite nas suas alterações hormonais e lembre-se delas quando ossintomas aparecerem. Quando sabemos que estamos mais sensíveis, torna-se mais fácil administrar o nosso comportamento em relação aos outros.
Depois, você pode controlar ou algumas vezes reduzir os sintomas da síndrome pré-menstrual fazendo modificações nos seus hábitos alimentares, nas suas atividades físicas e em suas atividades diárias. Não se sinta desencorajada caso essas modificações de comportamento levem um tempo para ajudá-la. Você vai encontrar o que mais alivia os seus sintomas. Tenha paciência.
Tente essas abordagens:

  • Modifique sua dieta. É importante desintoxicar o fígado, já que este órgão está diretamente envolvido nometabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas, além de armazenar vitaminas e minerais que participam da produção de colesterol e hormônios femininos.
Para isso é necessário que você:
Faça refeições mais freqüentes e com menor quantidade de alimentos. Isso ajuda a reduzir o edema e a sensação de plenitude gástrica. O ideal é fazer 5 a 6 pequenas refeições ao dia, ao invés de 3 grandes refeições.
Inclua na sua dieta os carboidratos complexos, as fibras e as proteínas.
Carboidratos complexos ou integrais: possuem teor de gordura relativamente baixo, são ricos em vitaminas, minerais e fibras e sua digestão é lenta - o que evita as grandes elevações e quedas nos níveis glicêmicos. São exemplos: batata inglesa, bata doce, milho, macarrão, arroz integral, feijão, ervilhas, lentilhas, aveia. Mas tome cuidado para não exagerar e engordar, pois o consumo de carboidratos complexos não deve ultrapassar 60% dascalorias totais ingeridas.
Fibras: "Fibra alimentar" refere-se às partes dos alimentos que resistem à digestão. São fontes de fibras: grãos, tubérculos, raízes, frutas, legumes, verduras, leguminosas e outros vegetais ricos em proteínas. Nenhum alimento de origem animal contém fibra alimentar. As fibras são benéficas para o funcionamento intestinal, previnem aconstipação, protegem contra o câncer de cólon e contra a hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue) e também são benéficas para pessoas com diabetes. A recomendação é para um consumo de 25 gramas de fibras por dia.
Proteínas: alimentos vegetais que são ricos em proteínas são os cereais integrais, as leguminosas e também as sementes e castanhas. As leguminosas incluem o feijão-verde, feijão-de-corda, jalo, preto, largo, flageolé, carioquinha, azuqui, rim, mungo, pinto, fradinho, massacar, guandu e branco e também as lentilhas, ervilhas secas, fava, soja e grão de bico. Alimentos animais ricos em proteínas são as carnes em geral, leite e derivados e os ovos. Dez a 15% do valor energético total deve se consumido na forma de proteínas. O equilíbrio na escolha das fontes proteicas de origem vegetal e animal e a inclusão de frutas, legumes e verduras tornam a alimentação saudável em todos os aspectos.
O excesso de sal deve ser evitado para reduzir a retenção de líquidos e o edema. Um consumo exagerado de sal, fonte de sódio, aumenta a retenção de líquidos e o edema, faz o organismo perder cálcio, além de estimular uma maior liberação de insulina pelo pâncreas, o que, além de inchar, também ajuda a engordar. Quando for ingerir sal, o melhor é escolher o sal fortificado com iodo e não ultrapassar a ingestão de 5 gramas por dia, ou seja, uma colher rasa de chá por dia.
Aumente a ingestão de alimentos integrais, frutas, vegetais, cereais e grãos.
Escolha alimentos ricos em cálcio. Caso você não goste de laticínios ou não tenha uma quantidade suficiente de cálcio na dieta que ingere, pode ser necessário o uso de um suplemento de cálcio.
Use um suplemento vitamínico com a orientação de um médico, se necessário.
Evite cafeína, açúcar, gorduras animais e álcool.
Cafeína: faz com que você se sinta mais irritada, tensa e piora o desconforto nos seios.
Açúcar: o consumo de açúcares simples não deve ultrapassar 10% da energia total diária. Eles podem ser encontrados naturalmente nos alimentos como frutas e mel ou ser adicionados na preparação de alimentos processados.
Gorduras: gorduras e óleos de todos os tipos não devem ultrapassar os limites de 15 a 30% da energia total da alimentação diária. O total de gorduras saturadas não deve ultrapassar 10% do total de energia diária e o total degordura trans consumida deve ser menor que 1% do valor energético diário (no máximo 2g/dia para uma dieta de 2.000 kcal). Dê preferência para a ingestão das gorduras presentes no óleo da linhaça, nas sementes de girassol e gergelim, no abacate e no óleo da prímula.
Gorduras e açúcares são fontes de energia.
Por elevarem a serotonina, conhecida como hormônio do prazer, as massas e os chocolates podem gerar necessidade contínua de consumo e falsa sensação de bem-estar. Se não quer engordar, evite-os!
Chá, café e refrigerante ficam longe do cardápio, pois são ricos em xantinas, substâncias que agravam a irritabilidade e as alterações de humor.
A soja é rica em isoflavonas, que diminui a dor nas mamas e a sensação de peso no baixo ventre. Ela deve fazer parte da dieta das mulheres que sofrem de TPM.

  • Incorpore algum tipo de atividade física regular em sua rotina. Comprometa-se a fazer pelo menos 30 minutos de atividade física como caminhadas, natação ou outra qualquer outra atividade aeróbica de 4 a 6 vezes por semana. Exercícios físicos regulares ajudam a melhorar a sua saúde e aliviam os sintomas defadiga e alterações de humor.

  • Reduza o estresse:
     - Durma bem por pelo menos oito horas por dia.
     - Pratique relaxamento muscular progressivo ou exercícios respiratórios profundos para ajudar a reduzir as dores de cabeça, ansiedade ou insônia.
     - Tente fazer yoga, meditação ou massagem como meios de relaxamento e alívio do estresse.

  • Anote os seus sintomas durante alguns meses. Faça isso para identificar fatores que os desencadeiam e como é o padrão de sintomas que você apresenta. Isto vai ajudá-la a criar alternativas para reduzi-los.

  • Mantenha uma rotina em sua vida, no que diz respeito a refeições, exercícios físicos e horas de sono.

Existe uma alimentação recomendada para cada tipo de TPM apresentada?
Para mulheres que sofrem com a TPM tipo A, a recomendação é uma suplementação de vitaminas do complexo B, vitamina E e magnésio.
Os sintomas da TPM tipo C são aliviados com uma alimentação rica em magnésio ou com uma suplementação de magnésio. A compulsão alimentar por chocolate, manifestado pelas mulheres com este tipo de TPM, pode ser umsintoma clínico de deficiência de magnésio.
Mulheres com a TPM H devem reduzir o consumo de sal no período pré-menstrual.
Para o tipo D geralmente são necessários medicamentos que devem ser prescritos por médicos.


Qual é o tratamento para TPM?
Sempre será um tratamento individualizado, de acordo com os sintomas que você apresenta. Você pode necessitar usar mais de um tipo de tratamento diferente para saber qual deles funciona melhor para você. Você e seu médico devem estar sintonizados para encontrar a melhor solução para o seu caso.
O sucesso das medicações varia de mulher para mulher. Muitas vezes as medicações não são necessárias. Mudanças no estilo de vida e nas atividades físicas rotineiras podem aliviar muito os sintomas. Existem também medicamentos para a TPM que não precisam de prescrição médica. Outros só são vendidos com a retenção do receituário médico. O melhor é sempre receber a orientação de um especialista para tratar a sua TPM.
As medicações usualmente prescritas para a TPM são:
  • Contraceptivos orais: as pílulas anticoncepcionais impedem a ovulação e estabilizam as variações hormonais, oferecendo alívio para os sintomas da TPM. Um novo tipo de anticoncepcional que contém drosperinona, a qual age de maneira semelhante à espironolactona (um diurético), mostrou ser mais eficaz do que as outras pílulas para reduzir os sintomas físicos e emocionais da TPM e da DDPM. Conhecido como YAZ, cada cartela tem 24 comprimidos. As pílulas anticoncepcionais podem causar efeitos colateraisem algumas mulheres, atrapalhando mais do que ajudando algumas delas.
  • Anti-inflamatórios não hormonais (AINH): tomados antes ou no início da menstrução, como o ibuprofeno ou naproxeno, podem melhorar o desconforto nas mamas.
  • Antidepressivos: inibidores da recaptação de serotonina (IRSS), os quais incluem a fluoxetina (Prozac, Sarafem), paroxetina (Paxil), sertralina (Zoloft) e outros. Eles ajudam a reduzir a fadiga, a compulsão alimentar e insônia. São os primeiros a serem prescritos para os casos de TPM severa. Estes medicamentos geralmente são usados diariamente, mas para algumas mulheres o uso de antidepressivos é limitado ao período de duas semanas que antecedem a menstruação.
  • Diuréticos: quando atividades físicas e a redução da ingestão de sal não são suficientes para reduzir o ganho de peso e o edema, o uso de diuréticos pode ajudar a eliminar o excesso de líquidos retido pelos rinse o excesso de sal no seu organismo. Eles são usados geralmente antes de você começar a sentir ossintomas da TPM. A espironolactona pode ajudar a aliviar esses sintomas.
  • Acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera): para TPM severa ou DDPM, esta injeção pode ser usada para interromper temporariamente a ovulação. Entretanto, a medroxiprogesterona pode causar uma piora de alguns sinais e sintomas da TPM, como aumento do apetite, ganho de peso, dor de cabeça e humor depressivo.
  • Implantes hormonais: são anticoncepcionais modernos. Colocados debaixo da pele, sob anestesia local, liberam uma quantidade mínima de hormônio por dia e suspendem a menstruação. A diferença básica é que não ocorre a passagem do hormônio pelo fígado, o que é mais benéfico do que a pílula, que passa pelo fígado na sua metabolização. Como efeitos colaterais, pode aumentar a oleosidade da pele e diminuir a libido. Mas a maioria das mulheres não tem efeito colateral nenhum. Em algumas o implante pode ajudar na diminuição da celulite e na perda de peso.

Algumas informações adicionais:
  • Cálcio: consumir 1200 mg diários de cálcio na dieta ou através de suplementos pode reduzir os sintomas, melhorando a retenção de líquidos e as dores lombares. O uso regular e a longo prazo de carbonato de cálcio também previne a osteoporose.
  • Magnésio: consumir 400 mg de magnésio em suplemento diário pode ajudar a reduzir a retenção de líquidos, aliviar o desconforto nas mamas e o edema. Ele é encontrado nas verduras e frutos do mar.
  • Vitaminas B6: uma dose diária de 50 a 100 mg de vitamina B6 pode reduzir os incômodos da TPM. Os casos mais graves de TPM são tratados com antidepressivos, pois eles aumentam o nível de serotonina e combatem as alterações de humor. Mas doses entre 300 mg e 600 mg de vitamina B6 também são suficientes para combater as mesmas manifestações, porém, em estágio mais ameno. Cuidado com o excesso de vitaminas, pois ele pode causar efeitos indesejáveis ou mesmo danosos.
As principais fontes naturais da vitamina B6 são de origem animal: peixe (principalmente salmão), frango, carne de porco, fígado e ovos. Nos vegetais: couve-flor, brócolis e repolho; nos cereais integrais, feijão, soja, amendoim e nozes. Entre as frutas, as mais ricas são: a banana, o abacate e a ameixa. Carne de boi e produtos lácteos são relativamente pobres em B6.
  • Vitamina E: 400 unidades internacionais de vitamina E diariamente, aliviam os sintomas da TPM por reduzir a produção de prostaglandinas, substância que ajuda a aumentar a ansiedade, a sensibilidade à dor e a irritabilidade, além de colaborar para a retenção de líquidos.
  • Ervas medicinais: algumas mulheres relatam sentir alívio dos sintomas da TPM com o uso de ervas medicinais como Cimicifuga racemosa, gengibre, dente-de-leão, Vitex agnus-castus e óleo de prímula. Entretanto, poucos trabalhos científicos comprovam a efetividade dessas ervas. E o FDA (Food and Drug Administration) ainda não regulamenta o uso dessas substâncias. Isto significa que a segurança e a eficácia dessas ervas ainda não estão comprovadas cientificamente. Ou seja, não temos a garantia que o produto comprado tenha os ingredientes ativos descritos no rótulo da embalagem ou que nele não existam substâncias que sejam nocivas à saúde.
Converse com o seu médico antes de usar qualquer erva medicinal ou suplementos vitamínicos.
  • Cimicifuga racemosa: atua no tratamento dos sintomas neurovegetativos relacionados ao climatério, tais como ondas de calor, suores noturnos, nervosismo, dores de cabeça e palpitações cardíacas. Possui efeito semelhante ao estrógeno no organismo. Os compostos responsáveis pela efetividade da cimicifuga são conhecidos como "fitoestrogênios" ou "fitohormônios".
  • Dente-de-leão: nome vulgar de várias espécies pertencentes ao gênero botânico Taraxacum, das quais a mais conhecida é a Taraxacum officinale. Indicada para constipação intestinal, pois é um laxante suave,diurético e auxilia no tratamento de distúrbios menstruais.
  • Gengibre: suas propriedades terapêuticas são resultado da ação de várias substâncias, especialmente do óleo essencial que contém canfeno, felandreno, zingibereno e zingerona. Possui ação anti-séptica, anestésica e digestiva, principalmente auxiliando na digestão de alimentos gordurosos.
Popularmente, o chá de gengibre é usado no tratamento contra gripes, tosse e resfriado. Banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para aliviar os sintomas de gotaartrite, dores de cabeça e na coluna, além de diminuir a congestão nasal e as cólicas menstruais.
  • Óleo de prímula: fonte de ácidos graxos essenciais, destacando-se o ácido gamalinolênico (GLA). Estas substâncias não são sintetizadas pelo nosso organismo e, por isso, devem fazer parte da nossa alimentação.
O óleo é usado para aliviar os sintomas da TPM, redução das dores na artrite reumatóide, tratamento de disfunções na pele, tratamento e prevenção de doenças cardíacas, alergias, esclerose múltipla, depressão e hiperatividade.
  • Vitex agnus-castus: utilizado na medicina popular como chá, indicado no tratamento da tensão pré-menstrual, ansiedade e insônia. Como infusão para banhos, alivia os calores e suores típicos da menopausa.


Quando procurar ajuda médica?
Caso você não consiga controlar os sintomas da TPM com modificações em seu estilo de vida e eles estiverem atrapalhando sua saúde e atividades diárias, procure a ajuda de um médico.


Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
- Existe uma tendência familiar para TPM?
- O uso de anticoncepcionais orais é benéfico para todas as mulheres com TPM?
- Se eu tenho TPM hoje, isto significa que eu sempre vou ter?


Fontes:

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
National Women's Health Information Center

TPM Sem Tensão



Por Camila Leporace e Flavia Garcia

Ansiedade, dor de cabeça, tontura, depressão, irritabilidade, hipersensibilidade emocional, retenção de líquidos, ganho de peso, ondas de calor, insônia e fadiga são alguns dos sintomas físicos e psíquicos mais conhecidos da Tensão Pré-Menstrual(TPM). O conjunto de sinais dessa síndrome costuma se manifestar, repetidamente, de duas semanas a dois dias antes da menstruação. Apesar de ocorrer independente de cultura ou classe social, a sintomatologia da TPM pode variar de acordo com o meio no qual a mulher vive.

Segundo a Dra. Amanda Athayde, especialista em Endocrinologia Feminina e Andrologia, faz tempo que as alterações femininas de humor, associadas ao ciclo menstrual, vêm sendo pensadas. “Desde Hipócrates já existiam observações sobre as variações do humor e comportamento das mulheres, relacionadas à fase do ciclo menstrual. Ainda no século XIX, associava-se o útero a fenômenos psicológicos, de onde surgiu a palavra histeria - do grego histeron - sendo o tratamento das histéricas direcionado, principalmente, para os órgãos femininos. Em 1931, os sintomas foram reconhecidos como componentes de um transtorno clínico”, conta a especialista. 

Estatísticas costumam mostrar que de 20 a 30% das mulheres apresentam alguns dos sintomas pré-menstruais, sendo que 5% das quais teriam suas vidas impactadas de forma significativa pelo problema. Os sintomas da TPM - até agora, cerca de 150 são conhecidos - variam de mulher para mulher. Uma mesma pessoa pode ter também períodos de TPM diferentes entre si. “Fatores sociais e culturais estressantes, experiências vividas, além de doenças atuais ou antigas, principalmente os transtornos afetivos, parecem ter influência na Síndrome Pré-Menstrual”, afirma a Dra. Amanda, que explica, ainda, que a associação de fatores genéticos à TPM foi pouco estudada, mas parece de fato existir. 

Não é preciso, no entanto, conviver com tanto desconforto causado pela síndrome sem reagir a isso. Apesar de muitas mulheres resistirem a procurar um especialista para ajudá-las a lidar com esses problemas, os médicos podem auxiliar – e muito – no combate aos indesejados sintomas. Afinal, eles estão ligados a alterações hormonais, objeto de estudo dos endocrinologistas. A Dra. Amanda afirma que existem mais de 30 substâncias propostas para o tratamento da TPM, que varia de acordo com a necessidade e o quadro de cada paciente. Entre as medidas que funcionam para a maioria dos casos estão a psicoterapia, as medidas de redução do estresse, a prescrição de atividades físicas e alterações dietéticas. 

No entanto, antes de se iniciar qualquer tratamento, é preciso fazer uma confirmação diagnóstica, com exames físicos, entrevista psiquiátrica e investigações sobre ovulação, funcionamento da tireóide e metabolismo. O autoconhecimento também é importante e, para facilitá-lo, as pacientes devem receber esclarecimentos sobre a TPM e seus sintomas.

O Diagnóstico da TPM


A especialista afirma que, em algumas situações, a TPM é capaz de impedir que as mulheres realizem suas atividades habituais. Porém, esta relação pode melhorar: basta que as mulheres sejam tratadas. Para que uma mulher tenha a TPM diagnosticada é preciso que apresente, pelo menos, cinco dos sintomas em dois ciclos seguidos, sem a necessidade que o sintoma se repita. Dentre eles, a Dra. Amanda relaciona:
  • alterações sensoriais
  • cefaléia
  • aumento de volume mamário
  • distensão abdominal
  • aumento de peso
  • dor
  • fadiga com alteração do sono e atividades
  • transtornos alimentares com grande desejo por carboidratos
  • alteração da atividade sexual com diminuição da libido
  • diminuição de produtividade
  • abuso de drogas como álcool, maconha e tabaco
  • raiva ou irritabilidade persistentes
  • ansiedade marcante, tensão, sensação de “estar no limite”
  • humor deprimido marcante
  • interesse diminuído nas atividades habituais
  • dificuldade de concentração
  • hipersonia ou insônia
  • outros
A Dra. Amanda enfatiza que “não existem testes laboratoriais para esta síndrome e que vários sintomas são comuns a outras doenças que precisam ser afastadas”. Para o tratamento, ela sugere medidas terapêuticas gerais e alguns medicamentos direcionados para sintomas orgânicos.

Dentre os métodos de tratamento deve-se tentar a correção da possível causa do transtorno, suavização dos sintomas predominantes e eliminação da ciclicidade menstrual, em casos mais extremos. Entretanto, associados ao uso de medicamento, a especialista indica medidas de redução do estresse, atividade física, alterações dietéticas e psicoterapia, por exemplo. Segundo ela, em geral, o tratamento da TPM tem a duração de dois anos, sendo necessária a reavaliação da paciente a cada três meses e “sempre objetivar uso de drogas com poucos efeitos colaterais, mais eficazes, com menor dosagem e menor frequência de administração”, tendo em vista que, em alguns casos, o problema é resolvido sem a necessidade do medicamento.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

PSB escolhe Beto Albuquerque para vice de Marina

Deputado é apontado como um nome orgânico do partido e mantém boa interlocução com Marina Silva; reunião da Executiva será nesta quarta-feira

Talita Fernandes e Marcela Mattos
Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara dos Deputados
O deputado Beto Albuquerque, futuro vice de Marina Silva (Zanone Fraissat/Folhapress)
O comando do PSB decidiu indicar o deputado gaúcho Beto Albuquerque, de 51 anos, para a vice na chapa que será encabeçada pela ex-senadora Marina Silva à Presidência da República. A decisão será oficializada na reunião da Executiva Nacional da sigla, agendada para esta quarta-feira, em Brasília. No encontro, o PSB também formalizará a indicação de Marina como substituta de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na semana passada.

O nome de Beto Albuquerque era apontado como favorito desde as primeiras conversas – ele só não seria escolhido se Renata Campos, viúva do ex-governador, aceitasse o posto. Para a cúpula do PSB, o deputado preenche os principais requisitos para a vaga: era braço-direito de Campos, tem boa relação com a ex-senadora e é apontado como um nome orgânico do partido –  está filiado ao PSB desde 1986.

Renata Campos chegou a ser procurada pelos socialistas, mas recusou a proposta porque quer priorizar sua família neste momento – o filho mais novo, Miguel, tem seis meses.
Albuquerque se aproximou de Marina Silva em outubro do ano passado, quando o quase partido da ex-senadora, a Rede Sustentabilidade, teve o registro negado pela Justiça Eleitoral. O deputado acompanhou as primeiras negociações ao lado de Campos e concordou que a aliança com a ex-senadora daria maior respaldo ao projeto do pernambucano.
Gaúcho de Passo Fundo, Albuquerque está em seu quarto mandato na Câmara e tentaria, neste ano, uma vaga ao Senado. A candidatura, entretanto, não havia decolado até agora – ele aparece em terceiro lugar nas pesquisas –, o que facilitou para que ele abrisse mão da disputa.
Assim como Campos e Marina, Beto Albuquerque orbitou os governos petistas. Na Câmara, foi vice-líder do ex-presidente Lula. À época, Beto era porta-voz de Lula sobre temas espinhosos, como o mensalão e a CPI dos Correios. Também foi o socialista quem anunciou a assinatura da medida provisória que autorizaria o plantio de soja transgênica na safra 2004/2005. À época, ministra do Meio Ambiente Marina Silva foi uma das principais oponentes ao projeto. Agora, uma de suas tarefas será justamente ser mediador de temas sensíveis, como os conflitos entre os ambientalistas "marineiros" e setores ligados ao agronegócio aos quais Campos se aproximou para fazer alianças nos estados. 
No desembarque do governo petista, Beto Albuquerque assumiu a linha de frente do partido dentro e fora do Congresso Nacional, tornando-se um dos principais articuladores da campanha de Eduardo Campos. Na campanha, também assumiu posição mais combativa, principalmente em relação ao PT. Quando representantes do partido chamaram o pernambucano de “tolo” e “playboy mimado”, coube ao parlamentar gaúcho assumir a contraofensiva: anunciou que o partido, até então em posição de independência, passaria a ser oposição no Congresso Nacional.   

QUEM FURAR CERCO AO #EBOLA SERÁ BALEADO NA LIBÉRIA E OMS VAI ABASTECER COM COMIDA 1 MILHÃO DE PESSOAS



Para manter cordão sanitário com Serra Leoa, soldados recebem ordens para atingir nas pernas os imigrantes ilegais

MONRÓVIA - As Forças Armadas da Libéria receberam ordem para atirar em quem tentar furar o cordão sanitário criado há cinco dias para tentar conter o vírus Ebola. A informação foi dada pelo jornal Daily Observer. O medo do surto ainda fez Camarões anunciar o fechamento da fronteira com a Nigéria. O mesmo será feito nesta terça pelo Quênia em relação à Guiné.

A ordem de atirar em quem tentar furar a barreira sanitária foi dada para os soldados nos Condados de Bomi e Grand Cape Mount, na fronteira noroeste do país com Serra Leoa. Segundo o jornal, a ordem de atirar em quem tentar atravessar a fronteira ilegalmente foi dada pelo subchefe do Estado-Maior, o coronel Eric W. Dennis, atendendo a determinações da presidente, Ellen Johnson-Sirleaf.

O diretor do Escritório de Imigração e Naturalização, o coronel Samuel Mulbah, informou que foram registradas entradas ilegais na área de Bo Watersidade. À noite, “alguns indivíduos sem escrúpulos” estariam aproveitando para oferecer a travessia da fronteira em canoas caseiras.

Mulbah destacou nos informes oficiais, segundo o Daily Observer, que “não sabemos o estado de saúde das pessoas que utilizam essas embarcações”. Até agora, o surto já matou 1.145 pessoas, a maioria na região da tríplice fronteira entre Libéria, Serra Leoa e Guiné. 

Em uma ordem militar direta, Dennis ordenou aos soldados na área que não hesitem em atirar nas pernas de qualquer indivíduo que entre de forma ilegal na Libéria, vindo de Serra Leoa. “Dessa forma, ao ser atingido, ele se dará conta de que está violando a lei de outro país”, ressaltou o subchefe.

Medo. O receio em relação ao avanço do vírus cresce a cada dia. Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) reenviar um informe oficial aos países que não registraram casos da doença até agora, solicitando que mantenham o livre trânsito de pessoas, alimentos e comércio em geral, Camarões anunciou nesta segunda o fechamento da fronteira com a Nigéria - país que confirmou dez infecções na última semana. 

“Nossa lógica é de que é preferível prevenir a curar”, disse o ministro camaronês da Comunicação, Issa Chiroma Bakary. Segundo a rádio estatal CRTV, houve forte pressão dos governos regionais na decisão - são 250 quilômetros de fronteira com a Nigéria. Outra justificativa, envolvendo esse grande território, é de que a OMS já admitiu a necessidade de controlar o trânsito de pessoas doentes. 

A partir desta terça, o Quênia também fechará as fronteiras com a Guiné. A alegação é de que a medida é “temporária”. Não há, por enquanto, nenhuma restrição em relação à Nigéria.

Cúpula. Já Burkina Faso, que também não registrou nenhum caso de Ebola até agora, suspendeu o Encontro de Cúpula da União Africana sobre Pobreza, previsto para setembro, por causa do “desafio” da doença. 

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anuncia que terá de abastecer com comida 1 milhão de pessoas mantidas em zonas de quarentena nos países africanos afetados pelo vírus do Ebola. Dados divulgados nesta terça-feira, 19, em Genebra apontam que os números de mortos e pessoas afetadas continuam aumentando e, para a OMS, o estabelecimento dessas zonas de quarentena são "fundamentais". 

"É importante conter a doença. Se isso acontecer, ganhamos a guerra", declarou a porta-voz da entidade, Fadela Chaib. Ela admite, porém, que a ONU jamais foi obrigada a alimentar 1 milhão de pessoas por conta de um surto de doença.

Pelo menos quatro áreas foram isoladas na Serra Leoa, na Libéria e na Guiné. No caso liberiano, as Forças Armadas foram instruídas a atirar em quem tentar escapar. Cordões sanitários foram estabelecidos em Guéckédou, na Guiné, Kenema e Kailahun, na Serra Leoa, e Foya, na Libéria.

A OMS insiste em defender a medida e garante que a restrição não é uma contradição em relação ao fato de que não recomenda que viagens sejam banidas para esses países. Mas insiste que as pessoas mantidas nessas regiões precisam ser alimentadas e o abastecimento de água deve ser garantido.

Segundo a OMS, as mortes por Ebola na África Ocidental subiram para 1.229. O número representa mais de 50% do total de casos detectados. Ao todo, 2.240 pessoas foram infectadas na Guiné, na Libéria, na Nigéria e na Serra Leoa. Os números incluem 84 mortes entre 113 novos casos reportados entre 14 e 16 de agosto.

Imagens: 
1) Liberiano observa o corpo de um homem suspeito de ter morrido por causa do Ebola

2) Forças Armadas da Libéria receberam ordem para atirar em quem tentar furar o cordão sanitário

Fonte: Estadão

Roger Abdelmassih, estuprador de 56 mulheres, é preso no Paraguai

Condenado a 178 anos de prisão e foragido desde 2011, médico foi preso em Assunção, no Paraguai. Ele era um dos 160 brasileiros na lista da Interpol

Laryssa Borges e Gabriel Castro, de Brasília




Roger Abdelmassih é preso no Paraguai - Divulgação/Secretaria Nacional De Antidrogas do Paraguai/VEJA

O médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, um dos fugitivos mais procurados do país, foi preso na tarde desta terça-feira na cidade de Assunção, capital do Paraguai. Segundo o Ministério da Justiça, o médico foi detido em uma operação conjunta da Polícia Federal e a Secretaria Nacional Antidrogras paraguaia.

Abdelmassih será deportado imediatamente pelas autoridades paraguaias por estar na lista da Interpol. Ele chegará às 17h na cidade fronteiriça de Foz do Iguaçu (PR) e, provavelmente, será transferido para São Paulo.

Foragido da Justiça desde 2011, o médico foi condenado a 278 anos de prisão – foram 52 estupros e 4 tentativas contra 39 mulheres, pacientes de sua clínica especializada em reprodução assistida. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os crimes foram cometidos entre 1995 e 2008, nas dependências da clínica, localizada em um bairro nobre da capital paulista.

Abdelmassih chegou a ficar preso por quatro meses em 2009, mas foi solto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O então presidente da corte, ministro Gilmar Mendes, havia concedido habeas corpus em favor do médico por considerar que não havia risco à ordem pública. Na avaliação do magistrado, como o registro profissional de Abdelmassih havia sido cassado, não haveria a possibilidade de reiteração dos abusos sobre as pacientes e não seria necessário manter o profissional preso. “A prisão preventiva releva, na verdade, mero intento de antecipação de pena, repudiado em nosso ordenamento jurídico”, disse Mendes na ocasião.

Em 2011, porém, a 2ª Turma do STF reformulou a decisão e cassou a liminar que permitia ao médico responder aos processos em liberdade. Na época, Roger Abdelmassih já era considerado foragido.

O caso – Na decisão de 194 páginas que o condenou, a juíza Kenarik Felippe, da da 16.ª Vara Criminal de São Paulo, narra em detalhes o ocorrido com cada uma das 39 vítimas do médico. Ao longo do processo judicial foram colhidos os depoimentos de 250 testemunhas vindas de São Paulo, Minas Gerais, Paraná , Rio Grande do Norte, Piauí e Rio de Janeiro. O processo tem 37 volumes e 10.000 páginas.

As vítimas de Abdelmassih relataram à Justiça agressões sofridas na sala de consulta e de recuperação da clínica, especialmente após a coleta de óvulos, procedimento inicial para a reprodução assistida. Em muitos casos, as mulheres estavam saindo da sedação quando se viam envoltas pelo médico, que as beijava a boca, o pescoço e os seios, avançando, em mais de 50 casos, para relações sexuais forçadas.

As mulheres contaram ter escondido os episódios em um primeiro momento até mesmo de seus maridos, por vergonha ou medo que eles resolvessem fazer justiça com as próprias mãos. Elas se disseram intimidadas pela fama e o prestígio do médico. Muitas só decidiram denunciar os abusos após os primeiros casos serem divulgados pela imprensa.

A investigação contra Abdelmassih começou em maio de 2008 e veio a público em janeiro de 2009, provocando uma onda de novas denúncias de mulheres contra o médico. De agosto a dezembro do ano passado, ele ficou preso preventivamente, mas foi solto por decisão do Supremo.

A clínica do médico era a mais conceituada em reprodução assistida do país. Abdelmassih foi o responsável pela inseminação artificial de filhos de famosos como Pelé, Tom Cavalcante, Gugu Liberato e Carlos Alberto de Nóbrega.

Leia também: Associação de vítimas caça Roger Abdelmassih pelo mundo
Como Roger Abdelmassih financia há três anos sua fuga da polícia








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