sábado, 13 de julho de 2024

O abridor de latas, de Millôr Fernandes



Pela primeira vez no Brasil um conto escrito inteiramente em câmera lenta.

Quando esta história se inicia já se passaram quinhentos anos, tal a lentidão com que ela é narrada. Estão sentadas à beira de uma estrada três tartarugas jovens, com 800 anos cada uma, uma tartaruga velha com 1.200 anos, e uma tartaruga bem pequenininha ainda, com apenas 85 anos. As cinco tartarugas estão sentadas, dizia eu. E dizia-o muito bem pois elas estão sentadas mesmo. Vinte e oito anos depois do começo desta história a tartaruga mais velha abriu a boca e disse:

- Que tal se fizéssemos alguma coisa para quebrar a monotonia dessa vida?

- Formidável - disse a tartaruguinha mais nova 12 depois - vamos fazer um pique-nique?

Vinte e cinco anos depois as tartarugas se decidiram a realizar o pique-nique. Quarenta anos depois, tendo comprado algumas dezenas de latas de sardinha e várias dúzias de refrigerante, elas partiram. Oitenta anos depois chegaram a um lugar mais ou menos aconselhável para um pique-nique.

- Ah - disse a tartaruguinha, 8 anos depois - excelente local este!

Sete anos depois todas as tartarugas tinham concordado. Quinze anos se passaram e, rapidamente elas tinham arrumado tudo para o convescote. Mas, súbito, três anos depois, elas perceberam que faltava o abridor de latas para as sardinhas.

Discutiram e, ao fim de vinte anos, chegaram à conclusão de que a tartaruga menor devia ir buscar o abridor de latas.

- Está bem - concordou a tartaruguinha três anos depois - mas só vou se vocês prometerem que não tocam em nada enquanto eu não voltar.

Dois anos depois as tartarugas concordaram imediatamente que não tocariam em nada, nem no pão nem nos doces. E a tartaruguinha partiu.

Passaram-se cinqüenta anos e a tartaruga não apareceu. As outras continuavam esperando. Mais 17 anos e nada. Mais 8 anos e nada ainda. Afinal uma das tartaruguinhas murmurou:

- Ela está demorando muito. Vamos comer alguma coisa enquanto ela não vem?

As outras concordaram, rapidamente, dois anos depois. E esperaram mais 17 anos. Aí outra tartaruga disse:

- Já estou com muita fome. Vamos comer só um pedacinho de doce que ela nem notará.

As outras tartarugas hesitaram um pouco mas, 15 anos depois, acharam que deviam esperar pela outra. E se passou mais um século nessa espera. Afinal a tartaruga mais velha não pôde mesmo e disse:

- Ora, vamos comer mesmo só uns docinhos enquanto ela não vem.

Como um raio as tartarugas caíram sobre os doces seis meses depois. E justamente quando iam morder o doce ouviram um barulho no mato por detrás delas e a tartaruguinha mais jovem apareceu:

- Ah, murmurou ela - eu sabia, eu sabia que vocês não cumpririam o prometido e por isso fiquei escondida atrás da árvore. Agora não vou buscar mais o abridor, pronto!

Fim (30 anos depois).

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Parte do solo do bairro Niterói está contaminado por metais pesados em Canoas


Área delimitada pela vigilância abrange 15 quadras. Empresa responsável pela contaminação não teve o nome divulgado, mas já foi notificada e tem até o fim do mês para apresentar uma análise detalhada da extensão do dano causado.

Por Zete Padilha, RBS TV

10/12/2018 

Parte do solo de um bairro de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, está contaminado por metais pesados, conforme a Vigilância Sanitária do município. A área delimitada abrange 15 quadras do bairro Niterói, que tem quase 40 mil habitantes. O local vai da Rua Fernando Ferrari até a BR-116, e da Rua Alegrete até a Rua Minas Gerais.

A primeira suspeita de vazamento de resíduos químicos de uma empresa no bairro Niterói aconteceu há quase um ano. Mas segundo a Secretaria do Meio Ambeite da cidade, a investigação é demorada. Por isso, só agora com base nos laudos é de que foi comprovada a contaminação que atingiu não apenas o solo, mas também o lençol freático.

"O próximo passo é uma investigação detalhada para saber a extensão dessa contaminação. Então, até que saiam esses resultados, a gente precisa tomar as precauções como se fosse sempre o pior cenário", afirma a bióloga da Secretaria do Meio Ambiente de Canoas Nade Coimbra.

A empresa responsável pela contaminação não teve o nome divulgado, mas segundo a Secretaria do Meio Ambiente do município, já foi notificada, e tem até o fim do mês para apresentar uma análise detalhada da extensão do dano causado. Também não está descartado a participação de outras empresas na contaminação do bairro.

"A partir dessa análise detalhada, vai ser feito uma análise de risco. A partir dessa etapa, aí o trabalho é encaminhado para a Fepam [Fundação Estadual de Proteção Ambiental] que vai então avaliar a necessidade de remediação da área e quais são os danos para população e os cuidados que ela vai ter", explica Nade.

Até lá, a Vigilância orienta que os moradores não usem água de poço artesiano, nem para os animais, evitem o consumo de frutas e hortaliças produzidas na área considerada de risco e não façam escavações.

Um dos metais encontrados no solo é o cromo, considerado de alto risco para a saúde. As casas que tem água canalizada pela Corsan não foram atingidas. Este abastecimento é considerado seguro.
A dona de casa Marilete Silveira já estava desconfiada. Ela achou que tinha algo errado na pequena horta que cultiva em casa.

"Nós começamos a notar que murchava, estava podre. Eu dizia 'mãe, mas não pode apodrecer uma coisa que recém plantamos'. Não chegava a ficar pronto, já detonava", afirma Marilete.
Com a notícia de que o solo da área onde mora pode estar contaminado, ela não teve dúvidas. Na manhã desta segunda-feira (10), os pés de feijão, abóbora e pepino foram todos arrancados.
"Não tem como fazer mais nada", afirma a dona de casa.

O susto também ocorreu na casa do autônomo Marcos Pacheco. Ele tem poço artesiano, mas desde as primeiras notícias de contaminação, só usa água mineral.

"Há uma preocupacao grande, gostaria de fazer uma análise porque não sei o que vem no futuro dessa água", afirma.



Área delimitada pela Vigilância abrange 15 quadras do bairro Niterói — Foto: Reprodução/RBS TV

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Desde 2009 com este Blog não lembro de em algum momento eu ter pedido algo. Peço agora e não para mim.

        Tenho uma doguinha desde 2011. Estava para doação em um pet em Itapoá/SC, a última da ninhada salva pelo dono da agropecuária. Fui avisada que tinha problema de pele por todo este tempo não teve problemas. Recentemente saíram nódulos e foram retirados em Fevereiro. Ha 20 dias voltaram e nova cirurgia.

        Até agora arquei sozinha com os custos que chegam à 7 mil reais. Foi feito a biópsia e aguardo o resultado esta semana para saber qual quimio fará, no entanto é certo que fará. Estou dando suplemento e alimentação própria preparando ela para as sessões. Neste momento não tenho mais condições de arcar com este custo, por motivos externos.

        Ocorre que sou gaúcha e moro em meu Estado, Rio Grande do Sul e como deve ser do conhecimento de todos, estamos vivendo um momento de devastação, tendo 85% do Estado destruído por inundações, enchentes e deslizamentos. Um pesadelo que parece nao ter fim.

        Quem não está em abrigos, ou em casa de amigos ou parentes, estão sem trabalho. O que é o meu caso. Trabalho com eventos em GRAMADO/RS e não trabalhamos todo este mês sem saber quando voltaremos a atuar. O tempo é o meu obstáculo, além de todos os gaúchos estarem na mesma situação.

Estou colocando os custos desta segunda cirurgia da qual ainda se recupera, e somente até o final da semana saberei o quanto e quantas sessões que podem variar de 6 á 8, com custo médio de 330 reais cada, caso após a quimio possa retornar para casa. Caso precise ficar baixada aumenta.

        Me ajudem a tentar salva-la. Ela é muito importante para mim. OS CUSTOS da Quimio inicialmente não são os maiores, mas de fato se tornou impossível seguir.

        SE sentirem tocados, ajudem. Vou deixar o PIX que é o CNPJ da micro empresa.
                         
                             PIX 51498766000189

                                 Deixando para cirurgia

Na volta para casa!
Os custos da última baixa no inicio do mês. 






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