sábado, 23 de junho de 2018

A derrocada do califado: veja como o Estado Islâmico perdeu território na Síria e no Iraque em 2017

Apesar de derrota territorial, EI deve continuar atuando no Oriente Médio e inspirando ataques em países ocidentais.

Por Marina Franco, G1




Soldados iraquianos comemoram vitória sobre o grupo Estado Islâmico e libertação da cidade de Mossul (Foto: Erik De Castro/Reuters)

O ano de 2017 foi de derrotas marcantes para o Estado Islâmico (EI). Três anos após o grupo extremista declarar um califado nas vastas áreas que controlava na Síria e no Iraque, os dois países não têm mais cidades dominadas pelos jihadistas. Mas isso não significa o fim do grupo ultrarradical, que ainda deve continuar realizando ataques terroristas.

No dia 7 de dezembro, a principal aliada do regime sírio na guerra civil, a Rússia, que lançou uma campanha aérea contra o EI em 2015, declarou que o país de Bashar Al-Assad está totalmente livre dos combatentes do grupo. Em 21 de dezembro, o governo americano indicou que algumas pequenas áreas da Síria ainda estão sob domínio do grupo e podem levar alguns meses para serem liberadas.

O governo do Iraque, por sua vez, anunciou em 9 de dezembro o fim de qualquer domínio dos jihadistas no país, após uma ofensiva para expulsar os últimos combatentes em áreas desérticas. A ofensiva militar nos dois países contou com o apoio de bombardeios aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

O que é o Estado Islâmico


Grupo radical sunita, um dos ramos do Islamismo, regido pelo autoproclamado califa (sucessor de Maomé) Abu Bakr al-Bagdadi. Chegou a dominar áreas do Iraque e da Síria, impondo uma visão radical e distorcida do Islamismo. Foi criado a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, mas os movimentos romperam em 2014. Seu surgimento veio com a queda de Saddam Hussein no Iraque, e o grupo cresceu com a guerra da Síria, quando os membros do EI se juntaram a rebeldes para lutar contra Bashar al-Assad.



Comandande do conglomerado árabe-curdo Forças Democráticas da Síria (FDS) comemora em praça de Raqqa, na Síria, vitória sobre o grupo Estado Islâmico (Foto: Bulent Kilic/AFP)

As principais derrotas territoriais do EI neste ano incluem as cidades de Mossul, no Iraque, de onde o líder Abu Bakr Al-Baghdadi fez a proclamação do califado em 2014, e Raqqa, na Síria, que foi considerada a “capital” do território.




A perda de território dos EUA (Foto: Arte/G1)


“É um recuo importante para o grupo, uma queda importante de seu poderio, que acaba afetando inclusive a capacidade de atrair novos militantes e toda a atenção que conseguia quando era dona de um vasto território entre a Síria e o Iraque”, diz ao G1 Arlene Clemesha, professora de história árabe da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, no entanto, o enfraquecimento ocorrido em 2017 não significa que o grupo não seja capaz de atuar de outras formas.

“O grupo tem sua origem na Al-Qaeda. Então já atuou mais como uma rede sem a característica que tem hoje, de conquista territorial, e pode voltar a exercer um papel de um grupo que não é dono de um território, mas que atua através de atentados, propaganda, internet, formação de células terroristas”, acrescenta.



Combatente do Estado Islâmico exibe arma e bandeira do grupo em rua de Mossul, no Iraque, em foto de 23 de junho de 2014 (Foto: Reuters/Stringer)

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), o grupo ainda tem células de militantes que atuam em segredo nos dois países, além de grupos afiliados presentes em países como Egito, Líbia, Afeganistão, Filipinas e na África Ocidental. Segundo as últimas estimativas da coalizão internacional, restam menos de 3 mil combatentes do EI nos dois países.

“A partir desses grupos e de militantes próprios eles podem e certamente irão atuar como redes clandestinas mais ao modo da Al-Qaeda, realizando atentados principalmente em países onde já estiveram fortes, mas também fora da Síria e do Iraque e do próprio Oriente Médio”, diz Arlene.

Propaganda ativa

O EI mantém ativo o seu braço de mídia e propaganda on-line e, como consequência, sua capacidade de inspirar seguidores para promover atentados não só em países da região, como também do Ocidente. No último ano, essa propaganda motivou mais ataques e ameaças de ataques na Europa, segundo mostra um estudo do Institute for the Study of War, com sede em Washington.


Veja abaixo o aumento dos ataques e da ameaça terrorista do EI na Europa nos últimos anos:

Ataques do Estado Islâmico na Europa


De novembro de 2015 a 14 de setembro de 2017


nov 2015dez 2015jan 2016fev 2016mar 2016abr 2016mai 2016jun 2016jul 2016ago 2016set 2016out 2016nov 2016dez 2016jan 2017fev 2017mar 2017abr 2017mai 2017jun 2017jul 2017ago 2017set 20170246810

Fonte: Institute for the Study of War

Tentativas de ataques do Estado Islâmico na Europa

De novembro de 2015 a 14 de setembro de 2017


nov 2015dez 2015jan 2016fev 2016mar 2016abr 2016mai 2016jun 2016jul 2016ago 2016set 2016out 2016nov 2016dez 2016jan 2017fev 2017mar 2017abr 2017mai 2017jun 2017jul 2017ago 2017set 20170246810

Fonte: Institute for the Study of War

“O EI parece inspirar cada vez com mais sucesso pequenos ataques na Europa, apesar de suas perdas territoriais, indicando que sua mensagem ainda é ressonante. A campanha na Europa vai continuar e pode até crescer apesar de suas perdas no Iraque e na Síria”, diz o relatório.


Em 2017, além de promover ataques no Afeganistão, Paquistão, Irã e Egito, o grupo reivindicou uma série de atentados na Europa e nos EUA.

Relembre alguns dos atentados reivindicados pelo EI em 2017:


No primeiro dia do ano, um atirador matou dezenas de pessoas que comemoravam o Ano Novo em uma boate de Istambul.



Médicos e oficiais de segurança são vistos do lado de fora do Reina, após ataque na madrugada de ano novo, em Istambul (Foto: IHA via AP)

Em março, um agressor atropelou dezenas de pessoas na ponte de Westminster, em Londres, e depois matou um policial a facadas perto do Parlamento britânico.

Em abril, um homem armado disparou contra policiais na avenida Champs-Élysées, em Paris, matando um deles e ferindo outros dois.



Soldado armado faz guarda em rua perto da avenida Champs Elysees em Paris após tiroteio
(Foto: REUTERS/Benoit Tessier)

Em maio, a explosão de uma bomba caseira na Arena Manchester na saída do show da cantora Ariana Grande deixou dezenas de mortos e feridos, incluindo crianças e adolescentes.




Moradores de Manchester fazem homenagem a vítimas do ataque em Manchester, no Reino Unido, nesta quinta-feira (25) (Foto: Darren Staples/ Reuters)

Em junho, terroristas usaram uma van para atropelar pedestres que passavam pela London Bridge, um dos cartões-postais da capital britânica, depois sacaram facas e passaram a atacar pessoas que estavam em bares e restaurantes nas proximidades do Borough Market.

Em agosto, uma van foi usada para atropelar várias pessoas nas Ramblas, em Barcelona. Os terroristas tentaram promover outro ataque em Cambrils, cidade a 120 km, menos de 10 horas depois.




Pessoas fogem do local do ataque terrorista em Las Ramblas, Barcelona (Foto: Oriol Duran/ AP Photo)

Em outubro, um homem atirou do 32º andar de um hotel de Las Vegas contra uma multidão que participava de festival de música country, matando 58 pessoas e ferindo mais de 500. No entanto, o FBI não encontrou evidências de ligação com terrorismo internacional.

No final do mesmo mês, uma caminhonete foi usada para atropelar ciclistas em Nova York.

Retorno de combatentes

A reivindicação de um ataque pelo grupo não significa, necessariamente, que houve um comando da organização, segundo explica a especialista em história árabe ouvida pelo G1. “Temos que lembrar que alguns atentados foram posteriormente reivindicados pelo grupo, mas não foram necessariamente organizados a partir do seu centro do comando”, diz Arlene Clemesha.

Ela ainda explica que o aumento de atentados na Europa não está diretamente relacionado com a perda de território do califado.



Peritos trabalham na London Bridge enquanto van branca usada no ataque é rebocada
(Foto: REUTERS/Neil Hall)

“É de se supor que, ao perder território, o grupo tenha que buscar alternativas, daí há a de atentado terrorista para chamar mais atenção na Europa. Mas isso não significa que seja algo tão fácil e automático”, completa.

Em entrevista concedida em novembro à AP, o coordenador de contraterrorismo da União Europeia, Gilles de Kerchove afirmou que pessoas que se inspiram no EI continuam representando uma ameaça no continente, mas que não houve, como muitos temiam, um grande fluxo de combatentes do grupo que voltaram à Europa após a perda de território no Oriente Médio.



Soldados estrangeiros que se juntaram às forças curdas lutam durante ofensiva do Estado Islâmico contra Ras al-Ain (Foto: Rodi Said/Reuters)

“Sem nenhum 'califado' físico, será muito mais difícil para a organização repetir o que fez e atrair muitas pessoas. Isso não significa o fim do jogo. Ainda temos que enfrentar a ideologia. Mais e mais, vemos na Europa pessoas inspiradas pelo terrorismo, terrorismo doméstico”, disse.

Kerchove acrescentou que os serviços de Inteligência descrevem o retorno de combatentes “mais como um gotejamento do que um fluxo”.

Veja a seguir as principais derrotas do EI em 2017:



Mossul, Iraque


Depois de uma exaustiva batalha de quase nove meses para derrotar o EI, o Iraque e as forças curdas anunciaram, no dia 10 a julho, a libertação da segunda maior cidade do país. A reconquista foi considerada a vitória mais importante das forças iraquianas após a tomada pelos extremistas, em 2014.




Exército do Iraque lança míssil contra combatentes do Estado Islâmico durante batalha em Mossul (Foto: Thaier Al-Sudani/ Reuters)

Na batalha, os extremistas lançavam ataques a partir de uma vasta rede de túneis e usavam civis como escudos humanos. Milhares de civis morreram nos combates e aproximadamente um milhão de habitantes foram forçados a deixar a cidade.

Foi de Mossul que, em 2014, o líder do grupo extremista Abu Bakr al-Baghdadi declarou um "califado", juntando partes do Iraque e da Síria. Os jihadistas do EI fizeram da cidade um laboratório de sua administração.




Homem e criança choram ao fugir de área de Mossul controlada pelo Estado Islâmico

(Foto: Goran Tomasevic/ Reuters)

Hawija, Iraque

As forças iraquianas expulsaram o EI da cidade de Hawija, ao norte do país, no dia 10 de outubro depois de quase três semanas de combates. Foi a última grande operação unificada das forças iraquianas e curdas, conhecidas como Peshmerga. Centenas de combatentes e suas famílias se renderam.

Raqqa, Síria

A recuperação total de Raqqa, em 17 de outubro, ocorreu após uma ofensiva do conglomerado de milícias chamado Forças Democráticas Sírias (FDS) e fortes combates que duraram mais de quatro meses com o apoio dos ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA.

A sexta maior cidade da Síria foi considerada a “capital” do EI, onde o grupo realizou decapitações e massacres em sua principal praça pública e matou os prisioneiros ocidentais que protagonizaram os vídeos de propaganda do grupo. Também foi a casa de líderes sêniores do EI, assim como dos conspiradores por trás dos ataques terroristas em Paris e Bruxelas. Por isso, a queda de Raqqa representou uma grande derrota para o grupo.




Um combatente das Forças Democráticas da Síria tira uma selfie perto de entulhos de um local destruído, em Raqqa, na Síria (Foto: Rodi Said/Reuters)

Deir Ezor, Síria

As forças do regime sírio, apoiadas pela aviação russa e por milícias iranianas, entraram na cidade de Deir Ezor em setembro. A cidade foi libertada no dia 3 de novembro. Ela havia sido tomada em 2014 e é o ponto central da principal região produtora de petróleo da Síria. O maior campo de petróleo da região, Al-Omar, também foi recapturado pelas FDS, apoiadas pelos EUA.

Qaim, Iraque


As forças iraquianas derrotaram o EI nesta cidade, que fica bem na fronteira com a Síria, no dia 3 de novembro. O cruzamento fronteiriço, que antes foi parte de uma linha de fornecimento crucial para os combatentes, também passou ao controle do Iraque.




Forças iraquianas e unidades do grupo Hashed al-Shaabi viajam perto da cidade de Qaim, próximo à fronteira com a Síria (Foto: STRINGER / AFP)


Abu Kamal, Síria

Abu Kamal era o último reduto do grupo na Síria. Está localizada na província de Deir Ezor, à beira do Rio Eufrates. Com a retomada, em 9 de novembro, o Exército sírio declarou vitória contra o EI.

Rawa, Iraque

A cidade fronteiriça de Rawa era a última controlada pelo EI no Iraque e foi recapturada no dia 17 de novembro pelo Exército iraquiano com o apoio aéreo da coalizão liderada pelos Estados Unidos.




Imagem de Raqqa feita dois dias depois de as Forças Democráticas Sírias terem anunciado que a operação para expulsar o Estado Islâmico havia acabao (Foto: Gabriel Chaim/AP)

terça-feira, 12 de junho de 2018

STF custará R$ 2 milhões por dia em 2018.

      O Supremo Tribunal Federal (STF) tem um orçamento de R$ 714,1 milhões previsto para este ano. O montante representa um custo de quase R$ 2 milhões por dias para os cofres públicos, segundo a organização Contas Abertas.
   A maior parcela dos recursos é destinada ao pagamento de pessoal: R$ 455,7 milhões estão previstos para despesas com pessoal e encargos sociais em 2018. Essa natureza de gastos destina-se à despesa com o pagamento pelo efetivo serviço exercido de cargo/emprego ou função no setor público, quer civil ou militar, ativo ou inativo, bem como as obrigações de responsabilidade do empregador.
   Nessa rubrica estão incluídos os salários dos ministros do STF. Dos 11 ministros da Corte, quatro ganham R$ 33.763,00, o teto do funcionalismo público. Os outros sete recebem o salário bruto de R$ 37.476,93, graças ao chamado “abono de permanência”. Trata-se de uma quantia adicional (neste caso, de R$ 3.713,93) paga mensalmente aos servidores que já podem se aposentar, mas optam por permanecer em atividade.
   As despesas correntes somam o orçamento de R$ 216,5 milhões este ano. No valor estão inseridos gastos com a manutenção das atividades dos órgãos, cujos exemplos mais típicos são: material de consumo, material de distribuição gratuita, passagens e despesas de locomoção, serviços de terceiros, locação de mão de obra, arrendamento mercantil, auxílio alimentação etc.
   Já os investimentos, que são as obras e equipamentos a serem realizados, somam a previsão de R$ 41,9 milhões.
   Os ministros do STF possuem cerca de 90 dias de recesso durante o ano. Só as férias coletivas dos 11 integrantes do tribunal somam 60 dias. No final do ano, os ministros param de trabalhar em 20 de dezembro em razão do recesso forense, segundo determina lei de 1966. Retornam apenas em 1º de fevereiro, após as férias coletivas. O calendário é próximo ao praticado por universidades e outras instituições de ensino.
by contraponto.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Como no Jornalismo NAO EXISTE MAIS 'ouvir os dois lados', vamos de duas máterias totalmente antagônicas. Enquanto ficamos nós, O POVO SOBERANO, no papel de MARISCO!

Jogar a culpa no PT vai colar cada vez menos

desculpas-capa

Michel Temer investiu-se de uma missão árdua: convencer as pessoas a gostarem de seu governo mesmo que não tenham a menor razão para tanto. Ele acredita nos poderes mágicos da mídia omissa e dos marqueteiros espertalhões.
Para o autoproclamado “presidente da República” – que muitos preferem chamar de usurpador –, porém, é perfeitamente possível a vida das pessoas continuar piorando e elas continuarem colocando a culpa nos “governos anteriores” ad aeternum.
No mundo real, porém, teria que fazer mágica para conseguir algo meramente parecido com apoio popular. Então ele tentou fazer.
Em comunicado divulgado no Portal Brasil sob o título “120 dias com coragem para fazer as reformas de que o Brasil precisa”, Temer começa mentindo – contabiliza apenas 120 dias de gestão, sendo que assumiu há exatos 232 dias.
Para fazer mágica, Temer diz que sua “posse efetiva” ocorreu há 120 dias, mas o mesmo Temer disse, recentemente, que ignorou a condição de interino e governou desde maio “como se efetivo fosse
Será que Temer esqueceu o que disse? Claro que não. Ele sabe que pouca gente neste país se informa corretamente sobre política – lendo e ouvindo os dois, três, quatro lados, enfim, quantos lados houver.
Temer fala em “coragem”, mas tem evitado comparecer a palanques, estádios e até velórios por medo de ser vaiado.
O comunicado temerário enumera 40 medidas “que já se tornaram realidade”, como se tudo que se tornasse realidade fosse bom. Desastre de trem pode se tornar realidade e nem por isso é bom.
É o caso das medidas econômicas que perpetrou ou está para perpetrar com a cumplicidade do mesmo Congresso que é seu comparsa no golpe para derrubar o governo legítimo do Brasil.
Temer diz que a reforma da Previdência vai garantir a aposentadoria “das gerações atuais e futuras”, mas não explica, por exemplo, que há Estados onde a expectativa de vida dos homens é de 65 anos, idade em que começaria a aposentadoria só de quem começou a trabalhar aos 15 anos de idade e nunca ficou desempregado.
Diz que o governo assegurou a “moralização das nomeações nas estatais”. Há poucas semanas, Temer loteou seis vice-presidências da Caixa entre partidos aliados. As nomeações atenderam a PSDB, PP, PR, PSB, DEM e PRB.
Temer gaba-se do teto de gastos públicos que irá vigorar por 20 anos e que deve promover um desaquecimento dramático da econômica em um momento em que o país precisaria voltar a crescer e, para tanto, precisaria que o Estado liderasse os investimentos.
Temer disse que está fazendo ajustes nas contas públicas sem criação de novos impostos. Sim, claro, porque vai tirar dinheiro da Saúde, da Educação, do saneamento básico, do transporte, da Segurança Pública para que ricos não paguem mais impostos, já que pobre não tem como pagá-los porque mal ganha para sobreviver.
Será tão difícil explicar isso ao povo? Duvido.
Temer ainda fala de bobagens como “redução do número de ministérios”, medida que não representou nada, feita para enganar trouxas, já que as pastas que existiam com microestruturas continuarão assim, agora fundidas.
Só muda a contabilidade do número de pastas, não o gasto com elas. E, se mudar, não muda pela extinção de pastas, mas pelo recém-criado “teto de gastos públicos”.
Temer se gaba da Lei que desobriga a Petrobras a ser operadora de todos os blocos de exploração do pré-sal, quando esse é um passo para a desnacionalização da gigantesca reserva petrolífera, que, nos próximos anos, os golpistas tentarão doar ao capital estrangeiro em troca de gordas propinas.
O usurpador Michel Temer ainda tenta engabelar a sociedade dizendo que fez a inflação cair, quando se sabe que ela começou a cair em janeiro, muito antes de Dilma ser derrubada pelo Senado.
desculpas-1
Mas não importa muito o que os golpistas pensam, o que importa é que eles só conseguirão fazer a mágica de que precisam para não serem defenestrados pelo voto em uma eleição que pode ocorrer tanto em 2018 quanto no ano que entra se conseguirem aliviar a situação aflitiva em que o povo está mergulhando cada vez mais.
Mas como Temer fará a vida do povo melhorar? 
O congelamento de gastos públicos inibe o grande motor de investimentos, o setor público. E o setor privado cansou de pregar essa peça no Brasil dizendo que só vai investir se o país arrochar salários, direitos, programas sociais.
Vai ser difícil o país se recuperar do que os golpistas estão fazendo. E o pior talvez nem seja a retirada de direitos, arrocho dos salários, da previdência, dos programas sociais, mas a doação do pré-sal. Esse vai ser o maior roubo do mundo.
Mas nem tudo é má notícia. A continuidade dessa desgraça mal chamada de “governo” Temer vai devolver o juízo ao povo – e, quando se diz “povo”, não é alusão àqueles vagabundos que vestiram camiseta da Seleção, mas ao povão mesmo, aos brasileiros que carregam este país nas costas em suas extenuantes jornadas de trabalho assalariado.
O prejuízo aos brasileiros que será causado por essas reformas será fortemente sentido e vai fazer piorar a vida de todo mundo. E aí entrará de novo em campo o fenômeno que fez o povo condescender com o golpe parlamentar contra Dilma.
Os brasileiros gostam de milagres – deve ter algo a ver com a religiosidade desmesurada deste povo. Acreditamos, os brasileiros, que tirando o PT do poder tudo entraria nos eixos, como diziam os golpistas. Acreditaremos que, trazendo Lula de volta, retornará a prosperidade que permeou todo o seu governo de oito anos.
Na verdade, para impedir que o PT dê a volta por cima a mídia e seu braço policial (Lava Jato) sabem que só resta a extinção autoritária do partido, por decisão de Estado. E a prisão de Lula, claro. Sem esses dois atos de arbítrio, o PT e Lula voltam muito antes do que se pensava.
Isso é o que resulta da mentira. Se o inferno existir, deve ser um lugar em que você tem que ficar correndo atrás das mentiras que será obrigado a contar dia após dia.
A mentira é mais torturante para quem a conta do que para quem a escuta. O mentiroso tem que ir contornando e escondendo os fatos, senão eles vêm à tona. E é isso o que vai acontecer com os golpistas.
Por enquanto, vão ficar com essa malandragem de tentar fazer as pessoas acharem que eles estão há pouco tempo no poder. E de atribuírem a Dilma, a Lula e ao PT a culpa pela sabotagem que eles praticaram no Congresso e com a Lava Jato.
Mas como será daqui a seis meses, quando as medidas duras que foram propostas agora ao Congresso já estiverem se fazendo sentir?
 Vai ser uma desgraça. 
O povo vai ficar furioso quando vierem com a desculpa de que a culpa é do PT, do Lula, da Dilma…

Sim, é tudo culpa do PT


by Ilisp
Fev/2018
Agora, diante das especulações de que Michel Temer pretende utilizar a intervenção no Rio para construir sua candidatura à “reeleição”, petistas estão dando novos faniquitos como se Temer não tivesse nada, nadinha, a ver com eles.Petistas e isentões estão indignados com a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Pior: não aceitam a responsabilidade do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre a explosão da violência urbana. Aliás, não aceitam que o PT seja responsabilizado por nada de errado. O máximo que fazem é reconhecer que o partido cedeu ao (P)MDB. Foi contaminado. Coagido. Coitado!
Vamos aos fatos.
O PT cresceu apontando culpados pelos problemas brasileiros. Primeiro, José Sarney. Depois, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.
Por mais de vinte anos, Lula e seus partidários gritaram que o Presidente da República e o partido que o abriga têm responsabilidade direta sobre tudo o que acontece no país.
Foi assim que o Partido dos Trabalhadores conquistou o apoio da imprensa, de artistas, dos “intelectuais”, das representações estudantis, dos funcionários públicos, dos sindicatos e movimentos disso e daquilo.
Como solução, os petistas diziam que o Brasil precisava ser governado por pessoas abnegadas e comprometidas com os interesses dos mais pobres. Não por acaso, essas pessoas eram eles mesmos.
Com esse discurso, o PT chegou ao poder.
Lula teve tudo para construir um país melhor, mais justo, fácil e seguro. Teve apoio dentro e fora do Congresso. Contava com aprovação popular na casa dos 80%.
Lula teve dinheiro. A arrecadação do governo federal duplicou em seu governo. Nenhum outro presidente teve condições tão boas para governar, fazer o certo, melhorar o Brasil. Mas Lula não quis. Optou por chamar para junto de si todos os párias da política nacional. Abraçou Sarney e Collor. Repartiu a máquina pública entre (P)MDB e outros partidos aliados. Para financiar suas campanhas eleitorais e seus militantes, o PT institucionalizou e expandiu a corrupção brasileira a níveis nunca vistos, segundo delatores da Lava Jato.
O Lula é o PT. O PT é o Lula.
Foi Lula quem escolheu Dilma para sucedê-lo. Foi Lula que apoiou Michel Temer para ser o vice dela.
Programas de crédito subsidiado pelo BNDES, emissão de títulos da dívida, Medidas Provisórias, nomeação de diretores em estatais… Tudo isso depende da assinatura do Presidente da República.
O esquema entre Temer e a JBS foi iniciado e alimentado durante os governos Lula e Dilma.
Lula e Dilma fizeram campanha para Sérgio Cabral e Eduardo Paz.
Lula e Dilma nunca manifestaram interesse em acabar com o foro privilegiado, nem com os super salários e pensões que estão corroendo as contas públicas.
Foram Lula e Dilma que entupiram o estado com militantes e amigos deles.
Depois de 13 anos de PT, os jovens pobres continuam saindo das escolas mal sabendo escrever seus próprios nomes. Cerca de 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais e 30% dos brasileiros nunca leram um único livro na vida.
O PT recebeu um país com taxa de evasão escolar de 7,6% e entregou com 16,5%.
Quando Lula foi eleito, 9,5% dos jovens não trabalhavam. Quando Dilma saiu, esse percentual estava em 25,8%.
Depois de 13 anos de PT, metade dos domicílios brasileiros continuam sem acesso a rede de esgoto e 30% não têm acesso a água tratada.
Depois de 13 anos de PT, metade dos trabalhadores continua ganhando menos de um salário mínimo por mês, 20 milhões de pessoas ganham menos de R$ 140 e quase 9 milhões de pessoas encontram-se na extrema pobreza com renda abaixo de 70 reais.
Depois de 13 anos de PT, metade dos nordestinos dependem do Bolsa Família para viver.
Depois de 13 anos de PT, mais de 60 mil pessoas são assassinadas por ano e a taxa de elucidação de homicídios chega a ser de 4% no Pará. Outros 21 estados sequer sabem quantos homicídios são elucidados anualmente.
Nunca antes na história deste país os bancos lucraram tanto quanto nos governos Lula e Dilma.
Ambev, Eike Batista e suas empresas, JBS, Lojas Riachuelo, OAS, Odebrecht e tantas outras grandes empresas foram infladas com dinheiro que o PT roubou dos brasileiros.
O PT roubou mais de R$ 70 bilhões dos funcionários da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, da Petrobrás e do Correios. Roubou mais de R$ 100 milhões de milhares de funcionários públicos. Segundo o TCU, 578 mil contratos da Reforma Agrária e mais de 1,1 milhão de cadastros do Bolsa Família estavam irregulares.
Junto com outros partidos, o PT roubou R$ 42 bilhões da Petrobrás.
É preciso repetir: era o PT que ocupava a Presidência da República. Era o PT que tinha o poder das decisões.
Antes de ser afastada, Dilma cortou bilhões de reais em verbas de todas as áreas.
Considerando que a esquerda acredita que uma pequena minoria da população enriquece às custas da pobreza da grande maioria, devemos concluir que o PT foi o maior vetor de desigualdade social da história desse país.
Pesquisa publicada pelo IPEA mostra que a única parcela da população que teve aumento de renda durante o segundo mandato de Dilma foi a dos super ricos, pessoas com renda acima de R$ 150 mil por mês. O restante da população teve redução na renda.
A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro só está acontecendo porque durante 13 anos o PT ignorou a pauta, mantendo as fronteiras escancaradas para a entrada de armas compradas por criminosos e incentivando a delinquência.
Durante os governos do PT, a criminalidade explodiu nas regiões mais pobres do Brasil. No Amazonas, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins, o número de homicídios aumentou 100%. No Rio Grande do Norte, o aumento foi de 232%.
Como se fosse pouca culpa, Lula e o PT ainda se dedicam a atacar a Lava Jato, o que beneficia dezenas de políticos corruptos, incluindo o tucano Aécio Neves.
O PT tem culpa até no colapso econômico da Venezuela, uma ditadura socialista que foi financiada com empréstimos bilionários do BNDES.
O Partido dos Trabalhadores não promoveu “avanços sociais”. Os “milhões de brasileiros tirados da pobreza” são um golpe de marketing baseado na mudança dos critérios de identificação de classes sociais, a partir do qual só pode ser considerado pobre o cidadão com renda abaixo de R$ 291 por mês. Acima disso, a pessoa já é “classe média”.
Resumindo, o PT promoveu apenas corrupção e desperdício de dinheiro dos pagadores de impostos em larga escala, resultando na maior recessão da história do país e afetando principalmente os mais pobres.
Portanto, pode gritar: sim, é tudo culpa do PT!

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Saída de Pedro Parente chega a suspender negociação das ações da Petrobras


TURBULÊNCIA
GIANE GUERRA
ZH - Porto Alegre

Pedro Parente pediu demissão da presidência da empresa

Pedro Parente implementou a política de preços na Petrobras José Cruz / Agência Brasil


Chegaram a ser suspensas as negociações das ações da Petrobras na B3, a bolsa de valores de São Paulo logo após a turbulência gerada pelo pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da estatal. A medida é tomada para evitar forte volatilidade nos preços. Apesar disso, o Ibovespa passou de alta para queda após a notícia.

- Bolsa suspende para que investidores não operem sem informação adequada - explica o sócio da gestora de fundos Quantitas Wagner Salaverry.

A negociação das ações foi retomada perto das 12h. Ainda assim, os papéis da Petrobras operavam com queda de cerca de 14% e aceleraram o tombo no início da tarde para uma desvalorizaçã de 20%.

Desde o início da greve dos caminhoneiros, a estatal tem registrado forte desvalorização nas ações, após altas que vinham ocorrendo. Tanto que acabou de zerar os ganhos nas preferenciais (PN), diz Salaverry. Voltou ao mesmo preço do início de 2018. Nas ordinárias (ON), ainda acumula alta de 12% no ano.

Diretor de operações da Mirae, Pablo Spyer avisa que as ADRs da Petrobras despencam nos Estados Unidos. Por volta de 11h40, a queda era de 9%. São os papéis da estatal negociados no mercado financeiro norte-americano.

Syper avisa também que o dólar disparou, renovando a máxima em R$ 3,7649. O mesmo ocorreu com o risco-país, que subia 3,6% no fim da manhã, negociado a 234 pontos. O indicador é muito observado por investidores estrangeiros. 

              Risco país disparou
              Reprodução Mirae


A permanência de Pedro Parente na presidência da Petrobras já era questionada desde o início da greve dos caminhoneiros. O executivo que implementou a política de preços de combustíveis, com ajustes praticamente diários nos valores nas refinarias. O mecanismo foi muito criticado durante os protestos.

No entanto, a política de preços agrada ao mercado financeiro. Além da insegurança sobre o comando da empresa, é o que provoca a queda nas ações da Petrobras. Lembrando que é uma das maiores companhias do país.

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Parente chegou a ceder quando foi anunciada a redução temporária de 10% nos preços do diesel. Disse que a Petrobras não era uma ilha e o corte no preço foi importante para o início das negociações do Governo Federal com os caminhoneiros. No entanto, quem conhecia o executivo sabia que não concordaria com mais interferências.

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