terça-feira, 14 de outubro de 2014

A destruição do país

Rubens-RicuperoA degradação da Petrobras, da Eletrobras e do BNDES nada tem em comum com a “destruição criativa” de Schumpeter. É pura terra arrasada, demolição sem criação. Custa a crer que um governo com pretensão de herdeiro de Getúlio se encarregue de dilapidar os três mais importantes legados institucionais do segundo governo Vargas.
A sanha exterminadora está longe de se deter nos três. Sofrem do mesmo efeito desagregador instituições como o Ipea, o Tesouro, até o IBGE, fundado no primeiro governo Vargas, afetado por escassez de recursos e divisões internas. Problemas similares comprometem a Embrapa e a vigilância sanitária do Ministério da Agricultura, setores vitais para manter a vantagem comparativa brasileira na exportação.
A lista poderia ser ampliada com os Correios, entre outros, mas esses exemplos bastam para mostrar que o fenômeno é generalizado. As causas é que não são as mesmas. Onde existe muito dinheiro, na Petrobras ou no Ministério dos Transportes, a fartura de queijo é que atrai os ratos.
Às vezes, o problema se origina no aparelhamento partidário, na incompetência de indicados políticos e na intromissão excessiva como nas agências reguladoras, que nem chegaram a se consolidar.
O Itamaraty é caso à parte. Sem projetos e obras tentadoras, sem verba para pagar luz e água de embaixadas prematuramente criadas, o velho ministério definha na austera, apagada e vil tristeza da desmoralização programada pelo governo.
Três flagelos o devastaram ao mesmo tempo. O primeiro foi a expansão megalomaníaca de embaixadas sem meios de utilizá-las de modo produtivo. Criamos anos seguidos cem vagas de diplomata como se as vacas gordas fossem durar para sempre. Não surpreende agora que mais de trezentos jovens diplomatas se revoltem frustrados ao descobrir a falta de perspectivas que os aguarda.
O segundo golpe desmoralizador provém de presidente sem apreço pela diplomacia e pelos diplomatas, aos quais não perde ocasião de demonstrar seu desdém. Nem na fase caótica da proclamação da República tivemos chefe de Estado que deixasse mais de 20 embaixadores estrangeiros esperando para apresentar credenciais como se fossem rebanho de gado.
Cerca de 230 acordos internacionais dormem na Casa Civil aguardando a providência burocrática de decreto de promulgação ou mensagem de envio ao Congresso. Foi preciso a grita dos empresários para promulgar os acordos comerciais com o Chile e a Bolívia.
O erro original coube aos diplomatas da cúpula que decidiram pôr de lado o conselho de Rio Branco e promoveram a subordinação ao partido no poder de política externa que deveria estar a serviço da sociedade brasileira como um todo.
O Barão se recusou envolver nas paixões partidárias por saber que “seria discutido, atacado, diminuído [...] e não teria a força [...] que hoje tenho como ministro para dirigir as relações exteriores”.
Ao desprezar a lição, os dirigentes do Itamaraty perderam “o concurso das animações de todos meus concidadãos”. Perderam mais: a proteção e o respeito da sociedade, que os abandonou à sanha do partido que pretenderam servir.
Rubens Ricupero*
*Diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e ministro da Fazenda no governo Itamar Franco.

Setembro foi o mês mais quente da história, diz Nasa

Da Ansa
Temperatura de setembro pode indicar ano mais quente da TerraDivulgação/Nasa Goddard Photo and Video
A Terra registrou um novo recorde de temperatura alta, o mês de setembro de 2014 foi o mais quente desde 1880, revelou a Nasa (Agência Aeroespacial dos Estados Unidos).
Esta é a terceira vez no ano que são registrados recordes de altas de temperaturas, dado que leva os cientistas a acreditarem que 2014 pode se tornar o ano mais quente já registrado. Segundo os novos dados difundidos pelo GISS (Goddard Institute for Space Studies) da Nasa, o mês de setembro deste ano foi o mais quente já registrado a nível mundial.
A temperatura chegou a registrar um aumento de 0,77 graus Celsius acima da média global do período entre 1951 e 1980.
O novo dado mostra que a tendência do aumento das temperaturas neste ano deve continuar. Em maio e agosto também foram registrados recordes de calor em comparação com os mesmos meses de anos anteriores.
Para a Nasa a temperatura de setembro indica que 2014 poderá ser o ano mais quente da história.

'Efeito Aécio' na Bolsa faz Petrobras retomar posto de maior empresa da América Latina

Mercado

Estatal voltou a encabeçar lista de companhias mais valiosas da região, ao encerrar o pregão de segunda-feira avaliada em US$ 116,3 bilhões

Crescimento do valor de mercado da Petrobras foi motivado por fortalecimento de Aécio Neves (PSDB) no cenário eleitoral
Crescimento do valor de mercado da Petrobras foi motivado por fortalecimento de Aécio Neves (PSDB) no cenário eleitoral (Divulgação/Petrobras/VEJA)
A Petrobras voltou a ser a maior empresa do Brasil em valor de mercado da América Latina nesta semana. Após alta de 10% de suas ações na BM&FBovespa no pregão de segunda-feira, a estatal terminou o dia valendo 116,3 bilhões de dólares, segundo dados da Economatica. Com isso, a Ambev, avaliada em 105,5 bilhões de dólares, retornou à segunda posição do ranking. 
No dia 30 de setembro, a Ambev liderava a lista, com valor de mercado avaliado em 102,5 bilhões de reais, seguida da Petrobras, com 93,7 bilhões de reais. Desta data até segunda, a petroleira registrou ganho de 22,6 bilhões de reais, enquanto a Ambev, de 2,7 bilhões de reais.
O crescimento do valor de mercado da Petrobras foi impulsionado pelo fortalecimento do candidato Aécio Neves (PSDB) no cenário eleitoral. O mercado prefere Aécio pelo fato de o tucano prometer uma política econômica mais ortodoxa, aliada a menor interferência em estatais, como a Petrobras. As denúncias de corrupção na Petrobras durante a gestão petista fazem com que os investidores operem de forma especulativa sempre que há indícios de que a presidente Dilma tem pior desempenho nas pesquisas eleitorais.
Levantamentos recentes realizados pelo Ibope e Datafolha mostram o candidato tucano em situação de empate técnico com a rival petista Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições. Neste fim de semana, Aécio recebeu o apoio da ex-candidata Marina Silva e da família do ex-candidato Eduardo Campos
Entre as 10 maiores da América Latina, há seis empresas brasileiras, três mexicanas e uma colombiana. O setor bancário é o que tem mais representantes, com três instituições, incluindo Itaú Unibanco e Bradesco, que ocupam a quarta e quinta posição, respectivamente.
Bovespa - Ainda conforme a Economatica, entre seis países da América Latina (Brasil, Chile, Peru, Colômbia, México e Argentina) e Estados Unidos, a bolsa brasileira é a única que apresentou crescimento em valor de mercado de empresas negociadas em outubro. No dia 30 de setembro, a Bovespa tinha 959,5 bilhões de dólares contra 1,02 trilhões de dólares no dia 13 de outubro, crescimento de 68,0 bilhões de dólares.
No mesmo período, o mercado norte-americano teve queda de valor de mercado de 1,16 trilhões de dólares, valor superior ao de todas as empresas brasileiras de capital aberto. No dia 30 de setembro as empresas americanas tinham valor de mercado avaliado em 22,13 trilhões de dólares contra 20,96 trilhões de dólares no dia 13 de Outubro.

Ranking das empresas mais valiosas da América Latina

 NOMEVALORPAÍS
PetrobrasUS$ 116,37 BilhõesBRASIL
AmbevUS$ 105,26 BilhõesBRASIL
America MovilUS$ 84,05 BilhõesMÉXICO
Itaú UnibancoUS$ 81,83 BilhõesBRASIL
BradescoUS$ 67,81 BilhõesBRASIL
EcopetrolUS$ 58,80 BilhõesCOLÔMBIA
Vale US$ 56,42 BilhõesBRASIL
WalMart MéxicoUS$ 42,64 BilhõesMÉXICO
GModeloUS$ 40,44 BilhõesMÉXICO
10ºBanco do BrasilUS$ 39,17 BilhõesBRASIL

Fonte: Economatica - Valores referentes ao dia 13/10/2014

Dilma publica MP com agrado a delegados da PF

Eleições 2014

Em meio a debate eleitoral sobre instituição e Operação Lava Jato, presidente atende a pedidos dos delegados, mas desagrada sindicato dos agentes

Felipe FrazãoRadar PF/Maranhão
Dilma aprova medida que agrada a delegados da PF, mas vai na contramão de interesses do sindicato da categoria(Reprodução/VEJA/VEJA)
Após semanas de crise com a Polícia Federal, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) publicou nesta terça-feira uma Medida Provisória com agrados aos delegados da PF, categoria que ocupa os cargos principais da instituição. O atendimento às reivindicações dos delegados, que haviam programado uma mobilização nacional nesta terça, consta de três artigos da Medida Provisória 657, publicada no Diário Oficial da União.
Dois artigos estabelecem que apenas delegados podem ocupar o cargo de diretor-geral da PF e dirigir as atividades do órgão. O outro afirma que o ingresso na carreira de delegado é feito por meio de concurso público e que o diploma de bacharel em Direito é requisito obrigatório. O texto também define as atividades do delegado como de "natureza jurídica e policial" e exige comprovação de três anos de atividade para ingresso no posto. A direção-geral da PF ficou restrita a delegados de "classe especial".
Na manifestação por mais autonomia desta terça, os delegados pretendiam publicar uma nota com uma avaliação da gestão do atual diretor, Leandro Daiello. Eles também cobram a aprovação da lei orgânica da Polícia Federal, a eleição para o cargo de diretor-geral (com possível indicação de lista tríplice à Presidência), maior autonomia administrativa e orçamentária, a criação de um gatilho de concursos públicos e de unidades especializadas no combate à corrupção.
Apesar de agradar aos delegados, esses três artigos da MP contrariam demandas dos agentes da PF que, nos últimos anos, travam uma dura disputa com delegados. As duas categorias têm se enfrentado por meio de seus sindicatos, que fazem lobby no Congresso para que leis sejam aprovadas em seu favor. Os agentes querem aprovar uma mudança na estrutura da polícia para que exista uma carreira única dentro do órgão e eles também possam dirigir atividades, chefiar investigações e progredir na carreira. Os artigos da Medida Provisória alteram a Lei 9.266, de 1966, que reorganizou as classes da carreira da Polícia Federal. Todas as disposições da MP já estão em vigor hoje.
Lava Jato – A MP foi editada em meio ao embate eleitoral e à acusação de vazamentos da Operação Lava Jato, que atingiu partidos da base aliada de Dilma: PP, PMDB e PP. Os delegados reclamavam internamente da falta de estrutura dada à coordenação da Lava Jato. A presidente Dilma chegou a dizer que "com certeza a PF não vazou documentos", num aceno à categoria, e passou a atirar contra a Justiça Federal e o Ministério Público Federal no Paraná.
Os agentes interpretaram a MP como uma forma de o governo conter o ímpeto dos investigadores e possíveis vazamentos. Eles ainda reclamaram de "quebra de acordo" com a categoria, dizendo que o Ministério do Planejamento havia se comprometido a não editar a MP até a conclusão do Grupo de Trabalho que prõpoe alterações na PF e é integrado pelos sindicatos. Eles também afirmam que não havia urgência em tratar do tema durante as eleições e que parte do texto sancionado nesta terça havia sido rejeitada como emenda da MP 650, aprovada na Câmara na semana passada.
Debate – O papel da PF foi assunto de campanha e debates na TV. Dilma disse que  seu governo e o do ex-presidente Lula deram "autonomia para a PF trabalhar, investigar e prender", e Aécio Neves rebateu dizendo que a PF é uma instituição de Estado, que tem "autonomia constitucional" e não precisaria de autorização para agir.
Em resposta ao tucano, que acusou Dilma de tentar influenciar o trabalho da PF, um dos artigos da nova MP diz: "A Polícia Federal, órgão permanente de Estado, organizado e mantido pela União (...) é integrante da estrutura básica do Ministério da Justiça".
PMDB – Em um dos episódios da crise entre Dilma e a Polícia Federal, que se agravou nos últimos meses, a presidente dirigiu uma crítica direta à ação de um delegado maranhense. Ela criticou a atuação de policiais que, chefiados pelo delegado, revistaram um avião usado por seu candidato a governador do Maranhão, Edison Lobão Filho (PMDB), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O vice-presidente da República, Michel Temer, também filiado ao PMDB, acusou os policiais de tentarem intimidar seu candidato. Em seguida, Dilma disse num evento público que a PF não poderia agir "ao arrepio da lei".
Em resposta, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) saiu em defesa do delegado que chefiou a vistoria. Em nota, a associação acusou "alguns partidos" de fazerem "uso político de fatos que nada mais são do que o regular trabalho de Polícia Judiciária Eleitoral atribuído legalmente à Polícia Federal".


(Com Estadão Conteúdo)

OMS: Vacina Experimental contra o Ebola Será Injetada em Massa em Humanos à Partir de Janeiro



Natural News

A Organização das Nações Unidas (ONU) não está deixando uma boa crise ir para o lixo, e recentemente aprovou o uso das não-testadas vacinas experimentais contra o Ebola, que estão sendo levadas às pressas para o mercado neste exato momento. A agência France-Presse relata que as vacinas, as quais estão ignorando o processo de testes e aprovação normais, devem estar prontas em massa no início de 2015 para o uso na África Ocidental.

Duas vacinas em particular, uma fabricada pela gigante farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) (aquela multada em 380 milhões de euros na China por corrupção) e a outra pela NewLink Genetics com sede nos Estados Unidos, estão sendo aceleradas através de ensaios clínicos, de acordo com a Diretora Geral adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny. Se tudo correr como o planejado, as vacinas estarão disponíveis para os profissionais de saúde já em novembro.

“Se tudo correr bem, poderemos ser capazes de começar a usar algumas destas vacinas em alguns dos países afetados no início do próximo ano“, afirmou Kieny à mídia.

10.000 doses da vacina contra o Ebola da GSK estarão prontas antes do natal

A GSK já iniciou os testes clínicos em humanos com sua vacina nos EUA e na Grã-Bretanha, e os testes da vacina da NewLink estão marcados para começar nos EUA e Alemanha nas próximas semanas, de acordo com Kieny. Durante estes testes, os pacientes serão monitorados para efeitos adversos e para ver se as injeções produzem uma resposta imunológica adequada.

“Elas têm dado resultados muito promissores em macacos, mas os macacos não são seres humanos“, ressaltou Kieny, advertindo que não foi ainda demonstrado que as vacinas contra o Ebola funcionam. “Nós ainda podemos enfrentar uma situação onde essas vacinas não seriam seguras em humanos ou onde elas não iriam representar nada em termos de proteção. Portanto, temos de ser muito prudentes.”

O grupo pró-vacina Gavi, (Aliança Mundial para Vacinas e Imunização), que foi iniciado com financiamento da infame Fundação Bill & Melinda Gates, também está a bordo no esforço. O grupo comprometeu-se em uma recente declaração de fazer tudo o que puder para ajudar a acelerar a disponibilidade das vacinas contra o Ebola, determinadas para serem eficazes.

A GSK já está planejando ter 10.000 de suas vacinas disponíveis antes do final do ano, embora os testes em humanos ainda não foram concluídos. A NewLink também está declarando preventivamente a segurança de suas vacinas contra o Ebola, a qual recentemente doou 800 frascos, que representam 1.500 doses, à OMS para distribuição nos próximos meses.

Africanos ocidentais serão usados ​​como cobaias em testes de drogas experimentais

Várias outras empresas farmacêuticas estão planejando revelar suas próprias drogas experimentais contra o Ebola também, as quais eles planejam testar diretamente nos africanos ocidentais no calor da crise. A Reuters relata que a Mapp Biofarmacêutica, Sarepta e Tekmira vão iniciar os testes nos países afetados como parte de um esquema de aprovação acelerada para obter a liberação da droga o mais rápido possível.

“Estamos começando a discutir com os países africanos para ver qual seria o mais adequado para testar essas novas drogas e estabelecê-las o mais rapidamente possível, o que dá uma vantagem para a sobrevivência dos pacientes“, afirmou Kieny, enfatizando o apoio da OMS no esforço.

Entretanto, a OMS diz que as transfusões de sangue do soro humano extraídos de sobreviventes do Ebola podem ser úteis na prevenção da disseminação da infecção. O tratamento foi demonstrado ser eficaz no médico americano Richard Sacra, a quem foi dado uma infusão de sangue do colega médico Kent Brantly. Os dois homens contraíram o Ebola, enquanto trabalhavam na África Ocidental.

“Isso é algo onde a população africana não tem que esperar por mais ninguém para desenvolver para eles“, disse Kieny sobre o tratamento experimental. “É por isso que há muito entusiasmo.”

Participe da discussão no Fórum Notícias Naturais.

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Fontes:

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