quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Mulheres eram obrigadas a provar comida de Hitler para evitar envenenamento do Führer

Aos 96 anos, sobrevivente alemã conta como era a vida de 'provadora oficial' do líder nazista

POR 
Aos 96 anos, Margot Wölk decidiu revelar como era a vida de provadora oficial de refeições de Hitler - / AP

RIO - Aos 25 anos Margot Wölk era a provadora oficial de refeições de Adolf Hitler. A missão da jovem alemã era evitar que o Führer evitasse de ingerir comida envenenada. Essa incrível história foi revelada nesta semana pela própria Wölk, que agora tem 96 anos. Em entrevista ao canal de TV de Berlim RBB, ela rompeu o silêncio de décadas e contou como era seu cotidiano junto a outras 15 jovens na "Toca do Lobo", bunker nazista na Polônia.

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- Algumas das meninas derramavam lágrimas quando começavam a comer, mas nós tínhamos que comer tudo. Os militares já ficavam esperando que nós ficássemos doentes horas depois das refeições. Mas depois de tudo, chorávamos feito cães, porque sempre sobrevivíamos - disse Wölk à RBB.

Wölk contou sua história no mesmo apartamento de Berlim onde nasceu em 1917. Filha de um funcionário ferroviário alemão, ela teve uma juventude despreocupada e tinha amigos judeus antes de os nazistas chegarem ao poder em 1933.



A jovem chegou à posição de provadora oficial de alimentos de Hitler por acidente. Em 1941, sua casa foi bombardeada em Berlim, e seu marido foi para o front do exército alemão. A jovem procurou então a mãe na cidade prussiana de Parcz, situada atualmente na Polônia, a cerca de 400 km a leste da capital da Alemanha. Era exatamente ali que ficava a "Toca do Lobo" de Hitler.

O prefeito da cidade, aliado dos nazistas, forçou Wölk a se tornar provadora. Todos os dias, um guarda da SS a buscava junto com outras meninas em um ônibus especial e as levava para uma escola, onde o grupo tinha que provar as refeições de Hitler.

- A segurança era tão forte que eu nunca cheguei a vê-lo (Hitler) em pessoa. Eu só vi seu cão alsaciano, o Blondi.

Temores de atentados contra Hitler não eram infundados. Em 20 de julho de 1944, um grupo de oficiais do exército alemão tentou assassinar o líder nazista ao detonar uma bomba na "Toca do Lobo". Cerca de cinco mil alemães suspeitos de envolvimento no episódio foram executados. Por conta disso, Wölk foi forçada a se mudar para um prédio fortemente vigiado onde ela continuou provando a comida do Führer.

No final de 1944, com o avanço do Exército Vermelho da União Soviética, Wölk conseguiu a ajuda de um soldado da SS para escapar. Ela foi encontrada em um trem usado pelo ministro da Propaganda nazista Joseph Goebbels, e fugiu para Berlim.

Mas nem mesmo o fim da Segunda Guerra foi suficiente para acabar com o horror na vida da provadora de alimentos. Assim como muitas mulheres alemães, Wölk sofreu abusos dos soldados soviéticos que ocupavam Berlim.

- Eles nos arrastaram para o apartamento de um médico. Nós fomos estupradas lá por 14 dias seguidos. Foi um inferno na terra. O pesadelo nunca vai embora

Um oficial britânico chamado Norman ajudou a jovem se recuperar dos traumas. No entanto, meses depois, ele voltou à Grã-Bretanha, embora enviasse cartas à jovem pedindo para ela se juntar a ele em solo inglês. Mas Ms Wölk lhe disse que queria esperar e descobrir se o marido Karl ainda estava vivo.

E eis que, em 1946, Karl apareceu repentinamente em sua porta, depois de permanecer detido em um campo soviético de prisioneiros de guerra. Ele pesava 45 quilos, tinha uma bandana em volta da cabeça e estava irreconhecível. O casal tentou viver uma vida normal, mas a guerra tinha deixado marcas permanentes em ambos.

O casal se separou anos depois. Karl morreu em 1990. Wölk vive sozinha com suas lembranças desde então.


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Analfabetismo entre maiores de 15 anos atinge 13 milhões de brasileiros

Estadão Conteúdo (© Estadão Conteúdo)


Estadão

A taxa de analfabetismo das pessoas acima de 15 anos no Brasil voltou a cair em 2013. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o país tinha cerca de 13 milhões de analfabetos nesta faixa etária no ano passado, o que corresponde a 8,3% da população. O resultado é 0,4 ponto percentual abaixo do regsitrado em 2012 (8,7%). A taxa de analfabetismo funcional também caiu, de 18,3% para 17,8%. A Pnad foi divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Inveja total: "Polícia britânica 'atirou apenas três vezes’ em um ano"


Rígido controle de armas e baixa desigualdade social ajudam a justificar polícia desarmada; para especialistas, sistema não funcionaria no Brasil.

Luiza BandeiraDa BBC Brasil em Londres
Maior parte dos policiais britânicos não usa armas; modelo teria dificuldades de ser implantado no Brasil (Foto: EPA)Maior parte dos policiais britânicos não usa armas; modelo teria dificuldades de ser implantado no Brasil (Foto: EPA)
Um forte controle sobre o acesso a armas de fogo e condições sociais e culturais fizeram com que as polícias da Inglaterra e do País de Gales disparassem armas apenas três vezes entre maio de 2012 e abril de 2013 – sem matar ninguém.
Os números chamam atenção quando comparados aos de outros países. No Brasil, a conta dos tiros dados por ano nem é feita. Em relação às mortes provocadas por policiais, um levantamento feito pela BBC Brasil apontou que, no ano passado, foram mortas 1.259 pessoas pela polícia em 22 Estados brasileiros que forneceram dados à reportagem.
Mesmo nos Estados Unidos, país desenvolvido como o Reino Unido, a média é de 400 mortos pela polícia a cada ano.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, três fatores ajudam a explicar a baixa letalidade da polícia britânica: os policiais praticamente não usam armas; os cidadãos (e criminosos) também raramente têm armas; e há menos pobreza e desigualdade social do que no Brasil.
Não andar armada é característica central da identidade da Metropolitan Police - que responde pela região de Londres - desde que ela foi criada, em 1829. No início, alguns policiais tinham armas. Mas, após 1936, apenas oficiais com treinamento específico passaram a usar armas de fogo - hoje, eles estão restritos a cerca de 5% do contingente.
Toda força policial britânica tem uma unidade armada, mas este é o último recurso que costuma ser utilizado - e precisa ser autorizado com antecedência. No dia a dia, o policiais usam armas de menor potencial ofensivo, como Tasers (que contêm o suspeito por meio de um choque elétrico).
"A polícia britânica não quer nem precisa carregar armas de forma rotineira", disse o presidente da ACPO (Association of Chief Police Officers), Hugh Orde.
"Nosso modelo de policiamento depende de uma estreita ligação entre o público e a polícia. O uso mínimo de força e um mínimo de interferência com o cidadão são uma parte vital desse vínculo, gerando confiança e legitimidade", afirma.
Na opinião de Orde, ao olhar para outras polícias do mundo fica óbvio que "trazer armas de fogo na equação do policiamento não resolve o problema dos crimes violentos ou protege policiais de serem feridos ou mortos."
Desarmamento
De fato, os números de policiais britânicos mortos não se comparam aos do Brasil. Desde 2007, apenas dois policiais morreram baleados em serviço na Inglaterra e no País de Gales.
A ausência de armas não torna os policiais britânicos extremamente vulneráveis porque a maior parte dos criminosos também não está armada.
O Reino Unido tem uma das legislações mais restritivas ao uso de arma em todo o mundo. O controle se tornou ainda mais rígido em 1997, um ano após um massacre em uma escola na Escócia ter gerado uma campanha popular que culminou na proibição das armas de fogo no país.
"A posse de armas legais ou ilegais no Reino Unido não está na escala de muitos países, o que é uma coisa boa. Como resultado, a polícia geralmente não encontra infratores transportando ou usando armas com muita frequência", diz Richard Garside, diretor do Centro para Estudos de Crime e Justiça no Reino Unido.
Entre 2012 e 2013 (os dados são calculados por ano fiscal), dos 551 homicídios cometidos no país, apenas 29 foram causados por arma de fogo, segundo dados do ONS (Office for National Statistics). No Brasil, armas de fogo são responsáveis pela maior parte dos homicídios.
Mas os especialistas acrescentam que os baixos índices de letalidade no Reino Unido estão, de uma forma mais profunda, ligados à própria estrutura da sociedade.
"Tem muito mais a ver com a história, a cultura, os níveis de desigualdade. Não temos favelas como as do Brasil. Quando há altos níveis de desigualdade tende-se a ter mais crimes e outros problemas", afirma o professor da Universidade de Wolverhampton Peter Waddington, especialista em polícia e segurança.
"O Reino Unido, comparado a outros países, é relativamente mais pacífico por causa dos nossos arranjos sociais e políticos. A polícia é, em um sentido importante, até irrelevante" acrescenta Garside.
Como exemplo desse arranjo social, Garside aponta, por exemplo, o sistema de saúde britânico, gratuito, como um diferencial em relação até mesmo aos Estados Unidos – país mais rico do mundo, mas onde a polícia mata muito mais do que no Reino Unido. Outro diferencial, diz, é que os Estados Unidos permanecem “profundamente divididos” por questões raciais.
Brasil
Seria possível, então, adotar o modelo britânico no Brasil e ter uma polícia sem armas?
"Você não tem em Londres o tráfico de drogas com fuzil, dando tiro em cima do policial. Os instrumentos da polícia para conter e solucionar os crimes precisam ser proporcionais", diz o coronel Ubiratan Ângelo, da ONG Viva Rio e ex-comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Na opinião dele, o Brasil poderia se inspirar no Reino Unido em relação à legislação sobre o acesso a armas. Ângelo afirma que 60% das armas aprendidas pela polícia foram produzidas de forma legal, mas acabaram caindo nas mãos de bandidos.
"A arma dá uma falsa sensação de segurança. Primeiro, porque ela acaba ficando com os criminosos. Segundo, porque ela só oferece segurança se a pessoa está preparada para usá-la. Ter uma arma no porta-luvas ou guardada em casa não adianta nada, porque o ladrão não avisa quando vai vir", diz.
O diretor do Brazil Institute do King’s College de Londres, Anthony Pereira, também acha que “o Brasil está longe de uma polícia desarmada”, devido ao grande número de armas na sociedade e aos altos índices de homicídio.
"Há cerca de 50 mil homicídios por ano no Brasil. Nestas circunstâncias, será politicamente muito difícil convencer a polícia a andar desarmada", diz.
Pereira, assim como outros especialistas, afirma que a polícia britânica não deve ser idealizada: há suspeitas de corrupção, acusações de preconceito e críticas tanto quanto ao uso de armas Taser como de armas tradicionais – no início do mês, uma pessoa morreu baleada pela polícia, após dois anos desde a última morte.
Além disso, o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por policiais após ser confundido com um terrorista na esteira dos atentados no metrô de Londres em 2005, mostra que ainda há muitos problemas a serem enfrentados.
Mas a noção de policiamento comunitário, diz Pereira, é algo que poderia ser aproveitada pelo Brasil. No Reino Unido, afirma, as delegacias são mais acessíveis às pessoas, a polícia tem reuniões mensais com as comunidades e seu trabalho é complementado por membros civis.
"Se houver pressão política, acho que a Polícia Militar pode caminhar no sentido de se tornar uma polícia mais pacífica e voltada para a comunidade”, afirma.
A abordagem dos temas da violência policial e da violência contra os policiais como parte da cobertura especial da BBC Brasil sobre as eleições de 2014 foi sugerida em uma consulta com leitores promovida pelo #salasocial - o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.
Nas redes sociais, muitos leitores da BBC Brasil participaram do debate e fizeram comentários sobre a questão. Dê também sua opinião.

Estado Islâmico quer matar o Papa, diz embaixador do Iraque

Segundo Habbed Al Sadr, a segurança do pontífice estaria em 

risco em qualquer lugar do planeta

Terra
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O embaixador do Iraque junto à Santa Fé, Habbed Al Sadr, anunciou, nesta terça-feira, que o Papa Francisco tem sofrido ameaças do grupo extremista Estado Islâmico (EI). As informações são do Daily Mail.

O alerta acontece em um momento em que o pontífice se prepara para se deslocar à Albânia e planeja uma visita à Turquia, países de maioria muçulmana.

“O autoproclamado Estado Islâmico foi claro: eles querem matar o Papa. As ameaças são reais”, disse o iraquiano ao jornal italiano La Nazione.

Segundo o Al Sadr, como o grupo está tomando proporções mundiais e conta com integrantes de diversas nações, a ameaça é ainda mais grave e a segurança do pontífice estaria em risco em qualquer lugar do planeta. 

"Quero deixar claro que não tenho nenhum conhecimento sobre os futuros planos dos terroristas. Mas a regra do Estado Islâmico é clara: ou a pessoa se converte à religião deles ou morre. Com o Papa, a morte seria a única opção que eles dariam.", disse o iraquiano. 

Suas afirmações, no entanto, foram desvalorizadas pelo padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, que disse que não estão previstas medidas de segurança avançadas para a visita de Francisco aos países muçulmanos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pacientes deverão ser atendidos em no máximo 2 horas nos prontos-socorros e UPAs Prazo anterior variava entre quatro e seis horas


POR ANDRÉ DE SOUZA
16/09/2014 




BRASÍLIA -
Os pacientes com problemas menos graves que chegarem ao pronto socorro ou às unidades de pronto atendimento (UPAs) deverão ser classificados imediatamente e, após esse procedimento, deverão ser atendidos no máximo em duas horas. Os protocolos atuais dizem que o atendimento deve ocorrer no máximo entre quatro e seis horas depois da classificação. A nova norma, que reduz esse tempo, faz parte de duas resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicadas nesta terça-feira no Diário Oficial da União.

— Os pacientes ficam muitas vezes esperando até por mais tempo para que seja classificado seu risco. Somando-se ao período entre a classificação e o atendimento, isso pode ser absolutamente definitivo entre a vida e a morte — afirmou o presidente em exercício do CFM, Carlos Vital.

Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Urgência e Emergência do CFM, Mauro Ribeiro, não havia até hoje nenhum instrumento de fiscalização dos serviços de urgência e emergência. As novas resoluções também proíbem que os pacientes sejam internados nos serviços de urgência e emergências e nas UPAs, onde podem ficar por no máximo 24 horas. Essa regra já estava em portaria do Ministério da Saúde e agora é reforçada pelo CFM. Uma das resoluções ainda obriga os hospitais a terem leitos de retaguarda para pacientes vindos da emergência e estabelece que todo o paciente seja atendido por um médico.

As resoluções determinam que o médico plantonista acione seus superiores no hospital caso haja condições inadequadas de atendimento ou inexistência de eleitos vagos para internação de pacientes. Caberá ao superior acionar o gestor de saúde (como as secretarias municipais e estaduais de Saúde) e comunicar o Conselho Regional de Saúde (CRM). Caso o problema não seja resolvido pelo gestor, o CFM recomenda que seja acionado o Ministério Público. Já o médico que cometer falhas no atendimento enfrentará processo disciplinar no CRM.

A resolução que trata das unidades de pronto atendimento diz ainda que "pacientes instáveis, portadores de doenças de complexidade maior que a capacidade resolutiva da UPA, em iminente risco de vida ou sofrimento intenso, devem ser imediatamente transferidos a serviço hospitalar após serem estabilizados, se necessário utilizando a 'vaga zero'". Por vaga zero, o CFM se refere aos casos em que inexistam leitos vagos para a internação de pacientes.

Apesar da edição das novas normas, o próprio CFM reconhece que isso não trará soluções de imediato para a saúde brasileira.

— Nós não temos a ilusão de que não vai resolver amanhã os problemas — afirmou o coordenador da Câmara Técnica de Urgência e Emergência, Mauro Ribeiro.

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