terça-feira, 9 de abril de 2013

PT se alarma com situação das finanças de Porto Alegre


by Clésio Boeira
2013-04-09 



Vereador Carlos Comassetto, líder da bancada do PT

A bancada do PT na Câmara Municipal está alarmada com a situação das finanças de Porto Alegre. A prefeitura fechou 2012, de acordo com o balanço das finanças públicas, com R$ 59 milhões de déficit. A elevação da receita, com o aumento dos repasses da União e do Estado, não foi suficiente para tapar o buraco.

A desorganização financeira se agravou com a perda de arrecadação própria e aumento de gastos com cargos em comissão. Os números de 2012 apontam que as despesas com pessoal pulou de 42,68% para 47,64% – e, para alarmar ainda mais os vereadores petistas, a previsão é que feche 2013 perto de 49%, flertando com o limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A Administração Centralizada, que contava, em 2004, com 267 CCs, agora possui mais de 600, dizem os petistas. O impacto da Reforma Administrativa feita no ano passado, “criando mais de 100 CCs e aumentando gratificações concedidas, seletivamente, em detrimento da grande maioria e da implementação do plano de carreira, turbina os gastos, neste ano, em R$ 10 milhões”.

Dilma lançou o mesmo Programa três vezes


quarta-feira, 6 de março de 2013

Por Carlos Parrini 


Até concordo com o Senador pois até dá no saco. Dilma pensa que todos nós brasileiros somos ignorantes e de memória curta. Tá sempre lançando o mesmo programa mas nunca põe em prática. O do saneamento já lançou três vezes e nada foi feito e 50% da população continua sem água e esgoto. O PAC duas vezes mas continua empacado.
A bem da verdade é que quando começam alguma obra, são paralisadas por corrupção ou para aumentarem os preços. As obras da Copa só estão saindo rápidas, apesar dos superfaturamentos, porque causarão impacto imediato no ano das eleições. Obras como as das Transposições do São Francisco, além de terem dobrado de preço, já estão dando prejuízo antes de serem inauguradas. Vale lembrar que as eleições não serão alteradas com os poucos beneficiários dessa obra bilionária, porém milhares estão padecendo de sede sem ela. Estão com dois anos de atraso e sem previsão para acabar.
E assim eles vão levando. Investindo nas obras que dão mais votos como Copas, Olimpíadas e esmolas, que no essencial que não dá quase nada, só dinheiro para corruptos e empreiteiras camaradas.
Embora Dilma e o PT sejam lentos em Obras essenciais, estão sendo ligeiros em gastar dinheiro para ir no enterro do criminoso e ditador Hugo Chaves.
Bem feito para o povo. Quem manda ter memória curta e ser ignorante? Embora eu seja do povo, me tirem fora dessa, pois não votei nesses canalhas. Disso me orgulho.

Vejam as alfinetadas de Aécio Neves:

06/ 03/ 2013 às 19:55

Aécio Neves critica relançamento de obras pelo Palácio do Planalto

George Gianni/PSDBBrasília - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou, nesta quarta-feira (06/03), o relançamento feito hoje pela presidente Dilma Rousseff de um mesmo conjunto de obras de saneamento, mobilidade e pavimentação que totaliza R$ 33 bilhões. O pacote destinado a estados e municípios já foi anteriormente anunciado por duas vezes: em março de 2010 e em janeiro passado, durante encontro com prefeitos no Palácio do Planalto.
Nesta manhã, a presidente Dilma voltou a lançar os projetos durante encontro com governadores. Os R$ 33 bilhões em obras já estavam previstos na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“O Palácio do Planalto havia se transformado em um Cabo Canaveral, cada semana um lançamento novo. Mas, dessa vez, o Planalto se superou, porque nem Cabo Canaveral faz relançamentos. Na verdade, a presidente lança hoje um conjunto de obras que já havia lançado em janeiro para os prefeitos que aqui vieram. São os mesmos recursos. Coube até ao ministro das Cidades, agora, reconhecer isso. Queremos que os investimentos venham, cheguem aos municípios, aos estados”, disse Aécio.
Lançado em março de 2010, pouco antes da campanha eleitoral, o governo federal não conseguiu concluir sequer metade das obras prometidas no PAC 2. A repetição do anúncio dos mesmos investimentos esta manhã foi esclarecida posteriormente pelos ministros das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e do Planejamento, Miriam Belchior.
Promessa eleitoralAécio Neves cobrou também que o governo do PT zere o PIS/Cofins das empresas de saneamento do país, que hoje têm sua capacidade de investimento comprometida pelos altos impostos. O senador lembrou que esta foi uma das promessas de campanha da presidente Dilma em 2010.
“Confesso que aguardava que a presidente pudesse cumprir com o compromisso de campanha assumido com todos os brasileiros. No dia 17 de outubro de 2010, praticamente uma semana antes do segundo turno, ela anunciou que zeraria o PIS/Cofins incidente sobre as empresas de saneamento para que elas pudessem investir mais. Hoje, as empresas pagam em tributos praticamente o mesmo que fazem em investimentos. A presidente perde uma enorme oportunidade de resgatar pelo menos um dos muitos compromissos de campanha que ficaram pela estrada”, disse.
Vale-tudoO senador Aécio Neves lamentou a declaração feita esta semana pela presidente Dilma Rousseff de que se faz “o diabo quando é a hora da eleição”.
Para Aécio, as campanhas eleitorais devem ser pautadas no respeito ao adversário e na apresentação de propostas ao eleitor.
“Não vale tudo na eleição. Em uma eleição se deve discutir programas, apresentar propostas, respeitar o contraditório e deixar que, livremente, a população escolha qual a melhor opção. Nós não entraremos, até porque jamais fizemos isso, em um vale tudo. Seja agora, seja no período eleitoral. Espero sinceramente que tenha sido apenas mais um tropeço da presidente com as palavras, e não uma senha para os aloprados do PT. Sobretudo quando se detém cargo público, é preciso respeitar o adversário. Não apenas no período pré-eleitoral, mas principalmente no período eleitoral”, afirmou o senador Aécio.
Lula saiu mas a podridão continua. Muita roubalheira e nenhum benefício. Só esmolas.





Venenzuela: o povo está de marisco. E "ameaçado" de Maldição. by Deise


Oposição mostra fôlego na Venezuela

  • Capriles lota bastião chavista com milhares de seguidores a sete dias da votação


O candidato opositor, Henrique Capriles, acena para centenas de milhares de seguidores, convocados em sua conta no Twitter
Foto: Leo Ramirez/AFP

O candidato opositor, Henrique Capriles, acena para centenas de milhares de seguidores, convocados em sua conta no Twitter Leo Ramirez/AFP
CARACAS - A sete dias das eleições venezuelanas, o governador de Miranda, o oposicionista Henrique Capriles, mostrou a força da oposição ao lotar com centenas de milhares de seus eleitores a Avenida Bolívar, um histórico bastião de partidários de Hugo Chávez no Centro de Caracas. O ato, batizado de “Caracas Heróica”, foi o maior comício da oposição desde 1999, quando o presidente falecido em março elegeu-se pela primeira vez. Os manifestantes denunciaram desde cedo que o governo estaria dificultando o acesso às principais estradas de Caracas e promovendo grandes atrasos no metrô.
Nada impediu, no entanto, que os oposicionistas tomassem o Centro da capital, ocupando ruas, calçadas e até construções abandonadas para ter uma visão melhor de Capriles, que convocou a massa pelo Twitter. No microblog, o candidato, apoiado por 19 partidos da aliança Mesa da Unidade Democrática, escreveu: “Caracas, vamos em frente. Faremos a capital transbordar de alegria e esperança! Vamos!”.
Desde cedo, dezenas de oposicionistas denunciaram na internet atrasos significativos nos intervalos entre composições do metrô. A operadora responsável pelo serviço alegou que estava fazendo serviços de manutenção. O trânsito nas principais estradas que dão acesso a Caracas também foi prejudicado, supostamente pelo mesmo motivo.
Capriles fez um aceno aos chavistas, afirmando que, em 1999, conversou com Chávez:
— Disse-lhe que ambos somos de partidos distintos, mas não inimigos. Você gosta da Venezuela, e eu amo profundamente esta pátria — lembrou, acrescentando no comício: — Não sou oposição, sou solução. Sei trabalhar com gente que pensa diferente. Líderes não são herdados, são construídos.
No sábado, o candidato governista, Nicolás Maduro, dirigiu um ônibus a caminho de um comício, invocando seu passado de motorista. O presidente interino, designado por Chávez como seu sucessor, esforça-se para vincular sua imagem à de seu mentor e seguir a jornada bolivariana rumo ao chamado “socialismo do século XXI”, marcado pela grande intervenção estatal sobre a economia.
Maldição para eleitores oposicionistas
Em seus comícios, Maduro exibe vídeos em que Chávez orienta seus milhões de simpatizantes a votarem no presidente interino da Venezuela se ele não tivesse mais condições de governar o país.
Outros vídeos mostram balões com mensagens como “pelo amor à minha cultura” e “pelo amor às minhas crianças” rumo ao céu, onde o rosto de Chávez aparece entre as nuvens.
A campanha governista ganhou um toque ainda mais surreal quando Maduro declarou que uma maldição secular poderia cair sobre as cabeças de quem não votasse nele.
— Chávez nos ensinou o valor supremo da lealdade. Com ela, tudo é possível. A traição só nos traz derrotas e maldições — pregou.
Capriles, por sua vez, propõe uma política de livre mercado e amparada em programas sociais. Sua maior inspiração é o presidente Lula, que, em oito anos, tirou da pobreza cerca de 20 milhões de pessoas.
Aos ataques desferidos pelo presidente interino, Capriles responde com críticas à segurança pública, ao estado dos hospitais e à falta de água que assola o país. Segundo o oposicionista, Maduro é uma “cópia ruim” de Chávez e não conseguiu conter a desvalorização do bolívar, a moeda venezuelana, nem o aumento da inflação.
O governador de Miranda mantém o otimismo mesmo com a maioria das pesquisas o colocando pelo menos 10 pontos percentuais abaixo de Maduro. Mas o comitê do presidente interino também se apressa em jogar água sobre o clima de “já ganhou” de seus simpatizantes, temendo que isso aumente a abstenção.
Partidários de Capriles acusam o governo de se aproveitar de recursos e do enorme aparato midiático estatais para eleger Maduro.
A eleição merece atenção internacional devido à alta concentração de reservas de petróleo no território venezuelano. Diversos países latino-americanos que receberam o recurso com preços subsidiados por Chávez, como Cuba e Equador, torcem pelo triunfo de Maduro.
A companhia Petróleos da Venezuela (PDVSA), que conta com 100 mil empregados, é uma peça-chave do programa chavista. Ainda em 2010, durante as eleições legislativas, seus funcionários receberam e-mails agradecendo “por sua disposição em participar e contribuir para a consolidação do projeto bolivariano”. Quem não aderisse à campanha era demitido, segundo um ex-empregado da PDVSA que não quis ser identificado.
De fato, o diretor de mobilização e desenvolvimento da campanha de Maduro é Rafael Ramírez, presidente da petrolífera. Em uma reunião com o candidato em Caracas no mês passado, Ramírez recebeu a ordem de fazer os eleitores governistas “chegarem a tempo (nas urnas), terem apoio em seu deslocamento, e que não lhe faltem as refeições necessárias”.
Há dois anos, a PDVSA impede o reencaminhamento de suas mensagens a e-mails externos. Mas alguns funcionários tiram fotos dos comunicados que os convocam a fazer campanha para Maduro.


http://oglobo.globo.com/mundo/oposicao-mostra-folego-na-venezuela-8053119#ixzz2PyQ4KGr5
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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Tarso Genro defende luta política pela regulamentação da mídia


7/4/2013 13:32

Por Redação, com Carta Maior - de Porto Alegre

Tarso Genro é o governador do Estado do Rio Grande do Sul
Tarso Genro é o governador do Estado do Rio Grande do Sul
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), acredita que é hora de intensificar, por meio da luta política e do debate junto à opinião pública, a agenda da chamada regulamentação da mídia. Para Tarso, esse é uma questão-chave para o avanço da democracia no Brasil e uma promessa ainda não cumprida da Constituição de 1988. Em entrevista à agência brasileira de notícias Carta Maior, o governador gaúcho critica a ausência de diversidade de opinião no atual sistema midiático brasileiro e o processo de ideologização das notícias. Ele cita como exemplo o comportamento editorial do jornal Zero Hora, no Rio Grande do Sul:
– As matérias de Zero Hora criticam as decisões que estamos tomando, baseadas no nosso programa de governo, a partir da ótica do governo Britto e Yeda, sem dizer que estão defendendo um programa de governo oposto ao nosso, já que foram e são grandes entusiastas das privatizações e das demissões de servidores públicos de forma irresponsável, as chamadas ‘demissões voluntárias’ – disse o governador.
Leia, aqui, a entrevista com Tarso Genro
– O debate sobre o tema da regulamentação da mídia e do setor da comunicação como um todo enfrenta pesada resistência e oposição no Brasil. Na sua opinião, qual o lugar que essa agenda ocupa – se é que ocupa – hoje no debate político nacional?
– A questão da chamada “regulamentação da mídia” – que na verdade não trata nem do direito de propriedade das empresas de comunicação e muito menos da interferência do Estado nas redações ou editorias – é uma questão-chave do avanço democrático do país, das promessas do iluminismo democrático inscritas na Constituição de 1988 e mesmo da continuidade da presença dos pobres, índios, negros, excluídos em geral, discriminados de gênero e condição sexual, trabalhadores assalariados e setores médios que adotam ideologias libertárias, na cena pública de natureza política.
Mas essa promessa permanece não cumprida. O que é preciso fazer, na sua avaliação, para que ela se torne realidade?
É preciso “forçar a barra”, através da luta política, para que ela reflita no Congresso a exigência de uma sistema legal, regulatório e indutivo, para a formação de empresas de comunicação, cooperativadas ou não, estatais e privadas, que possam sobreviver e ter qualidade, independentemente do financiamento dos grandes grupos de poder financeiro e econômico, que tentam controlar a formação da opinião de forma totalitária.
Como fazem isso? Ideologizando as notícias e selecionando os fatos que informam o público consumidor de notícias, a partir da sua visão de Estado, da sua visão de desenvolvimento, da sua visão das funções públicas do Estado, gerando uma espécie de “naturalização” do neoliberalismo e mascarando as premissas dos seus argumentos.
Cito alguns exemplos: reforma do Estado significa reduzir o serviço público e demonizar empresas estatais, como estão fazendo atualmente com a Petrobras; redução dos gastos públicos significa diminuir as despesas de proteção social; o “custo Brasil”, para eles, é originário, não da supremacia da política rentista, característica do projeto neoliberal, mas principalmente das despesas com direitos trabalhistas e impostos; parcerias público-privadas são vistas apenas como “oportunidades de negócios”, para empresas privadas e não como uma relação contratual, que combine o interesse público com o interesse privado; a corrupção é sempre culpa do Estado e dos seus servidores, omitindo que ela tem outro polo, o polo mais ativo, o privado, que disputa obras e serviços, corrompe funcionários e manipula licitações, nas suas concorrências predatórias.
– Essa relação entre a política e a mídia costuma ser carregada de tensões e conflitos. Como político e gestor público, como procura lidar com esse tipo de situação?
– Tive algumas experiências diretas interessantes com este tipo de manipulação: quando iniciei a implementação das cotas para negros e afrodescendentes no país, através do ProUni – ali eu era ministro da Educação – a grande mídia atacava a proposta, apoiada por acadêmicos de direita e da chamada extrema-esquerda, porque as cotas iriam baixar a qualidade da universidade, já que os negros e afrodescendentes eram originários da escola pública e não tinham uma formação compatível para cursar as Universidades da elite, que são as universidades privadas. Puro preconceito, como se vê, tornado notícia isenta. Hipnose fascista, como argumentava Thomas Mann, na época do nazismo.
Outra experiência bem significativa foi quando, como ministro da Justiça, deferi –baseado em jurisprudência do Supremo, nas leis e na Constituição, o refúgio para Cesare Battisti. Battisti não era, para a grande mídia, um cidadão italiano buscando refúgio, mas um “terrorista”. O pedido de refúgio era divulgado, então, como pedido do “terrorista Césare Battisti”, para induzir o consumidor da notícia a ser contra o refúgio, pois ninguém de sã consciência quer abrigar terroristas em seu território. A grande mídia repassava sem nenhum pudor, para os leitores e espectadores, portanto, a tese do corrupto Berlusconi e dos fascistas italianos, de que Battisti era um simples bandido. Pura manipulação da informação para obter resultados favoráveis às suas opiniões e posições políticas pré-concebidas. Quase conseguiram.
Os exemplos aqui no Rio Grande do Sul também são fartos. Atualmente temos “fronts” onde esta disputa se desdobra. Temos o direito de dizer que é um jornalismo comprometido com uma visão do passado, este, da Zero Hora, que desqualifica constantemente o nosso governo, com distorções em notícias, cujos fatos são selecionados para dar uma impressão de neutralidade.
– Com qual visão de passado, exatamente?
– Ora, a situação financeira estrutural do Estado é ruim há muito tempo e nós nos elegemos com o compromisso de investir, melhorar o salário do servidores – que estavam arrochados duramente- e recuperar as funções pública do Estado. As matérias de Zero Hora criticam as decisões que estamos tomando, baseadas no nosso programa de Governo, a partir da ótica do Governo Britto e Yeda, sem dizer que estão defendendo um programa de governo oposto ao nosso, já que foram e são grandes entusiastas das privatizações e das demissões de servidores públicos de forma irresponsável, as chamadas “demissões voluntárias”.
O governo Britto fracionou e vendeu a CEEE por preços irrisórios, deixando as dívidas trabalhistas e das aposentadorias dos servidores com o Estado. Negociou as dívidas com a União, comprometendo-se a pagar juros exorbitantes e promoveu, assim, um estoque de dívida impagável. A governadora Yeda vendeu ações do Banrisul para pagar despesas correntes, não para – por exemplo – pagar contrapartidas para drenar mais recursos para investimentos, e fez o chamado (falso) “déficit zero”, arrochando salários e promovendo uma redução brutal nas políticas sociais e nos investimentos públicos, além de não captar recursos da União Federal, já que seu governo estava permanentemente atravessado por disputas internas. Ou seja, este jornal – e alguns editoriais de rádio e TV da mesma cadeia – estão já fazendo campanha eleitoral, para tentar restaurar, no Estado, as políticas destes dois governos, pois à medida que escondem as responsabilidades pela situação do Estado e exigem de nós, soluções imediatas, que sabem ser impossíveis e que não foram propostas no nosso Programa de Governo, estão saudosos destas políticas de privatização do Estado, que não deram em nada em lugar nenhum, a não ser atraso e crises sociais.
Um exemplo que chega ser hilário desta paixão saudosista é a forma com que eles tratam a questão dos pedágios no Estado e a parceria público-privada, para a construção da RS 10. Quanto ao primeiro assunto (pedágios), jamais avaliam os superlucros e os preços cobrados pelos pedágios, nem avaliam os investimentos feitos pelas concessionárias, para medi-los com estes preços e lucros. Quanto ao segundo assunto (parceria para a construção da RS 10) nos pressionam (ou pensam que nos pressionam), através de editoriais e notícias mal disfarçadas – mas são recados neoliberais – que devemos ser rápidos, acolhendo a proposta que vinha sendo negociada pela Governadora Yeda, sem pensar um minuto nos custos para o Estado e, inclusive, nas garantias que o Estado deve oferecer, nas suas precárias condições financeiras, herdadas dos governos Britto e Yeda, cujas promessas eles tinham grande simpatia.
– Este tipo de crítica dirigida diretamente a uma empresa de comunicação costuma ser associado a um tipo de censura ou ameaça à liberdade de expressão. Como vê esse tipo de objeção?
– Tem o direito de fazer tudo isso, é óbvio, mas se tivéssemos fortes órgãos de imprensa, TVs e rádios, que fizessem circular de forma equivalente as informações do governo e a opinião dos usuários, obviamente toda a sociedade ficaria bem mais esclarecida e livre, para formar a sua opinião. Para informar, como se sabe, os governos que não adotam o receituário neoliberal, precisam pagar e pagar bem, com as suas peças publicitárias, pois as matérias em regra não são nem isentas nem equilibradas e passam, naturalmente, a ideologia dominante na empresa jornalística, às vezes até editando o trabalho feito pelo repórter, ou encaminhando para ele as “conclusões” isentas que a matéria deve conter.
– Considerando a natureza conflitiva dessa relação, é possível, na sua opinião, manter essa postura crítica e, ao mesmo tempo, não fechar os canais de diálogo?
– Temos diálogo com eles e vamos continuar tendo, até porque não confundimos a nossa função pública com as disputas político-partidárias, que estão na base destes conflitos. Frequentemente temos que usar, porém, os meios alternativos à grande mídia, as redes, os “blogs”, as rádios independentes para divulgar as nossas posições, principalmente em épocas pré-eleitorais, quando a isenção se torna ainda menor e eles passam a preparar os seus candidatos para as próximas eleições. É o que está ocorrendo agora de forma acentuada, em temas de alta relevância para o Estado, como as finanças públicas, as parcerias e as políticas sociais do nosso governo.

by Correio do Brasil

Na pele de uma mulher-Nostradamus





Sei, está bom demais para ser verdade. Sei, fazia tempo que alguém não se devotava tanto. Sim, posso imaginar o que esteja pensando: “Esse cara vai me levar às alturas e me deixar sozinha no despenhadeiro”.
“Não, não vou cair mais nessa, sei o tamanho de tombos do gênero,” você prossegue nas suas reflexões, nervosa, nervosíssima, daqui a uma hora se encontrarão mais uma vez.
Ele a convidou para jantar fora. Quanto tempo alguém não a tratava com tanta distinção.
Você se sente valorizada, mas está com medo, pode ser apenas mais um truque. Que que eu faço, Diós mio?
“Ele só quer sexo”, você pensa, como se sexo fosse uma coisa ruim do outro mundo. “Vai ficar comigo e na manhã seguinte esse telefone emudecerá de vez…”
Você projeta o futuro no pior cenário possível. Sim, não à toa, baseia-se no repertório deixado por outros homens. Jurisprudência amorosa.
Você consulta a amiga, a amiga mais cética, porque você está querendo ouvir algo desencorajador.
A amiga recomenda muito pé atrás. A amiga já levou muitos tombos e, de alguma forma, isso é humano, demasiadamente humano, sente uma certa ponta de inveja da sua história. Óbvio que a amiga invejosa vai desencorajá-la.
Falta meia hora para o novo encontro. Você confere o cabelo e acha péssimo. Você está desesperada como uma daqueles mulheres dos filmes de Pedro Almodóvar. “Por que esse cara vem logo para o meu lado”?”, você beira a paranóia delirante.
O carro dele pára na frente da sua casa. Há tempos você não ouvia aquela buzina que parece tocar uma sinfonia, um allegro. A buzina chama para a vida lá fora.
“Não pode ser verdade”, você insiste na desconfiança enquanto pisa na calçada da rua. “O que eu fiz por merecer?”
Entradas, drinques, o jantar está ótimo, a conversa incrível. “Só pode ser truque”, você aciona de novo todos os botões do painel da desconfiança. “Não fico com ele hoje de jeito nenhum, nem me venha com essa conversinha mole, seu canalha”.
Com licença, vai ao banheiro. Não resiste e resolve consultar de novo a amiga, pelo celular. Está em pânico. A amiga recomenda mais pé atrás ainda. Você acha o cabelo péssimo.
Você volta com aquela cara de cautela e dúvidas e é recebida com um sorriso de quem já sentia a sua falta.
“Demorei muito”, você diz. Sim, você demorou muito, só de telefonema foram dez minutos. Mas ele, todo afável: “Imagina, demorou quase nada”.
Sobremesa, café, a conta.
No carro, você nota, como aprendeu com aquele livro “O corpo fala”, que o carinho dele é cada vez físico e o desejo é cada vez mais quente. Mas você se esquiva,afinal de contas você não pode ser vítima desse “truqueiro” que só “pensa naquilo”.
E não era a primeira ou a segunda vez que vocês se encontravam. O flerte e a devoção dele já fizera aniversário de mês.
Moral da história: desconfiada e projetando já um eventual abandono, você, apocalíptica como uma afilhada de Nostradamus, não pagou para ver, você não arriscou, você não se permitiu, deixou de viver, como se na vida pudéssemos ter a certeza prévia das coisas, mesmo em se tratando da obviedade do mundo-macho

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