terça-feira, 1 de maio de 2012

Achados da internet que nao tem preço. O artigo abaixo foi postado em julho do ano passado. Observemos que as os personagens citados, são as mesmas figurinhas carimbadas que um ano depois permanecem na mídia pelas mesmas NAO qualidades. Pior: pelo crime continuado. É impressionante como os dias se repetem. Estamos vivendo ha anos este suplicio. Só consigo imaginar uma campanha de nao comparecimento aos pleitos este ano. E obrigar esta corja toda a rever conceitos, atitudes e medir ambições. Da mesma forma a esperança da morte já tardia da impunidade retornará. Quando o governo apela para adolescentes que estão tirando o o tilulo, numa manipulação barata, chamando "aborrecente" de "guerreiro", 9COM 16 ANOS TODOS PRECISAMOS NOS sentir alguma coisa) começam a se dar conta de que seu controle sobre a população já nao está atingindo a meta. A tentativa em criar um exercito de fanáticos poderá dar certo, caso não nos unamos em prol de uma anulação do pleito que se aproxima. Em campanhas esclarecedoras, em conversas com os filhos. Nao deixando que sejam envolvidos. E nao será com ordens. e sim com argumentos altamente sutentáveis. Com isso mudará o discursos. O rumo total da prosa. Mostremos nao só nossa indignação, já batida e surrada nos jornais e em zilhões de blogs e nas redes sociais. Sejamos exigentes em nossas reinvindações. Não aceitemos mais esmolas, mas salários dignos. Se todas as bolsas familias doadas integrassesm os salarios mínimos, os valores seriam menores até, e a palavra DIGNIDADE seria devolvida aos brasileiros. Cai melhor que esmoleiro com certeza. O paternalismo que mantem o cabresto seria eliminado. A dependencia seria abolida e com ela, a liberdade triunfaria. A responsabiliade seria sua aliada. Quiça, teriamos politica séria, respeitada. Os Poderes seriam novamente agentes facilitadores da organização da sociedade. Deixariam de ser tão complicadores. O judiciario voltaria a ter seu Glamour e voltariamos a ter exemplos como já tivemos num passado nem tão pretérito assim. É preciso que a população entendenda que cidadania é o direito de escolha. A democracia o canal que nos possibilitaria esta escolha. Lutei pelo meu DIREITO de votar. Jamais pela OBRIGAÇÃO. Nao irei aos pleitos novamente. De novo. E de novo. Até que este estado de coisas mude. Até que eu entenda que alguem merece que eu saia de casa para exercer MEU DIREITO e não mais o desejo de quem já está no poder, e PRECISA DE MEU VOTO, como o de todos para continuar em seu berço esplendido. by Deise


GOVERNO PODRE PETISTA  







Protegida pelo Código Especial para Bandidos de Estimação, criado por Lula e ampliado por Dilma Rousseff, jamais esteve tão longe da cadeia a turma que nunca roubou tanto. Lula inventou a absolvição por falta de provas relacionadas em ordem cronológica, num papel manuscrito, com a assinatura do criminoso e firma registrada em cartório. Sem esse documento, ficará em liberdade até o figurão federal que esganar a mãe na tribuna presidencial durante um desfile de 7 de Setembro. Dilma, sem paciência para esperar a prescrição por decurso de prazo, inventou a prescrição por perda de emprego. Para a presidente, afastar do cargo um companheiro pecador é pior que prisão perpétua, cadeira elétrica, exílio ou degredo. Quem é despejado do gabinete no Planalto não precisa prestar contas à Justiça. A perda do emprego extingue a culpa.

As duas brasileirices cafajestes socorreram, em ocasiões distintas, o reincidente Antonio Palocci. Na primeira, o ex-ministro da Fazenda escapou das punições reservadas a estupradores de sigilo porque só faltava, na montanha de evidências contundentes, o atestado de culpa com selo e carimbo. Na segunda, o ex-chefe da Casa Civil livrou-se das sanções aplicadas a traficantes de influência por ter devolvido a sala onde ficou entrincheirado mais de 20 dias.

A absolvição por falta de provas demorou três anos. A prescrição pela perda de emprego produziu efeitos já na cerimônia do adeus. Sem ter revelado a lista de clientes aos quais prestou serviços, sem ter confessado que tipo de serviço andou prestando, Palocci partiu ouvindo de Dilma um palavrório bem mais elogioso do que o recitado quando chegou, além de duas lágrimas furtivas. Despediu-se do Planalto com uma autorização para gastar na planície, sem maiores explicações, a bolada que juntou inexplicavelmente.

Todos contemplados pela malandragem que favoreceu Palocci, os quadrilheiros apeados do Ministério dos Transportes esperam sair da mira do Ministério Público e da Justiça assim que saírem do noticiário da imprensa. Punidos com o confisco do cargo, todos logo estarão exibindo por aí a expressão sofrida de quem cumpriu uma pena duríssima. Nem precisam procurar trabalho. O produto do roubo já garante a velhice sem sobressaltos financeiros.

Pois nem isso parece suficiente para que Luiz Antonio Pagot e seus padrinhos sosseguem. O senador Blairo Maggi, o vice Michel Temer e o inevitável Gilberto Carvalho, porta-voz de Lula no atual governo, ainda não engoliram a devolução a Mato Grosso do gerente de bando com tantos serviços prestados.

blog bunkerdacultura 

Que seja um 1o de maio tranquilo. Que no próximo tenhamos o que festejar. by Deise

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Gosto muito deste seriado. Vi da primeira vez em 2004. Depois nunca mais ouvi falar. Conheço pouquissimas pessoas que viram Está passando novamente pelo Cinemax, as quintas feiras das 22h as 00h. Quem estiver a fim de ver algo inteligente e diferente, e aomesmo tempo tão igual à nossas vidas, é uma boa. by Deise


 "Six Feet Under"

  
Informação geral
Formato
Género Drama
Classificação etária
Criador
Alan Ball
País de origem Estados Unidos
Idioma original Inglês
Produção
Elenco
Peter Krause
Exibição
Emissora de
televisão original
HBO
Emissora(s) de
televisão lusófona(s) Mostrar lista
[ HBO Brasil
Formato de exibição 1080i (HDTV)
Transmissão original
3 de junho de 200121 de agosto de 2005
№ de temporadas 5
№ de episódios 63

Six Feet Under (no
Brasil A Sete Palmos, em Portugal Sete Palmos de Terra) é uma premiada série de televisão produzida pelo canal americano HBO. O seu primeiro episódio foi transmitido nos Estados Unidos em 3 de junho de 2001 e, após cinco temporadas, terminou em 21 de agosto de 2005


 Sinopse

Na série, criada por
Alan Ball, Peter Krause é "Nathaniel ("Nate") Fisher Jr.", filho do dono de uma funerária que relutantemente se torna sócio do negócio da família com o seu irmão "David", interpretado por Michael C. Hall. A família "Fisher" também inclui a mãe "Ruth" (Frances Conroy) e a irmã "Claire" (Lauren Ambrose). Incluem-se em torno da família o assistente da funerária, o amigo "Federico Diaz" (Freddy Rodriguez), a namorada e eventual esposa de "Nate" chamada "Brenda Chenowith" (Rachel Griffiths), e o namorado (e no fim marido) de "David", o polícial "Keith Charles" (Mathew St. Patrick).

Toda a trama se desenvolve em torno do mundo da Fisher & Sons Funeral Home, uma empresa funerária fictícia nos dias atuais em
Los Angeles, Califórnia.

A série mostra um drama convencional de família, lidando com assuntos como
infidelidade, homossexualidade e religião. Ao mesmo tempo, distingue-se por abordar o tópico da morte de forma diferente, explorando os seus múltiplos níveis (pessoal, religioso e filosófico), não a tratando apenas como um mero ímpeto conveniente para a solução de um assassinato. Cada episódio começa com uma morte - e, naturalmente, de um "cliente" da funerária. Esta morte, geralmente, dá o tom de cada episódio, permitindo aos personagens reflectir sobre as suas vidas e infortúnios, de certa forma iluminados pela morte e suas consequências. Na quinta temporada, o episódio All Alone foi o primeiro a começar sem contar a história de uma morte, mas focando uma morte revelada no final do episódio anterior. Outro episódio que não mostrou deliberadamente uma morte no início foi o último (Everyone's Waiting), que, em vez disso, começa com um nascimento e termina com as cenas das futuras mortes de todos os personagens principais.

Uma cena recorrente nos episódios é uma personagem ter uma conversa imaginária com a pessoa que morreu no início do episódio. Às vezes, a conversa é com outras personagens mortas, com ênfase em Nathaniel Fisher Sr. (o pai dos Fisher) e, mais recentemente, com a última esposa de Nate, Lisa. Eles representam o diálogo interno da personagem viva, expondo como uma conversa externa. Nas últimas temporadas, outro recurso é também usado, com uma conversa real entre dois personagens vivos de forma imaginária que se torna irrealísta. O trecho do episódio não pode ser claramente do fluxo normal da cena até que um corte abrupto nos leva um pouco atrás no tempo e revela a natureza imaginária do momento corrente.

Em
novembro de 2004, o criador da série e produtor executivo Alan Ball anuncia que a quinta temporada pode ser a última. Os produtores e roteiristas sentiram que depois de 63 episódios conseguiram dar seu recado.

Os exóticos que me perdoem. Mas na cozinha, feijão com arroz é fundamental... Estas eu passo. by Deise


Comidas exóticas para estômagos fortes

Você é o que você come. Na cultura ocidental, o que você come reflete na sua saúde, em como o corpo absorve carboidratos, proteínas, açúcares e gorduras. Na cultura oriental, a frase tem outro significado. Ao ingerir um alimento, você assume suas propriedades energéticas. Isso explica parte do motivo pelo qual os asiáticos são os campeões em comida exótica (pelo menos aos olhos arregalados dos ocidentais). Do cardápio de chineses, vietnamitas, cambojanos, tailandeses e japoneses fazem parte ingredientes como escorpiões, baratas, besouros, aranhas, morcegos, peixes venenosos, ursos, cobras, pênis de animais e larvas.

Para quem tem estômago forte e espírito aventureiro, comer um espetinho de escorpiões ou o coração ainda pulsante de uma cobra é apenas uma experiência diferente numa viagem de turismo. Mas para os locais, a maioria desses pratos – além ser uma fonte rica em proteína – é como um remédio: eles podem aumentar a vitalidade, a virilidade, a resistência e a libido ou curar dores no corpo, acabar com pedras nos rins, resolver problemas circulatórios, aliviar a tosse e a asma ou diminuir a apatia. No Vietnã, por exemplo, a cobra é um alimento muito apreciado por suas propriedades medicinais, e há restaurantes especializados no preparo do animal. A carne do réptil, dizem, é boa para a vida sexual de homens e mulheres e pode até curar a malária.

O que escolhemos comer depende de onde nascemos e de como somos criados. Mas quase sempre o que nos repele não é o gosto da comida, mas o pensamento de ter de comê-la. E é esse pensamento que nos faz repelir a ideia de comer carne de cachorro, como acontece na China, onde há criadouros de uma raça do animal para abate culinário. Ou que nos faz nausear diante de uma salada de besouros ou de um prato de larvas fritas. Ou ainda que nos faz colocar os bofes pra fora diante de um “crocante” ovo de pata com um embrião de 17 dias. Algumas comidas são tabu, outras, proibidas, outras, ainda, são consideradas “incomíveis”. Ma por que algumas culturas comem peixe cru, mas não comem queijo? O fato é que temos de nos alimentar para sobreviver, e o que é enojante para uns, pode ser uma iguaria para outros ou sua única fonte de sobrevivência.Ou você se recusaria a comer uma suculenta caranguejeira assada se a sua vida dependesse disso?

Nas próximas páginas você vai conhecer 12 alimentos estranhos ao redor do mundo. Mas lembre-se de que alguns deles só são estranhos dentro da cultura ocidental.

1. Tailândia: Ratos

Ratos são uma iguaria servida em ocasiões especiais na Tailândia

Reprodução /Tony – Serial Cooking
Ratos são uma iguaria servida em ocasiões especiais na Tailândia



Sabe aquele roedor asqueroso do qual costumamos fugir ou então matamos sem dó? Pois o rato é um dos alimentos que vão à mesa dos tailandeses de várias maneiras. No norte do país, os locais costumam assar o bicho inteiro em uma espécie de churrasqueira improvisada e dividi-lo com os familiares e os convidados como uma iguaria muito especial – embora tenham à mão também porcos, bois e outros animais comestíveis mais comuns, eles preferem os ratos para ocasiões especiais. Os ratos assados são servidos com molho extremamente apimentado e com uma tigela de arroz grudento. Quem já provou diz que o sabor da carne do rato é parecido com a do coelho.
Segundo a Larousse Gastronomique, os ratos ainda são consumidos em algumas partes da França, mas como qualquer item da culinária francesa, são preparados de maneira requintada. No Vietnã, a procura é pelas ratazanas prenhas. Em vez da rata, os vietnamitas preferem seu fetos que, dizem, têm a carne muito mais saborosa, aumentam a virilidade e podem ser comidos crus. Então tá.

2. China: Sopa de ninho de pássaro

Ninho de passarinho antes de ir para a panela (alto), e a sopa já pronta para consumo

Kowloonese – CC 3.0 (alto) / Stu Spivack – CC
Ninho de passarinho antes de ir para a panela (alto), e a sopa já pronta para consumo



Você estaria disposto a pagar US$ 10 mil por 1 kg de ninho de passarinho? Mas veja, não é um ninho qualquer, mas um ninho feito da saliva de um tipo de andorinha. Esse ninho é o ingrediente principal de um dos pratos exóticos mais caros do mundo: a sopa de ninho de passarinho. É caro porque as andorinhas asiáticas constroem seus ninhos com saliva por um período de 35 dias, durante a época de procriação. Os ninhos, só podem ser colhidos três vezes ao ano e com muito esforço por parte dos coletores, que se arriscam numa perigosa escalada aos paredões rochosos onde os ninhos são construídos. Essa colheita arriscada só contribui para elevar o preço do produto.
Os ninhos da andorinha asiática são ricos em nutrientes e têm elevados níveis de cálcio, ferro, potássio e magnésio. Acredita-se que a iguaria também tenha valor medicinal, ajudando a digestão, aumentando a libido, melhorando a voz, aliviando as crises de asma, melhorando a concentração e fortalecendo o sistema imunológico. Os ninhos de passarinho são consumidos em sopa. Depois de colhidos, eles são lavados para a retirada de penas e vendidos a restaurantes, onde são servidos cozidos em caldo de galinha. Durante o processo de cozimento, os ninhos soltam uma substância que confere textura gelatinosa à sopa.
Em Hong Kong, o preço de um pratinho da sopa de ninho de passarinho custa de US$ 30 a US$ 100.

3. África e Ásia: Cérebro de macaco

Cérebro de macaco servido na cabeça do bicho no filme 'Indiana Jones e o Templo da Perdição'


Reprodução
Cérebro de macaco servido na cabeça do bicho no filme ‘Indiana Jones e o Templo da Perdição’



   
A cena ficou imortalizada no filme “Indiana Jones e Templo da Perdição”: em um jantar repleto de comidas impensáveis, cabeças de macaco são servidas aos convidados com o cérebro exposto para o consumo. Mas em países como a China, a Malásia, o Vietnã, a Indonésia e Tailândia, o miolo do macaco é retirado da cabeça, limpo, cozido e servido com molho temperado em um prato comum. O miolo do animal é rico em gordura, proteína e fósforo, mas muitos o consomem por acreditar que podem ficar mais inteligentes.
Em outros países da Ásia e na África, há quem prefira comer o cérebro diretamente no crânio do animal ainda vivo. Aos olhos das sociedades protetoras de animais, a prática é uma atrocidade. O animal é mantido vivo, preso em uma gaiola de ferro com a cabeça para fora, como numa bandeja, e depois de ter os pelos raspados e a cabeça lava, a tampa do crânio é retirada. Munidos de uma colher especial, os comensais se servem do cérebro ainda pulsante do animal agonizante.

4. China: Pênis de touro, cachorro, cavalo, veado…


Ensopado de pênis de touro

Valentino Herrera / TripFood.com
Ensopado de pênis de touro


  
Para os chineses, o pênis de touro é um afrodisíaco com as mesmas propriedades do Viagra. Segundo a tradicional medicina chinesa, se cozido com as ervas certas, ele tem a capacidade de deixar quem o come com um desejo sexual incontrolável. Mas mesmo para os chineses, e embora seja encontrado nos mercados, o pênis de touro é um tabu culinário. Não é todo mundo que se aventura a provar a carne firme, cheia de tendões, do órgão sexual do touro. Assim como é preciso experiência para prepará-lo corretamente. Para que a carne não fique com gosto de urina e dura, o cozinheiro precisa abrir o pênis e lavar muito bem o canal da urina que corre ao longo do órgão, depois, deve cozinhá-lo por, no mínimo, quatro horas e servi-lo como numa sopa.
Em Pequim há um restaurante especializado em órgãos genitais de animais. O Guolizhuang tem vários tipos de pênis (cavalo, boi tibetano, cachorro russo, veado, bode da Mongólia, de touro, de foca, de burro) quatro de testículos no cardápio (de galo, de bode, de boi e de cavalo). Lá os pratos recebem nomes pomposos, como “Cabeça coroada com bracelete de jade”, feito com pênis de cavalos da região de Xin-jiang, e “Dragão na chama do desejo”, feito com pênis de boi tibetano cozido inteiro, frito e flambado.

5. Japão: Fugu

O fugu é o único alimento que não pode ser servido ao imperador japonês

© microgen (alto) / © sintaro / iStockphoto
O fugu é o único alimento que não pode ser servido ao imperador japonês


  
No livro “O Clube dos Anjos”, de Luís Fernando Veríssimo, um grupo de dez amigos promove encontros gastronômicos mensais em que o maior prazer proporcionado pela comida é a possibilidade da morte. A cada novo jantar, o prazer era ampliado pelo envenenamento eminente. E é descrevendo esse prazer que o fugu é apresentado ao protagonista da história por um integrante de uma sociedade secreta japonesa comedora do peixe venenoso conhecido por aqui como baiacu. Sim, o fugu é venenoso. E, sim, muita gente paga uma fortuna para comer a iguaria que pode matar em minutos caso não seja preparada adequadamente. O motivo? É Lucídio, o misterioso personagem do livro, que explica: “O prazer de comer o fugu é triplicado pelo risco de morte. A perspectiva de morrer a qualquer momento, em segundos, produz uma reação química que realça o sabor do fugu”.
O governo japonês calcula que cerca de 20 mortes por ano são causadas pelo envenenamento por fugu. Por isso, o peixe só pode ser preparado por mestres especializados treinados no Japão em um curso de três anos. Neste curso, o especialista aprende a retirar o veneno concentrado nas gônadas, no fígado e na pele do peixe sem que a carne seja contaminada. O fugu contém o veneno tetrodotoxina (TTX), que é dez vezes mais letal que o cianeto e que age como bloqueador do canal de sódio. O veneno mata a vítima por asfixia provocada pela paralisação paulatina dos músculos do corpo (pés, mãos, cérebro, pulmões e coração). Não existe antídoto para o veneno.
Uma refeição completa de fugu custa muito caro. Em alguns restaurantes americanos onde a iguaria é servida, o prato chega a custar mais de US$ 350. No Japão, chega a 20 mil ienes (cerca de R$ 350 reais). Por ser tão cara, a carne do fugu é cortada em fatias finíssimas para aproveitar o máximo – as fatias são tão finas, que é possível enxergar o fundo do prato através da carne. O fugu pode ser comido cru, como sashimi (fugu sashi), arrumado no prato em forma de crisântemo, frito e servido no saquê quente (hire-zake) ou cozido no vapor com legumes (fugu shiri). Quem provou e viveu para contar diz que o sabor da carne de fugu nem é tão bom assim, além de a carne ser um tanto rija.

6. Venezuela, Camboja e Austrália: Tarântulas


Tarântulas, ou caranguejeiras, são comidas assadas, fritas ou na brasa

Acrocynos – GNU Lincense (alto) / R1 Concepts Inc
Tarântulas, ou caranguejeiras, são comidas assadas, fritas ou na brasa


Aranhas são bichos que mexem com nossos medos mais profundos. Mas venezuelanos, cambojanos e australianos não temem o aracnídeo. Ao contrário, adoram comê-los fritos, na brasa ou assados. Na verdade, não é qualquer espécie de aranha que pode ser devorada pelo homem. A ideal – e preferida – é a tarântula, ou caranguejeira: o bichão peludo que geralmente é usado em cenas assustadoras de filmes tem a maior parte da carne concentrada no abdome.
Antes de consumir a tarântula, no entanto, é preciso despelá-la. Isso é feito colocando-a diretamente na chama, para que os pelos altamente irritantes sejam queimados, evitando que se alojem no pulmão de quem a come. Na Venezuela, a tarântula é consumida assada na brasa, como churrasco, pela população indígena: eles caçam a tarântula gigante na toca, embrulham-na em folha de bananeira e depois a assam na brasa. No Camboja, onde era fonte principal de alimento da população faminta na época do Khmer Vermelho, a aranha é temperada com sal e alho, frita e servida em espetos ou em bandejas. Na Austrália, embora ela seja consumida principalmente pelos aborígenes, a caranguejeira também faz parte de algumas receitas elaboradas por chefs renomados (flambada no brandy).

7. Filipinas: Balut

O balut é apreciado pelo equilíbrio de sabor e textura
                                                                                                                    Marshall Astor/ CC 2.0
                                                                                   O balut é apreciado pelo equilíbrio de sabor e textura

Quase todo mundo gosta de ovo cozido. Mas e se o ovo viesse premiado com um feto quase totalmente desenvolvido? Pois essa é uma iguaria que os filipinos vendem nas ruas e adoram comer pelo equilíbrio de texturas e sabores. O balut é um ovo de pata com um embrião desenvolvido de 17 dias – até o ponto de ter penas e bico. Ele é cozido e depois comido na casca, mergulhado em molho de soja e vinagre ou temperado com sal, suco de limão, pimenta-do-reino e coentro. Ao descascar o ovo é possível ver o feto do pato com sua pele translúcida, os olhos e tudo. Quem já provou diz que os ossos da ave conferem à iguaria uma consistência crocante. Não raro, as penas malformadas ficam presas entre os dentes, como um fiapo de manga. Reza a lenda que o balut tem propriedades afrodisíacas. Nas Filipinas, o balut é servido como entrada em restaurantes: cozido, frito em omeletes ou como recheio de tortas.

8. Itália: Casu marzu


Casu marzu pronto para consumo
Shardan / CC 2.0
Casu marzu pronto para consumo


Entre um “queijo” feito com cabeças de porco, boi e cordeiro cozidos – especialidade sueca – e um queijo de leite de ovelha em estado de decomposição, ganha a iguaria sarda no quesito comida bizarra. Chamado de casu marzu, que significa literalmente queijo podre, o queijo italiano produzido na região da Sardenha é um pecorino maturado por larvas vivas de moscas. Não, você não leu errado. Os produtores do casu marzu introduzem, deliberadamente, ovos da mosca Piophila casei (ou a própria mosca deposita seus ovos nas grandes peças do queijo deixadas em ambiente aberto), cujas larvas promovem uma fermentação avançada do alimento.
A textura do queijo fica macia, quase cremosa, graças ao ácido liberado do sistema digestivo dos vermes que quebra os lipídios do queijo. Quando atinge o ponto certo para ser “degustado”, o casu marzu tem milhares de vermes. Na hora de consumir, o queijo é colocado dentro de um saco de papel vedado, para que as larvas vivas pulem para fora do queijo em busca de oxigênio, produzindo um som como o estouro de pipocas. Quando o barulho diminui e para por completo, é sinal de que as larvas estão mortas e o queijo já pode ser comido.
A retirada das larvas não é uma regra. Há quem prefira ingerir o queijo com os bichos ainda se contorcendo nas fatias de pão sardo umedecido em que ele é servido – como é mostrado no vídeo abaixo. Detalhe: para que as larvas não saltem do queijo para o rosto ou os olhos, quem come o queijo com elas costuma colocar a mão sobre o lanche para evitar ser atingido pelo verme.
9. Brasil: Caldo de turu

Caldo de turu, espécie de minhoca que vive em troncos podres do mangue marajoara

                                                                                  Abrazsel/Brasil Sabor
Caldo de turu


Prato predileto dos ribeirinhos da Ilha de Marajó, no Pará, o turu é um molusco que vive dentro de troncos de árvores apodrecidas nas águas salobras do mangue marajoara. Parecido com uma lombriga branca e leitosa, o turu tem textura gelatinosa e pegajosa e é consumido pelo catadores cru, com algumas gotas de limão e um pouco de sal. Chega a medir até um metro e meio e tem a espessura de um polegar de circunferência. Quando chega à cozinha dos restaurantes e pousadas da região, já limpos, é consumido como sopa, como caldo (a receita é ensinada sem medidas exatas e com variações que incluem leite de coco e vinagrete de alho, cebola, limão, tomate e azeite), à milanesa ou cru, temperado como o ceviche peruano.
Com gosto muito parecido com o da ostra e do mexilhão, o turu é rico em cálcio (cada 100g contém 153 mg de cálcio), ferro (55 mg/100g), potássio (117 mg/100g) e magnésio (71mg/100g) e tem baixo teor de gordura (0,7g/100g). Os dados são da tabela nutricional de alimentos aborígenes da Austrália, onde o turu também é encontrado e consumido.

10. Brasil: Farofa de içá (tanajura)

E a bundinha da formiga içá vira uma farofa crocante

CC (alto) / Reprodução Pastel de Feira
E a bundinha da formiga içá vira uma farofa crocante


Não é só do outro lado do mundo que os insetos fazem parte do cardápio humano. No Brasil, a içá (tanajura), fêmea rainha da saúva, é amplamente consumida em áreas rurais do sudeste do país, principalmente no Vale do Paraíba (SP). Comida dos primeiros habitantes do país, os índios brasileiros, a içá acabou caindo no gosto do sertanejo e dos tropeiros. A época ideal da “colheita” da içá são os meses de setembro e outubro, quando as formigas saem aos bandos em busca de comida após o inverno.
Rica em proteínas, a içá tem baixo teor de gordura e alto teor de fósforo e ferro. Ela é consumida torrada ou em farofas com farinha de mandioca grossa, depois de retirados o abdome e as pernas, só sobrando a bunda gordinha da tanajura. Quem já provou diz que a formiga tem gosto de amendoim. Mas há quem diga que ela tem um leve sabor de crustáceos. O que confere à iguaria seu sabor peculiar, no entanto, é a textura crocante da bundinha da rainha que está recheada de ovas.

11. África do Sul: Lagartas fritas

Na África, da lagarta da mopane é consumida frita e acompanhada de um molho
JackyR – CC (alto) / camnian – Flickr
Na África, da lagarta da mopane é consumida frita e acompanhada de um molho


Parece tarefa de reality show de sobrevivência na selva, mas comer um prato de lagartas é algo bastante comum em países do sudeste africano, como Botsuana, Zimbábue, Moçambique, Zâmbia, Namíbia, Angola e Malawi. As lagartas azul-esverdeadas (Imbrasia belina) se alimentam das folhas da mopane, árvore que só ocorre na África. São bem bonitinhas na árvore, mas perdem o apelo depois de colhidas (os galhos são chacoalhados e elas caem no chão), terem o interior espremido para fora, e serem cozidas e secas no sol para reidratação quando necessário. Fonte fácil e gratuita de alimento, a lagarta da mopane contém 60% de proteína e grande quantidade de fósforo, ferro e cálcio. Mas ela tem época certa de colheita: um pouco antes de fazer o casulo, caso contrário, não são tão nutritivas e saborosas. Quem já provou a iguaria diz que o sabor é como o de um papel cartão temperado. Talvez seja por isso que ela geralmente seja servida com um molho. O restaurante Iyavaya, em Joanesburgo, costuma servir a lagarta da mopane frita e acompanhada por molho de tomate apimentado. Ao que parece, a receita faz sucesso, já que o restaurante encomenda 40 kg do verme a cada duas semanas.

12. China: Espetos de insetos

Escorpiões, baratas, besouros e cavalos-marinhos dividem as bandejas de espetinhos à venda em barracas de Pequim
 Divulgação / China Guide
Escorpiões, baratas e cavalos-marinhos dividem as bandejas de espetinhos à venda em barracas de Pequim

Antes da existência dos fast food e das fazendas, os insetos alimentaram caçadores pré-históricos do mundo todo. A entomofagia, ou o hábito de comer insetos, é ainda é praticada por milhões de pessoas em sociedades tradicionais, como a asiática e a africana. São fontes de alimento ricas em gordura e proteína e podem ser encontradas em abundância na natureza. Em países como a China, o Vietnã e o Camboja, os insetos são vendidos em barracas na rua, em restaurantes especializados e em mercados.
Quem visita Pequim encontra a iguaria em bandejas dispostas nos balcões. Lá espetinhos de escorpiões, baratas e besouros dividem o espaço com grilos, cavalos marinhos e estrelas-do-mar. Além de serem apreciados pelo sabor e pela textura, esses alimentos são consumidos por suas propriedades medicinais e energéticas. Segundo os chineses, o escorpião tem a capacidade de esquentar o sangue quando o clima está frio, aumentar a virilidade de quem o come e curar certas doenças. O cavalo-marinho, de aumentar a libido e a capacidade sexual. E as baratas, de aumentar a força muscular. Vai encarar?


13. Sannakji – polvo vivo
Nakji, o pequeno polvo nativo dos mares da Coreia, é servido vivo, inteiro ou cortado em pedacinhos, temperado com gergelim e óleo de gergelim. As ventosas do nakji continuam ativas e podem – atenção – fazer engasgar aquele que se atreve a comê-lo. Por isso, se algum coreano te oferecer um prato de polvo vivo, mastigue bem, para evitar que ele grude na sua língua ou na sua garganta.

14. Placenta de veado
Na China, mais especificamente em Xangai, você pode pedir a apetitosa (???) sopa de placenta de veado, preparada com cogumelos, flores, galinha preta e, é claro, placenta de veado. Quem já experimentou diz que a sopa é até boa, mas a placenta é meio difícil de mastigar.

15. Língua de pato
(imagem: Chichi Wang/Serious Eats)
E você achava que pato não tinha lingua! Não só tem, como ela serve de alimento para os mais corajosos. Fritinha ou ensopada, ela pode ser consumida na China, em Taiwan e também em restaurantes orientais ao redor do mundo
16. Porquinho da índia
Sim, você pode comer o bichinho de estimação da sua irmã – e alegar que é uma tradição inca. Na Bolívia, Peru e Equador, especialmente na região andina, porquinho da índia assado (localmente chamado de “cuy”) é parte importante da dieta. Ainda que seja até gostoso (já provei), é muito chato ver o porco inteiro assado no seu prato, além de ser um bichinho muito cheio de ossos e com pouca carne.
17. Cérebro de porco
Apesar de ser nojeeeeeeeeeeenta bem esquisita, a iguaria pode ser encontrada até em versões enlatadas com creme de leite em alguns países. No rótulo da comidinha está escrito que a porção possui 1.170% da quantidade diária de colesterol recomendada para uma dieta de 2.000 Kcal. O ataque de coração mandou um abraço.

E por fim....

Entendo que alimentação é algo cultural. Algumas comidas que considero  asquerosas podem ser completamente normais em outras culturas.
Mas isso não me  impede de fazer cara feia para algumas iguarias. E como estes abaixo, bem difíceis de engolir.
Baratas, aranhas, escorpiões, grilos,
 formigas, bichos da seda e outros artrópodes
No sudeste asiático, todos esses artrópodes são vendidos nas ruas em barracas de espetinhos, como esta da foto, na Tailândia. Alguns desses bichinhos cheios de patas também aparecem no cardápio de outros países, como na Colômbia (eles comem tanajuras fritas – já provei, tem gosto de cravo e é crocante). Esse costume pode chegar por aqui mais rápido do que você pensa, já que o Brasil estuda incluir insetos na dieta básica do povo para combater o aquecimento global.

Fonte: Comutudofunciona e Superabril

Em 97 ou 98 ouvi falar sobre o assunto atráves de uma conhecida que tem sequelas de uma paralisia infantil. Achei o assunto complexo e dei uma olhada por cima do assunto, na época procurando comunidades do orkut. O assunto era meio Tabu. Em busca de algo diferente para falar hoje, lembrei dos "devotees". E fui atras do assunto. I love technology. by Deise

 Devotee: Descoberta e Informação

Em julho de 1999, durante uma conversa na sala de bate-papo de um site destinado a pessoas com deficiência, fui informada sobre a existência de homens que se sentiam sexualmente atraídos por mulheres desse grupo de pessoas. Fiquei sabendo, então, que esses homens freqüentavam as salas de bate-papo e os murais de recados dos sites destinados a essas pessoas para fazer contato.
Com a descoberta de que existiam sites, contendo fotos e vídeos de mulheres com deficiência, como se fossem uma espécie de Playboy virtual, especificamente destinada a esses homens, senti como se estivesse descobrindo as peças faltantes de um quebra-cabeças que, há algum tempo, eu tentava montar, pois ao longo de minha vida, enquanto pessoa deficiente e militante do movimento em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, já havia me deparado com alguns homens que apareciam ter uma preferência sexual acentuada por nós.
Porém, até então, julgava esses casos como manifestações isoladas, sem interesse. Com a descoberta desse universo paralelo, regido por leis desconhecidas, esses “casos isolados” se revestiram de importância pois, obviamente, eram parte de um evento muito mais sofisticado do que eu imaginava.
Descobri, a partir de minhas pesquisas, que além de não se tratar de “casos isolados”, havia toda uma terminologia que definia o fenômeno e suas características. Existem os devotees que são pessoas (homens ou mulheres, hetero ou homossexuais) que se sentem sexualmente atraídas por pessoas com deficiência. Há também os pretenders que são pessoas que, além de serem devotees, sentem-se sexualmente estimuladas quando fingem ser deficientes, utilizando, em público ou privadamente, equipamentos como cadeira de rodas, muletas, bengalas, aparelhos ortopédicos. Além disso, existem os wannabes, que são devotees que desejam tornar-se, de fato, deficientes.
Embora tenha ganho visibilidade a partir do advento da Internet, segundo artigo do Dr. Richard L. Bruno, do Instituto de Pós-pólio do Hospital de Englewood, de Nova Jersey, EUA, a literatura médica relata casos de devotees desde 1800 e casos de wannabes são documentados a partir de 1882, “sem que, no entanto, suas causas tenham sido devidamente esclarecidas”.
Tomando por fontes diversos devotees, com os quais mantenho contato virtual, fiquei sabendo que em outros países como, por exemplo, Estados Unidos e Inglaterra, há alguns anos, esse assunto tem sido objeto de estudo e discussão, não apenas entre os profissionais da área médica, mas também entre as pessoas com deficiência e suas organizações representativas.
Até onde pude descobrir, não existem estudos sobre o devoteísmo no Brasil. Este assunto nunca foi objeto de discussão por parte das instituições prestadoras de serviço, nem pelas organizações de pessoas com deficiência, permanecendo, até agora, desconhecido, embora sejam óbvias suas implicações para esse segmento da sociedade.
Para modificar esta realidade, concluí que era necessário iniciar uma investigação para saber mais sobre o assunto. Este trabalho contém, pois, algumas reflexões pessoais, troca de idéias com outras pessoas com deficiência e com devotees, além do resultado parcial de um questionário respondido (via internet) por devotees ).
A partir da troca de experiências com outras pessoas com deficiência, percebi que, geralmente, a descoberta do devoteísmo é seguida por cinco fases distintas. Primeiro, a incredulidade: “Não é possível.
Isto não existe.” Depois, vem o medo do desconhecido: “O que é isso? O que significa? Deve ser perigoso”. Em seguida, a perplexidade: “Então é isto o que me resta? Todas as pessoas que já se interessaram ou vão se interessar sexualmente por mim foram ou são devotees?” Posteriormente, é a vez da raiva: “Como eles se atrevem a sentir tesão por uma condição que, em algum momento da vida das pessoas deficientes, representou, representa ou representará perda, dano, dor, sofrimento, discriminação, exclusão?” Por fim, advém a fase da aceitação/fascinação: “Isto existe. É inusitado e muito interessante!
Preciso saber mais a respeito”. É claro que nem todas as pessoas, deficientes ou não, passam por todas essas fases e, quando passam, não é necessário que seja nessa ordem.
A partir do contato virtual com os devotees, percebi que a descoberta de seus sentimentos e desejos em relação às pessoas com deficiência, geralmente, se dá na infância e adolescência, e que a convivência com essa descoberta, quase sempre, é acompanhada pela angústia causada pelo isolamento decorrente do enorme segredo que elas carregam. Os devotees com quem tenho mantido correspondência, são unânimes em relatar a sensação de que – até que a Internet viesse resgatá-los desse lugar isolado – consideravam-se os únicos no mundo a terem esses sentimentos. Além disso, a proteção oferecida pelo anonimato próprio à Internet, propiciou a essas pessoas a oportunidade de trocar experiências e informações com outros devotees e travar contato com pessoas com deficiência, experiências totalmente inéditas para muitas delas.

Pouco a pouco, à medida em que fui tomando contato com os relatos povoados por sentimentos de culpa, vergonha e medo, pude perceber pessoas tridimensionais, nas quais, anteriormente, tinha identificado apenas tarados dignos de internação. Evidentemente, nem todos são iguais. Os próprios devotees se referem àqueles que, em sua ânsia de realizar suas fantasias sexuais, não medem as conseqüências de seus atos e suas palavras e podem causar danos emocionais em pessoas com deficiência que, por desconhecimento, pensam estar obtendo uma coisa quando, na verdade, estão recebendo outra, não necessariamente pior.
Algumas pessoas com deficiência que (em virtude das limitações físicas e sociais impostas pela própria deficiência) não tiveram muitas oportunidades de ter experiências sexuais e/ou afetivas, ao tomarem conhecimento da existência dos devotees, imaginam que estes podem ser a resposta às suas preces. Outras, por outro lado, crêem que envolver-se com devotees significa necessariamente expor-se ao abuso.
O objetivo deste trabalho – mais do que difundir a informação – é suscitar a discussão, que pode colaborar para o estabelecimento de contatos positivos entre as partes. Creio que é possível amenizar a angústia do isolamento e o medo do desconhecido através da nomeação deste lugar ainda oculto pelas sombras da ignorância.

Resultados Parciais da Pesquisa sobre DEVOTEES E PESSOAS com DEFICIÊNCIA.

De acordo com as respostas obtidas através do questionário disponível no site “Pesquisa sobre Devotees e Pessoas Deficientes” (http://sites.uol.com.br/devotee), concluímos que 84% dos pesquisados são homens, heterossexuais, com uma faixa etária média de 30 anos de idade. A porcentagem de mulheres é de 16%.
Dentre os devotees (homens e mulheres) pesquisados, 78,57% nunca sentem desejo de fingir e/ou de se tornar deficientes. Uma porcentagem de 14,29% afirmam ter freqüentemente desejos que caracterizam pretenders/wannabes, enquanto 7,14% deles dizem apresentar estas características apenas eventualmente.
Segundo 85,71% dos pesquisados, existem basicamente dois tipos de devotees: os que buscam um relacionamento e se interessam pelas pessoas deficientes e aqueles que buscam apenas uma satisfação sexual imediata. Há uma grande preferência por pessoas com algum tipo de amputação (78,57%), seguida por portadores de pólio e outros tipos de deficiência (21,43%). Quanto mais severa e incapacitante for a deficiência, mais atraente ela se torna para 14,29% dos pesquisados. A maior parte deles (71,43%) tem predileção pela presença de algum tipo de equipamento assistivo (aparelhos, bengalas, muletas, cadeira de rodas etc.).
Sexualmente falando, a satisfação de 7,14% dos pesquisados é exclusiva com pessoas com deficiência, enquanto 28,47% deles afirmam relacionar-se satisfatoriamente também com não deficientes. A maioria (64,29%) não soube responder, já que nunca teve a oportunidade de manter uma relação sexual com uma pessoa com deficiência.
Verificamos que 92,86% não conseguem explicar para si mesmos os motivos pelos quais possuem essa fascinação. Solicitados a definir sua preferência, 57,14% usaram as palavras “estranho”, “desvio sexual”, “fetiche”, e “tara”, enquanto 28,57% acreditam que trata-se de “uma atração normal”. Dos pesquisados, 42,86% acreditam ou já acreditaram que a sua fascinação poderia ser uma “doença ou um desvio de personalidade”. Metade deles não acredita nisso e 7,14% não responderam à pergunta.
Geralmente, a descoberta da atração por deficientes ocorre na infância e adolescência (em 85% dos pesquisados), ocasionando sentimentos de “vergonha”, “desconforto”, deslocamento (“por ser diferente”) ou “satisfação”. O sentimento de desconforto causado por essa preferência (relatado por 71,43%) faz 21,43% dos pesquisados desejarem uma forma de se livrar dela, enquanto 64,29% dizem não desejar uma “cura”.
Por “vergonha e medo de serem tratados com preconceito”, a maioria (57,14%) nunca contou a ninguém sobre essa preferência. Os que contaram (42,86%) o fizeram para pessoas de seu relacionamento muito íntimo, como esposa(o), namorada(o) e mãe. Esses relataram que a reação sobre essa confidência despertou sentimentos que foram da incredulidade à compreensão, passando pelo choque e a recriminação.
A possibilidade de conversar sobre sua preferência com outras pessoas, especialmente com as portadoras de deficiência, é considerada benéfica para 71,43% dos pesquisados. Quase todos (85,71%) acreditam que trazer à tona e discutir as questões que envolvem devotees e pessoas deficientes pode trazer benefícios a ambos os segmentos, promovendo a quebra de preconceitos e o entendimento mútuo. Metade deles conhece e/ou troca informações com outros devotees. A maioria (64,29%) afirmou não adotar nenhuma estratégia específica para fazer contato com pessoas deficientes, enquanto 21,43% utilizam a internet e 14,29% dizem se comportar normalmente.
As salas de bate-papo e os murais de recados dos sites destinados a deficientes são acessados com freqüência por 71,43% dos pesquisados para estabelecer contato com portadores de deficiência. A utilização eventual da internet é relatada por 7,14%, enquanto 21,43% afirmam não usar esse recurso.
Depois de estabelecer um contato, que pode incluir ou não um relacionamento sexual, 42,86% dos devotees se sentem “culpados” e “envergonhados”, enquanto 57,14% se sentem “felizes” e “satisfeitos”.

Ao buscar um contato com pessoas deficientes, 64,29% afirmam desejar estabelecer um relacionamento que inclua, além de sexo, convívio social, amizade e namoro. Apenas 14,29% dizem buscar somente uma satisfação sexual. Quase todos os pesquisados (85,71%) afirmaram que estariam dispostos a assumir um casamento e/ou um compromisso duradouro com uma pessoa com deficiência. Os casados (21,43%) afirmam que eventualmente buscam contato. A maioria (57,14%) acredita que os devotees deveriam adotar uma conduta ética que permeasse a aproximação e o relacionamento com deficientes, mas 42,86% discordam disso.
A decisão de informar sua condição de devotee às pessoas deficientes com quem estabelecem contato é tomada freqüentemente por 42,86% dos entrevistados. A reação da pessoa informada foi descrita por metade dos pesquisados como sendo “assustada”, “curiosa” ou “normal”. Dentre os 57,14% que disseram não informar, encontram-se os que nunca tiveram nenhum contato com pessoas com deficiência e os que não informam por “medo da reação” da pessoa. Muitos (64,29%) acreditam que as pessoas com deficiências se sentem “ultrajadas”, “um objeto”, quando descobrem a fascinação por parte dos devotees, enquanto 21,43% acreditam que os deficientes consideram isso “normal” e 7,14% não sabem dizer como as pessoas com deficiência se sentem.
Grande parte deles (57,14%) considera as pessoas com deficiência “pessoas normais”, “com algumas limitações”, enquanto 35,71% acreditam que os portadores de deficiência são pessoas que “precisam de carinho”, “atenção”, “amizade” e “cuidados”. Metade dos pesquisados tem se mantido informada sobre as questões de interesse das pessoas com deficiência, tais como direitos e acessibilidade, mas apenas 42,86% participam ou gostariam de participar do movimento organizado das pessoas com deficiência em defesa de seus direitos.
Praticamente todos (92,86%) afirmaram que ficariam “felizes” se um membro da própria família se sentisse também atraído por pessoas com deficiência. E embora ficassem “tristes”, 64,29% disseram que fariam tudo para ajudar e apoiar um membro de sua família que tivesse uma deficiência, sendo que 21,43% agiriam “normalmente” se isso acontecesse e 7,14% se sentiriam “culpados”.
Quase todos (85,71%) classificaram como sendo “ilegal”, “condenável” e “um absurdo” o fato de que muitas das pessoas com deficiência não tenham autorizado o uso de sua imagem ou sequer tenham conhecimento da veiculação de suas fotos ou vídeos nos sites dirigidos a devotees. Apesar disso, todos os que responderam o questionário visitam esses sites, sendo que 71,43% sentem-se sempre excitados; 14,29% não se sentem excitados e 14,29% sentem-se eventualmente excitados. Quase todos colecionam (78,57%) fotos e vídeos de deficientes que foram obtidos via internet (42,86%) ou por outras formas (28,57%).
Conclusão

Conhecer os sentimentos, tanto dos devotees quanto das pessoas com deficiência, a partir de uma discussão desarmada sobre o assunto, é a melhor (e talvez a única) estratégia de que dispomos para compreender o devoteísmo e o que ele representa, ou pode representar, tanto para os devotees quanto para as pessoas objeto de seu desejo.

Fonte: Bengala Legal





Ainda falando de Devotees
Quando se fala de sexo e deficiência física a coisa parece do outro mundo para algumas pessoas...Dentro de tantas preferências, fantasias, desejos e fetiches desejar uma pessoa que tem limitação física parece algo estarrecedor...
Há pessoas que desejam pessoas do mesmo sexo.
Há pessoas que desejam gordinhos...Fato!
Há pessoas que desejam alguêm que fisicamente esta fora dos padrões de perfeição física ditados pela mídia.
Há sentimentos envolvidos,ou não, como em qualquer relação.
O amor leva ao desejo embora nem sempre o desejo leve ao amor.Outro fato!
Se limitarmos nossos envolvimentos pessoais a pessoas esteticamente perfeitas, muitos de nós, pobres mortais,estaríamos sozinhos até hoje...
Conheço homens que não estão dentro dos padrões de beleza masculina, mas que são tão bonitos em sua forma de ser e agir... Homens tão inteligentes a ponto de despertarem o desejo em qualquer mulher...
Sexo não é só corpo. Sexo é todo o envolvimento entre eles. O corpo é que exterioriza o prazer que se sente.
Quando você vive se importando com padrões vive numa ditadura...
Mas nossa mente é tão fantástica que faz com o que antes nem sonhávamos, de repente, passe a ter um brilho especial.
Ninguem é obrigado a não seguir padrões. Mas,também, ninguem é obrigado a aceitar tudo.

Acho que o mais importante nisso é passar ao leitor que a beleza física assim como a perfeição não é e jamais poderá ser imposta. Ela é ampla e discutível.

Ouso dizer que homens de verdade não desejam só o corpo nem parte dele, eles desejam todo o conjunto,e nesse conjunto esta a simpatia, a inteligência e a auto-estima da mulher. A não ser que ele converse com a perna e consiga sentir prazer somente com ela. Ai, eu volto e digo: Perdão. Errei.
O mundo é feito de diferenças que juntas se completam. Somos parte de um quebra-cabeça.
Eu costumo dizer que o único preconceito que tenho esta relacionado a deficiência de caráter
No blog do Jota Ene tive o prazer de discutir com ele essa questão dos Devotees. Jota, é um homem extremamente inteligente e entende exatamente aquilo que digo. Leia mais sobre o assunto nos comentários da matéria.

by blog da Liberdade


Resumindo: 
Devotees são pessoas (homens ou mulheres, hetero ou homossexuais)
que se sentem sexualmente atraídas por pessoas com deficiência. Há
também os pretenders que são pessoas que, além de serem devotees,
sentem-se sexualmente estimuladas quando fingem ser deficientes,
utilizando, em público ou privadamente, equipamentos como cadeira de
rodas, muletas, bengalas, aparelhos ortopédicos. Além disso, existem os
wannabes, que são devotees que desejam tornar-se, de fato, deficientes.
A descoberta de seus sentimentos e desejos em relação às pessoas com
deficiência, geralmente, se dá na infância e adolescência, e que a
convivência com essa descoberta, quase sempre, é acompanhada pela
angústia causada pelo isolamento decorrente do enorme segredo que elas
carregam.
Existem basicamente dois tipos de devotees: os que buscam um relacionamento e se interessam
pelas pessoas deficientes e aqueles que buscam apenas uma satisfação sexual imediata.
Há uma grande preferência por pessoas com algum tipo de amputação, seguida por portadores de pólio e outros tipos
de deficiência. Quanto mais severa e incapacitante for a deficiência, mais atraente ela se torna. A maior parte deles tem predileção pela presença de algum tipo de equipamento assistivo (aparelhos,
bengalas, muletas, cadeira de rodas etc.).
Grande parte dos devotees considera as pessoas com deficiência "pessoas normais", "com algumas limitações", enquanto a os que
acreditam que os portadores de deficiência são pessoas que "precisam de carinho", "atenção", "amizade" e "cuidados".

by Amor sem Preconceito


Ao contrário do que a maioria pensa, não é um movimento isolado, e eles tem uma presença forte na web, existem devotees que criam comunidades no Orkut onde mantêm contato com pessoas, e trocam experiências.
Através dessas comunidades, eles aproveitam para se aproximarem de mulheres na rede e assim conseguirem fotos, vídeos que são vendidos em um mercado negro.


Fotos cedidas por Eccentra Hobble

Ainda há os pretenders, devotees que se passam por deficientes, porque se sentem estimulados nesta situação e para isso, usam equipamentos como cadeira de rodas, muletas, bengalas, aparelhos ortopédicos.
 
O que o Second Life tem a ver com tudo isso? Não há lugar melhor na web que um simulador de vida real para um devotee pretender criar um personagem e dar asas a sua fantasia. 
No second Life ele pode usar equipamentos como cadeira de rodas, muletas sem jamais alguém desconfiar que é um devotee. Isso não quer dizer que todo usuário que usar uma cadeira de rodas seja um prentender, alguns usam por simples curiosidade.
Os Devotees não fazem questão de se esconderem, no Second Life, há lands para diversão, como a Vênus Girl, um land com 4 alas, sendo Neko Vênus, Gothic Vênus, Cyber Vênus e Princess Vênus.

Gothic Vênus , ala na Vênus Girl
Uma moça informou que a land anda vazia, mas há outros lugares freqüentados por devotees. Também há grupos de admiradores de amputadas no Second Life, como o Real Amputees and their Admirers, de Stacie Static, muitos membros desses grupos são devotees.
A internet está cheia de novidades e fantasias, que podem assustar em um primeiro momento, mas manter a mente voltada para o aprender é importante, e conhecer as outras faces,até obscuras, é algo que pode ensinar a todos como se portar na rede. O Second Life é mundo cheio dessas novidades, basta abrir o coração, vencer seus preconceitos e sair pelo mundo.

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