domingo, 8 de janeiro de 2012

O fator fundamental que nos obriga a jamais esquecer da história, é para não corrermos o risco de repetir as mesmas sandices. Há quemnãosaiba hoje, quem foi Adolf Hitler. Possivelmente nao sabe o que é cangaço e muito menos Herzog. Logo... não podemos nos acostumar e comerçarmos a achar normal este tipo de coisa. blogueiro sendo preso por falar a verdade, e como já disse, motivo da propria audiencia, promotor que nemdeveria estar ai, juizes com um entendimento de lei que difere do padrão, blogueiro encontrado enforcado, senador arrancando gravador de repórter, blogueiro apanhando e tendo o timpano estourado, blogueira com ameaça de morte a ela e aos filhos, armações e pouco amparo. corregedores respondendo processos, Parem o mundo que eu quero entender. Estou enganada, ou o eu já vi este filme???? Estão rebobinando???? Olhemos nossos relógios, pois tenho certeza que estamos já há muito atrasados e eu poderia jurar que já tinhamos passado esta fase. by Deise

Vladimir Herzog

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cartaz utilizado por manifestantes faz referência à foto oficial do suposto suicídio de Herzog.
Vlado Herzog (Osijek, 27 de junho de 1937São Paulo, 25 de outubro de 1975) foi um jornalista, professor e dramaturgo nascido na Croácia (à época ainda parte do Reino da Iugoslávia), mas naturalizado brasileiro. Vladimir também tinha paixão pela fotografia, atividade que exercia por conta de seus projetos com o cinema.[1] Passou a assinar "Vladimir" por considerar seu nome muito exótico nos trópicos.

Vladimir tornou-se famoso pelas consequências que sofreu devido às suas conexões com a luta comunista contra a ditadura militar, autodenominada movimento de resistência contra o regime do Brasil, e também pela sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro. Sua morte causou impacto na ditadura militar brasileira e na sociedade da época, marcando o início de um processo pela redemocratização do país.[1][2] Segundo o jornalista Sérgio Gomes, Vladimir Herzog é um "símbolo da luta pela democracia, pela liberdade, pela justiça."[4]

 



 Biografia Heitor Herzog

 Primeiros anos

Herzog nasceu na cidade de Osijek, em 1937, na Iugoslávia (atual Croácia), filho de um casal Judeu: Zigmund e Zora Herzog. Com o intuito de escaparem do Estado Independente da Croácia (estado fantoche controlado pela Alemanha Nazista e pela Itália Fascista), o casal decidiu emigrar, com o filho, para o Brasil, na década de 1940.

Educação e carreira

Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1959. Depois de formado, trabalhou em importantes órgãos de imprensa no Brasil, notavelmente no O Estado de S. Paulo. Nessa época, resolveu passar a assinar "Vladimir" ao invés de "Vlado" pois acreditava que seu nome verdadeiro soava um tanto exótico no Brasil.[2] Vladimir também trabalhou por três anos na BBC de Londres.
Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, de São Paulo. Também foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e, nessa época, também atuou como dramaturgo, envolvido com intelectuais de teatro. Em sua maturidade, Vladimir passou a atuar politicamente no movimento de resistência contra a ditadura militar no Brasil de 1964-1985, como também no Partido Comunista Brasileiro.

[Prisão e morte

Em 24 de outubro de 1975 — época em que Herzog já era diretor de jornalismo da TV Cultura — agentes do II Exército convocaram Vladimir para prestar depoimento sobre as ligações que ele mantinha com o Partido Comunista Brasileiro (que era proibido pela ditadura).[5][6][7] No dia seguinte, Herzog compareceu ao pedido. O depoimento de Herzog era dado por meio de uma sessão de tortura.[5] Ele estava preso com mais dois jornalistas, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, que confirmaram o espancamento.[5]
No dia 25 de Outubro, Vladimir foi encontrado enforcado com a gravata de sua própria roupa. Embora a causa oficial do óbito, divulgada pelo governo ditatorial da época, seja suicídio por enforcamento, há consenso na sociedade brasileira de que ela resultou de tortura, com suspeição sobre servidores do DOI-CODI, que teriam posto o corpo na posição encontrada, pois as fotos exibidas mostram Vlado enforcado.[5] Porém, nas fotos divulgadas há várias inverossimilhanças. Uma delas é o fato de que ele se enforcou com um cinto, coisa que os prisioneiros do DOI-CODI não possuíam. Além disso, suas pernas estão dobradas e no seu pescoço há duas marcas de enforcamento, o que mostra que supostamente sua morte foi feita por estrangulamento.[5] Na época, era comum que o governo militar ditatorial divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam perecido por "suicídio", o que gerava comentários irônicos de que Herzog e outras vítimas haviam sido "suicidados pela ditadura".

Pós-morte

Vladimir era casado com a publicitária Clarice Herzog, com quem tinha dois filhos. Com a morte do marido, Clarice passou por maus momentos, com medo e opressão e teve que contar para os filhos pequenos o que havia ocorrido com o pai.[8] A mulher, três anos depois, conseguiu que a União fosse responsabilizada, de forma judicial, pela morte do esposo.[8] Ainda sem se conformar, ela diz que "Vlado contribuiria muito mais para a sociedade se estivesse vivo".[8]
Gerando uma onda de protestos de toda a imprensa mundial, mobilizando e iniciando um processo internacional em prol dos direitos humanos na América Latina, em especial no Brasil, a morte de Herzog impulsionou fortemente o movimento pelo fim da ditadura militar brasileira.[9] Após a morte de Herzog, grupos intelectuais, agindo em jornais e etc., e grupos de atores, no teatro, como também o povo, nas ruas, se empenharam na resistência contra a ditadura do Brasil.[9][10] Diante da agonia de saber se Herzog havia se suicidado ou se havia sido morto pelo Estado, criaram-se comportamentos e atitudes sociais de revolução.[9] Em 1976, por exemplo, Gianfrancesco Guarnieri escreveu Ponto de Partida, espetáculo teatral que tinha o objetivo de mostrar a dor e a indignação da sociedade brasileira diante do ocorrido.[11] Segundo o próprio Guarnieri:
[...] Poderosos e dominados estão perplexos e hesitantes,impotentes e angustiados. Contendo justos gestos de ódio e revolta, taticamente recuando diante de forças transitoriamente invencíveis. Um dia os tempos serão outros. Diante de um homem morto, todos precisam se definir. Ninguém pode permanecer indiferente. A morte de um amigo é a de todos nós. Sobre tudo quando é o Velho que assassina o Novo.[12]

Legado

Em 2009, mais de 30 anos após a morte de Vladimir, surge o Instituto Vladimir Herzog. O Instituto destina-se a três objetivos: organizar todo o material jornalístico sobre a história de Vladimir, como meio de auxílio a estudantes, pesquisadores e outros interessados em sua vida e obra;[13] promover debates sobre o papel do jornalista e também discutir sobre as novas mídias,[13] e, por fim, ser responsável pelo Prêmio Jornalistico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que premia pessoas envolvidas no jornalismo e na promoção dos direitos humanos.[13]

 Notas

  1. a b Quem foi Vladimir Herzog, no Instituto Vladimir Herzog. Acesso: 14 de fevereiro, 2009
  2. a b c Daelcio Freitas. "Jornalista morto pelo regime militar: Vladimir Herzog", em Uol Educação. Acesso: 14 de fevereiro, 2009
  3. Biografia Wladimir Herzog Museu da Televisão Brasileira
  4. Gabriela Forte, "28ª EDIÇÃO DO PRÊMIO VLADIMIR HERZOG" (2006), em Faculdade Cásper Líbero. Acesso: 14 de fevereiro, 2009
  5. a b c d e Sem nome. "[Herzog, torturado e morto em outubro de 1975 http://www.unificado.com.br/calendario/10/herzog.htm]". Acesso: 14 de fevereiro, 2009
  6. "Nos Tempos da Ditadura". Acesso: 7 de Novembro, 2009.
  7. "PC DO B ". Acesso: 7 de Novembro, 2009.
  8. a b c Luiza Villaméa, "A memória e o silêncio", em IstoÉ Online. Acesso: 14 de fevereiro, 2009
  9. a b c Ludmila Sá de Freitas, Quando a História Invade a Cena: O Caso Vladimir Herzog (Re)Significado Por Fernando Peixoto em Ponto de Partida (1976) de G. Guarnieri, p. 1
  10. Ludmila Sá de Freitas, Quando a História Invade a Cena: O Caso Vladimir Herzog (Re)Significado Por Fernando Peixoto em Ponto de Partida (1976) de G. Guarnieri, p. 3
  11. Ludmila Sá de Freitas, Quando a História Invade a Cena: O Caso Vladimir Herzog (Re)Significado Por Fernando Peixoto em Ponto de Partida (1976) de G. Guarnieri, p. 2
  12. GUARNIERI, Gianfrancesco. Homenagem a Vladimir Herzog: Vlado, o Ponto de Partida. [www.fpabramo.org.br/especiais/vlado/apresentacao.htm Página Especial da Fundação Perseu Abramo].
  13. a b c Instituto Vladimir Herzog: Primeira Página. Acesso: 14 de fevereiro, 2009.

 Leitura adicional

  • ALMEIDA FILHO, Hamilton. A sangue quente: a morte do jornalista Vladimir Herzog. São Paulo: Alfa-Ômega, 1986
  • JORDÃO, Fernando Pacheco. Dossiê Herzog. Global, 1979.
  • GASPARI, Elio. A Ditadura Encurralada. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  • MARKUN, Paulo. Vlado: retrato de um homem e de uma época. São Paulo: Brasiliense, 1975.
  • MARKUN, Paulo. Meu querido Vlado: a história de Vladimir Herzog e do sonho de uma geração. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.

 Ver também

 Ligações externas

Este assunto sempre me interessa. Mesmo que seja pra morrer de raiva com o resultado. Para quem ainda tem duvidas, vamos lá: O laudo nao poderá vir de outra forma que nao seja homicídio. E os peritos sabem muito bem por que. Pela pequena particularidade que ocorre com o cadáver. Quando a morte é por enforcamento. E não ocorreu com o cadáver do Mosquito. Deve ser por isso o comentário inicial que nao teria sido suicídio. Foi comentado no local. Falei com pessoas que foram os primeiros a chegar, e foi a única pergunta que fiz. Se isso não ocorreu, o Mosquito foi morto FORA DA CORDA, e pendurado lá. Estou no aguardo. Durante minha vida nos jornais devo ter sido premiada com uns cinco enforcados. E todos tinham a mesma característica que é a confirmação, num primeiro momento, do enforcamento. A autopsia é feita para confirmação, nao para criar dúvida. Através da pericia se sabe a hora aproximada da morte, pelo tamanho, cor e temperatura do fígado e outros órgãos, etcetal. No atestado de óbito, pelo que sei, nao saiu nem o horário aproximado. Fizeram autopsia para que? Vou ficar azul avatar se me disserem que não foi feito... Fica fácil demais enterrar pessoas hoje em dia. Desovar era fácil. Enterrar nada fácil e carésimo. Enfim, falando com três pessoas que chegaram ao local primeiro a particularidade nao aconteceu. E quem sabe do que falo, sabe que não tem como não ver. É o detalhe que torna a cena ainda mais cruel para quem tem que ver. É a primeira coisa que olhamos. Na verdade são três. Mas uma é a primeira coisa que vemos, por ser no rosto. O primeiro fiquei seis meses sendo atormentada pela visão, nos meus ainda sensíveis 19 anos. Talvez por isso a proibição da divulgação do nome do legista que assinou o óbito. Dei-me conta ao ver as fotos de alguém que ficou fotografando o enterro do Mosquito o tempo todo. E colocou aquela foto do rosto dele. Foi olhando aquilo que me dei conta, depois da noticia absorvida. E quem estava no enterro do Hamilton, saberia me dizer quem era o ser que ficou fotografando a descida do caixão? Fiquei rosa chicle com aquilo. E ninguém questionou o que ele estava fazendo. Era para dar certeza à alguém? De que o “maldito” tinha ido mesmo? Vi outras fotos, mas do caixao descendo não vi nenhuma. E o camarada tirou varias....Muito sinistro isso tudo. Muito sinistro. E falando nisso, na verdade nem sei como o Mosquito foi enterrado tão rapidamente. Pois só poderia ser depois da autópsia realizada. Este é a praxe. Se o legista não conseguiu obter a hora "mortis" aproximada, como ele consegue afirmar que foi enforcamento? E o corpo liberado tão rápido? Quantos dias levou a emy para ser liberada da autópsia??? O Michel Jakson??? Primeiro mundo o cacete. Básico. Até na Africa. Se precisarem de dados do corpo do falecido, Vão exumar???? Lembremos o tamanho e peso do Hamilton. E ele se enforcou numa corda lençóis...de um mezanino... O banco que ele subiu para realizar o feito estava de pezinho.. Não deveria estar derrubado? Afinal para ele ficar opendurado, teria que tirar de baixo de seus pés o suporte... Caso se atirasse do mezanino.. possivelmente arrebentaria tudo e quando houvesse o destroncamento, o detalhe que não tinha, apareceria. Logo...Não havia fezes no local... Não havia ereção pós mortem. Não ter a singularidade única ok. Mas naoter as 3 fica me martelando. Tudo muito sem lógica ou sustentação. Pessoa intima dele afirmam que ele nao estava tomando calmante algum. Estava-se, tem que ter sido receitado. Cadê o medico que receitou? Cadê a farmácia que comprou os remédios? Calmantes NAO SE CONSEGUE COMPRAR. Nem a pau Juvenal. Se nao estava tomando calmantes, os calmantes e bebida encontrados, foram plantados e a cena armada. Por ele? A casa estava limpíssima, talvez porque ele não queria deixar a casa suja para limparem... A casa estava extremante limpa. Deverá haver impressões digitais na casa. Impossível só ter do Hamilton. Se só for encontrada do Hamilton, algo esta errado. Varias pessoas estiveram na casa do Hamilton no final de semana. Por enquanto nada bate. Estamos em Stand by, esperando pelos resultados oficiais tanto dos peritos do IML como da Policia de Palhoça, que pelo que sabemos, policiais competentes. Por enquanto me guio pelas informações dos mais íntimos, Para mim a historia não esta descendo redonda, embora considere o suicídio. De longe. Mas considero, por saber que bate a louca e ele vai... Quero ter certezas. Outras pessoas também. Logo, se nao desce como skol, pode procurar: tem gato na tuba. Para os que me acham paranoica... afirmo e reconfirmo: a paranoia, poderá me garantir uma vida longa. E o direito de morrer DA MINHA morte...by Deise


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O QUE EU NÃO PODIA DEIXAR DE ESCREVER

 SOBRE O SUICÍDIO DO MOSQUITO

Por Edison da Silva Jardim Filho

      O Mosquito não se suicidou porque vivia sem dinheiro para prover o mínimo necessário a uma existência razoável. O Mosquito também não se suicidou porque as suas várias últimas tentativas de “saídas” de tal condição resultaram infrutíferas. Desse tipo de agrura ele já estava, como se diz, com o “lombo calejado”.

O Mosquito não se suicidou porque não pôde exprimir a sua arraigada vocação política, através do exercício de um mandato popular, pois não mantinha nenhuma ilusão quanto a que, na democracia brasileira de eleições literalmente compradas, pessoas idealistas e independentes como ele estão, definitivamente, fora do jogo. A constatação da irreversibilidade histórica dessa situação foi, isto sim, o elemento desencadeador das radicalizações, em postagens do seu “Tijoladas”, nas críticas que fazia aos políticos profissionais que, na sua acurada percepção, inviabilizaram o sonho que vinha sonhando acordado desde a praça XV da “Novembrada”: de um regime democrático para o Brasil compatível com o adjetivo.

O Mosquito não se suicidou porque receava vir a ser preso. Ele há muito tempo já vinha sendo avisado por mim de que, a manter-se no mesmo diapasão, o risco disso ocorrer, lá na frente, era bem concreto. Não bastasse, o Mosquito sabia, tão bem como qualquer um de nós, que “quem está na chuva é para se molhar”.

O Mosquito não se suicidou porque tinha sido condenado, poucos dias antes de sua dramática opção, a uma pena visivelmente exacerbada e, pois, absolutamente injusta, na queixa-crime movida pelo empresário Fernando Marcondes de Mattos. Não custa relembrar: durante a “Operação Moeda Verde”, o empresário Fernando Marcondes de Mattos foi flagrado negociando a aprovação, pela Câmara de Vereadores, e a sanção, pelo prefeito Dário Berger, de uma tal de “Lei da Hotelaria”, que, especialmente, isentava-lhe do pagamento de tributos municipais, inclusive zerando dívidas atrasadas, em troca do pagamento da propina de R$ 500 mil, sob a forma de doação para o caixa 2 da campanha a deputado federal do irmão do alcaide, Djalma Berger.

O Mosquito também não se suicidou devido ao número de processos- que não era tão grande como foi noticiado- a que respondia, instigados, a maior parte deles, pelo “azarador” do PV em Santa Catarina, advogado Gerson Basso, com a aplicação de que só são capazes os mais vocacionados vassalos do “chefe” de plantão. Afinal de contas, mesmo que não tenha lido o excepcional livro: “O homem medíocre”, do psicólogo, sociólogo e filósofo ítalo-argentino, José Ingenieros, publicado em 1.913 ( eu fiz referências rápidas à obra numa conversa que tivemos ), o Mosquito, mais que sabia, sentia na própria carne, que “as sombras vivem com o desejo de castrar os indivíduos firmes e decapitar os pensadores alados, e não lhes perdoam o luxo de ser viris ou ter cérebro.”

Vou mais longe ainda: o Mosquito não teria se suicidado nem por causa do somatório de todos os fatos acima expostos.

O Mosquito se suicidou por ter sentido ruir o chão sob os pés com a cena que passarei a descrever, digna de inaugurar, pelo seu grau paroxístico de ilogismo, uma peça do teatro do absurdo ( ou melhor seria dizer: do teatro do horror? ), a confirmar a cruel veracidade da afirmação feita ainda pela pena genial de José Ingenieros, de que “todo idealismo encontra seu Tribunal do Santo Ofício.”

Durante o ato de interrogatório ( é o principal momento de defesa do réu ) do Mosquito, na queixa-crime movida por Dário Berger, e na presença deste ( claro! ), um promotor de Justiça do Ministério Público da campanha institucional: “O que você tem a ver com a corrupção?”, perguntou-lhe ( logo a ele: o maior indignado com a corrupção praticada, em profusão e às escâncaras, pelos políticos mais importantes de Santa Catarina e de Florianópolis ), de supetão, se considerava Dário Berger corrupto. Esse um promotor de Justiça não questionou o Mosquito sobre a indigesta fotografia do prefeito Dário Berger postada em seu blog ( foram inúmeras as vezes em que eu ponderei e briguei para que ele a retirasse da internet ). Diante da resposta peremptoriamente afirmativa do Mosquito, esse um promotor de Justiça deu-lhe, no mesmo instante, voz de prisão, no que foi corroborado pela juíza de Direito que presidia a audiência. Logo após o incidente, pelo visto ainda dentro da sala de audiência, o Mosquito me telefonou perguntando se era possível ser preso naquelas condições. Respondi-lhe, sem titubear, que não, pois isso se conflitava com a finalidade do instituto do interrogatório do réu e porque vivíamos, pelo menos em hipótese, numa democracia. Ele, então, me colocou na linha o advogado dativo ( nomeado pelo juiz ) que o defendia nesse processo. Pouco depois, o Canga me telefonava perguntando acerca da legalidade da participação do diretor superintendente da FLORAM, Gerson Basso, como advogado do prefeito Dário Berger. Disse-lhe que o Estatuto da OAB o proibia de atuar como advogado na ação, mas pedi-lhe um tempo para consultar a lei a fim de poder fornecer-lhe informações mais específicas. Não sem antes perguntar-lhe se tinha mesmo certeza da ocorrência de tudo aquilo que o Mosquito acabara de nos relatar. A resposta do Canga foi rápida e incisiva: “Está tudo na página do Poder Judiciário! Eu vi agora mesmo.”

A tal pergunta feita por esse um promotor de Justiça significa ou pode significar- o que, no caso, dá no mesmo- muitas coisas. Provavelmente, os meus eventuais leitores, boa parte deles muito mais inteligentes e preparados do que eu, irão inferir dela outras mensagens explícitas ou não. Mas vão a seguir as três que eu consegui detectar.

A primeira mensagem: a pergunta indica um total desconhecimento por parte desse um promotor de Justiça sobre como é operacionalizada a política no Brasil. Nele, isso é mais grave porque o mesmo faz parte da Promotoria da Moralidade Administrativa da Capital. Terei de dizer a esse um promotor de Justiça e, de lambuja, a toda a sua categoria profissional, que a resposta correta à pergunta feita ao Mosquito é mais abrangente e profunda do que a que foi dada por ele: não é que o prefeito Dário Berger seja corrupto; corruptos são todos os políticos profissionais que, hoje, infelizmente, dominam, sem exceção, a administração pública e os parlamentos, nos três níveis federativos. É inacreditável que esse um promotor de Justiça possa ainda ignorar que a mola-mestra do sistema, que possibilita a profissionalização dos políticos brasileiros, ou, em outras palavras, a sua eternização nos cargos executivos e legislativos, é, única e exclusivamente, a corrupção. O Ministério Público Estadual poderá um dia, quem sabe, ser eficaz em relação à investigação e persecução penal e civil dos políticos corruptos, quando o procurador-geral e os demais dirigentes desse órgão, que é o mais importante para o funcionamento minimamente razoável da democracia, passarem a exigir, tanto dos inscritos nos concursos públicos de acesso à carreira, quanto dos promotores e procuradores de Justiça, mais assimilação crítica de notícias, reportagens e artigos sobre a política brasileira, publicados nos veículos da grande mídia impressa nacional, e nos blogs daqui da terrinha, e menos decoreba dos livros de tecnicalidades jurídicas.

A segunda mensagem: a pergunta indica que esse um promotor de Justiça adota, em relação aos políticos mais importantes do Estado e de Florianópolis, a divisão conceitual da honestidade. Para esses políticos, vale a honestidade formal ou retórica; para nós outros, pobres mortais, a honestidade real. A honestidade formal ou retórica funciona assim: o político importante pode ser um corrupto de cruz na testa, mas se não tiver sido condenado pela Justiça através de sentença transitada em julgado, ou seja, já não mais passível de recurso, então nós outros, pobres mortais, não temos o direito de chamá-lo de corrupto. Esse faz de conta moral da classe política só vigora como consequência da farsa em que se consubstancia na prática o princípio da neutralidade de juízes de Direito e promotores de Justiça. A tal da “Constituição Cidadã”, de 1.988, armou-lhes uma cilada: para ascenderem na carreira, eles dependem da boa convivência com os políticos que, no Brasil, quanto mais corruptos, mais influentes são. É exatamente esse um promotor de Justiça que vem, há algum tempo, analisando o rumoroso caso Monreal, que consistiu no pagamento de R$ 51,7 milhões efetuado pela Celesc, na maior parte durante o período em que Eduardo Pinho Moreira exerceu o cargo de presidente, sem que tivesse sido documentada a contraprestação dos serviços de cobrança administrativa das faturas de energia elétrica atrasadas. Todos estamos na mais viva expectativa do resultado de tão extenuante trabalho de Sua Excelência, para sabermos, enfim, se podemos ou não considerar o vice-governador corrupto.

Para a terceira mensagem que suponho ter detectado, encontrei lastro em ninguém menos do que Sigmund Freud. Pode ser até que eu esteja errado nessa minha interpretação, afinal, sou advogado e nunca me submeti sequer a sessões de psicanálise ( não que eu considere que não precisasse delas ). Freud é um escritor que possui um estilo de grande plasticidade e, por incrível que pareça, de fácil compreensão. Arrisco-me a estar demonstrando, agora, não ter entendido patavina do seu pensamento profundo. Se não houve combinação prévia entre os operadores do Direito presentes àquela audiência, a voz de prisão do Mosquito dada por esse um promotor de Justiça adveio, sob a forma de “ato falho”, das camadas do “pré-consciente” de sua psique ( o “pré-consciente” é a área do “inconsciente” que, “facilmente, em condições amiúde produzidas, transforma-se em consciente” ). A resposta do Mosquito trazia em seu bojo a seguinte conclusão lógica, reconhecida por esse um promotor de Justiça através da ação automática de dar-lhe voz de prisão: “Se ele afirma que um político tão importante como o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, é corrupto, e o mesmo encontra-se em plena atividade, sendo eu o responsável, legalmente, por processá-lo e obter do Poder Judiciário a sua condenação, catapultando-o da vida pública, então ele está me chamando, sem dourar a pílula, no mínimo, de inepto.”

Eu estou entre os milhões de brasileiros que concordam com João Mangabeira, baiano nascido em 1.880 e falecido em 1.964, que foi jurista, político e escritor: “O Judiciário é o poder que mais falhou na República.” E, com ele, obviamente, o seu irmão siamês: o Ministério Público.
        


L.A. deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O QUE EU NÃO PODIA DEIXAR DE ESCREVER SOBRE O SUIC...": E os 50 milhões da CELESC... Onde está o resultado da investigação? Para chamar o E. P. Moreira de corrupto não precisa nem de julgamento. Esse cara e sua turma quase acabaram com a CELESC 







Cesáurio disse...
Ah! O texto é do Edison! Parabéns, Edison!
Anônimo disse...
ola boa noite ja saiu o laudo da causa mortis....???ou sera abafado esquecido
Anônimo disse...
O que eu posso dizer do Judiciário de SC é NOJO, NOJO, NOJO, por ser ultraconvservador, pela corregedoria não funcionar, por juizes e juizas corruptas continuarem em seus cargos importunados. NOJO do TJSC, um dos mais corruptos e imutaveis do país.
Anônimo disse...
Bravo Edison Silva Jardim. Gostei muito. Arlindo Vermes, USA.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Quarta feira à tarde, Baia de Guaratuba, Ferry, "Nas Pedras". Viajar é preciso... by Deise

 


O grande barato de Drummond é que nos sentimos intimos dele. É como se ele falasse aquilo que a gente não consegue. E quando fala, parece tão simples e tão perfeito. Tão adequado à todos momentos e a todas ás pessoas. b y Deise

 


 

O ELEFANTE



Fabrico um elefante

de meus poucos recursos.


Um tanto de madeira

tirado a velhos móveis

talvez lhe dê apoio.

E o encho de algodão,

de paina, de doçura.

A cola vai fixar

suas orelhas pensas.

A tromba se enovela,

é a parte mais feliz

de sua arquitetura.

Mas há também as presas,

dessa matéria pura

que não sei figurar.

Tão alva essa riqueza

a espojar-se nos circos

sem perda ou corrupção.

E há por fim os olhos,

onde se deposita

a parte do elefante

mais fluida e permanente,

alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante

pronto para sair

à procura de amigos

num mundo enfastiado

que já não crê nos bichos

e duvida das coisas.

Ei-lo, massa imponente

e frágil, que se abana

e move lentamente

a pele costurada

onde há flores de pano

e nuvens, alusões

a um mundo mais poético

onde o amor reagrupa

as formas naturais.

Vai o meu elefante

pela rua povoada,

mas não o querem ver

nem mesmo para rir

da cauda que ameaça

deixá-lo ir sozinho.

É todo graça, embora

as pernas não ajudem

e seu ventre balofo

se arrisque a desabar

ao mais leve empurrão.

Mostra com elegância

sua mínima vida,

e não há cidade

alma que se disponha

a recolher em si

desse corpo sensível

a fugitiva imagem,

o passo desastrado

mas faminto e tocante.

Mas faminto de seres

e situações patéticas,

de encontros ao luar

no mais profundo oceano,

sob a raiz das árvores

ou no seio das conchas,

de luzes que não cegam

e brilham através

dos troncos mais espessos,

esse passo que vai

sem esmagar as plantas

no campo de batalha,

à procura de sítios,

segredos, episódios

não contados em livro,

de que apenas o vento,

as folhas, a formiga

reconhecem o talhe,

mas que os homens ignoram,

pois só ousam mostrar-se

sob a paz das cortinas

à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite

volta meu elefante,

mas volta fatigado,

as patas vacilantes

se desmancham no pó.

Ele não encontrou

o de que carecia,

o de que carecemos,

eu e meu elefante,

em que amo disfarçar-me.

Exausto de pesquisa,

caiu-lhe o vasto engenho

como simples papel.

A cola se dissolve

e todo o seu conteúdo

de perdão, de carícia,

de pluma, de algodão,

jorra sobre o tapete,

qual mito desmontado.

Amanhã recomeço.



No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra
 
Tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.

Porque achei bonitinho. by Deise

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