by Geraldo Barbosa
A morte de Amilton Alexandre, o MOSQUITO, não afeta apenas a nós – seus amigos, familiares, admiradores e companheiros de militância – atinge a toda a nossa geração e aos lutadores do povo de Santa Catarina. Ele foi um grande lutador pelas causas mais bonitas e valiosas da humanidade: a liberdade, a justiça social, a democracia para o povo trabalhador, o socialismo.
Eu o conheci na viagem para o Congresso de refundação da UNE (Salvador – BA) em 1979 e ali conheci a saúde civil e a impressionante capacidade de indignação que marcava sua personalidade. Durante a viagem, diante de uma barreira polícial que tentava impedir nossa delegação de chegar ao Congresso da UNE (então proibido pela ditadura) como uma “ventania” do sul aglutinou rapidamente um protesto. Atuamos juntos, em seguida, na campanha para a eleição estudantil na Universidade Federal de Santa Catarina. Ele era candidato ao Diretório do Centro Sócio-Econômico e apoiava a nossa chapa - Unidade - para o DCE (eleita com Adolfo Dias na presidência, eu era um dos vice-presidentes). Este ano de 1979 ficou na nossa memória histórica como o ano mais importante do movimento estudantil em Santa Catarina. Naquele ano, Mosquito teve um importante papel, marcado por sua presença de espírito, na lutas por um novo Restaurante Universitário e pela preservação da UFSC como Universidade pública; contra o projeto do governo Figueiredo que tentava privatizar as Universidades federais. Fomos companheiros na organização da Novembrada e no cárcere da ditadura.
Depois da Novembrada, Mosquito participou com bravura da luta pela revogação da Lei de Segurança Nacional, enfrentando frontalmente o regime militar. Era um companheiro valente e sincero. Ele marcou nossa geração, que se formou na luta política sob e contra a ditadura, como um símbolo vivo da juventude insubmissa.
Nos últimos anos - no seu “Blog” Tijoladas do Mosquito - denunciou corruptos e corruptores, denunciou crimes dos donos do dinheiro, do poder e da mídia. Em cada tijolada ele falava e publicava o que não se permite publicar na imprensa controlada pelos monopólios econômicos. As causas pelas quais lutou e as denuncias verdadeiras que realizou (e pelas quais foi perseguido) tem por herdeiros a luta do povo trabalhador e de todos que se identificam com sua sede de justiça. Não buscava benefícios pessoais; mas praticar, do jeito que podia e sabia fazer, seu compromisso de vida e de luta.
Sua vida é toda ela um testemunho de rebelião criadora, exemplo de integridade, coragem política. Buscava um socialismo humanista. Sua identidade socialista não se dividia; assim como o ser humano não se divide: não se pode ser socialista em política e agir em contradição com o socialismo em questões econômicas, culturais ou morais.
É difícil prestar um depoimento sobre um amigo. Sua amizade franca, alegre e calorosa enriquecia nossas vidas. Trazia consigo alegria de viver e generosidade espontânea; o que se combinava com sua agressividade na luta pelas causas dos explorados e oprimidos. A evocação de seu compromisso com a humanidade permanecerá presente conosco na luta por uma sociedade verdadeiramente humana. Mosquito lutava por uma sociedade de seres humanos livres e iguais; onde a liberdade de cada um será a condição da liberdade de todos e a liberdade de todos condição para a liberdade de cada indivíduo.
Mosquito, obrigado por ter existido.
14 de dezembro de 2011.
Ainda bem que os verdadeiros Jornalistas, como você, não se escondem nessa hora.
Pelo ritual católico, a expressão\"encomendação do corpo\"é entrega do espírito a Deus. Abraços, Moacir
Desculpe-me, mas a RBS não está escondendo nada. Primeiro, este blog está hospedado no clicrbs, como o caro internauta sabe. Segundo, a CBN deu o falecimento do blogueiro, anunciou o local do velório e depois o horário do sepultamento. O DC deu uma nota sobre o lamentável ocorrido. Abraços, Moacir
Segundo relato, o blogueiro estava teclando com um amigo, de repente não mais que de repente, sai de cena para cometer o cometido, como se fosse um ato corriqueiro e/ou banal, ou seja, vou ali e já volto...
“Silencia-se o teclado” e a verdade distancia-se um pouco mais de cada um de nós. Como o roteiro da peça de Willian Shakspeare, Hamlet é atual.
Meus sentimentos à família.
Segundo relato, o blogueiro estava teclando com um amigo, de repente não mais que de repente, sai de cena para cometer o cometido, como se fosse um ato corriqueiro e/ou banal, ou seja, vou ali e já volto...
“Silencia-se o teclado” e a verdade distancia-se um pouco mais de cada um de nós. Como o roteiro da peça de Willian Shakspeare, Hamlet é atual.
Meus sentimentos à família.
Lamentamos sua morte, mais do que muitas que são noticiadas diariamente.
Insubstituível.
Quem irá agora agora denunciar as falcatruas dessa politicagem podre bem como outras coisas que acontecem por aí.....
Corruptos agora estarão com certeza mais aliviados pois não tem ninguém para jogar na cara da sociedade o que acontece nos bastidores. E nós de novo, saímos perdendo....
e suicidaram o podre mosquito, que entrará para a história pela sua coragem! Viva o Mosquito!
Publicado originalmente no Sambaqui na Rede
“A história do Brasil contemporâneo é uma crônica de autoritarismo, ineficácia governamental, de exclusão e injustiça sociais insuportáveis. Mas é, também, o despertar de um povo, em meio a enganos e decepções, para uma exigência de cidadania, de igualdade e de justiça”. (Programa do PMDB)
segundo Ulysses Guimarães
Eliana Calmon reafirma que há ‘bandidos de toga’
- Os juízes de primeiro grau tem a corregedoria. Mesmo ineficientes, as corregedorias tem alguém que está lá para perguntar, para questionar. E existem muitas corregedorias que funcionam muito bem. Dos membros dos tribunais, nada passa pela corregedoria. Os desembargadores não são investigados pela corregedoria. São os próprios magistrados, que sentam ao lado dele, que vão investigar – criticou a ministra.
Eliana Calmon defendeu a atuação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cuja capacidade de investigar e punir magistrados está sendo questionada pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) no Supremo Tribunal Federal.
- O CNJ, na medida que também é órgão censor, começa a investigar comportamentos. Isso começa a desgostar a magistratura – disse a ministra.
Para Eliana, os maiores adversários do CNJ são as associações de classe, como a própria AMB:
- Não declaram, mas são contra. A AMB é a que tem maior resistência – disse ela, que concluiu: – De um modo geral, as associações defendem prerrogativas: vamos deixar a magistratura como sempre foi. São dois séculos assim.
Sobre a falta de punição aos magistrados, embora existam centenas de denúncias, a ministra respondeu:
- Vou colocar de outra maneira: o senhor conhece algum colarinho branco preso?
A ministra explicou a circunstância da declaração sobre os “bandidos de toga” e minimizou a gravidade da acusação:
- Eu sei que é uma minoria. A grande maioria da magistratura brasileira é de juiz correto, decente, trabalhador. A ideia que se deu é que eu tinha generalizado. Eu não generalizei. Quando eu falei “bandidos de toga” eu quis dizer que alguns magistrados se valem da toga para cometer deslizes – disse ela, que defendeu sua posição: – Os corregedores reconhecem que aquilo que eu disse é o que existe.
Temos muitas grandes figuras esquecidas que fizeram muito mais pela sociedade, na arte, ciência, educação etc que ninguém sequer sabe que existiu.
Mosquito era na verdade apenas um indignado que resolveu escolher os escândalos como forma de alimentar o descontentamento por nunca ter conseguido se firmar em nenhuma profissão.
Tá certo que em inúmeras vezes ele relatou a verdade que ninguém se comprometeu em tornar pública, mas em transformá-lo em martir é forçar a barra.
Se querem admirar alguém busquem com mais inteligência e com certeza encontrarão muitos anônimos que lutam por uma sociedade melhor.
Denunciar apenas para depois tentar vender anúncios e se promover foi a tentativa dele.
Aliás, tem político na cidade que nunca foi criticado por ele, mas que foi conveniente ele não apontar defeitos.
Como ser humano espero que ele possa fazer melhor proveito de sua inteligência na próxima encarnação, pois nessa ele a usou muito pouco.
Ah e não esqueçam de virar os pratinhos de vaso para baixo e de não jogar pneu por aí.
Abraço.
Não seja um hipócrita, o Mosquito foi extremamente útil para esta cidade e não vou nomear todos acontecimentos que não apareceriam se não fosse ele.Sua piadinha no final se refere a dengue, que como a corrupção, mata muita gente neste país.Só que este Mosquito que se foi de forma tão brutal, não se conformava com os corruptos assim como você!