Geração Y
02/09/2009 14:43:24
Por Fernando Souza Filho
Será que as corporações estão prontas para a Geração Y? Talvez nem o mercado como um todo esteja, mas ele tem que se adaptar. A Geração Y é formada por aquelas pessoas ultraconectadas, nascidas entre 1980 e 1999, que não conseguem entender como algum dia a gente viveu sem e-mail. São pessoas para quem a coisa mais normal do mundo é responder um e-mail, enviar um SMS, ouvir iPod, assistir TV e manter 5 sites diferentes abertos ao mesmo tempo no navegador, enquanto baixa algum seriado de TV pelo Torrent. Tudo isso simultaneamente, sem perder a concentração.
O livro Geração Y, Era das Conexões – Tempo dos Relacionamentos (220 páginas, Editora Clube de Autores, preço médio de R$ 39,90), de Sidnei Oliveira, procura entender os conflitos culturais que essa geração traz ao chegar agora no mercado de trabalho. A intimidade desses jovens com a tecnologia em geral os tornam uma força de trabalho essencial numa era de globalização conectada. Por outro lado, sua educação em plena era digital traz efeitos colaterais que podem gerar conflitos nas empresas.
Oliveira busca entender essa geração e sua eterna impaciência que beira à arrogância e ao egoísmo puro e simples. A leitura é leve, deliciosa, feita propositalmente em cima de parágrafos curtos. É como se estivéssemos lendo um blog impresso em papel. Certamente, é o tipo de livro que a própria Geração Y leria com facilidade para atender sua eterna urgência ansiosa.
Desvantagens do estilo blogueiro
O estilo blogueiro do escritor traz esse feeling online para o bom e velho livro de papel. Mas também tem suas desvantagens. Principalmente no quesito estilo. Em muitos momentos, a leitura fica meio confusa, pois em absolutamente todas as páginas do livro há aspas, negrito ou palavras com todas as letras maiúsculas para destacar algum adjetivo. É muito, muito, muito feio.
Alguns vícios de blog também são evidentes, como espaços entre parênteses e erros de digitação, típicos deslizes oriundos da urgência dos artigos escritos para a internet.
Alguma desinformação conceitual também se faz presente quando o autor descreve tribos urbanas. Ele coloca no mesmo saco punks e skinheads, que são inimigos mortais, e diz que metaleiros se confundem com góticos e ouvem "heave-metal" (sic). São deslizes conceituais que passariam despercebidos se quase metade do livro não se ocupasse justamente em descrever as minúcias das mais variadas tribos urbanas contemporâneas.
De modo algum, porém, isso tira o brilho do livro, que busca interpretar e entender a Geração Y que está chegando agora no mercado de trabalho.