Médico legista divulgou o laudo e confirmou a morte do ator por suicídio
Robin Williams, 63 anos, cortou os pulsos com um canivete antes de se enforcar com um cinto, informou o médico legista do condado de Marin, nos Estados Unidos, que divulgou o laudo com a causa da morte do ator na tarde desta terça-feira. De acordo com o site TMZ, Williams estava sozinho em casa quando tentou se matar cortando o pulso esquerdo. A tentativa falhou e só deixou cortes superficiais, o que o levou a se enforcar.
Segundo as autoridades, o corpo do ator foi encontrado por sua assistente pessoal, pendurado com um cinto ao redor do pescoço a partir do batente da porta, em sua casa na cidade de Tiburon, na Califórnia. De acordo com a agente do ator, Mara Buxbaum, Williams lutava contra um quadro de depressão.
Leia também:
A polícia do condado de Marin recebeu uma chamada da casa de Williams às 11h55 (15h55 em Brasília), alertando que “um homem havia sido localizado inconsciente e sem respirar”.
Drogas - Williams tinha um longo histórico de problemas com drogas, em particular álcool e cocaína, desde os anos 1970. Em 1998, em entrevista a VEJA, ele falou abertamente sobre a dependência química. "Eu me tratava com um psiquiatra que dizia não haver problema em cheirar cocaína, desde que o consumo fosse controlado", afirmou. "Até o dia em que descobri que ele cheirava muito mais do que eu. O efeito da droga é extremamente sedutor. O problema é que ela passa a dominar você, a controlar sua vida." Na mesma entrevista, ele contou que a paternidade o levou a largar as drogas, em 1983. "Queria acompanhar todo o processo de gravidez e parto, sem perder nada. Sabia que ser pai já seria uma transformação louca e problemática sem drogas - imagine com elas".
Por 20 anos, Williams ficou sóbrio e viu sua carreira deslanchar, somando no total quatro indicações ao Oscar e uma vitória como ator coadjuvante pelo filme Gênio Indomável, de 1997. Mas em 2003 ele voltou a beber. Três anos depois, foi internado em uma clínica de reabilitação, por intervenção da família. Em 2010, em entrevista ao jornal britânicoThe Guardian, o ator contou que estava frequentando semanalmente as reuniões do Alcoólicos Anônimos (AA). Em julho de 2014, ele decidiu por conta própria se internar mais uma vez em uma clínica de reabilitação.
Em nota, sua mulher, Susan Schneider, afirmou: "Nesta manhã, eu perdi meu marido e melhor amigo, enquanto o mundo perdeu um de seus artistas mais amados e um dos mais belos seres humanos. Estou com o coração partido. Em nome da família de Robin, peço privacidade durante a nossa dor. Quando ele for lembrado, esperamos que seja não por sua morte, mas pelos incontáveis momentos de alegria que ele proporcionou a milhões de pessoas."
'Mork & Mindy' (1978-1982)
Em 1974, Robin Williams foi escalado para viver o alienígena Mork na série Happy Days em apenas um episódio, mas impressionou a equipe do programa e acabou ganhando uma série própria, Mork & Mindy, que estrelou ao lado da atriz Pam Dawber durante quatro anos. No seriado, Mork é enviado do seu planeta, Ork, para investigar a Terra e mandar informações para seus superiores. Ao chegar, ele conhece Mindy, uma humana comum que o acolhe em sua casa e que passa a se envolver em diversas confusões por causa do alienígena.
'Bom Dia, Vietnã' (1987)
No longa de Barry Levinson, Robin Williams interpreta o DJ Adrian Cronauer, convocado para atuar no serviço de rádio das forças armadas americanas durante a Guerra do Vietnã. Ele se torna popular entre os soldados, mas enfrenta problemas com seus superiores por seu pouco apego às regras. O ator foi indicado ao Oscar pelo papel, mas perdeu para Michael Douglas, protagonista do filme Wall Street - Poder e Cobiça.
'Sociedade dos Poetas Mortos' (1989)
No longa, Williams interpreta John Keating, um professor de literatura inglesa de uma tradicional escola para garotos. Ao contrário de seus colegas, Keating incentiva os meninos a aproveitar a vida e a desobedecer a regras quando julgarem necessário. Indicado ao Oscar de melhor ator no filme de Peter Weir, Williams acabou perdendo a estatueta para Daniel Day-Lewis, protagonista de Meu Pé Esquerdo.
'O Pescador de Ilusões' (1991)
No longa de Terry Gilliam, Robin Williams vive um professor que perde a mulher em um tiroteio em um bar de Nova York. Desequilibrado, ele acaba perdendo o emprego e se torna morador de rua. Ele acaba conhecendo Jack (Jeff Bridges) e se torna seu amigo, sem saber que ele esteve envolvido no tiroteio de que sua mulher foi vítima. Williams foi indicado ao Oscar pelo papel, mas perdeu para o ator Anthony Hopkins, protagonista de O Silêncio dos Inocentes
Hook (1991)
Em uma releitura do conto de fadas, Williams vive um Peter Pan que saiu da Terra do Nunca e se esqueceu de sua origem. Ao retornar adulto – e como um advogado! – para o mundo da fantasia, ele precisa reencontrar o jovem herói dentro de si para conquistar a liderança dos Garotos Perdidos, vencer o Capitão Gancho e salvar o seu filho das garras do vilão.
Aladdin (1992)
Um dos personagens mais queridos do universo Disney, o Gênio nasceu da química entre a veia cômica de Williams e o talento dos desenhistas de Aladdin. Como o papel da criatura mágica foi desde o princípio pensado para o ator, não é apenas a sua voz que dá vida ao personagem: muitos dos trejeitos de Williams também aparecem no Gênio. Isso sem falar nos tradicionais improvisos do humorista, responsáveis por alguns dos melhores momentos do filme.
'Uma Babá Quase Perfeita' (1993)
No longa de Chris Columbus, Williams interpreta Daniel Hillard, um ator que não aceita o divórcio da esposa, Miranda. Na tentativa de continuar perto da ex-mulher e de seus filhos, ele se disfarça de mulher para ser contratado como babá das crianças e ressurge como a senhora Doubtfire, que logo conquista a família.
'Gênio Indomável' (1997)
No filme que lhe rendeu sua única estatueta no Oscar, como ator coadjuvante, Robin Williams interpreta o terapeuta Sean Maguire, que ajuda o protagonista, Will Hunting (Matt Damon), um zelador do Massachusetts Institute of Technology, a aceitar que é, na verdade, um gênio da matemática. O filme foi dirigido por Gus Van Sant.
'Patch Adams - O Amor é Contagioso' (1998)
No longa de Tom Shadyac, Williams interpreta um homem que se interna voluntariamente em uma clínica de tratamento de doenças mentais. Ele percebe que consegue empregar seu bom humor para ajudar a melhorar o estado de saúde de muitos colegas e decide sair da clínica para tentar se tornar médico. Logo ele entende que as escolas de medicina não são receptivas aos seus métodos, mas não desiste de seu sonho
'Amor Além da Vida' (1998)
Robin Williams dá vida a Chris Nielsen, um homem que perde os filhos em um acidente de carro e, quatro anos depois, morre e acaba indo para o céu, onde reencontra parte de sua família. Ao descobrir que sua mulher, incapaz de superar a perda do marido e dos filhos, se suicidou e foi para o inferno, Nielsen decide arriscar a eternidade no céu para partir em busca daquela que considera sua alma-gêmea
'O Homem Bicentenário' (1999)
O ator dá vida ao androide Andrew, adquirido por uma família para cuidar das tarefas da casa. Aos poucos, no entanto, Andrew conquista o carinho de todos, que percebem que ele não é um robô comum: ele é capaz de sentir e expressar emoções. O longa foi dirigido por Chris Columbus.
'Uma Noite no Museu' (2006)
No filme cômico dirigido por Shawn Levy, Ben Stiller interpreta um segurança do Museu de História Natural, em Nova York, e Robin Williams dá vida a uma estátua do ex-presidente americano Theodore Roosevelt. Williams participou também das duas sequências do filme, Uma Noite no Museu 2 e Uma Noite no Museu 3, que tem estreia prevista para janeiro de 2015.
by Veja