Desde 1981 estamos sob o domínio do Sol, o que significa que o espírito de brilho pessoal, egocentrismo, necessidade de marcar a individualidade no mundo têm permeado nossas consciências. Esse período tem seu término em 2016.
2016 é um ano importantíssimo, pois além de encerrar todo um ciclo planetário, pela numerologia, é um ano nove, número que também indica final de ciclo.
Todos os finais de ciclo veem acompanhados de perdas e renúncias. Nos últimos 36 anos, pudemos ver o individualismo (Sol) crescer a proporções exponenciais. Creio que nunca antes ouvimos tanto a palavra EU. Meus direitos, minhasescolhas, meus desejos, minhas necessidades...eu, eu, eu, meu, meu, meu. Tudo parece que girou em volta do indivíduo, com ou sem razão para tal. As selfies publicadas em redes sociais é o exemplo mais pronto e acabado desse símbolo do egocentrismo que nos tem permeado.
O Sol tem a ver com a criança e, por conseguinte, com a “criança interior” de cada um, que não por acaso tem sido explorada e trabalhada em uma gama de teorias do autoconhecimento. Também, nunca a criança foi tão valorizada quanto nos últimos tempos, tudo é feito por e para as crianças até o limite do mimo exagerado e a incapacidade dos pais de colocarem limites aos filhos. Dormem a hora que querem, e podem quase tudo, interferindo de maneira questionável no mundo dos pais e dos adultos ao redor.
Para que possam entender o que tem acontecido ao zeitgheist dos últimos trinta e seis anos é interessante conhecermos os atributos do Sol, na astrologia.
Qualidades solares: vontade, decisão, propósito, intenção, criação. O modo de exprimir a energia criativa, a identidade própria, necessidade de ser reconhecido, de canalizar a sua vontade e a afirmação do Eu. O impulso de criar, de ser, de poder, de comandar, de ser consciente. É o senso de individualidade, de irradiação, é a nossa intenção.
Expressões negativas das qualidades solares: orgulho, ostentação, dominação, abuso de poder, egotismo, elogio exagerado a si mesmo, exaltação pessoal, esnobismo, presunção, ambição exagerada, prepotência, autoritarismo, orgulho.
As expressões negativas acontecem sempre que as qualidades intrínsecas do planeta extrapolam os limites. No caso do Sol, podemos dizer que o resumo da expressão negativa solar é o que os gregos chamavam de hübris, que significa; a arrogância perante os deuses.
O Sol é o centro do nosso sistema planetário. Ele dá a vida, mas também queima e cega. Todo excesso é destrutivo. Por estarmos há trinta e seis anos “treinando” nosso Sol pessoal, estamos no auge da necessidade de sermos o centro das atenções. Viramos mesmo, criancinhas muito mimadas e tudo nos ofende e nos convida a lutar por nossos “direitos individuais”. Em 2017 chega Saturno e começa a colocar os limites e veremos um movimento radicalmente oposto às características solares; a dissolução do ego. Entraremos em um período de menos ego e mais responsabilidade. Rigor, severidade, responsabilidade, justeza, dentre outros atributos são de domínio do planeta Saturno, a obrigação de ser feliz, de ser o cara, de se destacar por qualquer coisa estará em baixa para dar lugar a mais seriedade, mais competência, e menos egolatria. Para ganhar fama e destaque muito terá que se trabalhar.
Esse tempo em que vale qualquer coisa desde que se “apareça na fita” dará lugar a mais responsabilidade e rigor nos feitos, mais seriedade e amadurecimento nos atos.
O Deus de amor e bondade, que está sempre pronto para atender o desejo dos seus filhos, dará lugar a um Deus mais exigente, que pedirá de seus filhos não mais orações arrebatadas, mas filhos mais maduros e responsáveis por seu amadurecimento espiritual. Mais trabalho e menos oba oba. O Deus que dá será substituído pelo Deus que cobra. As religiões evangélicas (as que mais vendem esse Deus que serve aos que nele creem) cairão em declínio ou, mudarão o discurso.
2016, como foi dito é um ano chave, no sentido literal da palavra: fecha e abre portas. Tanto por sua característica astrológica quanto numerológica. Será um ano em que as características solares, elencadas acima serão vividas à exaustão – é, além do mais, um ano governado pelo Sol - e, portanto, as características negativas do símbolo estarão mais exacerbadas para então sermos “castigados pelos deuses por nossa hübrys” e então nos recolhermos à nossa insignificância e pararmos com essa banalidade vaidosa e vulgar do culto à persona.
Em 2016 seremos desafiados a nos desapegarmos de tudo aquilo que na verdade não tem consistência para então vivermos o próximo período, sob Saturno. Será um ano muito duro, de muito teste aos governantes vaidosos e centralizadores. Lhes será exigido mais respeito, seriedade, responsabilidade e talvez uma volta ao conservadorismo possa acontecer. Saturno é o velho, a tradição, o passado.
A farra do vale tudo, desde que se tenha 15 minutos de fama, a partir de 2016 vai aos poucos se acabando. A tal arte contemporânea que teve sua máxima representação no círculo de “humanos” metendo o dedo no fiofó do parceiro da frente dará lugar a uma arte mais fina, mais rigorosa, mais séria e competente.
Até para mim, que escrevo esses prognósticos, me custa acreditar que esse comportamento está nos seus estertores. Me custa crer que essa egoidolatria possa se modificar, mas aguardemos... somos muito pequenos para racionalizar os desígnios dos tempos.
Claro que o ciclo solar não teve apenas as características negativas do planeta. Nos desenvolvemos como indivíduos, conquistamos muitas coisas no aspecto pessoal, aprendemos a nos valorizar mais como pessoas, independentemente da cor da pele, da raça, do sexo e do lugar pessoal na escala social. Aprendemos a cuidar mais e melhor de nós mesmos e a nos respeitar mais como indivíduos, a não engolir sapo por lebre, a nos posicionarmos mais pelo que somos e somos capazes de ser e de criar.
Porém estamos prestes a entrar na fase de menos ego e mais rigor.
Para entendermos o ciclo que iniciaremos a partir de 2017, é preciso conhecer as características de Saturno: