domingo, 22 de abril de 2012
Qual foi a parte da história OFICIAL que eu perdi???? by Deise
by Claudio Humberto
LULA: 57% DOS BRASILEIROS QUEREM ELE
A presidenta Dilma Rousseff bateu mais um recorde de popularidade, mas seu antecessor, Lula, é o preferido dos brasileiros para ser o candidato do PT ao Planalto em 2014, segundo pesquisa Datafolha, nos dias 18 e 19 deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O governo de Dilma foi avaliado como ótimo ou bom por 64% dos brasileiros, contra 59% em janeiro. A taxa é a mais alta obtida por Dilma desde a sua posse e é também a maior aprovação presidencial com um ano e três meses de mandato em todas as pesquisas até hoje feitas pelo Datafolha. Para 29%, Dilma faz um governo regular. Outros 5% consideram que a atual administração é ruim ou péssima. Em janeiro, essas taxas eram de 33% e 6%. Ainda segundo a pesquisa, Lula é o predileto de 57% dos brasileiros para disputar novamente o Planalto daqui a dois anos e meio. Outros 32% citam Dilma. Para 6%, nenhum dos dois deve concorrer. E 5% não souberam responder.
Cachoeira pode ser o
‘laranja’ dos ‘laranjas’, com máfias na jogada
O bicheiro Carlos Cachoeira pode ser o “cérebro”, mas dificilmente seus negócios prosperariam nas mãos dos “subs”, interlocutores que parecem atores de chanchada, deslocados em gabinetes oficiais. Por trás do poder do “chefão” estariam máfias da Ásia, Espanha e da Itália – esta ainda sob implacável perseguição judicial. Estudo do Instituto Brasileiro Giovani Falconi – homenagem ao célebre juiz antimáfia – derruba a teoria de que o goiano age sozinho, controlando milhõe$.
PF: investigações revelam que Demóstenes
negociou dívida da Delta
DEMOSTENES TORRES
Investigações da Polícia Federal revelaram que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) realizou negociação com a prefeitura de Anápolis (GO) para que fossem pagos 20 milhões à empreiteira Delta. O dinheiro se referia a uma dívida no contrato de recolhimento de lixo que já foi feito pela Queiroz Galvão e agora está sob responsabilidade da Delda. Segundo três gravações, essa dívida foi “comprada” pela Delta por R$ 4,5 milhões. Em diálogo gravado em nove de julho de 2011, Demóstenes relatou a Cachoeira que o prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT), concordava em pagar 50% por meio de precatórios e negociar os outros 50% da dívida. Gomide disse que a dívida é de 2002 e 2003 e que ele assumiu em 2009, além disso, nega que as gravações se tratem de pagamento de propina. "A própria empresa Queiroz Galvão nos procurou para um acerto, mas como está rolando na Justiça, resolvemos deixar na Justiça", afirmou. Já o advogado do senador Demóstenes Torres (ex-DEM), Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou que não faz comentários sobre gravações pontuais, pois o Supremo. As informações são da Folha de S. Paulo.
As Organizações Cachoeira
by Claudio Dantas Sequeira
Uma rede criminosa
que corrompe o País
Como o bicheiro montou um verdadeiro império empresarial para desviar verbas, fraudar licitações, lavar dinheiro e se infiltrar no poder público. Esse bilionário esquema de corrupção funciona há 16 anos e se espalha por todo o BrasilINVESTIGAÇÃO
CPI pretende apurar o alcance do esquema de Cachoeira
Na semana passada, ISTOÉ obteve a íntegra do inquérito da Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. São quase 15 mil páginas, reunidas em 40 volumes e duas dezenas de apensos, além de 11 mil horas de gravações. Na análise do processo, do qual apenas alguns trechos eram conhecidos até então, a Polícia Federal não só traz à tona as relações promíscuas do esquema do bicheiro com autoridades nos três níveis de poder como esmiúça um império de empresas criadas com a finalidade de corromper em todo o País, desviar verbas, fraudar licitações e lavar o dinheiro ilegal. O levantamento também deixa claro que o grupo de Cachoeira vem agindo há pelo menos 16 anos e foi capaz de ultrapassar diversos governos e tonalidades partidárias. “Aqui come todo mundo, cara. Se não pagar pra todo mundo não funciona. Eu tô nisso há 16 anos!”, sintetiza Lenine Araújo de Souza, o braço direito de Cachoeira, em diálogo gravado pela Polícia Federal.
A descentralização dos negócios e o uso extensivo de laranjas deram capilaridade nacional à atuação de Cachoeira. Embora o bicheiro mantenha o controle das empresas por meio de um núcleo formado por parentes e amigos próximos, a PF identificou pelo menos 149 pessoas que em algum momento estiveram ou ainda estão associadas à quadrilha. Normalmente, a máfia de Cachoeira participa de licitações que já consideram ganhas, à base, é claro, de pagamentos de propina para autoridades e servidores estratégicos. A análise desse império de dimensões bilionárias indica que Cachoeira, nos últimos anos, usou especialmente empresas ligadas à área de medicamentos para se aproximar de governos em, no mínimo, nove Estados. O objetivo do empresário-bicheiro era abocanhar uma bilionária fatia da verba pública destinada à compra de medicamentos genéricos. Para isso, criou o laboratório Vitapan, com sede em Anápolis (GO), que rapidamente se tornou um dos principais fornecedores nacionais de genéricos. O laboratório foi uma espécie de cartão de visitas de Cachoeira para se infiltrar em governos estaduais e municipais. Hoje, a empresa está avaliada em R$ 100 milhões, tem convênios até com a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e está associada a outros grandes do setor, como a Neo Química e o laboratório Teuto Brasileiro. A Neo Química está hoje nas mãos do grupo Hypermarcas do empresário Marcelo Henrique Limírio, sócio de Cachoeira no Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), que produz testes laboratoriais e faturou R$ 10 milhões em 2010, segundo a PF. Limírio também é sócio do senador Demóstenes Torres no Instituto de Nova Educação, faculdade criada em Contagem, e doou R$ 2,2 milhões para as campanhas de Demóstenes e do governador de Goiás, Marconi Perillo.
Ao longo dos últimos 16 anos, Cachoeira aprimorou e diversificou esse esquema. Mas, no início de suas atividades, ele usava empresas de gestão de loterias, seu core business, para fazer a aproximação com o poder público. Com a empresa Capital Bet, ele venceu sozinho a concorrência para a distribuição de bilhetes de loterias no Rio Grande do Sul, em 2001, na gestão Olívio Dutra. Com a Gerplan, que controlava a loteria em Goiás, entrou no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O modus operandi incluía fraudes nos prêmios das loterias e suborno de autoridades, como foi revelado no escândalo Waldomiro Diniz, que desembocaria na CPI dos Bingos.
A descentralização dos negócios e o uso extensivo de laranjas deram capilaridade nacional à atuação de Cachoeira. Embora o bicheiro mantenha o controle das empresas por meio de um núcleo formado por parentes e amigos próximos, a PF identificou pelo menos 149 pessoas que em algum momento estiveram ou ainda estão associadas à quadrilha. Normalmente, a máfia de Cachoeira participa de licitações que já consideram ganhas, à base, é claro, de pagamentos de propina para autoridades e servidores estratégicos. A análise desse império de dimensões bilionárias indica que Cachoeira, nos últimos anos, usou especialmente empresas ligadas à área de medicamentos para se aproximar de governos em, no mínimo, nove Estados. O objetivo do empresário-bicheiro era abocanhar uma bilionária fatia da verba pública destinada à compra de medicamentos genéricos. Para isso, criou o laboratório Vitapan, com sede em Anápolis (GO), que rapidamente se tornou um dos principais fornecedores nacionais de genéricos. O laboratório foi uma espécie de cartão de visitas de Cachoeira para se infiltrar em governos estaduais e municipais. Hoje, a empresa está avaliada em R$ 100 milhões, tem convênios até com a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e está associada a outros grandes do setor, como a Neo Química e o laboratório Teuto Brasileiro. A Neo Química está hoje nas mãos do grupo Hypermarcas do empresário Marcelo Henrique Limírio, sócio de Cachoeira no Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), que produz testes laboratoriais e faturou R$ 10 milhões em 2010, segundo a PF. Limírio também é sócio do senador Demóstenes Torres no Instituto de Nova Educação, faculdade criada em Contagem, e doou R$ 2,2 milhões para as campanhas de Demóstenes e do governador de Goiás, Marconi Perillo.
Ao longo dos últimos 16 anos, Cachoeira aprimorou e diversificou esse esquema. Mas, no início de suas atividades, ele usava empresas de gestão de loterias, seu core business, para fazer a aproximação com o poder público. Com a empresa Capital Bet, ele venceu sozinho a concorrência para a distribuição de bilhetes de loterias no Rio Grande do Sul, em 2001, na gestão Olívio Dutra. Com a Gerplan, que controlava a loteria em Goiás, entrou no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O modus operandi incluía fraudes nos prêmios das loterias e suborno de autoridades, como foi revelado no escândalo Waldomiro Diniz, que desembocaria na CPI dos Bingos.
ALVO
Senador Demóstenes Torres reaparece
no Congresso e gera tumulto
Hoje as organizações de Cachoeira possuem tentáculos que vão muito além da loteria e do jogo do bicho. Entre os negócios com fachada legal mais lucrativos de Cachoeira, está a construção civil. Até aqui desconhecida do mercado, a Mapa Construtora firmou contratos com prefeituras do Ceará e de São Paulo. Na capital paulista, a empreiteira é a responsável pela construção do edifício que vai abrigar o arquivo geral da USP – contrato de R$ 2,1 milhões. Na cidade cearense de Vartoja, firmou convênios de R$ 1,8 milhão para a construção de uma escola infantil e uma quadra esportiva, que ainda não saíram do papel. Outra empresa do grupo do bicheiro, a Trade Construtora, obteve contrato de obras públicas em Anápolis, na atual gestão do petista Antônio Gomide. A Trade foi condenada pela Controladoria do Estado a devolver R$ 360 mil por irregularidades. Esses contratos, no entanto, representam uma pequena parcela do lucro de Cachoeira no setor.
A partir de rastreamentos bancários feitos pela PF, sabe-se agora que boa parte dos recursos públicos que irrigaram o esquema do bicheiro saiu de contratos da Construtora Delta, líder de repasses do governo na área do Ministério dos Transportes. Segundo a PF, Cachoeira seria “sócio oculto” da Delta, articulando negócios conjuntos com a empreiteira, discutindo planilhas de obras, compartilhando funcionários e, inclusive, despachando da própria sede da empresa. Um dos diálogos interceptados pela PF mostra como Cachoeira e a Delta fizeram um consórcio para a compra da empresa Ideal Segurança, responsável pela segurança de aterros sanitários controlados pela Delta, por R$ 199 milhões. Em outro grampo revelador, até agora inédito, descobre-se que o ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antônio Pagot foi monitorado clandestinamente por pelo menos dois anos. “Tem mais de um ano que o tal do Pagot tá no grampo, entendeu?”, conta o espião Dadá ao bicheiro, em 11 de julho de 2011. Questionado por ISTOÉ, Pagot confirmou que, quando estava no comando do Dnit, foi informado por um delegado amigo sobre a existência de grampos no gabinete em Brasília e em seu escritório em Cuiabá (MT). A deflagração da Operação Monte Carlo indica que Cachoeira trabalhou pela demissão de Pagot e da cúpula do Ministério dos Transportes. Agora, suspeita-se que a Delta pode ter tido acesso a informações privilegiadas de dentro do Dnit, responsável pelas maiores obras da empreiteira.
Sócio ou não da Delta, está cada vez mais claro que a empreiteira fazia a ponte com outras empresas do grupo de Cachoeira para facilitar o toma lá dá cá com o mundo político. A Delta também tem contratos em Anápolis, que abrangem obras rodoviárias e coleta de lixo. Nos contratos das duas empresas a PF vê o dedo do deputado federal Rubens Otoni (PT), flagrado em vídeo negociando com Carlinhos doação de R$ 100 mil para o caixa 2 de sua campanha eleitoral. Otoni, aliás, está na lista da PF de beneficiários do jogo do bicho. Foi denunciado que o senador Demóstenes Torres recebia 30% do faturamento da jogatina comandada por Cachoeira. Só que esse montante, na verdade, era repartido entre os deputados Leréia (PSDB), Jovair Arantes (DEM) e o próprio Rubens Otoni, segundo as investigações.
A partir de rastreamentos bancários feitos pela PF, sabe-se agora que boa parte dos recursos públicos que irrigaram o esquema do bicheiro saiu de contratos da Construtora Delta, líder de repasses do governo na área do Ministério dos Transportes. Segundo a PF, Cachoeira seria “sócio oculto” da Delta, articulando negócios conjuntos com a empreiteira, discutindo planilhas de obras, compartilhando funcionários e, inclusive, despachando da própria sede da empresa. Um dos diálogos interceptados pela PF mostra como Cachoeira e a Delta fizeram um consórcio para a compra da empresa Ideal Segurança, responsável pela segurança de aterros sanitários controlados pela Delta, por R$ 199 milhões. Em outro grampo revelador, até agora inédito, descobre-se que o ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antônio Pagot foi monitorado clandestinamente por pelo menos dois anos. “Tem mais de um ano que o tal do Pagot tá no grampo, entendeu?”, conta o espião Dadá ao bicheiro, em 11 de julho de 2011. Questionado por ISTOÉ, Pagot confirmou que, quando estava no comando do Dnit, foi informado por um delegado amigo sobre a existência de grampos no gabinete em Brasília e em seu escritório em Cuiabá (MT). A deflagração da Operação Monte Carlo indica que Cachoeira trabalhou pela demissão de Pagot e da cúpula do Ministério dos Transportes. Agora, suspeita-se que a Delta pode ter tido acesso a informações privilegiadas de dentro do Dnit, responsável pelas maiores obras da empreiteira.
Sócio ou não da Delta, está cada vez mais claro que a empreiteira fazia a ponte com outras empresas do grupo de Cachoeira para facilitar o toma lá dá cá com o mundo político. A Delta também tem contratos em Anápolis, que abrangem obras rodoviárias e coleta de lixo. Nos contratos das duas empresas a PF vê o dedo do deputado federal Rubens Otoni (PT), flagrado em vídeo negociando com Carlinhos doação de R$ 100 mil para o caixa 2 de sua campanha eleitoral. Otoni, aliás, está na lista da PF de beneficiários do jogo do bicho. Foi denunciado que o senador Demóstenes Torres recebia 30% do faturamento da jogatina comandada por Cachoeira. Só que esse montante, na verdade, era repartido entre os deputados Leréia (PSDB), Jovair Arantes (DEM) e o próprio Rubens Otoni, segundo as investigações.
O caso mais flagrante, talvez, seja o repasse de R$ 26,2 milhões feito pela Delta à empreiteira Alberto e Pantoja Construções. Sem negócios reais e funcionando num endereço fictício, a empresa destinou R$ 17,8 milhões às companhias Midway Int. Labs. e Rio Vermelho Dist., que injetaram capital na campanha do deputado federal Sandes Júnior (PP-GO), do ex-senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e da vereadora Miriam Garcia (PSDB-GO). Também foram beneficiados políticos do Distrito Federal, de Pernambuco e São Paulo. Já a Emprodata Administração de Imóveis, também uma empresa de fachada, repassou ao menos R$ 100 mil à Asfalto Brasília Ltda., que injetou R$ 175 mil na campanha da deputada Jaqueline Roriz (PMN).
Outra empresa do esquema, a MZ Construções efetuou depósitos de R$ 520 mil na conta da Negocial Fomento Mercantil, que doou R$ 20 mil para a campanha do deputado federal Augusto Coutinho (DEM-PE). A gráfica Laser Press, também usada pela quadrilha, foi doadora da campanha do deputado Edson Aparecido (PSDB-SP). O argumento usado pela Delta é de que tais repasses não têm relação com as campanhas políticas, são apenas pagamentos a alguns dos milhares de fornecedores da empresa. Faria sentido, não fosse a proximidade de Carlinhos com a empreiteira.
Por fim, o levantamento da Operação Monte Carlo também indica que Cachoeira passou a investir em imóveis rurais para a criação de gado, recurso usado como meio para a lavagem e evasão de capitais. Seu patrimônio inclui ao menos 31 imóveis, incluída aí uma fazenda de gado nelore. Cachoeira também vinha fazendo investimentos pesados em empreendimentos imobiliários, turísticos e até na implantação de cidades. A preferência é por áreas ainda não regularizadas, pelas quais ele poderia subornar autoridades e servidores para conseguir a regularização e depois revender o imóvel com uma valorização exponencial. Um dos maiores negócios na mira de Cachoeira é uma fazenda de dez milhões de metros quadrados no Distrito Federal. A área está sendo cogitada a abrigar uma extensão da cidade-satélite de Vicente Pires. Num diálogo interceptado pela PF, Gleyb Ferreira, gerente do esquema Cachoeira, trata da negociação com um grupo de São Paulo de metade da fazenda, avaliada em R$ 1,07 bilhão e cuja regularização será acertada com a Terracap na base da propina. Outra parcela estaria sendo negociada com o grupo Brookfield, que, segundo suspeita a PF, teria o ex-governador José Roberto Arruda como representante informal no DF. “Se o pessoal da Brookfield também abrir as pernas e começar com muito rolo, eu passo para São Paulo”, diz Gleyb.
Outra empresa do esquema, a MZ Construções efetuou depósitos de R$ 520 mil na conta da Negocial Fomento Mercantil, que doou R$ 20 mil para a campanha do deputado federal Augusto Coutinho (DEM-PE). A gráfica Laser Press, também usada pela quadrilha, foi doadora da campanha do deputado Edson Aparecido (PSDB-SP). O argumento usado pela Delta é de que tais repasses não têm relação com as campanhas políticas, são apenas pagamentos a alguns dos milhares de fornecedores da empresa. Faria sentido, não fosse a proximidade de Carlinhos com a empreiteira.
Por fim, o levantamento da Operação Monte Carlo também indica que Cachoeira passou a investir em imóveis rurais para a criação de gado, recurso usado como meio para a lavagem e evasão de capitais. Seu patrimônio inclui ao menos 31 imóveis, incluída aí uma fazenda de gado nelore. Cachoeira também vinha fazendo investimentos pesados em empreendimentos imobiliários, turísticos e até na implantação de cidades. A preferência é por áreas ainda não regularizadas, pelas quais ele poderia subornar autoridades e servidores para conseguir a regularização e depois revender o imóvel com uma valorização exponencial. Um dos maiores negócios na mira de Cachoeira é uma fazenda de dez milhões de metros quadrados no Distrito Federal. A área está sendo cogitada a abrigar uma extensão da cidade-satélite de Vicente Pires. Num diálogo interceptado pela PF, Gleyb Ferreira, gerente do esquema Cachoeira, trata da negociação com um grupo de São Paulo de metade da fazenda, avaliada em R$ 1,07 bilhão e cuja regularização será acertada com a Terracap na base da propina. Outra parcela estaria sendo negociada com o grupo Brookfield, que, segundo suspeita a PF, teria o ex-governador José Roberto Arruda como representante informal no DF. “Se o pessoal da Brookfield também abrir as pernas e começar com muito rolo, eu passo para São Paulo”, diz Gleyb.
As assombrações de Protógenes
by ISTO É
Independente
PF diz que gravações de conversas
do deputado e do araponga
Dadá ligam Protógenes Queiroz ao esquema
de Cachoeira. A CPI quer explicações
CUMPLICIDADE
Segundo a Polícia Federal, o araponga Dadá poderá ser indiciadocomo cúmplice dos crimes do deputado Protógenes Queiroz
Durante a Operação Monte Carlo, foram gravados seis telefonemas que revelam uma associação criminosa entre Protógenes e Dadá. Um dos crimes que teriam sido praticados pelo atual deputado, segundo os delegados da PF e procuradores que trabalham na investigação, seria o de coação de testemunhas, ação que costuma ser punida com a prisão preventiva do acusado. Em 2008, Protógenes comandou a chamada Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. O problema é que foram descobertas diversas ilegalidades na investigação. De acordo com a Corregedoria da PF, com a denúncia do Ministério Público e com a decisão de primeira instância da Justiça Federal, Protógenes foi responsável por quebra de sigilos da investigação, promoveu grampos telefônicos em ambientes sem autorização judicial, forneceu senhas de acesso aos grampos da PF para 84 arapongas comandados por Dadá que foram levados de forma clandestina para a investigação. No processo, Protógenes é réu. Dadá e Jairo Martins, outro araponga ligado ao esquema de Cachoeira, são testemunhas. Nos diálogos gravados pela Operação Monte Carlo, Protógenes diz como Dadá e Martins devem se conduzir durante seus depoimentos. A conversa (leia quadro na pág. ao lado) foi gravada em nove de agosto do ano passado. Dias depois, os dois espiões deveriam depor na Polícia Federal. Ambos disseram que só iriam se pronunciar na Justiça.
Durante a Operação Monte Carlo, foram gravados seis telefonemas que revelam uma associação criminosa entre Protógenes e Dadá. Um dos crimes que teriam sido praticados pelo atual deputado, segundo os delegados da PF e procuradores que trabalham na investigação, seria o de coação de testemunhas, ação que costuma ser punida com a prisão preventiva do acusado. Em 2008, Protógenes comandou a chamada Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. O problema é que foram descobertas diversas ilegalidades na investigação. De acordo com a Corregedoria da PF, com a denúncia do Ministério Público e com a decisão de primeira instância da Justiça Federal, Protógenes foi responsável por quebra de sigilos da investigação, promoveu grampos telefônicos em ambientes sem autorização judicial, forneceu senhas de acesso aos grampos da PF para 84 arapongas comandados por Dadá que foram levados de forma clandestina para a investigação. No processo, Protógenes é réu. Dadá e Jairo Martins, outro araponga ligado ao esquema de Cachoeira, são testemunhas. Nos diálogos gravados pela Operação Monte Carlo, Protógenes diz como Dadá e Martins devem se conduzir durante seus depoimentos. A conversa (leia quadro na pág. ao lado) foi gravada em nove de agosto do ano passado. Dias depois, os dois espiões deveriam depor na Polícia Federal. Ambos disseram que só iriam se pronunciar na Justiça.
Na semana passada, o deputado negou qualquer participação no esquema de Cachoeira. Admitiu que conhece Dadá, mas afirmou que mantinha com o araponga uma relação profissional, pois era do setor de inteligência da PF e Dadá, do serviço de informações da Aeronáutica. O problema é que, nas datas em que as conversas foram gravadas, Protógenes estava afastado da PF e já exercia mandato parlamentar e Dadá estava aposentado na Aeronáutica e já atuava como araponga a serviço de causas privadas. As conversas, portanto, não são entre dois funcionários públicos lotados em serviços de inteligência, mas revelam a promiscuidade de um deputado com um araponga funcionário de bicheiro. Na quinta-feira 19, o PSDB encaminhou representação assinada pelo deputado Sérgio Guerra (PE) ao presidente da Câmara pedindo que fosse aberto um processo disciplinar contra Protógenes.
Na semana passada, o deputado negou qualquer participação no esquema de Cachoeira. Admitiu que conhece Dadá, mas afirmou que mantinha com o araponga uma relação profissional, pois era do setor de inteligência da PF e Dadá, do serviço de informações da Aeronáutica. O problema é que, nas datas em que as conversas foram gravadas, Protógenes estava afastado da PF e já exercia mandato parlamentar e Dadá estava aposentado na Aeronáutica e já atuava como araponga a serviço de causas privadas. As conversas, portanto, não são entre dois funcionários públicos lotados em serviços de inteligência, mas revelam a promiscuidade de um deputado com um araponga funcionário de bicheiro. Na quinta-feira 19, o PSDB encaminhou representação assinada pelo deputado Sérgio Guerra (PE) ao presidente da Câmara pedindo que fosse aberto um processo disciplinar contra Protógenes.
Delegado licenciado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz se elegeu deputado pelo PCdoB-SP, em 2010, em busca de imunidade e foro privilegiado. A instalação da CPMI para investigar a rede de corrupção montada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, porém, coloca abaixo a estratégia de proteção. Na quinta-feira 19, alguns deputados e senadores cotados para compor a comissão davam como certo que Protógenes será um dos primeiros convocados a prestar esclarecimentos, apesar de haver assinado o requerimento para a abertura das investigações. As gravações de conversas telefônicas feitas pela PF durante a Operação Monte Carlo – que revelou o esquema de Cachoeira – mostram que Protógenes e um dos principais operadores do bicheiro, o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, são mais do que íntimos amigos. Os diálogos agora divulgados e documentos em poder da Corregedoria da PF e do Ministério Público Federal indicam que o deputado e o araponga Dadá são cúmplices em crimes pelos quais Protógenes já foi indiciado, denunciado e condenado em primeira instância a três anos e quatro meses de prisão pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo. “Os diálogos comprovam fatos passados durante a Operação Satiagraha e levantam a suspeita de que o atual deputado participava do esquema de Cachoeira”, disse um parlamentar de São Paulo que deverá assumir um posto na CPMI tão logo a comissão seja instalada.
Além dos diálogos que confirmam as ilegalidades praticadas por Protógenes no correr da Satiagraha, outras conversas interceptadas no ano passado apontam para a participação de delegado licenciado na organização comandada por Cachoeira. Segundo relatos de delegados que participaram da operação, “Protógenes procurava influir na nomeação de pessoas em governos ligados ao esquema e também se proporia a abrigar em seu gabinete na Câmara funcionários que fossem indicados pelo grupo”. Duas conversas em especial chamaram a atenção dos delegados e procuradores. Uma foi gravada em 20 de dezembro de 2011. O diálogo (leia quadro ao lado) entre Dadá e um policial chamado Ventura, da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, durou mais de cinco minutos e, na conversa, o araponga revela que a nomeação do delegado da PF Daniel Lorenz para comandar a polícia do Distrito Federal não havia agradado ao grupo de Cachoeira por causa de divergências com Protógenes. Meses antes, Lorenz tinha se demitido, alegando não haver condições de trabalho. A outra gravação que chamou a atenção da PF (leia quadro ao lado) foi feita em 14 de janeiro do ano passado e durou seis minutos. Dadá diz a um interlocutor identificado como Serjão que estava empenhado em arrumar um emprego para a ex-secretária do deputado Laerte Bessa (PMDB-DF), que perdera a eleição. Na conversa, ele afirma ter recorrido a Protógenes e que o deputado lhe dissera que o gabinete estava lotado.
Estou revendo um show feito com Caetano, Roberto & varios convidados. Achei isso faxinando meus cds. Nao sei de quando é. The Best ouvir novamente as musicas remixadas. Delicia de todos os dias. Num domingo pela manha, um deleite. by Deise
Eu não posso mais ficar aqui
A esperar!
Que um dia de repente
Você volte para mim.
Vejo caminhões
E carros apressados
A passar por mim
Estou sentado à beira
De um caminho
Que não tem mais fim.
Meu olhar se perde na poeira
Dessa estrada triste
Onde a tristeza
E a saudade de você
Ainda existe.
Esse sol que queima
No meu rosto
Um resto de esperança
De ao menos ver de perto
O seu olhar
Que eu trago na lembrança.
Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo.
Vem a chuva, molha o meu rosto
E então eu choro tanto
Minhas lágrimas
E os pingos dessa chuva
Se confundem com o meu pranto.
Olho prá mim mesmo e procuro
E não encontro nada
Sou um pobre resto de esperança
À beira de uma estrada...
Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo.
Carros, caminhões, poeira
Estrada, tudo, tudo, tudo
Se confunde em minha mente
Minha sombra me acompanha
E vê que eu
Estou morrendo lentamente...
Só você não vê que eu
Não posso mais
Ficar aqui sozinho
Esperando a vida inteira
Por você
Sentado à beira do caminho...
Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo
Ex-DNIT acusa assessores do Planalto de complô e porta voz da presidencia, jornalista Thomas Traumann chama Pagot de Mentiroso
by cenarioMT.com.br
O jornalista Thomas Traumann, porta-voz da Presidência, afirmou na sexta-feira que
o ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antônio Pagot mente ao levantar suspeitas sobre eventuais
vazamentos ocorridos no Planalto. "Não conheço os senhores Pagot, Cachoeira,
Cláudio Abreu ou as tais ‘pessoas ligadas a eles’", disse. "A suspeita levantada pelo senhor
Pagot é caluniosa, além de absurda."
"Nunca tive acesso a nenhuma informação sigilosa do Ministério dos Transportes, portanto,
nunca poderia vazá-la. Meu único contato com a reportagem de Veja no episódio foi transferir
suas demandas para o Ministério dos Transportes", disse Traumann, que, na época, atuava
na Secretaria de Comunicação Social. "No que diz respeito ao meu nome, o senhor Pagot mente."
Em nota, o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais,
Olavo Noleto, disse: "Nunca fui apresentado, não conheço e nunca falei com
Carlos Cachoeira, tampouco agi em benefício dele".
A revista Veja não se pronunciou.
Luiz Pagot acusou em entrevista os dois assessores do Palácio do Planalto
de atuaram para derrubá-lo durante a crise na pasta, vazando informações de interesse da
organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Pagot afirma que o subchefe de Assuntos
Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da
Presidência e do Palácio no Planalto, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião
sigilosa da presidenta Dilma Rousseff com a cúpula dos Transportes, em 5 de junho de 2011,
para o grupo de Cachoeira, cujos detalhes e frases, em seguida,
foram reproduzidos pela revista Veja.
O jornalista Thomas Traumann, porta-voz da Presidência, afirmou na sexta-feira que
o ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antônio Pagot mente ao levantar suspeitas sobre eventuais
vazamentos ocorridos no Planalto. "Não conheço os senhores Pagot, Cachoeira,
Cláudio Abreu ou as tais ‘pessoas ligadas a eles’", disse. "A suspeita levantada pelo senhor
Pagot é caluniosa, além de absurda."
"Nunca tive acesso a nenhuma informação sigilosa do Ministério dos Transportes, portanto,
nunca poderia vazá-la. Meu único contato com a reportagem de Veja no episódio foi transferir
suas demandas para o Ministério dos Transportes", disse Traumann, que, na época, atuava
na Secretaria de Comunicação Social. "No que diz respeito ao meu nome, o senhor Pagot mente."
Em nota, o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais,
Olavo Noleto, disse: "Nunca fui apresentado, não conheço e nunca falei com
Carlos Cachoeira, tampouco agi em benefício dele".
A revista Veja não se pronunciou.
Luiz Pagot acusou em entrevista os dois assessores do Palácio do Planalto
de atuaram para derrubá-lo durante a crise na pasta, vazando informações de interesse da
organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Pagot afirma que o subchefe de Assuntos
Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da
Presidência e do Palácio no Planalto, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião
sigilosa da presidenta Dilma Rousseff com a cúpula dos Transportes, em 5 de junho de 2011,
para o grupo de Cachoeira, cujos detalhes e frases, em seguida,
foram reproduzidos pela revista Veja.
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by Fábio Fabrini (agenciaestado)
Afastado do cargo na esteira da 'faxina' no Ministério dos Transportes, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot lançou nesta sexta a suspeita de que assessores do Palácio do Planalto atuaram para derrubá-lo durante a crise na pasta, vazando informações de interesse da organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Pagot afirma que o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da Presidência e do Palácio no Planalto, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião sigilosa da presidente Dilma Rousseff com a cúpula dos Transportes, em 5 de junho de 2011, para o grupo de Cachoeira, cujos detalhes e frases, em seguida, foram reproduzidos pela revista Veja.
Pagot alega que, como diretor-geral do Dnit, afetou interesses da Delta Construções, o que teria motivado retaliação do grupo de Cachoeira. Ele cita, por exemplo, processo administrativo aberto contra a empreiteira no Dnit por irregularidades em obra da BR-116 no Ceará.
O inquérito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que motivou a criação da CPI do Cachoeira no Congresso, indica que Noleto tem ligações com o grupo do contraventor, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País. Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro. Noleto admite ter conversado com Wladimir Garcez, ex-presidente da Câmara de Goiânia e apontado como um dos principais aliados de Cachoeira, o qual teria conhecido entre 2001 e 2002, quando trabalhava na Prefeitura de Goiânia.
Faxina
A reportagem da Veja desencadeou a chamada faxina no Ministério dos Transportes, com o afastamento e exoneração da cúpula da pasta devido a uma série de denúncias de corrupção. Pagot e demais dirigentes da área no governo deixaram os respectivos cargos.
Quase um ano depois, grampos da Polícia Federal, obtidos na Operação Monte Carlo, mostram Cachoeira e o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu conversando sobre o vazamento das informações ao jornalista Policarpo Júnior, da Veja. 'Enfiei tudo no r... do Pagot', declarou Cachoeira, em grampo que consta no inquérito da PF.
'Se vazaram (informações detalhadas da reunião para a revista), tinha duas pessoas que tinham trânsito com o Policarpo. Uma se chamava Thomas Traumann, que tinha trabalhado junto (com o jornalista) na Veja e trocava informações. A outra pessoa era Olavo Noleto, que circulava com desenvoltura e participou dessa reunião', afirmou Pagot.
O ex-diretor se disse surpreso com a divulgação das recentes gravações, que revelaram uma 'negociata' para derrubá-lo. Questionado sobre as razões dos assessores do Planalto para tirá-lo do Dnit, foi evasivo: 'O porquê (dos vazamentos) não sei: se fizeram isso de caso pensado, se fizeram sob o comando do governo, se estavam fazendo como aloprados do PT, não sei', afirmou, ponderando não ter provas.
Pagot disse que Noleto, que é de Goiás, seria amigo de Cachoeira e Abreu, frequentando festas na casa do ex-diretor da empreiteira. 'Essa figura (Noleto) é uma figura singela, um gordinho amigo, mas é tido nos bastidores como ‘pau de dar em doido’, ‘pau para toda obra’. É um cara partidário e que está sempre a fim de fazer alguma esparrela. Lembra do caso dos aloprados? Sempre tem um cara do PT a fim de fazer alguma sacanagem', comentou.
Assim que apareceu nas gravações da Monte Carlo, Noleto alegou que negociou com o ex-vereador Wladimir Garcez apoio do senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM) à candidatura da presidente Dilma em 2010, o que não se concretizou.
Pagot afirmou que as investigações da Polícia Federal e da CPI do Cachoeira vão revelar sob encomenda de quem agiram Cachoeira e Abreu. E se houve ordem do Planalto na suposta operação para prejudicá-lo. Segundo ele, o governo se pautou por uma reportagem 'mentirosa' ao desencadear a 'faxina' nos Transportes. 'O Planalto se aproveitou para exonerar o PR e o Pagot. Fui leal ao governo', reclama. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
by Redação - Lucas Bólico
O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot (PR) acusa o porta-voz da Presidência da República e do Palácio do Planalto, Thomas Traumann, e o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Neto, de armarem um complô contra ele, enquanto ainda atuava no Dnit.
Em entrevista ao Estado de São Paulo, Pagot afirmou que ambos repassarem dados de uma reunião sigilosa com a presidente Dilma Rousseff (PT) para o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar um esquema de jogo ilícitos no Estado de Goiás. As informações repassadas pelos assessores posteriormente fora usadas na revista Veja.
À revista Época, Pagot havia dito que ‘caiu’ do Dnit devido a negociatas do bicheiro Carlinhos Cachoeira e do diretor da Delta para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu.
Segundo Pagot, o deputado Wellington Fagundes (PR-MT) também pressionou o Dnit em favor da Delta. O parlamentar queria que o departamento fosse menos exigente com a empresa no episódio do asfalto da BR-163. À Época, Fagundes disse não ter feito lobby pela Delta.
Afastado do cargo na esteira da “faxina” no Ministério dos Transportes, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz Antônio Pagot lançou nesta sexta-feira, 20, a suspeita de que assessores do Palácio do Planalto atuaram para derrubá-lo durante a crise na pasta, vazando informações de interesse da organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira
Em entrevista ao Estado, Pagot afirma que o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e o porta-voz da Presidência e do Palácio no Planalto, Thomas Traumann, repassaram dados de reunião sigilosa da presidente Dilma Rousseff com a cúpula dos Transportes, em 5 de junho de 2011, para o grupo de Cachoeira, cujos detalhes e frases, em seguida, foram reproduzidos pela revista Veja.
Pagot alega que, como diretor-geral do DNIT, afetou interesses da Delta Construções, o que teria motivado retaliação do grupo de Cachoeira. Ele cita, por exemplo, processo administrativo aberto contra a empreiteira no Dnit por irregularidades em obra da BR-116 no Ceará.
O inquérito da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que motivou a criação da CPI do Cachoeira no Congresso, indica que Noleto tem ligações com o grupo do contraventor, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País.
Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro. Noleto admite ter conversado com Wladimir Garcez, ex-presidente da Câmara de Goiânia e apontado como um dos principais aliados de Cachoeira, o qual teria conhecido entre 2001 e 2002, quando trabalhava na Prefeitura de Goiânia.
Faxina
A reportagem da Veja desencadeou a chamada faxina no Ministério dos Transportes, com o afastamento e exoneração da cúpula da pasta devido a uma série de denúncias de corrupção. Pagot e demais dirigentes da área no governo deixaram os respectivos cargos.
Quase um ano depois, grampos da Polícia Federal, obtidos na Operação Monte Carlo, mostram Cachoeira e o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu conversando sobre o vazamento das informações ao jornalista Policarpo Júnior, da Veja. “Enfiei tudo no r... do Pagot”, declarou Cachoeira, em grampo que consta no inquérito da PF.
“Se vazaram (informações detalhadas da reunião para a revista), tinha duas pessoas que tinham trânsito com o Policarpo. Uma se chamava Thomas Traumann, que tinha trabalhado junto (com o jornalista) na Veja e trocava informações. A outra pessoa era Olavo Noleto, que circulava com desenvoltura e participou dessa reunião”, afirmou Pagot.
O ex-diretor se disse surpreso com a divulgação das recentes gravações, que revelaram uma “negociata” para derrubá-lo. Questionado sobre as razões dos assessores do Planalto para tirá-lo do Dnit, foi evasivo: “O porquê (dos vazamentos) não sei: se fizeram isso de caso pensado, se fizeram sob o comando do governo, se estavam fazendo como aloprados do PT, não sei”, afirmou, ponderando não ter provas.
Pagot disse que Noleto, que é de Goiás, seria amigo de Cachoeira e Abreu, frequentando festas na casa do ex-diretor da empreiteira. “Essa figura (Noleto) é uma figura singela, um gordinho amigo, mas é tido nos bastidores como ‘pau de dar em doido’, ‘pau para toda obra’. É um cara partidário e que está sempre a fim de fazer alguma esparrela. Lembra do caso dos aloprados? Sempre tem um cara do PT a fim de fazer alguma sacanagem”, comentou.
Assim que apareceu nas gravações da Monte Carlo, Noleto alegou que negociou com o ex-vereador Wladimir Garcez apoio do senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM) à candidatura da presidente Dilma em 2010, o que não se concretizou.
Pagot afirmou que as investigações da Polícia Federal e da CPI do Cachoeira vão revelar sob encomenda de quem agiram Cachoeira e Abreu. E se houve ordem do Planalto na suposta operação para prejudicá-lo. Segundo ele, o governo se pautou por uma reportagem “mentirosa” ao desencadear a “faxina” nos Transportes. “O Planalto se aproveitou para exonerar o PR e o Pagot. Fui leal ao governo”, reclama.
"Na Corrida"
by Por MÁRCIO OGATA, enviado especial
RECIFE – A noite de 21 de abril ficará, por muito tempo, na memória das 50 mil pessoas que estiveram no Estádio do Arruda, no Recife, em Pernambuco. A primeira apresentação de Paul McCartney com a turnê "On The Run" no Nordeste brasileiro teve o roteiro bem cumprido: grandes hits, muita interação com o público e a sensação de que o ex-Beatle é “gente como a gente”.
Tudo bem ensaiadinho, é verdade.
Pois por alguns detalhes quase que esse script perfeito vai por água abaixo. Paul sentiu o forte calor da cidade e, talvez por esse motivo, demorou para se soltar de verdade no palco. Por mais que tenha repetido o clichê de falar algumas palavras na língua local com o mesmo discurso das apresentações recentes no país (“Vou tentar falar um pouco de português, mas vou falar mais inglês”), a plateia parecia, em muitos momentos, dispersa e apática. Talvez mais interessada em registrar, por meio de seus celulares, a presença no concerto histórico.
Mas isso não estragou o show. A cada “pernambucano” ou “povo arretado” que Paul falava (ele chegou até a carregar, no fim da apresentação, a bandeira de Pernambuco) ou quando um hit dos Beatles era tocado, o show parecia voltar à sintonia do roteiro da apresentação perfeita.
Em pouco mais de 2h50, McCartney revisitou sua carreira. Abriu com “Magical Mystery Tour”, “Junior Farm” e “All My Loving”. Um pouco antes de tocar esta última música, cedeu ao calor e tirou o paletó azul marinho. A camisa branca com gola em azul claro já estava completamente encharcada.
Segundo Paul, o público no Recife foi o primeiro a ouvir, ao vivo, “Night Before”. A apresentação teve os momentos de homenagem de sempre. Para a atual esposa Nancy, “My Valentine”. Linda McCartney foi lembrada com “Maybe I’m Amazed”. Os ex-companheiros de Beatles obviamente foram reverenciados. John Lennon em “Here Today”, “Something” para George Harrison e “Yellow Submarine” para Ringo Starr.
Os três momentos que realmente empolgaram a plateia vieram com as explosões de “Live and Let Die”, o refrão grudento de “Hey, Jude” e a emocionante “Yesterday”, esta já no bis final.
O primeiro dos dois shows de Paul no Recife terminou com o medley “Golden Slumbers”/ “Carry That Weight”/ “The End”. Sensação de missão cumprida: público feliz, mas talvez sem ter curtido Paul McCartney em sua essência. Que neste domingo (22) a história seja diferente.
Confira o set list da primeira apresentação no Recife:
- 'Magical Mystery Tour'
- 'Junior Farm'
- 'All My Loving'
- 'Jet'
- 'Got you get you into my life'
- 'Sing the changes'
- 'Night before'
- 'Let me roll it'
- 'Paperback writer'
- 'Long and winding road'
- '1985'
- 'My Valentine'
- 'Maybe I'm amazed'
- 'Things we said today'
- 'And I love her'
- 'Blackbird'
- 'Here today'
- 'Dance tonight'
- 'Mrs. Vanderbilt'
- 'Eleanor Rigby'
- 'Something'
- 'Band on the run'
- 'Obla di obla da'
- 'Back in the USSR'
- 'I got a felling'
- 'A day in the lifetime'
- 'Let it be'
- 'Live and let die'
- 'Hey Jude'
- 'Lady Madonna'
- 'Day Tripper'
- 'Get back'
- 'Yesterday'
- 'Helter Skelter'
- 'Golden slumbers'
by Estadao
Marcha contra corrupção
reúne 3 mil em Brasília
Sob o impacto do escândalo envolvendo políticos com a
organização criminosa comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, cerca de três
mil pessoas, pelos cálculos da Polícia Militar, participaram na manhã deste
sábado da Marcha contra a Corrupção, na Esplanada dos Ministérios.
Entre os manifestantes havia muitos servidores públicos de
categorias em greve, como a dos professores, além de jovens de cara pintada. A
maior parte usava camisetas pretas.
Portando faixas e entoando palavras de ordem, os manifestantes
protestaram contra a impunidade e o desvio de dinheiro público e pediram
agilidade no julgamento do processo do mensalão, aberto em 2005 e até hoje
tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns cartazes pediam a
transformação da corrupção em crime hediondo. Não houve incidentes.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção do Distrito
Federal, fez campanha pela marcha. O presidente da entidade, Francisco Caputo,
ajudou a puxar a passeata, que percorreu o espaço da Esplanada onde milhares de
pessoas se concentravam desde cedo para assistir aos shows e atividades
relativas ao 52º aniversário de Brasília, comemorado no 21 de abril
sábado, 21 de abril de 2012
Terceira Marcha Contra a Corrupção é realizada sábado (21) em Florianópolis
Com aproximadamente 400 participantes, a manifestação saiu do Trapiche da Beira-mar, com destino ao Koxixo's
Oliveira Mussi
@Mussi_ND
Florianopolis
Janine Turco/ND
Manifestantes carregaram cartazes e gritaram palavras de ordem contra corrupção
Entre as revindicações da manifestação, estavam o fim do foro privilegiado para deputados e senadores; a aplicação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação; o voto aberto no Congresso; e a realização do julgamento dos envolvidos no mensalão ainda no primeiro semestre de 2012. A passeata contou com aproximadamente 400 manifestantes, que carregavam cartazes, vassouras, usavam máscaras, narizes de palhaço ou pintura no rosto, como nas Diretas-já.
Giacomo Liberatore, 70, geólogo aposentado, participou pela terceira vez da marcha. Ele estava com a mulher, Eliana Liberatore, 59, os filhos, Giovanna, 27, e Fábio Liberatore, 24, e a nora e o genro, Thays Canto, 24, e Gustavo Nunes, 31. Todos carregavam vassouras. De acordo com o geólogo, trata-se do melhor símbolo de limpeza. Ele se lembra da campanha de Jânio Quadros, em 1960, que usou a vassoura como sinônimo de limpeza do país, eliminação da corrupção.
Rosemery Mattos, 45, funcionária pública estadual, levou o filho de 4 anos, Matheus, que carregava um cartaz com a indagação: "E quanto ao nosso futuro?". "Todos têm que ter participação na luta contra a corrupção, é importante aprendermos a sermos cidadãos desde cedo; por isso trouxe meu filho. O futuro dele depende de um país, de um mundo sem corrupção", disse. Por sua vez, Jony Alexandre, 62, funcionário público aposentado, reclamou que as pessoas jogavam sacos plásticos - entregues com uma camiseta do movimento aos manifestantes - no meio da rua.
Mesmo contra a orientação dos organizadores da manifestação, um grupo impediu a passagem dos carros no semáforo em frente ao Koxixo's. Antes disso, os ciclistas reclamaram que a manifestação estava obstruindo a ciclovia.
Em outras capitais, as marchas contra corrupção reuniram centenas de pessoas. A marcha em Brasília também comemorou os 52 anos da Capital do Brasil
Chuva desmobiliza marcha contra a corrupção em Porto Alegre
by Zero Hora
Manifestantes pararam o trânsito na região central
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
Jovens se encontraram na prefeitura,
mas mau tempo desanimou manifestantes
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
mas mau tempo desanimou manifestantes
Dezenas de jovens saíram na tarde de sábado pelas ruas da região central de Porto Alegre em um protesto contra a corrupção no Brasil. Os manifestantes se reuniram em frente à prefeitura por volta das 16h e seguiram em marcha. Passaram pelo Palácio Piratini, José do Patrocínio e, pela Borges de Medeiros, retornaram à prefeitura. Houve complicações no trânsito.
O educador social Anderson Lima, 30 anos, estava no grupo e disse que a chuva foi o pivô da desmobilização.
— Marcamos esse movimento pelo Facebook. Isso já faz mais de seis meses. Quando nos encontramos na prefeitura tinha muita gente, mas nossa ideia era protestar no Mercado Público. Só que chegando lá vimos que tinha uma festa da igreja e decidimos sair pelas ruas do centro em caminhada. Foi um protesto pacífico — comentou Lima.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanhou o protesto até a Praça da Matriz. Dali por diante, seguiram sozinhos pela cidade, parando o trânsito. Segundo o chefe do setor Centro do órgão, Eduardo Ferreira, o movimento não avisou nem a Brigada Militar, nem a EPTC sobre a marcha.
Havia previsão para o ato ocorrer em outras cidades como Passo Fundo, São Leopoldo, Itaqui e São Borja. Outros Estados também aderiram à marcha contra a corrupção.
Em Brasília, centenas de jovens marcharam na Esplanada dos Ministérios vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o fim dos desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que participa das comemorações dos 52 anos de Brasília.
A marcha
Foi a terceira edição da marcha organizada pelo Movimento Brasil contra a Corrupção (MBCC). Os protestos são organizados, principalmente, pelas redes sociais. Segundo um dos organizadores, Rodrigo Montezuma, estão previstas mobilizações semelhantes à de Brasília em cerca de 40 cidades.
As principais bandeiras desta edição da marcha são o fim do voto secreto nas votações do Congresso e celeridade no julgamento do escândalo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O educador social Anderson Lima, 30 anos, estava no grupo e disse que a chuva foi o pivô da desmobilização.
— Marcamos esse movimento pelo Facebook. Isso já faz mais de seis meses. Quando nos encontramos na prefeitura tinha muita gente, mas nossa ideia era protestar no Mercado Público. Só que chegando lá vimos que tinha uma festa da igreja e decidimos sair pelas ruas do centro em caminhada. Foi um protesto pacífico — comentou Lima.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanhou o protesto até a Praça da Matriz. Dali por diante, seguiram sozinhos pela cidade, parando o trânsito. Segundo o chefe do setor Centro do órgão, Eduardo Ferreira, o movimento não avisou nem a Brigada Militar, nem a EPTC sobre a marcha.
Havia previsão para o ato ocorrer em outras cidades como Passo Fundo, São Leopoldo, Itaqui e São Borja. Outros Estados também aderiram à marcha contra a corrupção.
Em Brasília, centenas de jovens marcharam na Esplanada dos Ministérios vestindo roupas pretas e carregando faixas e cartazes que pediam o fim dos desvios de verbas públicas. A marcha foi reforçada pelo público que participa das comemorações dos 52 anos de Brasília.
A marcha
Foi a terceira edição da marcha organizada pelo Movimento Brasil contra a Corrupção (MBCC). Os protestos são organizados, principalmente, pelas redes sociais. Segundo um dos organizadores, Rodrigo Montezuma, estão previstas mobilizações semelhantes à de Brasília em cerca de 40 cidades.
As principais bandeiras desta edição da marcha são o fim do voto secreto nas votações do Congresso e celeridade no julgamento do escândalo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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