sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cronica escrita em 31 de outubro de 2010. apontem uma virgula colocada errada e retiro o Post. by Deise

by Danusa Leão


Antes mesmo de saber o resultado,

leia esta crônica: É HOJE.


BOA SORTE ao eleito de hoje.
Se for aquele em quem votei, ótimo; se não for, boa sorte assim mesmo, e que Deus proteja o Brasil -e nos proteja.




Hoje à noite, na hora em que Lula puser a cabeça no travesseiro, vai cair a ficha: agora é só uma questão de tempo, e pouco tempo.
Ele se acostumou com o sucesso e a popularidade, mas vai ter também que se acostumar a não ser mais presidente da República, só que não vai ser assim tão fácil. Para isso é preciso ter sabedoria e equilíbrio, qualidades que definitivamente o presidente não tem.
Lula sonhou alto; pretendia ser secretário-geral da ONU, pretendia que o Brasil fizesse parte do Conselho de Segurança, pretendia ganhar o Nobel da Paz, quis resolver o confronto no Oriente Médio, foi chamado por Obama de “o cara”; começou a se achar dono do mundo, meteu os pés pelas mãos e conseguiu, na hora de sair, ficar mal na foto. Bem mal.
Qualquer que seja o resultado de hoje, temos boas razões para comemorar. Não vamos mais ver na TV Lula andando com o microfone na mão, como se estivesse num auditório, dizendo “nunca antes nesse país”, comparando tudo que acontece a um jogo de futebol, sem um pingo de graça.


Não vamos mais ver Marisa Letícia vestida de verde e amarelo nas comemorações da Independência ou de vermelho em carreata eleitoral, saudando o povo com os braços para o alto, como se fosse uma miss; sua voz, ninguém jamais ouviu, e seu único ato foi fazer um canteiro com uma estrela vermelha no jardim do Palácio da Alvorada. Que foi retirada, por sinal.
O Brasil, que já tinha ficado bem mal educado nos tempos de Collor, ficou ainda menos educado depois dos oito anos de Lula. A falta de cerimônia, os péssimos modos, a maneira de se dirigir a seus adversários, o pouco caso com que atropelou as leis eleitorais; dizer inverdades, agindo como se os fins justificassem quaisquer meios, e que a impunidade é lei. Tudo foi um péssimo exemplo.

Quando um novo presidente é eleito, tudo muda – para melhor ou para pior. Penso em Cristina Kirchner, que deve estar passando por maus momentos, em todos os sentidos. Como fará para governar o país, sem seu marido ao lado para encarar os problemas, maiores ou menores?
É o perigo de ser eleito/a um candidato/a que precisa de quem o dirija na hora do aperto, para que o país não fique à deriva.
 Já pensaram se a mulher de Joaquim Roriz vence a eleição no Distrito Federal e seu marido morre? Antes de votar, há que se pensar em tudo, até no que parece impossível poder acontecer. E se acontecer?
Lula deve estar cansado, merece umas férias, e será recebido com festa na Venezuela, em Cuba e também no Irã.
Vai, Lula, você merece: nós também estamos muito cansados de você.
PS – Não há mais o que falar sobre eleição; então, depois de votar, passe numa livraria e compre o livro “Contra um Mundo Melhor”, de Luiz Felipe Pondé, editora Leya. Tive dificuldade em alguns trechos -difíceis para quem não tem uma grande cultura-, por isso aconselho a deixá-lo na mesa de cabeceira, pegar de vez em quando, abrir em qualquer página e reler. É uma leitura perturbadora, que nos faz pensar, o que fazemos pouco.
Dê a você essa chance, a de pensar. Juro que não dói.


Entrevista com Cristo.


Desconheço a autoria





Meu amigo, minha amiga,
Você está começando a ler uma entrevista que qualquer jornalista, ou melhor dizendo, qualquer pessoa, gostaria de tê-la feito. Será que ela foi fruto da minha imaginação? Ou será que ela realmente aconteceu? Será que eu a inventei, a sonhei ou realmente “Ele” me deu o privilégio de entrevistá-lo?
A entrevista será dividida em sete partes que serão apresentadas durante sete sextas-feiras, a partir de hoje, 23 de julho de 2010. Se você perder alguma das partes, poderá encontrá-la na categoria “Entrevista com Cristo” onde ficarão “armazenadas”.
Pois bem, vamos a ela.
Apesar de minha idade (quase um septuagenário, com muito orgulho disso!) e experiência no trato com as pessoas, estou nervosíssimo! Sinto-me como um repórter que vai fazer a sua primeira entrevista.
Eu tenho um metro e sessenta e oito centímetros de altura. Ele não é muito mais alto. Tem, eu calculo, um metro e oitenta, ou pouco mais. Mas o seu porte atlético e sua postura me levam a ter a impressão que sou um anão perto dele.
Ele é bonito! Realmente, Ele é muito bonito! Outra impressão que tive é a de que Ele pratica esporte, pois suas costas lembram a de um nadador (Ele que me perdoe a observação). Creio que qualquer cidadão comum, como é o meu caso, se sentiria ligeiramente complexado estando ao seu lado.
Admirando Seu rosto, observo uma barba fina e meticulosamente bem tratada, longos cabelos cor de ouro velho repousando leve e suavemente sobre os ombros. Seu nariz é perfeito e, quando sorri, mostra uma branca e perfeita sequência de dentes. Seu manto é impecável. Parece ter sido recentemente passado a ferro.
Eu disse que Ele é bonito? Não. Ele é lindo! Muito mais do que é mostrado em quadros e gravuras. Também imponente, mas, ao mesmo tempo, muito afável e simples. Simples demais para Alguém que é Filho de Deus, ou se você preferir, o próprio Deus, feito homem.

Com toda certeza, Ele percebeu minha emoção, pois colocando a Sua mão direita sobre o meu ombro esquerdo, disse:

“-Fique tranquilo!”

Um calor intenso e gostoso invadiu meu corpo. Senti uma grande sensação de paz. Tudo agora se passava como se fôssemos “velhos amigos”. Arrisquei, então, a primeira pergunta:

“-Senhor, como devo chamá-Lo? Deus, Jesus Cristo, apenas Jesus, apenas Cristo, o que prefere?”

Fitando-me nos olhos, Ele respondeu:

“-Prefiro que me chame de Nazareno. Gosto de assim ser chamado. Nazareno. Apenas isso, Nazareno. Nada de Deus ou Filho de Deus. Nazareno é uma forma carinhosa da qual gosto muito. Outra coisa: Senhor é o meu Pai, isto é, o nosso Pai. Portanto, me chame de você. Gosto quando as pessoas me tratam com intimidade. Afinal, você e eu somos irmãos, não é verdade?”

A única coisa que consegui fazer foi balançar a cabeça positivamente. Nunca imaginei encontrar alguém tão poderoso, tão importante e tão humilde!

Resolvi arriscar: “-Nazareno, posso continuar?”

Sorrindo e movendo a cabeça em sinal positivo, Ele disse:

“-Pode sim, amigo Amaral. Pergunte o que quiser”.

No exato momento em que ia começar a entrevista percebi que o gravador estava desligado. Nunca me perdoaria se, após a entrevista, me desse conta de que nada havia sido gravado. Não sei dizer se foi intuição minha ou o resultado de uma rápida olhadela que “Ele” deu para o gravador. O que sei é que percebi a falha e liguei o gravador.

“-Nazareno, posso mesmo chamá-Lo de Você?”

-”Sim, claro”, respondeu Ele.

“-Então responda-me: por que Você nasceu numa manjedoura, a partir de pais pobres e humildes, como José e Maria?”

Sorrindo, Ele explicou:

“-Pobres, sim, humildes, nem tanto. Minha mãe Maria pertencia a uma família de sacerdotes, enquanto José, meu pai adotivo, como ela, também descendia em linha direta do grande rei Davi. Dessa forma, as profecias se cumpriram. Agora, se você quer saber por que não nasci em berço de ouro, a resposta é simples: minha verdadeira missão não seria cumprida! Vim para salvar os humildes, não os poderosos, apesar de que estes, acreditando em minhas palavras, também podem se salvar. Mas como eu disse certa vez, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”.

Nesse exato momento eu o interrompi:

“-Nazareno, então um rico jamais entrará no Reino dos Céus, pois é impossível um camelo passar pelo buraco de uma agulha!”

Sorrindo, Ele me fez estremecer quando me chamou pelo nome e disse:

“- Amaral, meu amigo, não me referi à agulha de costurar, mas à estreita porta chamada agulha que havia na entrada de qualquer cidade do meu tempo e que assim era, muito estreita, para não permitir a fácil passagem dos animais. Na verdade, ultrapassá-la era difícil, porém, com muito jeito, os animais conseguiam atravessá-la.”

Foi aí que me lembrei que, certa feita, o saudoso padre Luiz Gargione, havia me dado essa mesma explicação. Eu prossegui, perguntando:

“- Nazareno, como se explica o fato de, praticamente, não haver registros da sua infância e adolescência? Só temos conhecimento de sua atuação quando adulto.”
Ele limitou-se a dizer:

“- Para aquilo a que vim, essas fases de minha vida só foram importantes para uma coisa: o meu aprendizado e as minhas experiências terrenas como filho e como cidadão. Nada mais além disso.”


Como percebi que Ele não queria aprofundar-se nesse assunto, alterei meu roteiro de perguntas:

“- Nazareno, por quê uma mãe verdadeira e um pai adotivo?”
Sério, Ele respondeu:

“- José foi por mim amado e respeitado como um verdadeiro pai, porém, biologicamente, eu, Filho de Deus Pai, não poderia herdar a sua bagagem hereditária. Quando o “Verbo se fez carne,” a natureza divina que era pura entrou como Princípio Renovador, na linha corrompida da raça humana, mas não podia ser afetada. Foi por esse motivo que meu Pai cuidou para que eu nascesse de uma Virgem. Dela, recebi as características humanas, mas não os desvios biológicos transmitidos a ela por sua ascendência. A partir do nascimento, comportei-me como qualquer criança. Confesso a você que sinto muita saudade daquele colo macio e quente de minha mãe Maria. Ou você pensa que não fui amamentado como qualquer criança?”


Ao dizer isso, Ele deu uma gostosa gargalhada. Mas logo se conteve, assumindo um ar sério. Muito sério. Arrisquei perguntar:

“- O que houve, Nazareno?”


Sempre me fitando nos olhos e abrindo um sorriso, Ele responde:

“-Nada, não foi nada. É meu lado humano que ainda se entristece quando lembro que muita gente, que diz me admirar, não respeita a minha mãe Maria!”
“- Como não respeita?”, retruquei. “- Explique melhor.”

Ele volta a ficar sério e diz:

“- Por vontade de meu Pai, eu vim a este planeta para redimir as faltas dos seus habitantes. Tinha que vir como um ser humano. Para tanto, tornou-se necessário que eu passasse por todas as etapas pelas quais passa qualquer pessoa. Tive o privilégio de participar da escolha de minha mãe! No seu ventre, fiquei por nove meses. Nasci, fui amamentado e criado por ela. Enfim, passei a amá-la e respeitá-la como qualquer mortal ama e respeita a sua querida mãe. Hoje vejo que pessoas que se dizem seguidoras dos meus ensinamentos, não a respeitam, atribuindo-lhe um papel secundário, como se fosse ela uma proveta, na qual eu me desenvolvi! Não gosto disso! Ela é minha querida mãe e exijo que seja respeitada como tal! Não interfiro no livre arbítrio dos homens por esse motivo, nada faço contra aqueles que a desrespeitam com atos ou palavras, mas uma coisa eu garanto: eles vão responder pelos seus atos desrespeitosos! Garanto que vão! “Eu arrisco dizer:
“- Que é isso, Nazareno? Vingança?

Ele retruca:

“- Vingança não, Amaral. Justiça! Ou você não acredita na justiça divina? Aqui na Terra, vocês podem fazer o que bem entenderem, mas, dia chegará que prestarão conta de todos os seus atos. Se assim não fosse, meu Pai não seria justo!”

Com um semblante tranquilo, Ele prossegue dizendo:

“- Se a humanidade tivesse a exata noção do que minha mãe Maria representa, com toda certeza ela seria muito mais amada e respeitada. Ah, se os homens soubessem que ela é o elo entre eles e o Pai…”

Aproveito a pausa que Ele fez e pergunto:

“- Nazareno, que religião devemos professar? Qual a religião que mais se aproxima dos seus ensinamentos?

Ao ouvir a minha pergunta, muito sério, com ar sisudo, Ele disse:

“- Amaral, não acredito que você esteja me perguntando isso! Apesar de fazê-lo de forma um tanto superficial, os Evangelhos retratam a minha vida aqui na Terra. Em nenhum momento, repito, em nenhum momento, eu disse a quem quer que fosse para seguir esta ou aquela doutrina! Mentem aqueles que se apossaram de minhas palavras apregoando-as como se fossem um patrimônio exclusivo de sua religião. Vim a este mundo para trazer uma única mensagem: através do AMOR, os homens encontram a própria redenção. Sem o amor, nada conseguirão! Para amar aos seus semelhantes, para amar à Santíssima Trindade: meu Pai, o Santo Espírito e Eu, não é necessário que se professe nenhuma religião em particular. TODAS são boas, desde que os seus seguidores sejam puros de coração! Quando você quiser conversar comigo, Amaral, recolha-se em seu coração! Por meio dele, eu me manifestarei.”

Aproveito a pausa e pergunto:


“- Então Nazareno, para que servem as religiões?”


Percebi que Ele se mostrou um tanto atordoado, mas se recompôs e respondeu:

“- Você já entendeu para que elas servem, não é verdade? A religião, qualquer que seja ela, serve de congraçamento e união material e espiritual entre as pessoas. Gosto de vê-las reunidas e se auxiliando mutuamente, não apenas materialmente, mas, principalmente, espiritualmente. Quem dispõe de posses ou de mais conhecimentos, deve, necessariamente, reparti-los com os menos afortunados.”

Eu o interrompo e pergunto:

“- Nazareno, o que Você me diz a respeito do Dízimo? Nos dias de hoje, é justo que se cobre o dízimo dos fiéis?”

“- A resposta,” diz Ele, “é simples! O dízimo só deve ser cobrado de quem realmente tem condições de ofertá-lo, sem que venha a faltar para o sustento de seus familiares. Se fizer falta, Eu o desaprovo! Outra coisa, Amaral, chego a ficar muito irritado quando vejo alguns líderes religiosos darem ao dízimo arrecadado uma destinação que Eu chamaria de criminosa! Isso realmente Me revolta! Quando vejo pais e mães de família, erradamente, desviarem dinheiro que deveria ser aplicado no bem estar de seus filhos, para as mãos inescrupulosas de pseudo líderes espirituais que vão usufruir desse dinheiro em benefício próprio, confesso, amigo Amaral, que tenho vontade de interferir. Mas não posso e não devo. Como já disse, não posso passar por cima do livre-arbítrio da humanidade. Mas que tenho vontade, tenho. Acho que é a minha porção humana que me leva a reagir assim! Não posso assistir às injustiças que são cometidas, sem ao menos me indignar. Você não concorda comigo, amigo Amaral?”
Ele sorriu e eu fiquei olhando embevecido para aqueles olhos cor de mel. Eu olhava perplexo para Ele, não acreditando que pudesse ser verdade! Eu, um simples mortal, pecador e indígno, estava ali, frente a frente com o Filho de Deus feito Homem! Na realidade, frente a frente com o próprio Deus! Era demais! Eu sentia que, a qualquer momento, acordaria desse sonho maravilhoso, ou, se fosse verdade, desmaiaria. Minhas pernas tremiam! Eu suava frio! Foi quando mais uma vez Ele colocou Sua mão direita sobre meu ombro esquerdo e disse:

“- O que se passa Amaral? Você está bem?”

Naquele exato momento recebi uma nova descarga energética. Era como uma ducha gelada e reconfortante após uma noite mal dormida! Senti-me incrivelmente bem! Totalmente revigorado, tranquilo e extremamente feliz, arrisquei dizer:

“- Caramba! Nazareno, Você parece um recarregador de bateria! Sua mão irradia uma energia incrível!”

Ele soltou uma gostosa gargalhada e disse brincando:

“- Não sou um peixe-elétrico mas também aplico choques!” E, ainda sorrindo, completou: “A energia que emana de minhas mãos, emana também das mãos de qualquer pessoa. Pode emanar das suas também, Amaral. E essa energia, acredite, é poderosa! Curei muitas pessoas com ela! Se souber aplicá-la, você também poderá curar. Você, ou qualquer outra pessoa que aprenda a utilizá-la com amor. Não se trata de nenhum milagre! É um processo absolutamente natural.”

Concordei com um meneio de cabeça. Na realidade, sempre acreditei nessa energia curativa que, qualquer pessoa, pode emanar de suas mãos.

Foi nesse momento que levei um choque! O Nazareno ergueu ligeiramente os braços e deixou cair as folgadas mangas de sua túnica cor de marfim. Pude ver então as marcas de seus punhos. Imediatamente, lembrei-me de como aquelas marcas se formaram! Senti um misto de pena e ódio! Pena do que teria sofrido aquela doce criatura que estava ali em minha frente, e ódio, daqueles malditos que o submeteram a tal sofrimento! Creio que, lendo meus pensamentos, Ele disse:

“- Amaral, eles não sabiam o que estavam fazendo!”
Meu Deus! Não consigo compreender! Depois de ter sido submetido a um processo desumano de tortura, como Ele, o Filho de Deus, podia compreender e perdoar aqueles fascínoras? O próprio estudo feito pelos pesquisadores da “NASA” no Santo Sudário, comprovam que Ele foi açoitado selvagemente, pregado na cruz pelos pulsos e pés, coroado não com uma coroa, mas com um capacete de espinhos, teve parte da barba brutalmente arrancada e ainda teve o coração perfurado por uma lança! Meu Deus! Como pode alguém suportar tudo isso e ainda calmamente, afirmar:

“- Eles não sabiam o que estavam fazendo!”

Eu estava perplexo e Ele percebeu. Foi então que disse:

“- Amaral, isso ocorreu numa época distante. Sofri muito, porém, hoje, a dor que sinto não é menor quando, sem poder interferir, assisto a cenas tão ou mais brutais! Você não imagina o que sinto, quando vejo o que fazem com os meus pequeninos e indefesos irmãos. Acho que a minha dor hoje, é ainda maior, porque, decorridos dois mil anos, a humanidade mostra que não entendeu o porquê de minha paixão e morte e os motivos que me trouxeram a este mundo. Digo isto com profunda tristeza!”

Confesso que tive a impressão de ver uma lágrima escorrer por sua face. Teria sido só impressão ou o Filho de Deus realmente teria se comportado como um simples mortal? Antes que eu pudesse tirar qualquer conclusão, Ele voltou a sorrir e disse:
“- E então, meu amigo Amaral, esta entrevista vai prosseguir ou não?”
Tentando me refazer rapidamente, eu apenas consegui dizer:
“-Lógico, Nazareno. Ela vai prosseguir, sim. Por favor, me deixe apenas tomar um fôlego”.
Ele abriu um largo sorriso e pude, novamente, admirar aquela dentadura alva e perfeita. Uma idéia então me passou pela cabeça: “puxa, se Ele não fosse Deus, poderia fazer publicidade de creme dental!” Imediatamente percebi o absurdo e pensei: “Nossa, se Ele leu meus pensamentos deve estar me julgando um perfeito idiota!” Ele retrucou:

“- Não Amaral, não estou não!”

Foi a minha vez de soltar uma gargalhada! Depois daquela minha idéia idiota de propaganda de creme dental, pensei com meus botões: “não posso fazer papel de idiota! Ele está lendo os meus pensamentos.” Imediatamente, Ele se apressou em dizer:

“- Não, Amaral! Eu não leio pensamentos! Eu estou dentro do seu coração. Como estou dentro do coração de toda a humanidade. Sei tudo o que se passou como sei também tudo o que se passará. Como já disse, só não posso interferir no livre arbítrio do homem. Mas tenha certeza de uma coisa: cada ser humano é uma fração divina. É por isso que sofro quando alguém comete algum erro, pois sinto-me responsável e não posso agir. Não posso impedir. Mas uma coisa Eu posso fazer e o faço com muito amor! Eu posso perdoar! Exatamente! Cada vez que alguém comete uma falta grave, se Eu sentir arrependimento em seu coração, esse alguém será perdoado.”

Mais do que depressa, eu pergunto:

“- Nazareno, quando cometemos uma falta grave, chamada também de pecado, para obtermos o perdão, devemos nos confessar com algum Ministro da Igreja?”

Ele me fita, muito sério, e diz:

“- Eu jamais afirmei isso! Como Eu disse, se Eu sentir arrependimento sincero no coração da pessoa, ela estará por Mim perdoada! Tudo é muito simples. Não é necessário que ninguém sirva de intermediário!”

Fiquei aliviado. Eu imaginava que a coisa fosse assim, mas agora, estava ouvindo isso dos lábios Dele. Todas as minhas dúvidas se dissiparam. Essa história de confessar pecados para estranhos, nunca me convenceu! Em seguida, num tom de súplica, eu pergunto:

“- Nazareno, por favor, me responda: Eu tenho uma alma imortal?”

Ele sorri e diz:

“- Você tem alguma dúvida, Amaral? Você “É” um espírito imortal!”

“- Bem,” respondi, “certeza absoluta eu não poderia ter, mas sempre imaginei isso, que sou um espírito imortal. Mas agora eu ponho em questão uma dúvida que não é só minha, mas, creio eu, de toda a humanidade: existem apenas três moradas para os espíritos: céu, purgatório e inferno?”

Como se eu tivesse contado uma boa piada, Ele explodiu numa até extravagante gargalhada e disse:

“- Amaral, pensei que você não fosse Me perguntar isso nunca! Demorou, hein?”

Ficando sério, concluiu:

“- Quando Eu afirmei que a Casa de Meu Pai tem muitas moradas, poucas pessoas entenderam o que Eu quis dizer. A maioria, até hoje, ainda não entende. Seria até um injustiça de Meu Pai se Ele tivesse apenas três moradas disponíveis para as suas criaturas: o céu para os bons, o inferno para os maus e o purgatório para aqueles que ficassem no meio termo entre bom e mau. Não, amigo Amaral! Seria não só injustiça como até falta de imaginação de Meu Pai, você não acha?”
Concordei com a cabeça e Ele prosseguiu:
“- O Reino de Meu Pai tem muitas moradas e, para elas, sucessivamente, vão os espíritos, à medida que evoluem.”
Não me contenho e pergunto:

“- Nazareno, então a reencarnação é um fato?”

“- Lógico que é,” responde Ele de bate-pronto. “A reencarnação é uma realidade. É a forma mais lógica e justa criada por Meu Pai para que os espíritos possam evoluir e assim alcançar cada vez mais luz! E essa reencarnação não se dá apenas aqui neste minúsculo planeta Terra. Você não consegue imaginar como é amplo o Reino de Meu Pai e quão infinitas moradas ele possui.”
“Puxa vida,” pensei com meus botões. “Que coisa fantástica ouvir isso da boca do Filho de Deus! Eu sempre admiti, mas não podia ter certeza!” Volto a perguntar:

“- Nazareno, pelo que Você disse, se há outros mundos e neles há “Filhos do Pai”, então posso concluir que realmente não estamos sozinhos no Universo?”

A resposta Dele veio rápida:

“- Só vou lhe dizer uma coisa, amigo Amaral: aí fora há mais “tráfego” do que aqui na Terra!”

Ao dizer isso, explodiu em nova gargalhada! Foi aí que aproveitei a oportunidade para perguntar:

“- Então, Nazareno, aqueles que aqui chamamos de seres extraterrestres, realmente existem?”

Com um olhar muito terno e meio maroto, Ele respondeu:

“- E você nem imagina quantos, meu caro Amaral!”
Eu então pergunto:

“- Curioso, Nazareno, as religiões cristãs, de modo geral, não aceitam isso. Você pode me dizer o motivo?
Ajeitando as mangas de sua linda e impecável túnica, Ele me disse:
“- Amigo Amaral, você é um espertinho, hein!? Você sabe a resposta!”
Adorei Ele ter me chamado de “espertinho” de maneira tão carinhosa! Caramba! Era o Filho de Deus Pai, também Deus, me chamando de “espertinho”! Que coisa deliciosa de se ouvir! Enquanto eu divagava enternecido com aquelas palavras e aquele olhar tão doce, Ele prosseguiu dizendo:

“- O que estou dizendo está nas Sagradas Escrituras. É só interpretá-las melhor e mais honestamente!”
Ao dizer isso, ficou muito sério e pude perceber que Ele não aprova tal comportamento. Deu para notar que Ele gostaria que os líderes religiosos fossem mais honestos para com seus fiéis. Senti que deveria mudar de assunto. Então perguntei:

“- Nazareno, eu li em algum lugar que Você teria dito que: “Todos os homens estão “condenados” à felicidade.” Por favor, explique melhor. Diga-me, como posso ser feliz?”
Ele agora coloca as duas mãos sobre os meus ombros! Minhas pernas tremem! Digo para mim mesmo: “Amaral aguente firme! Não vá desmaiar agora!” Sorrindo, Ele diz:
“- A felicidade, Amaral, não é uma flor natural deste mundo. Não se esqueça nunca disso. Por enquanto, ame seus semelhantes; embora não as entenda, ame as pessoas. As que conhece e as que não conhece. O AMOR! Esse é o único “passaporte” para o outro lado…”
Ai, perguntei: “- E se eu não fizer isso?” Prontamente Ele respondeu:

“- Então você vai precisar de mais tempo até aprender a lição. Você, como todos os outros seres humanos, está aqui e agora, por algum motivo. Em outra dimensão há muita gente trabalhando para o Pai. E não escapa ou se disfarça nem o mais profundo dos pensamentos e sentimentos.”

Aproveito a pausa e pergunto:

“- Então, Nazareno, algum dia chegaremos a viver na perfeição?”
“- Sim,” responde Ele, “de fato há gente que vive no Amor. Esses, por exemplo, já levam uma boa vantagem. Muitos já vivem no Conhecimento e na Harmonia com Aquele que tudo pode e sustenta. Amaral, há outras raças e civilizações que progrediram mais do que a sua e que são infinitamente prudentes e mais felizes. E o segredo está nisso que estou lhe dizendo: em saber que Somos todos “Filhos do Pai” e que, acima de tudo, deve estar o espírito e o amor. Ame a todos e tudo que o rodeia, cada segundo da sua existência neste mundo, e não se preocupe com o resto.”
Senti que a entrevista tinha se prolongado muito. Também, como qualquer mortal, sou um verdadeiro “poço de dúvidas”. Queria aproveitar ao máximo essa oportunidade que, certamente, não se repetiria. Foi aí que eu disse:

“- Nazareno, uma última pergunta: como é o Pai? Ele é como Você?” Perguntei e em seguida me arrependi! Jesus de Nazaré ficou sério. Vi a expressão de seu rosto mudar de forma radical. Por um momento pensei que tivesse dado uma grande “mancada”. Mas Ele não se perturbou e nem alterou o tom de voz. Olhando mais fixamente do que nunca nos meus olhos, respondeu:

“- Olhe à sua volta e, sobretudo, “olhe” para sí mesmo. Assim, saberá como é e quem é o “Nosso” Pai!”
Enquanto dizia isso, uma imensa paz invadiu meu estremecido coração. Sentindo que Ele ía partir, eu arrisquei:
“- Nazareno, o que Você tem a dizer àquelas pessoas com as quais eu pretendo “dividir” essa nossa conversa?”

Foi aí que Ele estendeu-me a mão. Ao tocá-la, senti a mais incrível, gostosa e indescritível sensação, que jamais havia sentido em toda a minha vida! Sorrindo e quase sussurrando, Ele disse:
“- O que Eu tinha e poderia dizer, amigo Amaral, já o disse. Só peço que você diga a todos os seus amigos e amigas que Eu os amo muito, muito mesmo, e gostaria que eles se amassem da mesma forma e com a mesma intensidade. Apenas isso.”

A partir desse momento, não sei mais o que aconteceu comigo. Tudo se passou como se eu acordasse de um sonho! O mais fantástico, maravilhoso e, hoje posso dizer, saudoso sonho! Mas teria sido um simples sonho? Teria sido uma alucinação? Creio que não! Quero crer que não! Apesar de que de uma coisa eu tenho certeza: Não sou merecedor de um encontro com Ele: o Filho do Pai, Jesus de Nazaré ou, simplesmente, o Nazareno, como Ele quis que eu O chamasse.

Sonho ou realidade, uma coisa posso afirmar: a partir desse dia, passei a ser, sem falsa modéstia, o mais ardoroso admirador do meu amigo Nazareno!
Afinal, várias vezes, Ele me chamou de… AMIGO AMARAL!

“Matar o tempo não é assassinato. É suicídio!” (Rabino Ezriel Tauber)

Getúlio matou-se por ter vergonha na cara. Os integrantes do PT, incluindo a Presidente, jamais saberão o que é isso. O episodio Lupi atesta isso. by Deise





Um suíço no Brasil

by Rodrigo Constantino


Se um suíço caísse de paraquedas por aqui e olhasse em volta, ficaria horrorizado. Imaginem uma conversa de bar entre um suíço que acaba de chegar ao país e um típico brasileiro:
– Seu país é muito belo. Mas que sufoco aquele aeroporto, não? Sem falar das estradas. O que acontece?
– É que falta dinheiro para o governo.
– Mesmo arrecadando quase 40% do PIB em impostos?
– O governo tem outras prioridades: o trem-bala, a construção de Belo Monte, os subsídios do BNDES para grandes empresas e estádios de futebol. Por isso que a Infraero, estatal que controla os aeroportos, não investe o suficiente.
– E o governo vai gastar bilhões com coisas supérfluas enquanto a infraestrutura do país encontra-se em frangalhos? Se a Infraero é incapaz de atender a demanda, por que ela não é privatizada?
– A presidente até sinalizou nesta direção. Mas é que este governo sempre condenou as privatizações. Os petistas acreditam num Estado-empresário, locomotiva do progresso.
– Em pleno século 21? Que coisa! Mudando de assunto, notei que a imprensa mostra diariamente inúmeros escândalos de corrupção. As cadeias devem estar repletas de políticos, certo?
– Que eu saiba, não há político algum preso.
– Nem aqueles “mensaleiros”? Mas eu vi que um poderoso ex-ministro foi acusado de “chefe de quadrilha”. Ele continua solto?
– Nem foi julgado ainda.
– Mas o “mensalão” não foi em 2005?
– Pois é.
– Que absurdo! Na Suíça ele estaria cumprindo pena há anos! Isso é a “banalização do mal”. Será que crime e impunidade são vistos como coisas normais por aqui?
– Todos fazem mesmo. Além disso, nós precisamos é de mais “justiça social”.
– Isso é muito perigoso! É o “ovo da serpente” quando a população fica complacente com o crime e não responsabiliza o indivíduo por seus atos. Mas vi que o povo ainda tem alguma capacidade de mobilização. Não tiveram marchas populares recentemente?
– Sim. Marcha das vadias, dos gays e pela legalização da maconha.
– Quer dizer então que a criminalidade ocorre à luz do dia, a impunidade é total, a infraestrutura está podre mesmo com impostos abusivos, e o povo vai às ruas pelas vadias, gays e maconha? Nada contra estas causas em si. Mas não te parece um despautério?
– Pode ser.
– Vocês não conseguem mais se indignar? Perderam as esperanças? Lembre-se: basta que as pessoas de bem nada façam para o mal triunfar. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Uma sociedade de cordeiros desarmados terá sempre um governo de lobos. Vocês estão brincando com fogo!
– Mas nós temos o carnaval, o futebol e a praia.
– Desde os romanos sabemos dos riscos do “pão e circo”. Escravos miseráveis tinham o Coliseu para se manterem entretidos e, com isso, ignorar os abusos dos governantes. Mudando radicalmente de assunto: explica essas tomadas que vi pelo país todo, e que não tem em nenhum outro lugar do mundo.
– O governo decidiu um padrão novo de tomada e é obrigatório para todos, por questão de segurança.
– O governo escolhe até as tomadas? Segurança não há, porque notei que muitos usam adaptadores vagabundos. Aliás, é espantoso o grau de intervenção do governo central no Brasil. Nunca ouviram falar no federalismo?
– Vagamente.
– São aqueles cantões que decidem as coisas públicas de forma bem descentralizada e próxima do cidadão.
– Este modelo de vocês pode até funcionar melhor, mas não tem o “calor humano” brasileiro.
– Nós somos uma nação meio “fria” mesmo. Não temos o “jeitinho” e a malandragem dos brasileiros. Em compensação, temos uma renda per capita acima de 40 mil dólares, baixa criminalidade, corrupção quase inexistente, inflação praticamente nula, elevada expectativa de vida e ótimos indicadores sociais. Sem falar do respeito às liberdades individuais e à propriedade privada. Para quem busca fortes emoções, a Suíça não é o local mais adequado. Talvez o Iraque, a Venezuela ou o Brasil. Já para quem busca tranqüilidade, paz, liberdade e prosperidade…
– Mas quem precisa disso tudo quando se têm as Olimpíadas e a Copa do Mundo? Eu tenho orgulho de ser brasileiro!
Nisso, entrou um sujeito no bar e gritou:
– Mãos ao alto que isso é um assalto!
“Haja emoção”, pensou o suíço.

O MUNDO VAI MESMO ACABAR EM 2012? OS MAIAS NUNCA DISSERAM ISSO!



O prognóstico maia do fim do mundo foi um erro histórico de interpretação, segundo revela o conteúdo da exposição
 A Sociedade e o Tempo Maia
inaugurada recentemente no Museu do Ouro de Bogotá.


O arqueólogo do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) e um dos curadores da mostra, Orlando Casares, explicou que a base da medição do tempo desta antiga cultura era a observação dos astros.
Eles se baseavam, por exemplo, nos movimentos cíclicos do sol, da lua e de Vênus, e assim mediam suas eras, que tinham um princípio e um final.
“Para os maias não existia a concepção do fim do mundo, por sua visão cíclica”, explicou Casares, que esclareceu: “A era conta com 5.125 dias, quando esta acaba, começa outra nova, o que não significa que irão acontecer catástrofes; só os fatos cotidianos, que podem ser bons ou maus, voltam a se repetir”.
Para não deixar dúvidas, a exposição do Museu do Ouro explica o elaborado sistema de medição temporal desta civilização.


“Um ano dos maias se dividia em duas partes: um calendário chamado ‘Haab’ (ilustração acima) que falava das atividades cotidianas, agricultura, práticas cerimoniais e domésticas, de 365 dias; e outro menor, o ‘Tzolkin’ (ilustração abaixo), de 260 dias, que regia a vida ritualística”, acrescentou Casares.
A mistura de ambos os calendários permitia que os cidadãos se organizassem. Desta forma, por exemplo, o agricultor podia semear, mas sabia que tinha que preparar outras festividades de suas deidades, ou seja, “não podiam separar o religioso do cotidiano”.
Ambos os calendários formavam a Roda Calendárica (abaixo), cujo ciclo era de 52 anos, ou seja, o tempo que os dois demoravam a coincidir no mesmo dia.

Para calcular períodos maiores utilizavam a Conta Longa, dividida em várias unidades de tempo, das quais a mais importante é o “baktun” (período de 144 mil dias); na maioria das cidades 13 “baktunes” constituíam uma era e, segundo seus cálculos, em 22 de dezembro de 2012 termina a presente.


Com esta explicação querem demonstrar que o rebuliço espalhado pelo mundo sobre a previsão dos maias não está baseado em descobertas arqueológicas, mas em erros, “propositais ou não”, de interpretação dos objetos achados desta civilização.
De fato, uma das peças-chave da mostra é o hieróglifo 6 de Tortuguero (ilustração ao lado), que faz referência ao fim da quinta era, a atual, neste dezembro, a qual se refere à vinda de Bolon Yocte (deidade maia), mas a imagem está deteriorada e não se sabe com que intenção.
A mostra exibida em Bogotá apresenta 96 peças vindas do Museu Regional Palácio Cantão de Mérida (México), onde se pode ver, além de calendários, vestimentas cerimoniais, animais do zodíaco e explicações sobre a escritura.
Para a diretora do Museu do Ouro de Bogotá, Maria Alicia Uribe, a exibição desta mostra sobre a civilização maia serve para comparar e aprender sobre a vida pré-colombiana no continente.
“Interessa-nos de alguma maneira comparar nosso passado com o de outras regiões do mundo”, ressaltou Maria sobre esta importante coleção de arte e documentário.
A exposição estará aberta ao público até o dia 12 de fevereiro de 2012, para depois deve ser transferida para a cidade de Medellín.

Carta de Lula para Collor em 2060. Pérolas que encontro.

 

Querido Fernando,

Como vai a morte aí embaixo? Rosane já se acostumou com o clima? Se tiver qualquer dificuldade é só me dizer. Tenho vários amigos morando na sua vizinhança. Eles me devem favores, não hesitarão em atender a um pedido meu, principalmente agora que inicío minha trajetória política aqui em cima.

Uma coisa posso te garantir: nunca antes na história do Paraíso um operário esteve tão próximo do poder. Na semana passada, organizei a primeira grande greve do sindicato dos santos. Foi um sucesso. Paramos todos os milagres, ninguém atendeu a uma oração sequer. A imprensa estava toda lá. O exército de arcanjos cercou o estádio, mas nós ficamos unidos.

O Francisco de Assis, que é um líder da bancada da oposição, já me convidou pra fundar um novo partido junto com uns intelectuais de esquerda. O ditador aqui é muito poderoso, vive baixando decretos que Ele chama de mandamentos. Mas logo vamos restabelecer a democracia e acabar com a corrupção e o nepotismo.

É verdade que tem um pelego de nome Pedro que anda me boicotando. O cara tem medo de perder o lugar, coitado. Não sabe que a minha meta é ser chefe dele. Não tenho qualquer interesse no posto de intermediário. Estou pensando em oferecer a vaga de vice pra ver se ele para de me encher o saco.

Nos últimos dias tenho pensado muito em você. Se estou aqui em cima é porque exercitei a virtude do perdão contigo. Se não fosse por aqueles acordos que fizemos em 2009, quando subi no teu palanque em Alagoas junto com o Renanzinho, não teria conseguido o visto para entrar no Paraíso. Obrigado, companheiro. Obrigado por me deixar perdoá-lo.

Tem visto o Sarney por ai? É outro a quem devo o meu lugar nestas nuvens abençoadas. Assim como te perdoei por ter exposto a minha filha fora do casamento na campanha de 1989, também perdoei o José por me transformar em seu avalista político durante o escândalo dos atos secretos no senado. Ele não é uma pessoa comum, merece toda a minha reverência. Vê se arruma uma boquinha pros parentes que forem chegando por essas bandas. O homem precisa.

O Franklin Martins está aqui do meu lado, corrigindo o que eu escrevo. Como não deixaram o Duda Mendonça entrar, é ele que cuida de tudo. O japa também foi barrado, assim como o Dirceu e o Palocci. Ainda não entendi por quê. Deve ser coisa desse tal de Pedro. Tenho certeza que o cara é agente do SNI, mas a Dilma e o Suplicy acham que ele é tucano mesmo. Já o viram cochichando com o FHC e o Serra em um jogo de tranca na casa do São Judas Tadeu.

Na semana que vem, vamos fazer um churrasco numa granja que o sindicato comprou ao lado dos Portões do Éden. A vista é uma beleza, mas você ia babar é com os jardins, que deixam a Casa da Dinda no chinelo. A construtora que fez a obra pertence a um sujeito que veio lá do Vaticano, um alemão de nome estranho cujo passatempo preferido é contar piadas antissemitas.

Só não te convido porque sei que a polícia federal não te deixaria entrar. Mas quem sabe eu vá te visitar um dia desses para comer uma pizza junto com o Renan, o Maluf, o Jáder, o ACM, o Cafeteira e outros companheiros queridos de quem sinto tantas saudades. Sei que o forno aí embaixo é muito bom e os pizzaiolos são os melhores do universo.
Um abraço de paz e amor
Luis Inácio


Autoria:

Felipe Pena, jornalista, escritor e professor da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Literatura pela PUC e autor do romance “O analfabeto que passou no vestibular”.

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