sábado, 17 de agosto de 2024

Crise por escassez de água no Canal do Panamá ainda não acabou, alerta administradora


Ao contrário de outras vias, como o Canal de Suez, no Egito, o panamenho, por onde passa 6% do comércio marítimo mundial, funciona com água da chuva, obtida de lagos artificiais

Por AFP — Cidade do Panamá

Navios aguardam na zona de ancoragem para cruzar o Canal do Panamá pela entrada do Pacífico — Foto: Walter Hurtado/Bloomberg

A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) advertiu em junho de 2024que a crise enfrentada pela via interoceânica devido à seca ainda não acabou, apesar de a maioria das restrições ao trânsito de navios já terem sido levantadas. A entidade afirma que "a via aquática continua enfrentando o impacto da prolongada temporada seca, que limitou no ano passado a capacidade de travessias diárias" e que "apesar da chegada da temporada de chuvas, o problema hídrico do Panamá e seu Canal não termina. A crise hídrica é um lembrete de que as mudanças climáticas e seus efeitos são uma realidade que requer atenção imediata e ações concretas", acrescentou a operadora.

Ao contrário de outras vias, como o Canal de Suez, no Egito, o panamenho, por onde passa 6% do comércio marítimo mundial, funciona com água da chuva, que obtém dos lagos artificiais Gatún e Alhajuela.
Em 2023, o Canal do Panamá foi seriamente afetado pela seca causada pelo fenômeno El Niño. A situação obrigou a via, cujos principais usuários são Estados Unidos, China e Japão, a reduzir os cruzamentos diários de navios e a limitar o calado dos barcos, o que reduziu o trânsito de mercadorias. O número de embarcações passou de uma média diária de até 38 navios para 22, enquanto o calado foi reduzido de 15,2 metros para 13,4.

Devido ao aumento das chuvas, o canal tem elevado o trânsito e o calado desde então. A ACP anunciou nesta quarta que, a partir de 5 de agosto, poderão passar até 35 navios por dia, e em 11 de julho o calado será ampliado para 14,6 metros.

Para evitar novas crises, a ACP, uma entidade autônoma do governo, alertou para a necessidade de "identificar fontes alternativas de água" e desenvolver projetos para o seu armazenamento. No ano fiscal de 2023, transitaram pela via panamenha 511 milhões de toneladas de carga, que geraram 3,34 bilhões de dólares (cerca de R$ 18,45 bilhões) de receita.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

OMS declara mpox como emergência em saúde pública global



A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14) que o cenário de mpox no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais alto nível de alerta da entidade.

Em coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que surtos de mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções têm aumentado ao longo dos últimos anos.

Em 2024, os casos já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.

“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional.”

Tedros lembrou que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano (CDC África) já havia declarado o cenário de mpox na região como emergência em saúde pública de segurança continental. O anúncio foi feito ontem (13) pelo diretor-geral da entidade, Jean Kaseya, ao citar a rápida transmissão da doença na África.

“Aceitei a recomendação do comitê. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes”, disse Tedros.

“Está claro que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas. Uma emergência em saúde pública de importância internacional é o mais alto nível de alarme na legislação sanitária”, concluiu.
Primeira emergência

Em maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergência em razão do surto da doença em diversos países.

“Assim como com a covid-19, o fim da emergência não significa que o trabalho acabou. A mpox continua a apresentar desafios de saúde pública significantes que precisam de resposta robusta, proativa e sustentável”, declarou, à época, o diretor-geral da OMS.

“Casos relacionados a viagens, registrados em todas as regiões, demonstram a ameaça contínua. Existe risco, em particular, para pessoas que vivem com infecção por HIV não tratada. Continua sendo importante que os países mantenham sua capacidade de teste e seus esforços, avaliem os riscos, quantifiquem as necessidades de resposta e ajam prontamente quando necessário”, alertou Tedros em 2023.

A doença

A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.

Publicado em 14/08/2024 
Por Paula Laboissière –
 Repórter da Agência Brasil
 - Brasília


terça-feira, 13 de agosto de 2024

PF investiga a prática de crimes eleitorais e desvio de recursos públicos em Bagé/RS


Publicado em 13/08/2024 09h50
Fonte PF



Bagé/RS. A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13/8) a Operação Coactum III, que apura os crimes de inserção de declaração falsa em prestação de contas eleitorais, conhecido como “Caixa Dois Eleitoral”, organização criminosa, peculato e lavagem de capitais, além de outros possíveis crimes contra a Administração Pública.

Desde as primeiras horas da manhã, 72 policiais federais executam 34 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal, bem como para fins de sequestro de bens, nas cidades de Bagé/RS, Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC. A decisão foi expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).

A ação de hoje é desdobramento da Operação Coactum II, deflagrada em maio de 2024, em que foram apreendidas mídias, dinheiro em espécie e colhidos uma série de elementos de prova sobre os delitos investigados. Em razão das buscas naquela oportunidade, dois servidores foram presos em flagrante por crime de peculato, na posse de valores recolhidos de funcionários municipais.

Segundo apurado, pelo menos desde 2017, servidores públicos comissionados do município de Bagé são obrigados a pagar parte de seus salários para a organização criminosa. Os valores exigidos foram vertidos para fins eleitorais sem a devida declaração como receita auferida perante a Justiça Eleitoral. A prática popularmente conhecida como “rachadinha” teria possibilitado o desvio de mais de R$ 10 milhões.

Entre os alvos das medidas judiciais deflagradas estão agentes políticos e funcionários públicos municipais suspeitos de recolher e operacionalizar a ocultação e dissimulação dos valores desviados.

A operação foi chamada de “Coactum”, em referência ao caráter compulsório das contribuições a que os servidores são obrigados a entregar parcelas de suas remunerações, sob pena de exoneração dos cargos.






quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Ex-governadora do RS é inocentada de acusações de corrupção na Rodin

O processo contra Yeda Crusius (PSDB) na Operação Rodin tramitou durante 15 anos; MPF poderá recorrer da decisão do TRF-4
07/08/2024 | 18:27
Correio do Povo



Processo contra Yeda Crusius tramitou durante 15 anos | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória


Após 15 anos de tramitação, a ex-governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi inocentada de todas as acusações da Operação Rodin, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O processo investigava supostos atos de corrupção e improbidade administrativa em contratos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS).

Em sessão nesta quarta-feira, o TRF-4 reconheceu, por unanimidade, que em nenhum momento a ex-governadora cometeu fraude, corrupção ou teve enriquecimento ilícito.

Além disso, a corte registrou que o Ministério Público Federal (MPF) não reuniu provas ou indícios de atuação dolosa ou intencional de Yeda. O MPF pode, no entanto, recorrer.

Caso recorra, Fábio Medina Osório, advogado de Yeda no caso, diz que buscará “o reconhecimento da litigância de má-fé, pois está evidente e escancarado no processo que não há provas nem indícios de atuação dolosa ou intencional de Yeda”.

“Também buscaremos que se reconheça a nulidade da petição inicial, caso haja recurso do MPF”, afirmou o advogado.

A primeira e única mulher a governar o Estado até o momento celebrou a decisão. "É uma enorme vitória. É o fim de uma provação que dura mais de uma década. Mas sempre acreditei na Justiça e ela enfim chegou”, falou.

A ação teve a relatoria do desembargador Marcos Roberto Araújo Santos. Acompanharam o voto pela inocência os desembargadores Luís Alberto Aurvalle, que presidiu a sessão, e Vivian Pantaleão.

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