quarta-feira, 5 de junho de 2019

O co-fundador do WikiLeaks, Julian Assange, preso na Grã Bretanha, demonstra sinais visiveis de TORTURA PSICOLÓGICA




24 DE MAIO DE 2019 00: 34









"Existe essa cooperação de inteligência entre a Suécia e os EUA, que é muito importante para a Suécia e sua própria estratégia de defesa desde que evoluíram para longe da neutralidade nos anos 90", disse Melzer. "A Suécia tem sido muito próxima em cooperar com os EUA naqueles anos."

Questionado pela NBC News para responder à alegação de que sua investigação de Assange foi desproporcional, o Ministério Público da Suécia se recusou a comentar.


Por que o Equador despejou 'pirralho mimado' Assange da embaixada
A investigação de agressão sexual contra Assange expirou em 2015 porque excedeu o prazo de prescrição. A investigação do estupro foi suspensa em 2017 porque as autoridades disseram que era impossível perseguir Assange no exílio. Eles reabriram o caso após sua prisão no mês passado.

Na quinta-feira, Assange perdeu uma audiência porque seu advogado disse que ele estava doente demais para aparecer por link de vídeo. Melzer visitou-o em 9 de maio, acompanhado por dois profissionais médicos especializados no impacto da tortura nos detidos.

Ele "mostra todos os sinais que são típicos para pessoas que têm exposição prolongada a tortura psicológica, incluindo estresse extremo, ansiedade crônica e trauma psicológico intenso", disse Melzer. "Você pode ver que é alguém que vive em constante pânico. Basicamente, é um pouco como imaginar estar em um pesadelo e nunca acordar."


O relator da ONU também é professor de direito internacional na Universidade de Glasgow, presidente de direitos humanos da Academia de Genebra de Direito Internacional Humanitário e Direitos Humanos, e trabalhou anteriormente como assessor do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.




Advogado de Assange sobre acusações de espionagem: "Uma grave ameaça à liberdade de expressão"

Em um comunicado da ONU divulgado na sexta-feira, Melzer disse acreditar que houve uma "campanha desenfreada de intimidação pública, difamação e intimidação" por parte dos EUA, Equador e Suécia para que Assange seja extraditado para os EUA. Outros especialistas dizem que a Suécia reabriu o caso de estupro complica esse suposto objetivo.

Melzer escreveu aos quatro governos pedindo-lhes que "abstenham-se de continuar divulgando, instigando ou tolerando declarações ou outras atividades prejudiciais aos direitos humanos e à dignidade de Assange".

"Em 20 anos de trabalho com vítimas de guerra, violência e perseguição política, nunca vi um grupo de estados democráticos se unindo para deliberadamente isolar, demonizar e abusar de um único indivíduo por tanto tempo", escreveu ele.



27 de maio de 2019, 9h43 GMT-3

Por Linda Givetash

LONDRES (Reuters) - É improvável que o co-fundador do WikiLeaks, Julian Assange, aterrisse em território americano em breve, enquanto sua equipe jurídica se prepara para uma batalha que se concentra em sua liberdade de expressão.

Os Estados Unidos estão buscando a extradição de Assange da Grã-Bretanha para enfrentar inúmeras acusações de invasão de computador e publicação de material confidencial. A acusação inicial acusou Assange de conspirar com o ex-oficial de inteligência do Exército Chelsea Manning para quebrar uma senha do Departamento de Defesa, enquanto outras 17 acusações sob o Ato de Espionagem foram acrescentadas pelo Departamento de Justiça na quinta-feira.

A advogada de Assange, Jennifer Robinson, disse à NBC News que está se preparando para "uma grande luta de extradição" e argumentou, junto com defensores dos EUA, que a última acusação ameaça a Primeira Emenda.

"Estamos preocupados com as implicações da liberdade de expressão", disse ela. "Este precedente será usado contra outras organizações de mídia."

No entanto, um pedido de extradição relacionado a uma investigação de estupro reaberta na Suécia ameaça ter prioridade.

Assange está preso em Londres após ser retirado da embaixada equatoriana em abril e preso por fiança após ser acusado originalmente de estupro e agressão sexual na Suécia em 2010.

Embora haja um processo claro de extradição do Reino Unido, os especialistas dizem que o caso de Assange é único em vários aspectos e pode representar uma longa batalha legal.


Advogado de Assange sobre acusações de espionagem:
 "Uma grave ameaça à liberdade de expressão"

24 DE MAIO DE 2012019

A defesa de Assange provavelmente alegará que as acusações são politicamente motivadas e violam sua liberdade de expressão, protegida pelo Artigo 10 da Convenção Européia de Direitos Humanos, segundo Michael Drury, advogado especializado em casos de extradição para a firma BCL Solicitors, com sede em Londres. .

Este é um argumento "altamente incomum" em um caso de extradição, disse Drury à NBC News. Os casos de extradição vêem com mais frequência alegações de que um réu seria tratado de forma desumana ou prejudicada.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e Estados europeus também têm interesse em lidar com segredos de Estado, já que um acordo solicitado por funcionários americanos para ir atrás de vazadores foi feito há mais de uma década, disse Richard Aldrich, professor de segurança internacional da Universidade de Warwick. . Os países estão preocupados com a possibilidade de jornalistas e grupos como o Wikileaks obterem e publicarem segredos e informações online.

"Isso é tudo sobre a tentativa de recuperar o sigilo do Estado", explicou Aldrich. "Os EUA disseram que não podemos fazer nada sobre os jornalistas, mas vamos atrás das fontes e dos vazadores vigorosamente."

Nos últimos 10 anos, mais fontes e denunciantes foram processados ​​nos EUA do que antes através da história, disse ele.

"Há uma grande campanha, as pessoas estão sendo postas sob o ato de espionagem por décadas e os Estados Unidos estão determinados a fazer um exemplo dessas pessoas", disse ele.


Assange provavelmente será julgado nos EUA, onde caberá aos tribunais decidir se ele se tornará um desses exemplos, disse Aldrich, acrescentando que "é difícil prever exatamente como isso acontece".

Os EUA são quase sempre bem sucedidos em casos de extradição da Grã-Bretanha, disse Drury.

A lei britânica exige que a primeira audiência em um caso de extradição seja ouvida dentro de 21 dias a partir da data do pedido. Mas dada a complexidade dos argumentos, Drury disse que pode levar até um ano para que o caso seja apresentado e entregue um veredicto. Se qualquer um dos lados apelar da decisão, isso poderá estender o processo por mais seis a 12 meses.

Enquanto isso, é improvável que Assange receba fiança por causa da violação anterior, disse Drury.


Com os promotores suecos anunciando que solicitaram uma ordem de detenção contra Assange na semana passada após a reabertura de um caso de agressão sexual contra ele, todo o processo de extradição dos EUA pode ser suspenso. A extradição não é normalmente uma decisão política, mas o secretário do Interior da Grã-Bretanha tem o poder de sugerir que os tribunais priorizem um pedido em detrimento de outro.

No mês passado, dezenas de parlamentares britânicos assinaram uma carta ao ministro do Interior, Sajid Javid, exigindo que ele priorize qualquer pedido de extradição feito pela Suécia.

Políticos britânicos que querem "evitar ser pegos no fogo cruzado" do confronto legal americano seriam seduzidos a entregar Assange à nação escandinava, disse Aldrich. "É politicamente mais aceitável extraditar os tipos de acusações que os suecos levantaram."

Mas a liderança política na Grã-Bretanha está enfrentando problemas depois que a primeira-ministra Theresa May anunciou sua renúncia na sexta-feira, aumentando a incerteza de qual caso teria prioridade. "Poderíamos ter qualquer um dos 10 candidatos em Downing Street em muito curto prazo e cada pessoa teria uma visão diferente sobre isso ", disse Aldrich.

Mesmo se Assange for julgado ou for condenado na Suécia, Drury disse que acabaria por encontrar o caminho de volta ao tribunal britânico para enfrentar a ordem de extradição dos EUA.

"Colocando isso totalmente cinicamente, você não pode se livrar do problema enviando-o para a Suécia", disse ele.


Linda Givetash
Linda Givetash é uma repórter baseada em Londres. Ela trabalhou anteriormente para a Canadian Press em Vancouver e Nation Media em Uganda.

sexta-feira, 15 de março de 2019

O homem que eu Procuro




      Um homem interessante e inteligente, que goste de jantar a beira da praia comendo anchova, camarão ou cação. Que não se importe de eu não beber álcool e tomar água mineral de "bolinha" e coca-cola light com gelo e limão. Que goste de bolo integral, açúcar mascavo e iogurte natural. Que não se importe de eu não comer ostra por acha-lá gosmenta, nem com meu medo do mar. Que não me ache ridícula por eu chorar no telefone de saudade, de tristeza ou de medo da morte. Que curta minha mania de comprar relógios de pulso (que geralmente são do camelô). 


Um homem legal que goste da casa cheia de pessoas. De gente bonita. Não precisa ser jovem, mas sefor, que não se importe de saber que vou envelhecer primeiro. Se for maduro, que não seja problemático. Que ame meus filhos e se importe com eles, como se fossem seus. Mais até. 


Que me ache a mulher mais linda e sexye do mundo e não note minhas ruguinhas ou meus quilos a mais. Que adore fotografias e especialmente me fotografar. Que a gente se entenda tão bem que não se precise ter uma DR às três da manhã. 

Que me faça pagar o "mico" de receber uma telecard mensagem, sem data especial. Que acredite em anjo da guarda, gnomos e fadas. 

Que goste de cães Akita, e não se importe deles atenderem somente ao MEU komando. De gatos Pretos ou pardos. Que goste de pescar. Que não se importe de eu gostar de Skank e ao mesmo tempo curta Bethânia. E com minha mania de ouvir mil vezes as mesmas musicas. Que adore minha coleção de gifs animadas e de perfumes. 

Que goste de dar risadas e de muito beijo na boca. Que saiba brilhar e que não seja vazio e fútil. Que se importe com as outras pessoas, com o mundo e com os animais. 

Que massageie meu pé e minha panturrilha quando eu estiver cansada. Que não seja convencional e menos ainda conservador. Que deixe transparecer sua vulnerabilidade e se emocione com o belo em todas as suas formas. 

Que curta correr de carro em estradas desertas. 

Não é necessário ter um físico magnífico. Mas que seja tão especial que eu o ache LINDO. Que deixe a barba crescer por que eu pedi. 

Tem que ser sedutor, mágico e cúmplice. Que não me critique por eu tomar banho de sol nos horários mais desaconselháveis e NUNCA diga: "Eu não te disse???" ou "Eu não te avisei???" 

Tem que achar bonito o céu e a lua e sentir pena do peixinho morto na beira da praia. Que se gostar de mergulho traga "tesouros" para mim. Que goste de deitar na grama e brincar de ver desenhos nas nuvens. Que tenha nso de humor, caráter, seja meigo, sincero, carinhoso, sensual. E jamais use ou aceite a mentira. Que seja cabeça feita e não fique preso a conceitos e preconceitos e com isso tenha dificuldade de ser feliz. E dessa forma não me faça também. Que goste de natureza, de fazer trilhas e caminhar comigo na praia. Que goste de olhar o mar ao entardecer. Que em noites de lua cheia, goste de ficar vendo a luz neon que imagino nas ondas. 

Que curta tatuagem e ame as minhas. Que mesmo sabendo que dói se arrisque a fazer uma. E peça pra eu escolher a tatoo dele. 

Não deve ser carrancudo. Deve falar calmo, baixo e jamais levantar a voz, ou perder a serenidade. O meu homem deve me fazer rir e ficar feliz por isso. Deve ter uma boca que eu queira beijar muito e olhos que eu me veja neles. Deve ser antes de tudo ser meu amigo, companheiro e amante. Jamais meu marido. Deve cuidar de mim e me paparicar de vez em quando. Deve gostar e pedir que eu o paparique também... 

Deve fazer com que eu me sinta protegida perto dele. E que eu acredite que junto dele nada poderá me fazer mal (mesmo que ele seja bem fraquinho e não suporte o peso de uma formiga). Que entenda que EU PRECISO me sentir assim. Um homem que me faça sentir TUDO e que como eu, não tenha um senso regular do tempo (e por isso não há tempo para começar e terminar. Só precisa ser intenso e valer a pena). 

Um homem que faça amor com qualidade até o amanhecer e que especialmente nesta hora me permita voar. E não me puxe pra terra quando eu alçar vôo... Que não considere nada obsceno ou leviano. 

Que entenda qualquer coisa que façamos como um sacramento. 

Que seja natural e não fique o tempo todo preocupado com sua performance, nem com a quantidade. Que me faça ter borboletas no estomago e me faça sentir arrepios. 

Que na hora do sexo solte gemidos tão intensos para que eu saiba que o estou fazendo feliz. Quequeira voar comigo, e não tenha limites. Que não tenha medo de até onde possamos ir. Que viaje comigo. E compreenda que esta é a unica viagem que não quero realizar sozinha. Que não se importe em ser o primeiro ou o único. Mas sim em ser o último. Que goste de dormir empernado, em "conchinha", eu ficando de costas, e que embora goste de ficar de costas também, consiga abrir mão eventualmente. 

Que goste de dar e receber pequenos presentes sem valor material, como pedrinhas encontradas na praia. E que cuide destes presentes como se valessem milhões. Que chore comigo quando estiver triste, e se alegre comigo também, quando explodir de felicidade. 

Que me ouça com atenção e fale tudo que sente e pensa. E que acredite que somente eu vou entendê-lo. Que seja criança de vez em quando e não se sinta ridículo por isso. Que me encante com seu jeito de ser e eu fique muito feliz com sua companhia. Que acredite que eu acho sexy sua fragilidade e que eu tenha certeza que ele vai morrer, se eu for embora. Enfim, que fique feliz por que eu existo, estou junto dele e digo "eu te amo". E ele responda idem. 

Estão achando utópico????
______Pode ser.
Mas eu espero. 
Sou paciente, paciente...

Deise BC

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Polícia de Goiás classifica João de Deus como um homem 'perigoso'. Entenda o caso.



Segundo delegado, mulheres que prestaram depoimento à corporação

relataram casos graves de abuso. Médium nega ter cometido os crimes.




João de Deus está preso em Goiás — Foto: Murillo Velasco/G1

Após instaurar nove inquéritos de abusos sexuais contra João de Deus, a Polícia Civil de Goiás o avalia como uma pessoa perigosa. O médium está preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, suspeito de abusar de mulheres que o procuravam para tratamento espiritual em Abadiânia. Ele nega as acusações.


“O homem João de Deus é perigoso. Essa é a conclusão da Polícia Civil do estado de Goiás”, disse o delegado Valdemir Branco.

Como integrante da força-tarefa que apura as denúncias contra o médium, o investigador explicou em entrevista ao Fantástico que a avaliação da corporação foi feita com base nos relatos das mulheres que denunciaram abusos.“Várias vítimas relataram situações de grande gravidade, foram violentadas sexualmente. Nós temos caso aqui que a mãe foi abusada sexualmente, anos depois a filha também foi abusada sexualmente. Então o homem João de Deus, na verdade, é um criminoso”, completou.
O advogado do médium, Alberto Toron, disse que desconhece os depoimentos citados pelo delegado. Ele afirmou ainda que não concorda com as afirmações. “A grande maioria dos casos até agora referidos são antigos e ele [João de Deus] mantinha um comportamento que não corrobora a ideia de periculosidade”, explicou. A defesa tenta a soltura do investigado no STF.
Diário escrito por jovem revela que João de Deus dava presentes para seduzir suas vítimas Investigações
A Polícia Civil indiciou o médium por violação sexual mediante fraudereferente ao depoimento de uma mulher que disse ter sido abusada em outubro deste ano. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deve juntar outros três casos a este para oferecer a primeira denúncia contra ele, que deve ser entregue à Justiça no máximo até domingo (30).Promotores de Justiça que integram a força-tarefa que apura as acusações contra o médium “ignoraram” o recesso de Natal para atender às vítimas.

Operações da Polícia Civil encontraram R$ 1,6 milhão em espécie, armas, medicamentos e pedras que parecem ser preciosas em endereços ligados a João de Deus. Após essas apreensões, o investigado teve um segundo mandado de prisão deferido, desta vez por posse ilegal de arma de fogo.
João de Deus tem nova ordem de prisão, agora por posse ilegal de armas — Foto: Reprodução/JN

A defesa de João de Deus, que sempre negou as acusações de crimes sexuais, criticou a decretação das buscas e da prisão por posse ilegal de arma.

O médium já prestou depoimento à Polícia Civil de Goiás, mas deve ser ouvido novamente pela própria corporação e pelo MP-GO. Os promotores pretendem realizar o interrogatório do médium nesta semana e, em seguida, denunciá-lo.

Depoimentos
Várias mulheres acusaram o médium de abusos sexuais. Os depoimentos de algumas delas foram veiculados nos programas Conversa com Bial, Jornal Anhanguera e Fantástico.

Uma das mulheres que relatou ter sido vítima do médium contou que foi abusada cerca de 20 vezes entre 2009 e 2010. A entrevista exclusiva dela foi veiculada pelo Fantástico neste domingo (23). Ela mostrou os registros que fez da época em um diário.

Engenheira Gleice Lima, que contou ter sido abusada por João de Deus — Foto: Reprodução/TV Globo

Outra mulher que contou ter sido abusada por João de Deus foi a engenheira Gleice Lima. Ela disse que chegou a ser ameaçada por ele, que o viu escondendo uma arma certa vez e que acredita que ele lucrava com garimpos ilegais.

O advogado de João disse que essas denúncias devem ser analisadas caso a caso em processos judiciais.
Prisão

João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à Polícia Civil. Ele está detido no Núcleo de Custódia do Completo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde dorme sozinho, mas passa o dia em uma cela com outros quatro presos.

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou queele não teve ceia especial de Natal e teria comido “o de sempre” com outros presos.
João de Deus em aparição na Casa de Dom Inácio de Loyola em 12 de dezembro, após a revelação das denúncias de abuso sexual — Foto: Evaristo Sa

Questionado sobre a situação atual de João de Deus na prisão e se ele vem recebendo visitas, o advogado dele, Alberto Toron, disse que “o estabelecimento prisional onde ele se encontra não permite visitas de familiares ou amigos antes de 30 dias”. Não sabendo dizer como ele passou o Natal, ele completou: “Alvitro o óbvio: não foi bom”.

Bens e propriedades
O médium havia declarado em depoimento à Polícia Civil que sua profissão é de “empresário” e que ele administra sete fazendas em Goiás, que rendem a ele R$ 60 mil. Também de acordo com o relato do médium, ele não sabe contabilizar quantos carros tem e disse ter ainda “várias” casas.

Vídeos divulgados com exclusividade pelo Fantástico mostram o interior da casa dele em Anápolis, a 55 km de Goiânia. As imagens revelam um imóvel de dois andares, quatro quartos, uma suíte com hidromassagem e um elevador. No local também foi localizado uma espécie de porão escondido, acessado pelo fundo falso de um armário.
Casa de João de Deus em Anápolis Goiás — Foto: Reprodução/TV Globo
Situação atual

Médium é investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e posse ilegal de arma;
MP recebeu 596 relatos de abusos sexuais e identificou 255 vítimas;
Médium está preso desde o dia 16 de dezembro;
Polícia Civil colheu depoimentos de 16 mulheres. Um inquérito foi concluído e há oito em andamento;
Em operações em endereços ligados a ele foram achadas armas, pedras preciosas e mais de R$ 1,6 milhão;
Justiça também decretou a prisão do médium por posse ilegal de armas de fogo;
Há relatos de supostas vítimas de 15 estados brasileiros e outros seis países;
MP e polícia também querem apurar denúncia de lavagem de dinheiro;
Não há pedido para suspensão do funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola, mas laboratório que fazia medicamentos no local foi interditado;
Mesmo que o ministro Dias Toffoli conceda o habeas corpus, João de Deus segue preso por causa do outro mandado de prisão


Mulher de João de Deus deve ser ouvida pela Polícia Civil sobre denúncias de abuso sexual contra o médium. Depoimento está previsto para esta quarta-feira. Médium nega ter cometido os crimes. 

 

João de Deus está preso em Goiás — Foto: Reprodução/JN

A Polícia Civil deve ouvir nesta quarta-feira (26) a mulher de João de Deus, Ana Keyla Teixeira, sobre as denúncias de abuso sexual contra o marido. Preso em Goiás, o médium nega ter cometido os crimes durante atendimentos espirituais em Abadiânia.

A força-tarefa policial recebeu 16 denúncias, sendo que nove casos se tornaram inquéritos. Um deles que, conforme a investigação, aconteceu em 24 de setembro, foi concluído eJoão de Deus foi denunciado por violação sexual mediante fraude.


Com base nos depoimentos, o delegado Valdemir Branco avalia o médium como uma pessoa "perigosa".

“Várias vítimas relataram situações de grande gravidade, foram violentadas sexualmente. Nós temos caso aqui que a mãe foi abusada sexualmente. Anos depois, a filha também foi abusada. Então o homem João de Deus, na verdade, é um criminoso”, completou.

O advogado do médium, Alberto Toron, disse que desconhece os depoimentos citados pelo delegado. Ele afirmou ainda que não concorda com as afirmações. “A grande maioria dos casos até agora referidos são antigos e ele [João de Deus] mantinha um comportamento que não corrobora a ideia de periculosidade”, explicou. A defesa tenta a soltura do investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ana Keyla Teixeira, mulher de João de Deus, deve ser ouvida nesta quarta-feira — Foto: TV Anhanguera/Reprodução 

Assim como a Polícia Civil, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) iniciou uma força-tarefa para apurar as denúncias contra o médium após os casos virem à tona no programa Conversa com Bial, no início de dezembro. Até esta quarta-feira (26), os promotores colheram 77 depoimentos de mulheres. Outro relato está previsto para esta tarde. 

O MP-GO deve juntar o caso que a Polícia Civil concluiu com outras três denúncias que recebeu para oferecer a primeira denúncia contra o médium. O documento deve ser entregue ao Poder Judiciário até domingo (30), que é o prazo legal. 

Operações da Polícia Civil e do MP-GO realizadas, em dois dias, encontraram R$ 1,6 milhão em espécie, armas, medicamentos e pedras que parecem ser preciosas em endereços ligados a João de Deus. Devido às apreensões, o médium teve um 2º mandado de prisão deferido, desta vez por posse ilegal de arma de fogo. 

O médium já prestou depoimento à Polícia Civil de Goiás, mas deve ser ouvido novamente pela própria corporação e pelo MP-GO. Os promotores pretendem realizar o interrogatório do médium nesta semana para, em seguida, denunciá-lo.

Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia seus atendimentos, em Abadiânia, Goiás — Foto: Alessandro Vieira/TV Anhanguera

João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à Polícia Civil. Ele está detido no Núcleo de Custódia do Completo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde dorme sozinho, mas passa o dia em uma cela com outros quatro presos.

O jornal "O Globo", a TV Globo e o G1 têm publicado nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.

ENTENDA O CASO:

Dez mulheres dizem ao programa Conversa com Bial que sofreram abuso em visitas à Casa Dom Inácio de Loyola. João de Deus nega as acusações.
Por G1

O Globo apura que outras mulheres denunciaram terem sido abusadas por João de Deus 

Após mulheres acusarem o médium João de Deus de abuso sexual, a promotora de Justiça Silvia Chakian pede que todas as pessoas que se sentirem vítimas o denunciem ao Ministério Público. Em nota, João de Deus afirma que "rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos" (leia na nota completa no final desta reportagem). 

"Daqui para frente, todos os casos são processados mediante ação penal pública e o titular dessa ação penal é o Ministério Público. Aí a importância de todos esses casos chegarem ao conhecimento do MP sempre", disse em entrevista ao Jornal Hoje.

A promotora entende a demora de as vítimas denunciarem os abusos e, por isto, considera fundamental o fato de não se ter prazo para registrar estes crimes. "Em casos como esse, fica muito claro como o prazo era insuficiente para mulheres que sofrem e demoram, muito mais de seis meses, para se compreenderem como vítima de violência. É próprio do pós-trauma essa demora em denunciar”, afirmou.

Dez mulheres relatam terem sofrido abusos sexuais do médium durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. As histórias foram reveladas no programa Conversa com Bial desta sexta-feira (7).

João de Deus atende na Casa Dom Inácio, em Abadiânia — Foto: Reprodução/ TV Anhanguera

João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, é famoso pelos atendimentos e cirurgias espirituais que faz desde 1976, em Abadiânia, uma cidade com menos de 19 mil habitantes. A Casa Dom Inácio de Loyola recebe até 10 mil pessoas por mês – a maioria, estrangeiros. Os relatos sobre as curas obtidas pelo médium, incorporando entidades, se espalharam pelo mundo.

"Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus, muito menos a fé de milhares de pessoas que o procuram. Estamos apenas dando voz a mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium", disse Pedro Bial durante o programa.

Apenas uma das mulheres ouvidas por Bial, Zahira Leeneke Maus, uma coreógrafa holandesa, aceitou se identificar. Outras, todas brasileiras, preferiram não mostrar o rosto, por sentirem medo e vergonha.

Zahira fez recentemente uma denúncia pública no Facebook, quatro anos após ter sofrido a violência sexual. "Eu sei que tenho sido criticada: 'Por que você está vindo com a sua história, se ele está curando milhares de pessoas?' E essa é uma das razões do porquê eu não disse nada. Porque se fosse só eu, eu que engula, porque ele está curando milhares de pessoas, certo? Mas agora eu sei, ele está abusando de centenas de mulheres e meninas", afirmou Zahira.

Mulheres denunciam abusos sexuais do médium João de Deus durante atendimento espiritual

Mulheres denunciam abusos sexuais do médium João de Deus durante atendimento espiritual

Padrão de comportamento
De acordo com os relatos, João de Deus agiu de forma similar em todos os casos. Durante os atendimentos espirituais coletivos, o médium disse para as mulheres que, segundo a entidade, elas deveriam procurá-lo posteriormente em sua sala, porque tinham sido escolhidas para receber a cura. As entrevistadas dizem que, uma vez que elas estavam sozinhas com ele, eram violentadas sexualmente.

"Pegava na minha mão para eu pegar no pênis dele. (...) Ele falava: 'Põe a mão, isso é limpeza. Você precisa dessa limpeza, é o único jeito de fazer isso'", disse uma mulher que procurou João de Deus para cura espiritual.

De acordo com Zahira, ao ouvir os relatos de outras mulheres, ela percebeu que “existe um sistema. A primeira coisa é 'vire de costas, eu vou te curar'. Existe um padrão (...) Você é manipulada a acreditar na cura”.

O jornal "O Globo" ouviu quatro das dez mulheres que falaram ao programa "Conversa com Bial", além de duas outras vítimas. Os relatos, colhidos ao longo de três meses de investigação, foram divulgados na íntegra no site do jornal. Dentre todas as 12 mulheres que denunciaram João de Deus, Zahira foi a única que contou ter sido penetrada por ele.

Segundo uma das mulheres, o médium demonstrou saber que aquilo que estava fazendo com ela poderia ser considerado assédio sexual.

"Calma, eu não estou com tesão, mas preciso fazer isso para te curar", uma delas relatou ter ouvido de João de Deus durante o abuso.

Segundo ela, o religioso a obrigou a masturbá-lo enquanto ela chorava, aos soluços. "Eu sei muito bem o que estou fazendo e que isso seria considerado assédio, eu não sou louco. Dizia que estava me livrando das energias negativas", relatou a segunda mulher, que disse ter sido constrangida a segurar o pênis do médium. Ele também teria tocado partes do corpo dela, como os seios. Em um determinado momento, ele teria dito que não era mais a entidade ali, que era o homem.

Mulheres relatam abusos sexuais do médium João de Deus durante atendimentos espirituais

Mulheres relatam abusos sexuais do médium João de Deus durante atendimentos espirituais

Zahira relata estupro

A holandesa Zahira disse que ouviu falar de João de Deus por intermédio que um amigo. E que esteve mais de uma vez em Abadiânia, em busca de espiritualidade e de cura para um trauma sexual. Ela chegou a ser treinada para ser médium.

Ela conta que, numa das vezes em que esteve em Abadiânia, foi convidada para uma consulta particular com João de Deus. E que o médium a levou até um banheiro, na sala dele, e se posicionou atrás dela.

"Aí ele agarrou minha mão direita e a colocou por trás de mim na calça dele. E eu fiquei, tipo... tem esse momento em que você congela. Por que isso está acontecendo? Por que eu tenho que tocar no seu pênis, para ser curada? Ele tem um sofá grande no banheiro. Ele me levou até lá e me botou de joelhos na frente dele. Ele abriu a calça e colocou minha mão no pênis dele. E ele começou a movimentar a minha mão em cima do pênis dele. E eu estava em choque. Eu ainda não posso acreditar nisso. Mas eu estava congelada. E ele continuava falando, conversando, falando sobre minha família. Você está sendo manipulada a acreditar, enquanto ele estava me analisando ou fazendo alguma coisa. Aí ele disse: 'Você deveria sorrir. Você deveria se sentir feliz'. E eu: 'eu não sinto nenhuma alegria'. Isso não é o motivo de eu estar aqui. Aí ele estava se limpando, fechando as calças de novo, ele me levou pro escritório de novo, ele me botou no sofá, abriu um armário com pedras preciosas e disse que eu poderia escolher uma. É como se fosse um pagamento. Isso é um pagamento? O que está acontecendo aqui?”

Zahira disse que sentia como se estivesse sendo manipulada, arrastada para aquela situação. Dias depois, ela voltou à casa. “Ele me puxou de novo para o banheiro. [...] “Um padrão parecido, mas ele deu um passo adiante. Ele me penetrou por trás e, de novo, esses... Eu nem consigo descrever.”

'Não vai falar para ninguém'

Uma das brasileiras entrevistadas disse que já costumava frequentar a casa em Abadiânia. E que em 2013, depois de se divorciar, voltou a procurar o médium. Ela contou que participava de um atendimento em grupo, quando também foi convidada por João de Deus para encontrá-lo mais tarde na sala dele.

"Então ele me conduziu para um baheiro, que mais parece uma sala, poque é muito grande e fechou a porta. Ali ele pediu para ficar de costas pra ele. Ele perguntou se tinha metal. Falei que sim, o sutiã. Pediu pra eu tirar. Pus o braço por dentro e tirei. Ele falou: 'vou ficar atrás de você e fazer realinhamento energético. Aí ele ficou muito próximo, colocou minha mão pra trás, isso ele já estava com o pênis pra fora, ele falou: "Põe a mão aí, isso é limpeza, você precisa da minha energia, que só vem dessa maneira pra fazer a limpeza em você."

Disse que o médium pediu pra ela voltar outras vezes.

"Às 7h da manhã, ele fez a mesma coisa, só que dessa vez ele sentou numa cadeira e pediu para eu fazer sexo oral nele."

"Eu fiz com muito nojo, e realmente eu não fazia, porque... Eu não chegava perto. E ele dizia: 'Faça isso direito, menina. Você não quer as coisas? Como é que fazendo as coisas desse jeito você vai ter as coisas na sua vida?'”

Essa outra mulher, que deu entrevista ao lado do marido, disse que procurou a casa de Abadiânia depois de passar por um tratamento de câncer de mama. Lá, se submeteu a uma cirurgia espiritual – e foi orientada a voltar para uma revisão.

No encontro, recebeu um pedido de João de Deus: “O que eu fizer aqui dentro, você não vai falar pra ninguém". "E ele falou assim: 'você levante que vou te curar'. E você vai ter que se entregar. Aí pediu pra ficar de costas e nisso ele começou a passar a mão no meu corpo, no meu abdomen, no meu seio, pela minha nádega, que até entao, ele ja tava comprimindo meu corpo. Aí eu comecei a chorar, comecei a ficar desesperada e eu só pensava assim: 'como eu vou sair daqui'. Eu olhava pra uma porta, olhava pra outra, e eu pensava: 'se eu gritar, tem milhares de pessas aí fora que endeusam ele, chamam ele de João de Deus'."

Ela conta que o médium ficou irritado e fez uma espécie de ameaça: “Você está sendo ingrata, você não esta se entregando. Se você não fizer o que eu estou falando, a sua doença vai voltar. Você quer que volte?"

'Eu tava ali sendo abusada'

Outra mulher, de 33 anos, contou que procurou João de Deus porque tinha depressão e síndrome do pânico. Segundo ela, logo que ficou sozinha com o médium na sala, ele trancou a porta.

"'Levanta aqui q vou limpar seus chacras' [ele disse]. Nisso ele ficou em pé, eu fiquei na frente dele, e ele já começou a fazer movimento, passando a mão no meu peito. Nisso ele me virou e pediu pra fazer massagem na barriga dele. Eu fazendo essa massagem, ele pedia pra eu fazer com força, pedia pra eu ficar de olho aberto, e eu não conseguia porque eu já tava incomodada. Aí ele me afastou um pouco e já tirou o pênis pra fora. E pegava na minha mão pra pegar no pênis dele, eu tirava a mão e ele falava: 'Você é forte, você é corajosa. O que você tá fazendo tem um valor enorme'. Eu não tava fazendo nada. Eu tava ali sendo abusada. Eu não tava fazendo nada."

'Homem poderoso'

Amy Biank, coach espiritual e autora americana que levava pessoas em peregrinação para a Casa Dom Inácio de Loyola desde 2002, disse que as pessoas que trabalham com o médium sabem do que acontece e que quem tenta denunciar acaba saindo da Casa por medo, já que ele é um “homem muito poderoso”. Amy diz ter sofrido ameaças de morte.

"Uma delas [pessoa que trabalhava para João de Deus] disse que tinha limpado a boca de uma menina. Disseram que era ectoplasma, e ela estava tão doutrinada que não percebeu que era sêmen", disse Amy Biank.

Uma das mulheres relatou que João de Deus disse que fazia parte do processo de cura não contar para ninguém o que havia acontecido. Outra disse que as entidades que ele recebia falavam que ela deveria ficar em silêncio. “Todas as entidades que vinham, umas três, falavam que não era para eu contar o que tinha acontecido ali.”

Ammy disse que uma vez, quando acompanhava um grupo a Abadiânia, ouviu um grito de socorro, entrou na casa e viu João de Deus forçando uma jovem a fazer sexo oral nele. Ele pediu pra eu fechar os olhos e sentar.

"Eu vi que ele estava com a calça aberta, ela estava ajoelhada e com uma toalha no ombro. Ela não estava querendo fazer sexo oral nele, foi por isso que ela gritou. Mas eu sentei no sofá e fechei meus olhos, porque eu estava tão doutrinada a achar que aquilo tudo era divino e especial."

Ammy disse que cruzou com João de Deus, depois numa pousada da região. "Mais tarde ele veio até a pousada em que estávamos, porque ele sabia que eu tinha visto, e aí ele chegou e disse: 'Quando eu sou o João, eu sou somente um homem. E homens têm necessidade. Um homem é somente um homem'."

O que diz João de Deus

Assessoria de imprensa do médium enviou uma nota ao programa, afirmando: "Há 44 anos, João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos".

Trajetória do médium

João Teixeira tem seguidores famosos e já recebeu visita de personalidades como a apresentadora americana Oprah Winfrey. Ele foi apadrinhado por Chico Xavier e, antes de fundar a Casa Dom Inácio, em 1976, peregrinava pelo país fazendo cirurgias espirituais, segundo reportagem do jornal "O Globo".

No início do seu trabalho, João de Deus foi alvo de denúncias de exercício ilegal da medicina. Depois, também foi acusado de sedução de uma menina menor de idade. Foi absolvido por falta de provas.

De acordo com a revista "Época", o religioso já foi acusado também de atentado ao pudor, contrabando de minério e até por assassinato. Em nenhum dos casos foi julgado culpado.

Ele nasceu em Cachoeira da Fumaça (GO), filho de um alfaiate e uma dona de casa. Estudou até o segundo ano do ensino fundamental. Tem 11 filhos – cada um com uma mulher diferente. A revista "Época" diz que alguns deles são evangélicos, e não seguem a espiritualidade atribuída ao pai. João de Deus rejeita o rótulo de santo ou de ser um homem especial.


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sábado, 22 de dezembro de 2018

Fortuna de João de Deus inclui garimpo e fazenda de R$ 2 milhões
























































 


segunda-feira, abril 23, 2012

Venda de remédios
 faz parte do faturamento
 do médium

O apego do médium João de Deus (foto) às coisas materiais fez com que ele formasse uma fortuna cujo montante ninguém sabe ao certo, mas inclui um garimpo de ouro e pelo menos uma fazenda no valor estimado de R$ 2 milhões. Ela tem 597 alqueires, o que equivale a 18 parques do tamanho do Ibirapuera, na zona sul da cidade de São Paulo.

A assessoria de imprensa do médium admite que ele tem outras propriedades rurais, mas não diz onde ficam e qual é o seu valor. Em 2008, a revista Galileu publicou que o médium tinha quatro fazendas. 

João Teixeira de Faria, 69, é o nome de cartório do médium mundialmente famoso. Ele dá atendimento a cerca de 3.000 fiéis por semana na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), cidade de 15 mil habitantes a 79 km de Goiânia. O médium não cobra nada pelas consultas e operações espirituais, mas vende os remédios prescritos por ele e fabricados por uma farmácia de manipulação, a JTF (iniciais do seu nome), cujos proprietários são Ana Keyka Teixeira, 33, sua mulher, e o seu motorista e caseiro Abadio da Cruz, 41. Abadio nem imagina como é a rotina da farmácia. A Folha de S.Paulo estima que João de Deus obtenha com a venda de um único remédio, um calmante à base de passiflora, cerca de meio milhão de reais por mês. O frasco do medicamento tem 175 cápsulas e custa R$ 50. 

Na casa, João de Deus também lucra com uma livraria, lojas de cristais benzidos e uma lanchonete. Uma garrafa de água é vendida a R$ 1 e a “energizada”, R$ 3. Há também o banho de cristal, que custa R$ 20 por 20 minutos.


O médium ainda tem cinco apartamentos que são alugados a quem o procura para uma consulta. A diária é de R$ 90, com a opção de serem alugados por R$ 1.000 por mês. Ele também é sócio do filho em uma clínica odontológica. 
João de Deus tem o garimpo de ouro há mais de 40 anos. João Américo Franca Vieira, 52, garimpeiro e amigo dele há 29 anos, disse que o médium sempre gostou de garimpo e que essa atividade responde pela maior parte do patrimônio do xará, além de cobrir os gastos com a Casa Dom Inácio de Loyola. 

O médium é semianalfabeto funcional. Ele diz incorporar mais de uma dezena de entidades, algumas delas foram médicos em vida. Há testemunhos de que João cura doenças graves, como câncer. Ele já tratou de pessoas famosas, como ex-presidente Lula, Xuxa e a atriz Shirley MacLaine. Mas o próprio médium é frequentador habitual de um hospital, porque sofre do coração  já recebeu o implante de três stents.

Vieira acredita que os espíritos orientam o médium também nos negócios com o garimpo. “Às vezes ele aciona [a mediunidade]”, disse o amigo, conforme relato dos repórteres Catia Seabra, Alan Marques e Breno Costa. “Ele disse: 'Você vai pra lá, você vai achar um negócio assim, assim, assim'. E aí deu certo. Cheguei lá e achei."
Não é de hoje que o médium tem forte queda para a materialidade. Nos anos 90, ele foi sócio de um bingo em Goiás, em uma época em que esse jogo era permitido. Mas hoje ele não tem do que se queixar de suas finanças porque o curandeirismo pode ser é tão lucrativo quanto o jogo de azar.

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