terça-feira, 26 de junho de 2018

MP deflagra operação contra fraudes em concursos públicos de seis municípios do


Investigação aponta que empresa Objetiva e prefeituras teriam combinado cláusulas e valores antes da entrega de editais de licitações
Principal alvo da operação é a empresa Objetiva, suspeita de combinar previamente cláusulas e valores de editais


CID MARTINS
Ronaldo Bernardi / Agencia RBS




O Ministério Público deflagrou na manhã desta quinta-feira (21) uma operação em Porto Alegre e em Nova Prata, na Serra, para combater fraudes em pelo menos oito concursos públicos de seis municípios gaúchos. A empresa Objetiva, com sede na Capital, teria combinado com prefeituras cláusulas e valores antes mesmo da entrega dos editais de licitações ou então ajustava a dispensa do processo licitatório.

Desde 2016, são investigados três concursos em Santiago (na Região Central), e outros quatro em São Vicente do Sul e Mata (também na Região Central), Dom Feliciano (Sul), Campo Bom (Vale do Sinos) e Sananduva (Noroeste). Foram cumpridos seis mandados de busca e quatro medidas cautelares que implicarão em sanções, bem como privações para os responsáveis pela empresa. GaúchaZH entrou em contato com a Objetiva e aguarda retorno da direção para contraponto.

FRAUDES EM CONCURSOS


MP denuncia nove pessoas por fraude em concursos públicos de prefeituras MP denuncia nove pessoas por fraude em concursos públicos de prefeituras

Fraudes em concursos públicos no RS: investigações apontam golpes em 29 cidades

Confira reportagem especial do Grupo de Investigação sobre fraudes em concursosConfira reportagem especial do Grupo de Investigação sobre fraudes em concursos

O promotor Mauro Rockenbach, da Promotoria Criminal e responsável pela operação, afirma que os mandados de busca e apreensão em Porto Alegre foram cumpridos na sede da Objetiva e nas residências de duas sócias e do filho de uma delas, além da casa de uma funcionária responsável pela administração da empresa. Em Nova Prata, onde uma das sócias mantém uma segunda casa, também houve buscas.

Crimes


Entre os crimes investigados estão organização criminosa, corrupção, falsidade ideológica e fraude a licitações. A ação contou com o Centro de Apoio Operacional Cível e de Proteção do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (CaoCível) e Ministério Público de Contas.

Rockenbach diz que são dois tipos de fraudes. Em um deles, o promotor explica que a empresa, assim que recebia a solicitação dos administradores municipais para envio de estimativa de orçamento, ajustava a dispensa da licitação, sem haver disputa. O outro tipo de fraude ocorria quando a empresa sugeria aos administradores municipais que incluíssem cláusulas, com requisitos específicos, nos editais para tomadas de preços. Assim, não ocorria a participação de outras empresas e o caráter competitivo da licitação era fraudado porque apenas a Objetiva Concursos atendia as cláusulas pré-combinadas.Agentes apreendem documentos ao longo do cumprimento dos mandados nesta quinta-feira

Municípios

Em Santiago, foram identificadas fraudes em três licitações, com combinação de termos técnicos e preços entre os anos de 2016 e 2017, para elaboração de concurso público da prefeitura. Em Mata e São Vicente do Sul, foram identificadas fraudes semelhantes em licitações no ano passado para o executivo municipal. Em Dom Feliciano, a empresa também adotou a mesma prática para direcionar a licitação para ela.

Já em Campo Bom, a Objetiva foi apontada como a responsável pela elaboração do concurso de 2018 para preenchimento de vários cargos no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Campo Bom (Ipasem). E em Sananduva, mesmo que não tenha sido contratada, foi detectado o direcionamento para a contratação da empresa por dispensa de licitação.

Reincidência



A empresa já responde por fraude a licitação para a realização de concurso público em Caçapava do Sul e Três Passos (foram ajuizadas ações civis públicas em 2010 e 2017, respectivamente) e foi realizada blindagem durante um concurso para evitar fraude em São Francisco de Paula, em 2012.

Medidas alternativas

A Justiça decretou medidas alternativas diversas da prisão contra as duas sócias da Objetiva, o filho de uma delas e a funcionária investigada. Assim, eles estão proibidos de contatar servidores das prefeituras cujas licitações estão sob investigação e manter distância de pelo menos 100 metros para evitar interferência nas investigações e depoimentos a serem tomados. O objetivo é evitar que ocorram interferências por meio de violência ou ameaça e por suborno ou qualquer tipo de promessa de vantagem indevida.

Os investigados também estão proibidos de se ausentem da Comarca onde residem ou trabalham até o final do processo, salvo prévia e expressa autorização judicial. Ainda, não poderão exercer atividade de natureza econômica relacionada à organização e execução de concursos públicos ou processos seletivos, bem como de participar em licitações públicas que tenham por objeto a contratação de empresa para essa finalidade.

Contrapontos
Objetiva Concursos


O Departamento Jurídico da empresa diz que não teve acesso ao processo e, por isso, não vai se manifestar.

Dom Feliciano

O procurador jurídico da Prefeitura Humberto Scherer afirma que ainda não teve acesso às informações da operação. Segundo Scherer, o caso se refere a um concurso realizado na administração anterior, em 2015, em que foi feita uma contratação de empresa por dispensa de licitação.

O procurador ainda afirmou que a gestão atual abriu um pregão para realização de novo concurso, e a "Objetiva" foi selecionada entre outras quatro participantes, sendo que duas foram desclassificadas. A gestão informa que pediu orientações ao MP sobre como proceder com o concurso que está em andamento.

Campo Bom

A Prefeitura de Campo Bom se manifestou através de nota:

Na manhã desta quinta-feira, 21 de junho, o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais de Campo Bom (IPASEM) recebeu ofício do Ministério Público de Contas (MPC) do RS, solicitando cópia do processo administrativo Nº01/2018, que resultou na contratação da Empresa Objetiva Concursos LTDA, com vistas à realização de concurso público para provimento de vagas no quadro do Instituto.

Destacamos que o IPASEM de Campo Bom está colaborando com as investigações que recaem sobre a referida empresa, de modo que reforçamos que todo o processo administrativo se deu de forma clara e transparente, seguindo todos os tramites exigidos por lei.

Além do mais, o IPASEM Campo Bom afirma que desconhece o teor das investigações que estão em curso nos demais municípios citados, entretanto, refuta qualquer tipo de generalização que leve a entender que o Instituto, por firmar contrato com a investigada, estaria incorrendo em descumprimento da legislação.

Por fim, considerando que ao IPASEM Campo Bom foi solicitado apenas cópia do processo administrativo, o mesmo informa que segue em contato com o MPC, no sentido de aguardar orientações acerca de prosseguir ou não com as provas do concurso público Nº1/2018, a serem realizadas no próximo domingo, 24.

GaúchaZH ainda tenta contato com as prefeituras de Santiago, São Vicente do Sul, Mata e Sananduva.

domingo, 24 de junho de 2018

Fim da medida provisória da reforma trabalhista altera de novo regras da CLT

Ou seja, voces lembram como era antes da suposta mudança? 

Pois é.

 Esqueçam TUDO que ouviram sobre Reforma, e baseiem-se, no que tínhamos de conhecimento a vida toda. Nada MUDOU, e portanto, seja lá o que estiver SENDO IMPOSTO  em nome da referida "reforma", não tem validade alguma jurídica.




Editada com o objetivo de “ajustar” alguns pontos da reforma trabalhista (Lei 13.467/17), a Medida Provisória 808 causará um desajuste a partir de segunda-feira (23/4), quando perderá a validade. 
A medida provisória deixava claro que as mudanças da lei aplicavam, na integralidade, aos contratos de trabalho vigentes e tratava de pontos polêmicos como contrato intermitente, negociação coletiva, jornada 12x36, contribuição provisória e atividade insalubre por gestantes e lactantes. Com sua queda, voltam a valer as regras anteriores, como se nunca tivesse existido. 
O texto definia que valores de indenização por dano moral deveriam ter como referência o teto de benefício do Regime Geral de Previdência Social (hoje em 5,6 mil). Agora, o limite deve ser o último salário contratual do empregado — até três vezes, quando a ofensa é de natureza leve, chegando a no máximo 50 vezes, em casos gravíssimos.
Também deixa de ser obrigatória a necessidade de acordo ou convenção coletiva para estabelecer a jornada conhecida como “12 por 36”, quando o empregado trabalha 12 horas num dia e descansa pelas próximas 36 horas: a Lei 13.467/17 permite a prática mediante acordo individual escrito.
A reforma trabalhista não mais impede que grávidas atuem em atividade insalubre (embora garanta adicional), enquanto a MP determinava o afastamento da funcionária durante toda a gestação.
Quando um profissional autônomo é contratado, deixa de existir impedimento para cláusula de exclusividade. E acaba a quarentena de 18 meses para o empregado celetista demitido retornar à mesma empregadora com outro contrato, na modalidade intermitente (sem continuidade).
Dentre as consequências da queda do texto, o advogado José Carlos Wahle, sócio do Veirano Advogados, considera prejudicial o fim da garantia de que a gorjeta não pertence aos patrões, e sim aos empregados. A regra determinava inclusive que o valor recebido pelo trabalhador como gorjeta deveria ser anotado na carteira de trabalho.
“É um ponto que parece irrelevante, mas tem significado valioso, já que muitos trabalhadores ganham valor mínimo e dependem da gorjeta. Sem anotação, o trabalhador não consegue comprovar sua renda num financiamento ou crediário, gerando um efeito social perverso. Era um dos maiores avanços que a reforma proporcionava de maneira social”, afirma.
O tabelamento anterior do dano moral, na visão de José Carlos, corrigia eventuais desequilíbrios que podem acontecer a partir de agora. “Imagine que em uma reunião o chefe se exceda contra um supervisor e seu funcionário. Os dois sofreram o mesmo dano, no mesmo momento. Pela reforma trabalhista, a indenização à qual o supervisor tem direito será maior do que a do funcionário, pois recebe um salário maior”, exemplifica.
A advogada Claudia Orsi Abdul Ahad ressalta que as mudanças afetam em especial o trabalho de gestantes. "A MP permite o trabalho da gestante em local com insalubridade em grau médio e mínimo desde que a gestante apresente voluntariamente atestado de médico de sua confiança autorizando sua permanência em tais atividades; determina o afastamento da empregada lactante das atividades e operações consideradas insalubres em qualquer grau quando a mulher apresentar atestado de saúde emitido por médico de sua confiança, recomendando o afastamento durante a lactação", afirma.
Insegurança jurídica
Outros especialistas ouvidos pela ConJur entendem que, com a queda da MP, haverá insegurança jurídica. “O fim da validade da MP 808 não é o ideal, pois já está sendo aplicada aos contratos de trabalho e nova alteração trará insegurança às partes”, afirma Luciane Erbano Romeiro, do Nelson Wilians e Advogados Associados.
Ana Paula Barbosa Pereira, também do Nelson Wilians, lembra que mesmo após a entrada em vigor da MP os debates persistiram. Ela observa que, apesar do resultado prático inócuo da medida provisória, os efeitos permanecerão por muito tempo no meio jurídico, pois os temas que precisavam ser revistos permanecerão nos moldes de como foram criados. Até que essa instabilidade passe, afirma a advogada, todos saem perdendo.
Para a desembargadora Sônia Mascaro, que integra o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) e é professora do IDP-SãoPaulo, alguns pontos devem gerar divergência entre os operadores do Direito. Entretanto, ela entende que a reforma trabalhista deve ser aplicada conforme a redação original. “Enquanto não houver declaração de inconstitucionalidade de artigos da lei, ela está em vigor e deve ser aplicada aos casos concretos”, afirma.
O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, declarou ao jornal Folha de S.Paulo que considera “claro que a reforma não [mais] se aplica aos contratos vigentes à época da implementação da reforma trabalhista”.
Márcia Brandão, do Braga & Moreno Consultores e Advogados, acredita que a instabilidade deve perdurar anos até que o Tribunal Superior do Trabalho defina jurisprudência para os temas tratados pela MP. O cenário, aponta a advogada, vai dificultar a vida de todas as partes e também dos advogados, que têm o desafio de orientar clientes diante de tantas incertezas.
Ela afirma que essa questão poderia ser resolvida com a edição de uma nova MP, mas que este cenário é improvável, uma vez que o Planalto aparentemente desistiu deste assunto.
Costuras políticas
A Medida Provisória 808 é resultado de um acordo entre senadores e o governo federal. Como havia pressa na aprovação da lei que alterou mais de 100 artigos da CLT, o governo pediu aos senadores que aprovassem o texto do jeito que foi enviado pela Câmara dos Deputados. Em troca, editaria uma MP, com entrada em vigor imediata, para resolver alguns pontos da reforma.
O acordo foi cumprido e, três dias depois da reforma entrar em vigor, os tais ajustes foram publicados. Para virarem lei, no entanto, precisavam ser aprovadas pelo Congresso Nacional, o que não ocorreu. Parlamentares chegaram a se reunir numa comissão mista para analisar as quase mil emendas que a matéria recebeu, mas a tramitação parou aí.
Diante da questão conflituosa, sequer um relator foi escolhido. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a criticar a solução achada pelo governo e pelos senadores. “Era melhor o debate por projeto de lei do que por medida provisória, pois alguns pontos tinham alguma polêmica. Era melhor a gente ter mais tempo para discutir a matéria”, defendeu.
O governo federal ainda não tem nenhum plano para resolver o assunto. A Casa Civil declarou à ConJur , via assessoria de imprensa, que a área técnica está em processo de levantar os pontos que podem ser regulamentados por decretoAinda não há nada que podemos adiantar. Não há prazo para a entrega. Talvez na próxima semana ocorra uma reunião técnica para iniciar as tratativas entre as áreas técnica, jurídica e legislativa”, diz a nota.

Tá quase tudo aí! Conjuntura, junho de 2018

Como o PT vê e ENTENDE, a situação da Venezuela.



Por Anisio Pires*
      A Venezuela realizará neste dia 20 de maio sua eleição de número 24 em seus 19 anos de Revolução Bolivariana. Isso significa o quê? Que temos nos somado às conquistas democráticas feitas por outras revoluções ao longo da história, mas que coube a nós ir além. Acabamos nos tornando a revolução mais democrática que já tenha existido. Não há no mundo um processo revolucionário que tenha conseguido reunir esta combinação virtuosa de conquistas políticas e sociais. À participação protagônica de nosso povo temos acrescido um conjunto de soluções democráticas reais que os capitalistas jamais foram capazes de atender, enquanto se dedicam a chamar de “ditaduras” aos governos que põem em xeque toda sua hipocrisia de violência, exploração e exclusão.
      Só para mencionar algumas provas da democracia verdadeira que querem destruir, lembremos que a Venezuela se encontra entre os primeiros cinco países com o maior número de matrícula universitária do mundo e o segundo na América Latina. Somos o único país do mundo no qual 100% de sua população em idade para se aposentar (homens aos 60 e mulheres aos 55 anos), recebe automaticamente um pagamento equivalente ao salário mínimo nacional, ao qual se somam dois 13º salários adicionais pelo Natal, mais outros benefícios e bônus entregues pelo governo. Temos conseguido construir mais de 2 milhões de moradias em uma população de 30 milhões e, em matéria trabalhista, temos desde 2012 a legislação mais avançada do planeta, reconhecida por analistas e sindicalistas de todos os continentes.
      É por isso que a Venezuela aparece todos os dias nas manchetes da imprensa internacional que está a serviço do imperialismo e de seu sistema capitalista fabricante de miséria e exclusão. É o “mau exemplo” que precisam destruir. Não podem permitir que se crie um novo paradigma vivo e verdadeiro para os povos do mundo. Não suportam que a Venezuela seja capaz de demonstrar que Outro Mundo É Possível. Por isso a eleição deste 20 de maio não será apenas um assunto das venezuelanas e dos venezuelanos. Será um voto pelo presente e pelo futuro da humanidade.
     Na Venezuela, todas as causas dignas e válidas de serem defendidas no mundo contam com o apoio firme e decidido do Presidente Nicolás Maduro, líder da Revolução Bolivariana por mandato de Chávez. Uma prova recente disso acaba de acontecer agora mesmo no mês de maio. O Presidente Maduro se colocou à frente das reivindicações apresentadas no Encontro Mundial pelos Direitos dos Povos Afrodescendentes que teve lugar em Caracas. Apesar dos ataques incessantes que vem recebendo, ele se comprometeu como Presidente atual do Movimento de Países Não Alinhados a levar adiante um Plano Mundial para que se faça uma reparação aos povos vítimas do colonialismo e da escravidão.
     Tal e como acontecia com Chávez, aos imperialistas não preocupa o que diz o Presidente Maduro, mas sim o que ele faz. Todos os povos e movimentos sociais que lutam por democracia, igualdade, justiça e soberania, reconhecem Maduro como um dos seus. As ilhas e povos do Caribe sabem que contam com ele. As Mães da Praça de Maio na Argentina também. Lula, os Trabalhadores Sem Terra e todo o povo humilde e decente do Brasil têm na Venezuela um irmão. A Cuba revolucionária conta com a Revolução Bolivariana. O povo sírio, assediado pelos terroristas e pelo imperialismo, sabe que sempre será defendido pela Venezuela. Como também defende o povo palestino frente à ocupação israelense que, mais uma vez, acaba de cometer vários assassinatos, inclusive de crianças. Há hoje cinco milhões de colombianos morando na Venezuela, com todas as garantias, certos de que os venezuelanos conhecem melhor que ninguém o sofrimento e a violência paramilitar que tem padecido esse povo irmão. Cruzando o Atlântico, na Espanha, os desempregados e os sem-teto em consequência dos despejos almejam uma política habitacional como a que existe na Venezuela. O povo mexicano que vem sendo humilhado pelo muro que quer construir o racista e supremacista Trump sabe como isso indigna a cada um dos venezuelanos. Um pouco além, o povo russo que salvou ao mundo da escravidão e do extermínio, derrotando as tropas nazistas, sabe que conta com o Presidente Maduro frente a esta nova russofobia que tem inventado a mídia norte-americana e europeia. O povo de Panamá e os moradores massacrados do bairro El Chorrillo pela invasão das tropas dos EUA sabem que estamos com eles. Por isso, receberam calorosamente ao Presidente Maduro quando os visitou em 2015.
     Enfim, o mundo inteiro é testemunha de que a Venezuela e sua Revolução Bolivariana, com Maduro à frente, honra todos os dias aquela famosa frase do Che Guevara que dizia: “Sejam capazes sempre de sentir, no mais profundo, qualquer injustiça realizada contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo. É a qualidade mais linda do revolucionário”. Essa qualidade, essa infinita capacidade de amar como dizia Chávez, sem dúvida faz parte do Presidente Nicolás Maduro. Por isso, no próximo domingo 20 de maio, meu voto será para Maduro. Vamos todas e todos acompanhá-lo desde cada canto da terra. Nesse dia a humanidade inteira estará com a Venezuela e a Venezuela, com seu espírito bolivariano, votará por toda a humanidade.
      Vamos, pois que Juntos Somos Pátria Grande!
      Juntos Tudo É Possível!
      Todas e Todos Com Maduro!

A Rota da Propina


Palocci afunda o PT

Revelações do ex-ministro Antônio Palocci, feitas em sua delação premiada, explodem uma nova bomba no PT e aniquilam os ex-presidentes Lula e Dilma, além de Gleisi Hoffmann. Ele revela em detalhes a trilha do dinheiro da propina até os petistas



Germano Oliveira e Tábata Viapiana25/05/18 - 18h00 - Atualizado em 26/05/18 - 15h23

33.1K

Na primeira vez em que ficou frente a frente com o juiz Sergio Moro, em abril de 2017, o ex-ministro e ex-todo-poderoso do PT Antônio Palocci já completava sete meses na cadeia. Foi quando resolveu dar o primeiro passo em busca de um acordo de delação premiada. Ao final de seu interrogatório como réu da Lava Jato, Palocci mandou um recado: “Eu tenho informações para mais de um ano de Lava Jato e entrego tudo: operações realizadas, nomes, endereços”. Desde então, Palocci foi condenado a 12 anos de prisão, denunciado mais três vezes pelo Ministério Público Federal e teve sucessivos pedidos de habeas corpus negados pela Justiça. Agora, Palocci já está preso há 20 meses. A perspectiva de não sair tão cedo da cadeia levou-o ao desespero: emagreceu dez quilos e mergulhou em depressão profunda. Por isso, resolveu escancarar seu explosivo baú de confidências à Polícia Federal. ISTOÉ apurou que a delação contém elementos suficientes para dinamitar o PT, partido que ele ajudou a fundar. Suas revelações, feitas em longos depoimentos à PF em abril, envolvem principalmente os ex-presidentes Lula e Dilma, a quem acusa de práticas de corrupção estratosféricas. “A delação de Palocci destrói o PT”, diz um delegado da PF que participou das oitivas do ex-ministro. O roteiro está concluído e deve servir de base, nas próximas semanas, para novas condenações dos protagonistas do esquema. Como coordenador das campanhas que elegeram Lula e Dilma, Palocci detalhou à PF como eles usaram e abusaram de recursos das empreiteiras, desviados da Petrobras, para financiar as milionárias campanhas eleitorais e também utilizar o dinheiro sujo para o enriquecimento pessoal. E tudo armado dentro do gabinete presidencial no Palácio do Planalto.

A rota da propina
No depoimento, Palocci indicou a rota da propina, não se limitando a revelar como funcionava o esquema de corrupção. Ele citou valores, as empresas que pagavam as propinas e explicou como o dinheiro chegava às mãos dos petistas. Detalhadamente. Forneceu até o nome do motorista que fazia o transporte do dinheiro e as senhas que Lula usava na hora de se referir ao pagamento da propina. Como não dirigia seu próprio carro, Palocci mandava seu motorista particular levar os valores. Na delação, o ex-ministro apresentou datas, horários e locais onde o dinheiro era entregue. Um pacote chegou a ser deixado na sede do Instituto Lula em São Paulo por “Brani” ou Branislav Kontic, assessor direto do ex-ministro, num final de semana, fora do horário do expediente. No total, o ex-presidente, segundo Palocci, recebeu mais de R$ 10 milhões em dinheiro vivo das mãos de Brani. No apagar das luzes de 2010, quando Lula estava na iminência de deixar o Palácio do Planalto, o assessor transportou várias remessas de dinheiro vivo ao petista, em quantias que somavam R$ 50 mil cada pacote. Lula demonstrava discrição. Às vezes, mandava deixar o malote num local previamente combinado. Em outras ocasiões, escalava Paulo Okamotto para o serviço sujo.



As necessidades de lula

Esse dinheiro, de acordo com o depoimento de Palocci, servia para o ex-presidente custear suas próprias despesas. Todos os valores milionários estavam “depositados” na conta “Amigo”, mantida no departamento de propinas da Odebrecht. A conta chegou a ter R$ 40 milhões para atender as necessidades do ex-presidente. Os valores só podiam ser movimentados com autorização de Palocci, o “italiano”. O dinheiro era uma contrapartida à facilitação das operações da Odebrecht no governo Dilma, com quem Marcelo não tinha boa relação. Na delação, Palocci conta que, entre o final de 2013 e início de 2014, sacou da conta “Amigo” R$ 4 milhões para cobrir um rombo nas contas do Instituto Lula. Dessa vez, o ex-presidente designou Okamotto para cumprir a tarefa. Não teria sido a primeira nem a última. As expressões “resolve com o Okamotto” ou “o Okamotto vai lhe procurar” eram a senha para o recebimento da propina.“O Paulo Okamotto (presidente do instituto) me disse que tinha um buraco nas contas e me pediu ajuda para resolver”, explicou Palocci. Okamotto falava em nome de Lula. Autorizado por ele. Sempre.


Além desses valores, o ex-ministro revelou que Lula fechou com o patriarca da empreiteira, Emílio Odebrecht, um “pacote de propinas” no valor de R$ 300 milhões para que o ex-presidente e Dilma utilizassem sempre que fosse preciso. O dinheiro foi usado nas campanhas petistas, sobretudo na de 2014. Os recursos eram usados ainda para pagar palestras fictícias de Lula. Sua empresa de palestras, a LILS, recebeu pelo menos R$ 30 milhões de empreiteiras a título de conferências não realizadas.
Somente durante a criação da Sete Brasil, em 2010, foram desviados R$ 153 milhões, dos quais 50% foram para atender Lula. O esquema foi discutido dentro do Palácio do Planalto, no gabinete presidencial, de acordo com a delação de Palocci. A Sete Brasil foi constituída para produzir sondas de exploração de petróleo para a Petrobras, com a participação da Odebrecht, OAS e UTC. Somente seis sondas da Sete Brasil custariam US$ 4,8 bilhões, com o pagamento de 1% dos contratos em propinas, inclusive para o bolso de Lula, identificado nessa operação como “sapo barbudo” por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e dirigente da Sete Brasil. Já tornada pública, a chamada operação Kadafi foi confirmada por Palocci, segundo apurou ISTOÉ. O ex-ministro ratificou que o líder líbio Muamar Kadafi, morto em 2011, enviou ilegalmente R$ 1 milhão para a campanha de Lula em 2002.

Motorista de Palocci levou pacotes de dinheiro vivo ao Instituto Lula para as despesas pessoais do ex-presidente. Mais de R$ 10 milhões

A ex-presidente Dilma mereceu um capítulo especial na memória infalível de Palocci. Depois de Lula, a ex-presidente deposta foi a mais implicada na delação. O ex-ministro confessou ter participado de um esquema que escoou R$ 50 milhões da Braskem (empresa do grupo Odebrecht), no processo de renegociação de dívidas com a União. A propina foi acertada em 2009, num negócio envolvendo o então presidente Lula e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos gabinetes palacianos. O dinheiro foi usado na campanha que elegeu Dilma em 2010. Palocci disse que o acerto foi detalhado num encontro, com a presença de Dilma, no qual Lula teria falado abertamente sobre a arrecadação de valores ilícitos para a campanha da sua sucessora. Dilma não impunha resistência. Agia naturalmente. Dava aval aos ilícitos. Lula também pediu propinas do pré-sal para campanha de Dilma, segundo Palocci “Ele (Lula) disse: ‘o Palocci está aqui, Gabrielli, porque ele vai lhe acompanhar nesse projeto, porque ele vai ter total sucesso e para que garanta que uma parcela desses projetos financie a campanha da Dilma’.
Outro “projeto” fora montado para irrigar propina para a atual presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT), segundo a delação de Palocci. De acordo com o ex-ministro, o PT havia recebido R$ 50 milhões para ajudar na anulação das provas da Operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça. O dinheiro foi repassado ao partido pela empreiteira Camargo Corrêa, a principal encrencada na operação. Parte da propina foi destinada à campanha da senadora Gleisi.

Além da delação, para obter a redução de pena e deixar a cadeia, Palocci se compromete a devolver pelo menos R$ 50 milhões dos R$ 81 milhões que sua empresa, a Projeto, teria recebido irregularmente entre 2007 e 2015. Nesse período, a empresa faturou mais de R$ 200 milhões junto a 47 clientes. A delação foi acertada com os delegados da PF sem qualquer participação do Ministério Público Federal, o que provocou uma crise entre as instituições. O MPF considerou os relatos de Palocci insuficientes. A PF, contudo, considerou que a delação estava estruturada em fatos consistentes, com provas substanciais e caminhos percorridos pelo dinheiro da propina.

Relaxantes


Agora, o destino de Palocci está nas mãos do desembargador Gebran Neto, que está prestes a dizer se homologa ou não a delação. Antes de tomar uma decisão, o desembargador submeteu o acordo ao MPF de Porto Alegre, sob a coordenação da procuradora Maria Emília Corrêa Dick. O prazo para o MPF emitir seu parecer terminou na quinta-feira 24. A perspectiva de liberdade fez Palocci melhorar o humor. Foi autorizado pelos agentes da PF a manter um pequeno jardim numa das floreiras perto de sua cela, onde há sol e chuva. Lá, o ex-ministro cultiva plantas como lavanda e alecrim, essências que exalam um aroma agradável e possuem substâncias relaxantes. É o que muita gente do PT vai precisar ingerir, depois que a delação de Palocci vir à tona.

“Okamotto vai lhe procurar”era uma das senhas usadas por Lula para combinar o recebimento da propina

As malas de diamantes de Cabral


PF rastreia dinheiro desviado por Sérgio Cabral e encontra indícios de que a propina foi usada para comprar a preciosa pedra, depositada hoje num banco em Nova York. Palocci sabia de esquemaPEDRA SOBRE PEDRA Palocci teria conhecimento das malas preciosas de Cabral e pode contar tudo ao MP (Crédito:Divulgação)

Ao contrário dos corruptos convencionais, acostumados a guardar propina em mala de dinheiro, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral criou um esquema ainda mais sofisticado para camuflar o dinheiro sujo da corrupção. Como os árabes, Cabral cultivava o hábito de usar os bilionários recursos desviados para adquirir malas e malas de diamantes. A Polícia Federal suspeita que as maletas contendo as pedras preciosas estejam depositadas numa instituição financeira norte-americana dentro de um cofre. Eram recorrentes as viagens de Cabral para Nova York a bordo de dois jatinhos: um de propriedade de Eike Batista e outro cujo dono era Andre Esteves, do BTG. Há indícios de que o dinheiro para compra de diamantes teria sido transportado pelas duas aeronaves. Quando pousava em Nova York acompanhado de sua entourage, Cabral invariavelmente se hospedava no luxuoso St. Regis localizado na 55th street. Segundo apurou ISTOÉ, o ex-ministro Antonio Palocci era um dos que tinham conhecimento do esquema. E poderá esclarecê-lo caso haja interesse por parte do Ministério Público e da PF.

Como se sabe, cerca de 90% dos diamantes nos Estados Unidos entram por Nova York. A capital norte-americana dos diamantes, que abriga em Manhattan o Diamond District, entre a quinta e a sexta avenida, só perde em importância para Antuérpia, na Bélgica, onde são comercializados 80% dos diamantes brutos e 50% dos lapidados no mundo. O bairro cresceu em importância quando os nazistas alemães invadiram a Holanda e a Bélgica, forçando milhares de judeus ortodoxos a seguirem pelo caminho dos negócios de diamantes, no intuito de fugir de Antuérpia e Amsterdã e se estabelecer em Nova York.

A maioria deles permaneceu após a Segunda Guerra Mundial, e continuam a ser uma influência dominante. Com a investigação, que pode contar com a contribuição de Palocci, a PF espera encaixar a última peça do quebra-cabeças do bilionário esquema de Cabral: para onde ele mandou a maior parte da propina que amealhou. A cada avanço na apuração, a PF reforça a convicção de que o dinheiro lapidado por Cabral acabou convertido em reluzentes diamantes.

OUTRO LADO

André Esteves nega veementemente a afirmação publicada na reportagem “Palocci afunda o PT”, da edição desta semana de ISTOÉ, de que avião de sua propriedade teria sido usado pelo ex-governador Sérgio Cabral e lamenta que a revista não lhe tenha procurado para checar essa história completamente absurda.

by IstoÉ

Em Alta

"Não permita que o ruído das opiniões alheias matem a sua voz interior" (Steve Jobs)

  Comitê de MundoPsicologos Saber se relacionar para viver bem em sociedade requer flexibilidade. Muitas vezes, temos que ceder porque só as...

Mais Lidas