Integrantes de chapa avulsa foram eleitos em votação secreta no plenário. Em meio à votação, houve confusão e deputados quebraram urnas.
Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
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Em votação secreta, a Câmara dos Deputados elegeu nesta terça-feira (8), por 272 votos, a chapa alternativa integrada por deputados de oposição e dissidentes da base governista para a comissão especial do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sessão que definiu os nomes dos deputados responsáveis por analisar o pedido de afastamento da chefe do Executivo foi marcada por tumultos no plenário.
Deputados governistas inconformados com o fato de Cunha ter determinado votação secreta e ter autorizado a candidatura de uma chapa avulsa tentaram impedir a eleição. Eles chegaram aquebrar parte das urnas eletrônicas instaladas no plenário para a votação.
A chapa vencedora, batizada de "Unindo o Brasil", foi protocolada por parlamentares oposicionistas e dissidentes da base governista na tarde desta terça com a adesão de 39 deputados de PSDB, SD, DEM, PPS, PSC, PMDB, PHS, PP, PTB, PEN, PMB, PSB e PSD (veja a lista com os deputados ao final desta reportagem).
Ao final da votação, os deputados oposicionistas que derrotaram o governo comemoraram no plenário. Depois, cantaram o Hino Nacional erguendo uma bandeira do Brasil.
Ao todo, a comissão especial será formada por 65 parlamentares titulares e o mesmo número de suplentes. Os partidos que não tiveram indicações na chapa vencedora serão convocados a apresentar as indicações para completar as vagas.
Uma sessão extraordinária da Câmara havia sido marcada para a noite desta segunda (7) para eleger a comissão que irá analisar o processo, mas foi adiada em razão do impasse dentro das bancadas para definir os representantes e, principalmente, por conta da insatisfação de uma ala do PMDB com os nomes definidos pelo líder da sigla, deputado Leonardo Picciani (RJ).
Na semana passada, os líderes partidários haviam entrado em acordo para não permitir candidaturas avulsas. No entanto, nesta segunda-feira, deputados da oposição e dissidentes do PMDB reivindicaram a possibilidade de lançar chapa avulsa.
O objetivo da chapa alternativa é compor um grupo com deputados do PMDB que são críticos ao governo Dilma, já que o líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), deve apresentar apenas nomes mais em sintonia com o Palácio do Planalto.
Líderes da oposição reunidos nesta terça (8) na Câmara dos Deputados (Foto: Robson Gonçalves/Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou e decidiu postergar para esta terça o prazo de indicação de nomes e eleição para a comissão especial. A decisão foi criticada pelos líderes do PMDB, do governo e do PT.
"É inaceitável. Essa comissão já começa inviabilizada. Está se permitindo uma briga interna das bancadas com indicação de membros para outra chapa", criticou Sibá. "É uma confusão. É a segunda mexida. O prazo para indicação era hoje às 14h. O presidente passou para 18h. Agora remarca para amanhã e permite que dentro de uma mesma bancada haja indicações para outra chapa. É inaceitável", disse na segunda o líder do PT, Sibá Machado (AC).
Votação A eleição da comissão especial será secreta, por meio de urnas eletrônicas. As urnas terão as opções de chapa 1 (a indicada pelos líderes); a chapa 2 (indicada pelos oposicionistas e dissidentes) e em branco.
Após a votação, o resultado será divulgado no painel eletrônico do plenário – por se tratar de votação secreta, apenas o placar será divulgado. O presidente da Casa, Eduardo Cunha, poderá participar da eleição – o regimento interno da Câmara permite a votação por parte do presidente em votações secretas.
A chapa indicada pelos líderes tem 49 deputados e a chapa da oposição e dissidentes tem 39 deputados. Uma delas sendo eleita, será preciso fazer eleição suplementar para preencher as vagas restantes de cada uma (16, se for eleita a chapa de 49; 26, se for eleita a chapa de 39).
Esta eleição suplementar poderá ser realizada ainda nesta terça, mas até a última atualização desta reportagem não havia definição sobre isso.
Veja os integrantes da chapa alternativa:
PMDB (8 vagas) Osmar Terra (RS) Lelo Coimbra (ES) Carlos Marum (MS) Lúcio Vieira lima (BA) Manoel Junior (PB) Mauro Mariani (SC) Flaviano Melo (AC) Osmar Serraglio (PR)
PSDB (6 vagas) Carlos Sampaio (SP) Bruno Covas (SP) Shéridan (RR) Rossini (PR) Nilson leitão (MT) Paulo Abi-Ackel (MG)
PSB (4 vagas) Fernando Coelho Filho (PE) Danilo Forte (CE) Bebeto (BA) Tadeu Alencar (PE)
PSD (4 vagas) Sóstenes cavalgante (RJ) Evandro Roman (PR) João Rodrigues (SC) Delegado Éder Mauro (PA)
9 PROMESSAS FURADAS CONTADAS POR DILMA NA CAMPANHA (E QUE SEU ELEITOR SEQUER DESCONFIOU)
23 anos. É o espaço que separa os protestos pedindo o impeachment de Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff.
Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto direto desde a redemocratização, foi também o primeiro presidente a sofrer um processo de impeachment na história do país. A denúncia que lhe derrubou, em 1992, foi aceita pelo Congresso com base num conjunto de evidências que indicavam que não havia como ele não saber dos casos de corrupção envolvendo PC Farias, seu tesoureiro de campanha. Apesar dos indícios, no entanto, não havia qualquer prova irrefutável contra o ex-presidente, que acabou inocentado posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal. Seu impeachment, como jamais foi negado por seus opositores, foi obra política – como é praxe nos processos de impeachment nos países democráticos. Collor havia perdido legitimidade para governar, deixando o país paralisado, completamente entregue aos apuros que seu governo havia criado. Mesmo eleito pelo voto, sua queda, à luz da história, foi justa e inevitável.
Dilma é a presidente mais rejeitada da história. Seu governo não é aprovado por 92% da população brasileira e mais de 2/3 do país pede seu impeachment – número que mesmo Fernando Collor jamais enfrentou. Envolta na pior crise econômica desde a saída de Collor, e em casos de corrupção que abalam seu tesoureiro de campanha, estatais e o primeiro escalão de seu partido, seu governo é mais rejeitado entre os mais pobres do que entre os mais ricos – segundo as últimas pesquisas de opinião, 69% dos que ganham até 2 salários mínimos são a favor do impeachment, contra 59% dos que ganham acima dos 10 salários (25% dos mais pobres são contra ante 39% dos mais ricos). Da mesma forma, mais mulheres pedem o impeachment do que homens – 67% delas ante 65% deles.
Apesar das proximidades entre Collor e Dilma, da rejeição, das crises políticas e econômicas e da falta de legitimidade envolvendo ambos os governos, seus tratamentos são bem distintos por aqueles que pretendem formar opinião no país. Classe artística, imprensa, sindicatos, comediantes… Para Collor, não havia divisão: impeachment era uma palavra carregada de consciência democrática e vontade popular; uma expressão sagrada. Para Dilma, carrega meia tonelada de golpismo, elitismo e desrespeito ao voto; virou palavra maldita, discurso subversivo, pecado.
Aqui, 7 exemplos de como os formadores de opinião mudam seus critérios de julgamento político a bel-prazer.
1) PARA LULA, INDEPENDENTE DO VOTO, POLÍTICOS QUE NÃO CUMPRISSEM SUAS PROMESSAS DE CAMPANHA DEVERIAM SER DESTITUÍDOS.
Há duas décadas, Lula foi uma das grandes estrelas do movimento que derrubou Collor da presidência. Convocou a militância para ir às ruas, organizou politicamente o impeachment. Para ele, ou o Congresso votava o impeachment ou ficava desacreditado. Segundo o ex-presidente, a crise que vivia o país só se resolveria com “a saída do governo” e o impeachment era, antes de qualquer coisa, uma questão de pressão política.
Anos mais tarde, ao comentar sobre o momento num programa de televisão, disse: “Pela primeira vez na América Latina, o povo brasileiro deu a demonstração de que é possível o mesmo povo que elege um político, destituir esse político. Eu peço a Deus que nunca mais esqueça essa lição. Aliás, na Constituinte nós defendíamos uma tese de que na hora que o povo vota num candidato a deputado ou vereador, e depois de um determinado tempo esse vereador não está cumprindo com aquilo que era o programa durante a campanha, que os mesmos eleitores que elegeram a pessoa poderiam destituir a pessoa. Se a gente conseguisse isso, seria a salvação da lavoura nesse país.”
Essa ideia era tão evidente que seu partido também pediria, em quatro ocasiões distintas, o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso. Além dele, e pouco lembrado atualmente, apesar do curto tempo de mandato, o PT também pediria impeachment do presidente Itamar Franco. Antes, já havia organizado, em 1988, o movimento Fora Sarney.
Em suma, o partido que acusa atualmente o impeachment de ser um ato golpista, pediu o impeachment de absolutamente todos os presidentes eleitos desde a redemocratização.
2) JÔ SOARES NÃO TRATAVA O IMPEACHMENT COMO GOLPE.
Se hoje Jô Soares trata o impeachment de Dilma como golpe, justificando seus votos recebidos, no tempo de Collor, o comediante possuía uma percepção completamente diferente. Além de ser um dos principais críticos do ex-presidente através do humor – o que mais tarde lhe renderia o livro Humor nos Tempos do Collor – seu programa era palco constante de oposicionistas do governo e de discursos que hoje certamente interpretaria como golpistas. Um de seus entrevistados poucos dias antes da queda do ex-presidente, Ulysses Guimarães, disse sob aplausos e olhares de admiração, combatendo a ideia de que Collor seria inimputável por ter sido eleito pelo voto:
“(…) quem irrevogavelmente lavrou essa sentença é o povo. Porque ele [Collor] foi eleito, mas a dimensão de uma eleição é menor do que a de um plebiscito. A praça pública é maior do que na urna. Você sabe que na praça pública as praças estão cheias, as ruas, as praças públicas, nós temos lá a infância, temos o velho com o seu bastão, os estrangeiros. Portanto, se ele foi eleito, ele foi agora repudiado pela praça pública. Ele foi repudiado da Presidência da República. Não é mais presidente. É o Fernando. É o Fernandinho.”
Para Ulysses Guimarães, o ex-presidente já não possuía mais legitimidade e por isso deveria ser destituído. O deputado usou o espaço para convocar a população a aderir ao impeachment.
“Este Collor é um chicharro. Ele morreu civicamente, morreu no respeito da nação e não acredita que morreu. É um fantasma. E a Casa da Dinda está cheia de fantasma. Ele é um fantasma com esses fantasmas todos. Mas é um fantasma que aumenta a inflação, é um fantasma que aumenta o desemprego, que faz a queda das bolsas e lameia o nome do Brasil lá fora. Então temos que exorcizar esse fantasma. E vamos exorcizá-lo de acordo com a nação no dia 29 – anotem os brasileiros esse dia. 29, terça-feira, deste mês. Vamos acabar com esse fantasma pra não nos aborrecer mais, criar mais problema, mais fome, mais miséria neste país.”
A televisão era um palco aberto para o impeachment, sobre os olhares admirados de Jô Soares.
3) O HUMOR ERA UM ALIADO CONTRA O GOVERNO.
Atualmente, o papel crítico do humor em relação ao governo é desempenhado mais em função dos incontáveis anônimos da grande web, que entopem as redes sociais com vídeos e imagens contrários ao governo, do que por comediantes profissionais, em cartaz no palco e na televisão.
Mas no tempo de Collor a situação era completamente diferente. Se figuras como Jô Soares, Millôr Fernandes e Luis Fernando Veríssimo usavam o humor para questionar Collor e pressionar sua queda através dos jornais e da literatura, humorísticos como o Casseta & Planeta desempenhavam o mesmo papel na televisão. Às vésperas do impeachment, vestindo um modelito tomara-que-caia, a trupe entrevistava figuras como Lula, José Dirceu e Jair Bolsonaro em contagem regressiva para a queda. O humor não tinha vergonha em ridicularizar aquilo que era naturalmente ridículo.
4) OS SINDICATOS E OS MOVIMENTOS SOCIAIS PRESSIONAVAM A QUEDA.
O Fora Collor foi um movimento organizado por grupos como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), DCEs, centros acadêmicos, sindicatos e movimentos sociais. Dentre os grupos, uma voz se destacava – a de Lindbergh Farias, então presidente da UNE. Na televisão, o líder estudantil ameaçava colocar o povo na rua caso o Congresso não aprovasse o impeachment. “Todo mundo sabe que se o Congresso tirar a posição de não aprovar o impeachment está colocando o país num grande impasse. Porque o presidente Collor não tem mais condições de representar nem dentro do país, nem fora do Brasil. E também vai ficar provado para a população brasileira que o fisiologismo político do “é dando que se recebe”, o esquadrão da morte, foi o vencedor. (…) É escândalo atrás de escândalo. Então eu acho que é isso que está motivando as pessoas a irem para as ruas. Eu fico tranquilo porque eu estou do outro lado do Collor, eu estou nas ruas com o povo, eu estou nas ruas com as pessoas que querem as mudanças, então eu fico tranquilo nesse aspecto. Nós da UNE já temos uma posição tomada: se não for aprovado o impeachment, nós vamos chamar o povo para as ruas, vamos apoiar a iniciativa dos trabalhadores de greve geral e vamos tentar chamar todo mundo pra rua.”
Lindbergh, agora senador pelo PT, está na lista dos políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Vinte anos depois, afirma que quem protesta contra Dilma é uma minoria golpista que defende a volta da ditadura militar e ameaça convocar os movimentos sociais para defender o governo.
“É hora de olhar para os movimentos sociais: só vocês podem impedir esse golpe que está em curso. Tem que ser desmascarado. É uma conspiração aberta pra tentar derrubar uma presidente eleita legitimamente. E eu falo porque, se eles vierem com aventura, não esperem de nós covardia. Se eles vierem com essa aventura golpista, nós vamos responder nas ruas.”
Com a mudança de lado, resta saber se agora Lindbergh terá Collor, aliado do governo – e que já está ao seu lado nas manchetes de corrupção – ao seu lado também protestando contra o impeachment.
5) BOA PARTE DOS ARTISTAS APOIAVAM PUBLICAMENTE O IMPEACHMENT.
Se hoje a maioria esmagadora dos artistas se calam em relação aos problemas enfrentados pelo país, no início dos anos 90 a situação era radicalmente oposta. No palco do programa com a maior audiência do país, Lulu Santos defendia a queda de Collor – e do único estilo musical que havia lhe apoiado.
“A última vez que eu estive nesse programa com você, onde a gente tem realmente espaço para expressar a opinião da gente e ter o retorno disso na medida em que as pessoas estão aqui, e isso está acontecendo na hora, era um dia antes das eleições para presidente e eu manifestei, junto com a sua audiência, com a sua platéia, através do seu programa, a minha vontade eleitoral, e eu disse – olê, olê, olê, olá, Lula, Lula. Infelizmente, nem todo Brasil correspondeu a essa coisa progressista que o Rio de Janeiro tem, onde aquele candidato do PT na época teve 70% da votação. E acabou o país investindo na caretice de achar que aquele rapaz que tinha uma aparência dita bonitinha, com aquela gravatinha, queria trazer algum benefício para esse país. Foi caretice da parte da gente ter votado nele, ter acreditado naquele discurso, porque era simples: a gente tinha um homem loiro, alto, rico, extremamente rico, de classe dominante, e do outro lado um brasileiro, que fala mal, que se expressa com dificuldade, mas que é o mais legítimo representante do povo brasileiro. Infelizmente, o povo brasileiro tendeu pro outro lado. Como essa coisa agora está dando uma demonstração clara de que pode vir a acabar do jeito que eu sempre imaginei que ia acabar… (…) No momento, eu estou me sentindo com a tranquilidade dos profetas. Eu sempre percebi que isso ia acabar mal.
A gente fez duas escolhas, mais ou menos, naquela época. Eu lembro bem que saía nos jornais, normalmente na Folha de São Paulo, que o atual presidente da República [Collor], que está enfrentando um processo de impedimento, dizia que quando ele chegasse ao poder iria instituir o que ele chamava de Ministério da Vingança. Naquela época, os artistas que são da minha geração, do meu feitio – Lobão, Paralamas, Legião, enfim, as pessoas do rock nacional; e os artistas de uma forma geral, os cineastas, os diretores de teatro, Chico, Caetano, Gil, quem fosse – todos não deram apoio à candidatura desse presidente. Quem deu apoio à candidatura, e eu não vou falar nomes, mas são as pessoas filiadas ao que se chama de música sertaneja, que eu chamo de músicabreganeja. Eu tenho pavor desse tipo de música, embora eu acho que haja espaço pra tudo que for desejado acima de tudo pelo público. Só queria lembrar vocês que houve quem desejasse Fernando Collor e houve quem desejasse essa música sertaneja. Eu acho que a música sertaneja foi a trilha sonora dessa malfadada administração. Eu gostaria que uma fosse embora junto com a outra. Muito obrigado.”
Passadas duas décadas, salve raras exceções, a classe artística prefere manter o silêncio em relação à crise política no país. Poucos questionam publicamente o momento conturbado – apesar da rejeição recorde da presidente -, quando não elogiam e servem de peça de propaganda para o governo, como fez Marieta Severo há pouco tempo no mesmo palco em que Lulu Santos pediu a saída de Collor.
6) A TELEVISÃO BRINDOU O IMPEACHMENT AO SOM DE “ALEGRIA, ALEGRIA”.
Era dessa forma que o Jornal Nacional, principal veículo de informação do país, encerrava sua edição de comemoração pelo impeachment de Fernando Collor – ao som de Alegria, Alegria, de Caetano Veloso. A derrocada do ex-presidente era uma vitória do país. E a edição, como não haveria de ser diferente, assumiu um tom histórico e ufanista.
Na abertura do noticiário, era dessa forma que Cid Moreira e Sérgio Chapelin davam início à transmissão:
“Uma terça-feira histórica para o Brasil. Pela primeira vez a Câmara autoriza o Senado a julgar o Presidente da República num processo de impeachment. O voto que mexeu com o Brasil todo veio de Minas Gerais. Multidões em todo território nacional saíram às ruas de olho na votação histórica que acabou em festa. O Jornal Nacional está começando.”
Uma pequena revolução tomou conta do país. E a televisão estava ao seu lado.
7) A IMPRENSA TRATOU O IMPEACHMENT COMO UMA “VITÓRIA DA DEMOCRACIA”.
Se atualmente jornais como O Globo lançam editoriais questionando a ideia de impeachment e chamando a oposição de “inconsequente” – ao mesmo tempo em que são esdruxulamente acusados de golpistas pelos simpatizantes do governo -, se hoje a imprensa acredita que a crise “deveria aproximar os políticos responsáveis de todos os partidos para dar condições de governabilidade ao Planalto”, seu papel foi fundamental para a saída de Fernando Collor há mais de vinte anos.
Durante semanas, Collor foi questionado, acusado, criticado e o impeachment convocado como uma festa popular por uma imprensa que desempenhava, sem o menor pudor, seu papel crítico de quarto poder – acertadamente, diga-se de passagem. O que ontem, porém, era chamado de “vitória da democracia”, hoje é tido como golpe inconsequente; uma palavra maldita, proibida, inconstitucional.
Imprensa, classe artística, movimentos sociais, sindicatos: se a maioria esmagadora da população brasileira não legitima o atual governo, os formadores de opinião tratam de fazê-lo. Um lado está certo. O outro inevitavelmente prestará contas à história.
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