Illuminati, (plural do
latim illuminatus, "aquele que é iluminado"), é o nome dado a diversos grupos, alguns históricos outros modernos, reais ou fictícios. Mais comumente, contudo, o termo "Illuminati" tem sido empregado especificamente para referir-se aos Illuminati da Baviera, uma
sociedade secretada era do
Iluminismo fundada em
1 de maio de
1776. Nos tempos modernos, também é usado para se referir a uma suposta organização conspiracional que controlaria os assuntos mundiais secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos Illuminati bávaros. O nome Illuminati é algumas vezes empregue como sinónimo de
Nova Ordem Mundial. Muitos teóricos da conspiração acreditam que os Illuminati são os cérebros por trás dos acontecimentos que levarão ao estabelecimento de uma tal Nova Ordem Mundial, com os objetivos primários de unir o mundo numa única regência que se baseia em um modelo político onde todos são iguais.
Origem do termo
Dado que "Illuminati" significa literalmente “os iluminados” em latim, é natural que diversos grupos históricos, não relacionados entre si, se tenham autodenominados de Illuminati. Frequentemente, faziam isso alegando possuir textos gnósticos ou outras informações arcanas (secretas) não disponíveis ao grande público.
A designação "Illuminati" esteve em uso também desde o
século XIV pelos
Irmãos do Livre Espírito, e no
século XV, o título foi assumido por outros entusiastas que argumentavam que a
luz da iluminação provinha, não de uma fonte autorizada, mas secreta, de dentro, como resultado de um estado alterado de consciência, ou “iluminismo”, ou seja, esclarecimento espiritual e psíquico.
Desta forma, durante os
períodos moderno e
contemporâneo, foi designado por "Illuminati" um número de grupos (alguns dos quais têm reivindicado o título), mais ou menos marginal e secreto, e muitas vezes em conflito com autoridades religiosas ou políticas; são eles: os Irmãos do Livre Espírito, os
Rosacruzes, os
Alumbrados, os
Illuminés, os
Martinistas, o
Palladium... e, principalmente os Illuminati da Baviera. Embora as doutrinas desses grupos tenham sido variadas e por vezes contraditórias, a confusão entre eles tem sido muitas vezes mantida por seus adversários, e esta confusão levou às
teorias de conspiração de uma
sociedade secretaatuando através da
história.
Os Illuminati da Baviera
Adam Weishaupt (1748-1830), fundador dos Illuminati da Baviera.
Um movimento de curta duração de republicanos
livre-pensadores, o ramo mais radical do Iluminismo – a cujos seguidores foi atribuído o nome de Illuminati (mas que a si mesmos chamavam de “perfectibilistas” ou "perfeccionistas") – foi fundado a 1 de Maio de 1776 pelo professor de lei canónica e
jesuíta Adam Weishaupt, (falecido em
1830),
[1], e pelo barão
Adolph von Knigge, na cidade de
Ingolstadt,
Baviera, atual
Alemanha.
[2]. O grupo foi fundado com o nome de Antigos e Iluminados Profetas da Baviera (Ancient and Illuminated Seers of Bavaria, AISB), mas tem sido chamado de Ordem Illuminati, a Ordem dos Illuminati e os Illuminati bávaros.
Na conservadora
Baviera, onde o progressista e esclarecido Eleitor
Maximiliano José III de Wittelsbach foi sucedido em
1777 pelo seu conservador herdeiro
Carl Theodor, e que era dominada pela
Igreja Católica Romana e pela
aristocracia, tal tipo de organização não durou muito até ser suprimida pelo
poder político. Em
1784, o governo bávaro baniu todas as
sociedades secretas incluindo os Illuminati e os
maçons. A estrutura dos Illuminati desmoronou logo, mas enquanto existiu, muitos intelectuais influentes e políticos progressistas se contaram entre os seus membros. Eles eram recrutados principalmente dentre os maçons e ex-maçons, juravam obediência a seus superiores e estavam divididos em três classes principais: a primeira, conhecida como Berçário, compreendia os graus ascendentes ou ofícios de Preparação, Noviciado, Minerval e Illuminatus Minor; a segunda, conhecida como a
Maçonaria, consistia dos graus ascendentes de Illuminatus Major e Illuminatus dirigens, esse último algumas vezes chamado de Cavaleiro Escocês; a terceira, designada de Mistérios, estava subdividida nos graus de Mistérios Menores (Presbítero e Regente) e Mistérios Maiores (Magus e Rex). Relações com as lojas maçônicas foram estabelecidas em
Munique e
Freising, em 1780.
A ordem tinha ramos na maior parte dos países europeus, mas o número total de membros parece nunca ter sido superior a 2000 durante o período de dez anos..
[2] O esquema teve a sua atração para os literatos, como
Goethe e
Herder, e mesmo para os duques reinantes de
Gota e
Weimar. Rupturas internas precederam o desmoronamento da organização, que foi efetivado por um édito do governo bávaro em 1785. A ordem foi encerrada em 1788. Origens
Adolph von Knigge (
1752-
1796).
A Ordem dos Illuminati da Baviera foi fundada na noite de
30 de abril a
1 de Maio de
1776(véspera da famosa
Noite de Santa Valburga) em uma floresta perto de Ingolstadt (Baviera), no sul da Alemanha, onde um pequeno grupo de jovens criou e prometeu cumprir os fins da sociedade. Entre aqueles que estavam naquela noite, sabe-se apenas a identidade de três:
Adam Weishaupt,
Max Merz e
Anton von Massenhausen. O fato de que não se sabe exatamente quem estava presente naquela noite foi a causa da especulação sobre o número de pessoas que criaram a ordem, alguns dizem que eram apenas quatro e outros argumentam que foram treze.
Após a fundação, Adam Weishaupt (que se proclamou a si mesmo o nome simbólico deSpartacus) atraiu seus primeiros seguidores, um estudante de
Munique chamado
Franz Xavier von Zwack e um
barão protestante de
Hannover chamado
Adolph von Knigge (Frater Philon) que já havia sido iniciado na
Maçonaria e, posteriormente, desenvolveu o Rito dos Illuminati da Baviera, junto com Weishaupt, a quem foi introduzido na loja de Munique:Theodor zum guten Rath.
Graças às habilidades de von Knigge, os Illuminati rapidamente se espalham pela
Alemanha,
Áustria,
Hungria,
Suíça,
França,
Itália e outras partes da
Europa e afiliando personalidades como
Herder (Damasus),
Goethe (Abaris),
Cagliostro, o Conde de
Mirabeau (Leonidas) e o lendário alquimista o
Conde de St. Germain, entre outros. Alguns nobres como o duque de Saxe-Weimar e de Saxe-Gotha, os príncipes
Ferdinando de Brunswick e
Karl de Hesse, Conde de Stolberg e o Barão
Karl Theodor von Dalberg, também figuraram dentro da iniciação iluminada.
Incentivado pelo seu sucesso em conseguir recrutar um grande número de pensadores, filósofos, artistas, políticos, banqueiros, analistas, etc; Adam Weishaupt tomou a decisão de juntar-se a Maçonaria por meio de Von Knigge, e ordenou a infiltração e dominação da mesma.
Em
16 de julho de
1782, numa reunião da maçonaria continental realizada no Convento de
Wilhelmsbad, os Illuminati tentaram unificar e controlar sob a sua autoridade todos os ramos da Maçonaria. Embora tenham conseguido se infiltrar nas lojas em toda a Europa, a
Grande Loja de Inglaterra, a
Grande Oriente de França e os iluminados teósofos de Swedenborg decidiram não apoiar os planos de Weishaupt, nesse momento tomou-se conhecimento das intenções do grupo e do conflito entre seus princípios e os da maçonaria, por isso, nesse momento a Instituição Maçônica decidiu manter oposição direta contra os Illuminati.
Devido ao fracasso do movimento, Von Knigge renunciou pensando que seria inútil continuar com os planos e foi para
Bremen, onde passou seus últimos anos. Entretanto, Weishaupt recebia a ofensiva dos Maçons da Inglaterra e dos
Martinistas, a quem denunciou em seus escritos, argumentando que a Grande Loja de Londres em si foi criada em
1717 por pastores protestantes, que não foram iniciados na Maçonaria, isto é, que foi fundada por profanos sem documentos válidos ou provas
Dissolução
.
Carlos Teodoro da Baviera, Príncipe-Eleitor, conde paladino e duque da Baviera, aprovou o edito que levou os Illuminati a sua dissolução.
Em
22 de junho de
1784, o Eleitor da Baviera, duque
Karl Theodor advertiu sobre o perigo representado pelos Illuminati para a
Igreja Católica e as
monarquias por causa de seus objetivos ideológicos, e aprovou um decreto contra a sociedade bavara e em geral qualquer sociedade não autorizada por lei (que abrange as duas instituições, como se tivessem natureza comum, apesar do grande conflito que já existia naquela época entre os Illuminati e os maçons). Weishaupt foi demitido de sua cátedra indo para o
exílio em
Regensburg, para liderar a Ordem no exterior sob a proteção do duque de Saxe. Em
1785, o edital foi confirmado e assim começou a perseguição e detenções aos membros da sociedade.
Em seguida, o jornalista
Johann Joachim Christoph Bode, se torna o líder de fato da Ordem. Em
1787, vai para a
França, à
Strasbourg e depois a
Paris, onde se encontrou com membros da Loja de Filaleto. De acordo com o seu "Travel Journal", alguns deles, então, constituem em segredo o núcleo dos "Philadelphes", uma sociedade semelhante aos Illuminati alemães.
Caçados, tratados como criminosos, os Illuminati da Baviera desapareceram completamente do sul da Alemanha, em
1786, apenas algumas lojas resistiram na
Saxônia até
1789.
Johann Joachim Christoph Bode Os planos mais secretos dos Illuminati foram revelados por acaso na noite de
10 de julho de
1784, quando um mensageiro de Weishaupt, identificado como o abade Lanz, morreu inesperadamente devido a um raio. Seu corpo foi levado para a Capela de San Emmeran por habitantes do local e entre os seus hábitos foram encontrados documentos importantes que se tratavam de planos secretos para a conquista mundial. A polícia da Baviera investigou os detalhes da
conspiração, dando a entender a
Francisco I, Sacro Imperador Romano-Germânico, o complô contra todas as monarquias, sobretudo na
França, onde mais tarde, em
1789, gestaría a chamada
Revolução Francesa e a queda de
Luís XVI e
Maria Antonieta, seus últimos monarcas.
Os documentos foram divulgados pelo governo da Baviera, alertando a
nobreza e o
clero da Europa. No entanto, logo se convenceram de que a conspiração tinha sido destruída devido à dissolução formal dos Illuminati, juntamente com o banimento de Weishaupt e a detenção de muitos de seus adeptos.
Efeito Cultural
Símbolo da
Skull and Bones (Caveira e Ossos).
Teorias conspiratórias afirmam que a Skull And Bones seja o ramo americano dos Illuminati
Apesar de sua curta duração, os Illuminati da Baviera lançaram uma longa sombra na história popular, graças aos escritos de seus opositores. As sinistras alegações de teorias conspiratórias que têm colorido a imagem dos maçons-livres têm praticamente ofuscado a dos Illuminati. Em
1797, o Abade
Augustin Barruel publicou o livro “Memórias ilustrativas da história do
Jacobinismo”, delineando uma vívida teoria conspiratória envolvendo os
Cavaleiros Templários, os
Rosacruzes, os
Jacobinos e os Illuminati. Simultânea e independentemente, um maçom escocês e professor de História Natural, chamado
John Robison, começou a publicar “Provas de uma conspiração contra todas as religiões e governos da Europa”, em
1798. Quando viu o livro sobre semelhante tema escrito por Barruél, incluiu extensas citações dele em seu próprio livro. Robinson alegava apresentar evidências de que uma
conspiração dos Illuminati estava dedicada a substituir todas as religiões e nações com o
humanismo e um
governo mundial único, respectivamente.
Mais recentemente,
Antony Cyril Sutton sugeriu que a sociedade secreta
Skull and Bones foi fundada como o ramo norte-americano dos Illuminati. Outros pensam que a
Scroll and Key também tem origem nos Illuminati. Robert Gillete defende que esses Illuminati pretendem, em última instância, estabelecer um governo mundial por meio de
assassinatos,
corrupção,
chantagem, controle dos bancos e outras entidades financeiras, infiltração nos governos, e causando
guerras e
revoluções, com a finalidade de colocar seus próprios membros em posições cada vez mais altas da hierarquia política.
Thomas Jefferson, por outro lado, defendeu que eles pretendiam espalhar informação e os princípios da verdadeira moralidade. Ele atribuiu o caráter secreto dos Illuminati ao que chamou de “a tirania de um déspota e dos sacerdotes”.
Ambos parecem concordar que os inimigos dos Illuminati foram os monarcas da Europa e a Igreja. Barruel afirmou que a
Revolução Francesa (1789) foi planejada e controlada pelos Illuminati através dos jacobinos, e mais tarde os adeptos de teorias conspiratórias também alegaram a responsabilidade deles na
Revolução Russa (1917), embora a Ordem tenha sido oficialmente extinta em 1798.
Illuminati Modernos
A pirâmide com o
olho que tudo vê e o lema
Novus ordo seclorum no Grande Selo dos
Estados Unidos, é considerado um símbolo dos Illuminati.
Desde o final do
século XVIII até meados do
século XX, muitos teóricos de conspiração reacionários especulam que os Illuminati sobreviveram a sua supressão, por causa de sua suposta infiltração na
Maçonaria, e se tornaram o cérebro por trás de grandes eventos históricos como a
Revolução Americana, a
Revolução Francesa, a
Revolução Russa, as
Guerras Mundiais e até os
ataques de 11 de setembro de 2001; levando a cabo um plano secreto para subverter as monarquias da Europa e a
religião Cristã visando a formação de uma Nova Ordem Mundial secular baseada na razão científica.
Escritores como
Mark Dice,
David Icke, Ryan Burke, Jüri Lina e Morgan Gricar têm argumentado que os Illuminati da Baviera sobreviveram, possivelmente até hoje. Muitas destas teorias propõe que os eventos mundiais estão a ser controlados e manipulados por uma
sociedade secreta que se autodenomina Illuminati. . Os teóricos da conspiração afirmam que muitas pessoas notáveis foram ou são membros dos Illuminati, incluindo
Winston Churchill, a
família Bush,
Barack Obama, a
família Rothschild, a
família Rockefeller (incluindo
David Rockefeller) e
Zbigniew Brzezinski, entre outros. O termo "Illuminati" também é geralmente associado com os membros de instituições e sociedades secretas de inspiração ocultista e / ou globalista, independentemente do fato de eles serem realmente relacionados com a Ordem Illuminati: os
Skull & Bones, Grupo
Mesa Redonda, a
Sociedade Fabiana, o
Royal Institute of International Affairs, o
Council on Foreign Relations, o
Bohemian Club, o
Clube de Bilderberg, a
Comissão Trilateral, o
Clube de Roma, a
Fundação Carnegie, a
Fundação Rockefeller, etc.
Também sugerem que os fundadores dos
Estados Unidos – sendo alguns deles franco-maçons – estavam “influenciados” pela
corrupção dos Illuminati. Frequentemente o símbolo da
pirâmide que tudo vê no
Grande Selo dos Estados Unidos é citado como exemplo do olho sempre presente dos Illuminati sobre os americanos.
E também citam que usam nas notas a escrita
Novus Ordo Seclorum que significa ''New Deal" ou Nova Ordem Secular, "novo ideal" desmentindo a escrita do lado, que diz Em Deus Confiamos. Jordan Maxwell, pesquisador dos Iluminatti, afirma que 'Novus Ordo Seclorum" pode ser traduzido para "
Nova Ordem Mundial".
Bem pouca evidência confiável pode ser encontrada para apoiar a hipótese de que o grupo de
Weishaupt tenha sobrevivido até o
século XIX. Contudo, diversos grupos têm usado a fama dos Illuminati desde então para criar seus próprios ritos, alegando serem os Illuminati, incluindo a Ordo Illuminatorum, Die Alten Erleuchteten Seher Bayerns, The Illuminati Order, e outros."
Os Aquisitores
Os Aquisitores é o nome genérico dado a supostos grupos dissidentes que surgiram com a atuação dos Illuminati no
Brasil. Sua origem está quase sempre relacionada à renuncia de
Jânio Quadros, o presidente que renunciou por não aguentar o peso das "forças terríveis" ("forças ocultas") e a instauração do
Regime Militar em
1964. O nome Aquisitores é uma referência a prosperidade financeira e a atuação de seus membros na economia do país, especialmente na região de
São Bernardo do Campo, no
ABCD Paulista onde sua influência resultou na próspera fase pela qual passou a região na
década de 1970, no movimento metalúrgico e na posterior eleição do
Presidente Lula.
Durante a
ditadura militar, até pouco depois de
1985, os membros brasileiros dos Illuminati supostamente se organizaram em dois grupos inimigos e teoricamente independentes dos Illuminati da Baviera. Estes capítulos isolados passaram ambos a reivindicar o antigo nome do grupo como sendo os únicos e verdadeiros Aquisitores. Os teóricos da conspiração se esforçam para ligar todos os escândalos políticos que ocorreram no país desde a ditadura militar a estes dois grupos e seus jogos de poder.
É importantíssimo lembrar que os Aquisitores não são reconhecidos como grupo por nenhum historiador sério, e não existe sequer um trabalho acadêmico que confirme sua existência. Um exemplo típico deste tipo de elocubração está na investigação feita nos
anos 90 sobre a morte do presidente
Juscelino Kubitschek ou a investigação iniciada em
2007 no
Rio Grande do Sul sobre a morte de
João Goulart, que oficialmente morreu de doença cardíaca, mas teria sido assassinado pela
Operação Condor arquitetada pelos Aquisitores. Até o momento nenhuma dessas investigações apresentou qualquer prova palpável, mas a coincidência alimenta a curiosidade dos teóricos da conspiração: Jango, JK e
Lacerda, os três grandes nomes da oposição ao regime militar morreram todos em espaço de meses entre o fim de
1976 e início de
1977.
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