Drex é a moeda digital brasileira criada pelo Banco Central do Brasil, antes chamada de real digital.
Na prática, ela vai funcionar como uma versão digital do real, tendo o mesmo valor e a mesma aceitação da nossa moeda tradicional.
Porém, ela será emitida e utilizada apenas virtualmente, por meio de uma plataforma do BC.
Em termos técnicos, o Drex é uma CBDC, do inglês Central Bank Digital Currency, ou seja, uma moeda digital de banco central.
No mundo todo, os bancos centrais de diversos países têm criado essas moedas digitais para melhorar a eficiência dos serviços financeiros e de pagamentos, além de aumentar a competitividade nesse mercado.
Qual a diferença entre Drex, Pix e cartão?
A diferença é que o Drex é uma moeda digital, enquanto o Pix e o cartão são meios de pagamento.
Quando você faz um Pix ou paga com seu cartão de crédito, por exemplo, a compra é feita em reais, a moeda tradicional do nosso país.
Já uma transferência feita via carteira digital com Drex envolve o uso da moeda virtual – nesse caso, o meio de pagamento será a carteira digital de uma instituição financeira, como vamos explicar melhor adiante.
Logo, o Drex não vai substituir o Pix, o cartão ou qualquer outro meio de pagamento, e sim adicionar uma nova moeda 100% digital à nossa economia.
Quem criou o Drex?
O Drex foi criado pelo Banco Central em 2020, por meio de um grupo de trabalho organizado pelo órgão.
Em 2021, foram divulgadas as diretrizes do real digital e realizado um webinário sobre o tema, quando foi definida a nomenclatura do projeto.
Por que se chama Drex?
O nome “Drex” foi inspirado pela sonoridade moderna do Pix, utilizando como base as letras “d” e “r” do real digital.
Já o “e” vem da palavra eletrônico e o “x” traz uma ideia de conexão que traduz toda a tecnologia utilizada no Drex.
Existe ainda o conceito visual da marca Drex que traz referências do universo digital, representando os esforços do BC para modernizar o sistema financeiro brasileiro e manter o país na vanguarda tecnológica do setor.
As duas setas inseridas na letra D representam etapas de uma transação digital e simbolizam a evolução da moeda brasileira.
Já a transição de cores nas setas, do azul para verde claro, passa a mensagem de “transação concluída”.
Como vai funcionar o Drex?
O Drex será disponibilizado aos brasileiros por meio de carteiras digitais de instituições financeiras.
Dessa forma, os bancos, fintechs e corretoras vão atuar como intermediários, realizando transações com a moeda digital dentro da Plataforma Drex do Banco Central (BC), um ambiente exclusivo e regulado.
No esquema abaixo, divulgado pelo BC, podemos ver como será a intermediação das empresas entre compradores e vendedores que usam Drex:
Assim, você poderá transformar seus reais comuns em Drex e realizar transações de compra, venda e transferências de recursos com a moeda digital.
A vantagem é que será possível fazer operações com valores mais altos com maior segurança, incluindo negociações comerciais, investimentos e financiamentos.
Além disso, os brasileiros terão acesso aos chamados contratos inteligentes, que são protocolos de intermediação de compra e venda totalmente digitais e inovadores.
Por exemplo, vamos supor que você queira comprar uma casa própria com mais segurança utilizando o Drex.
Nesse caso, o processo será assim:Você deverá solicitar ao banco a conversão do valor do imóvel de reais para Drex
Então, o banco fará a conversão e utilizará o saldo em Drex da sua carteira digital para fazer uma compra em formato digital, chamada de token
Para isso, será criado automaticamente um contrato inteligente, que verifica se todas as condições foram atendidas antes de transferir o saldo
Se estiver tudo certo, seu banco vai transferir os Drex da sua carteira para a carteira do vendedor em outra instituição, sempre com o seu consentimento
Assim que o valor do imóvel em Drex for recebido pelo vendedor, você já vai receber a escritura do imóvel, também em formato de token (ativo digital).
Quando o Drex entra em vigor?
Atualmente, o Drex está em uma fase de testes em ambiente restrito chamada de Piloto Drex, que começou em março de 2023.
Nessa etapa, a moeda digital é testada em um ambiente colaborativo que conta com a participação de instituições financeiras, para garantir a segurança e a privacidade das informações.
O Banco Central divulgou um cronograma que prevê o final dessa primeira fase de implementação em junho de 2024, quando será avaliada a continuidade do piloto.
A expectativa do BC é que, até o final de 2024, comecem os testes com a população.
Para que isso aconteça, é necessário que o projeto e os participantes do mercado tenham atingido o grau de maturidade necessário.
Qual a tecnologia do Drex?
O Drex utilizará a tecnologia DLT, um protocolo que garante mais transparência e segurança nas transações.
O Drex tem sua distribuição e gestão baseada na tecnologia Distributed Ledger Technology – DLT, ou tecnologia de registro distribuído.
Basicamente, é um sistema de armazenamento de dados distribuído por uma rede de computadores que oferece maior transparência e segurança em transações financeiras, partindo da mesma lógica da blockchain, que é utilizada em criptomoedas.
No caso, a Plataforma Drex do Banco Central vai utilizar a DLT para garantir operações seguras e privadas com a nova moeda digital.
Drex é criptomoeda?
Não, o Drex não é uma criptomoeda porque seu valor não vai oscilar de acordo com a oferta e demanda do mercado, como ocorre com o Bitcoin e semelhantes.
Na realidade, a cotação da nossa moeda digital será sempre igual à do real.
Além disso, o Banco Central ficará responsável por regulamentar e controlar a moeda em um sistema próprio.
Quanto vale um Drex?
Um Drex vale exatamente um real, de modo que a cotação da moeda digital sempre vai acompanhar a da moeda tradicional.
Da mesma forma, o valor será o mesmo frente a moedas estrangeiras, garantindo que o preço do Drex não oscile, como ocorre com outros ativos digitais.
Como comprar Drex?
Será possível comprar Drex diretamente com as instituições financeiras do país, convertendo os reais comuns da sua conta em moeda digital.
Após a conversão, o dinheiro será armazenado em uma carteira digital, formando seu saldo de ativos digitais disponível para transações.
Hoje, na fase piloto do Drex, cerca de 16 instituições financeiras participam do desenvolvimento da moeda.
Quando for lançada oficialmente, a moeda digital poderá ser comprada em todas as instituições.
Como usar o Drex?
Para usar o Drex, você vai precisar ter uma conta digital em uma instituição financeira autorizada e converter reais em Drex.
A partir dessa conversão, será possível realizar negociações de compra e venda de produtos e serviços por meio dos contratos inteligentes, que permitem transações rápidas e seguras com liquidação imediata – a chamada liquidação atômica.
Como vimos, no caso de compra de um imóvel, o contrato inteligente permitirá que a transferência da escritura do imóvel para o comprador e a transferência do valor em Drex para o vendedor aconteçam no mesmo instante.
O mesmo sistema poderá ser usado para comprar e vender veículos, fazer investimentos, contratar financiamentos, etc.
O Drex é seguro?
A Plataforma Drex vai atender aos mesmos níveis de segurança cibernética utilizados no Pix e em outros sistemas do BC.
Suas transações serão realizadas por meio de provedores de serviços financeiros (PSF) autorizados, como bancos, cooperativas e instituições de pagamento, garantindo operações seguras e confidenciais.
Impacto do Drex no sistema financeiro
O Drex terá um impacto importante na digitalização do sistema financeiro no Brasil, gerando novos modelos de negócio e serviços digitais.
A nova moeda digital promete trazer mais segurança para transações por meio da tokenização, reduzir custos por meio da automação de pagamentos e agilizar ainda mais os pagamentos online.
De acordo com Driss Temsamani, diretor de negócios digitais do Citigroup para América Latina, em entrevista ao Valor Econômico, o Brasil está preparado para a inovação do Drex, uma vez que a população tem facilidade para adotar novas tecnologias – o que ficou muito claro com o sucesso do Pix.
“Há três fatores que importam para o sucesso de uma nova tecnologia: infraestrutura, inovação do setor privado e disposição dos consumidores para adotar e usar aquela solução. O Brasil apresenta uma combinação positiva dos três”, declarou.