sexta-feira, 26 de julho de 2024

HONRAR ANCESTRAIS É TOMAR A VIDA EM SUAS MÃOS





Segundo a Constelação Familiar, honrar os ancestrais é o passo fundamental para que possamos tomar a vida em nossas mãos. Assim, após acolher sua criança interior e iniciar sua jornada em busca dos tesouros da sua alma, já é possível honrar seus ancestrais de forma plena. Compreender que assim como sua história foi perfeita para que pudesse desenvolver seus dons e talentos e despertar o seu dharma (propósito de vida), seus pais foram os grandes mestres que permitiram que a jornada se iniciasse. Jornada esta que se originou antes mesmo do seu nascimento.

O caminho do amor e a dor
Costumo dizer que assim como existem o caminho do amor e da dor, existem também os mestres da dor e do amor. E os pais, na maior parte das vezes, cumprem ambos os papeis. Quando não só da dor.

Os mestres do amor são aqueles que nos dirão “quão lindos e perfeitos somos”, “o quanto nos amam e o quanto somos bem-vindos”. Enquanto os mestres da dor, nos darão os limites ou ainda, nos empurrarão para fora do ninho para que criemos asas. Em outras palavras, os mestres da dor nos exigem muito mais. Exigem que desenvolvamos em nós nossa natureza divina. Pois às vezes, só Deus em nós é capaz de perdoar um pai abusivo, por exemplo.

A questão é que enquanto não perdoamos, ou melhor, aceitamos plenamente os nossos pais, o amor não pode fluir livremente. E assim, ficamos presos a memórias de dor, sem podermos desfrutar plenamente das bênçãos que o presente reserva para nós.

Vale lembrar que nossos pais, muito provavelmente, também possuem uma criança interior com suas dores, inseguranças, desafios.

Quando não aceitamos nossos pais, estamos em verdade rejeitando uma parte de nós mesmos. O que nos faz sentir desencaixados. Sem raízes. E assim como uma árvore sem raízes não pode crescer nem dar frutos, ficamos estagnados em nossa pequenez, olhando para o passado, e de costas para nosso próprio destino.“A idealização também exclui o essencial”, Bert Hellinger.

Vida, a aventura da alma

O paradoxo da nossa jornada é que a criança tem nos pais os seus heróis e cobra deles uma perfeição acima de sua condição humana, o que a desafia em seu crescimento. A ironia é que a não realização de nosso potencial está justamente no fato de não aceitarmos a vida que veio por meio de nossos pais, em sua inteireza. Ou seja, com todas as dores e desafios que nos foram apresentados. Enquanto ela cobra o que acredita que deveria receber, perde a oportunidade dela mesma alcançar o que deseja por meio de seus próprios potenciais.

Sob a ótica da criança a vida é um conto de fadas cheia de finais felizes. No entanto a vida é um emaranhado de emoções (alegrias, tristezas, dores, contentamentos), crenças, condicionamentos, memórias, heranças ancestrais… e cada um vem com seu “emaranhadinho” para desenrolar. Esta é a aventura da alma. O final feliz depende única e exclusivamente de abraçarmos a vida tal qual ela é. Somos nós os heróis de nossa jornada.

A verdade é que o maior dos tesouros que poderíamos receber dos pais, já está em nossas mãos: a VIDA! Um campo de infinitas possibilidades.

Você é o sonho dos seus ancestrais
Através de você a vida se renova e continua. Quando você se cura, você ajuda a curar toda a sua ancestralidade.Tomar a vida nas mãos consiste em reconhecer a grandeza dos seus pais, como canais para a nossa existência.

Pai é o caminho para a vida. Aquilo que nos move. Quando concordamos com o pai, por ser como é, é possível seguir o nosso próprio caminho. A mãe é a prosperidade. O sucesso em nossas escolhas e relacionamentos. Entrar em concordância com a mãe aceitando-a em sua totalidade, nos permite desfrutar de todas as bênçãos que a vida nos reserva.

Honrar nossa ancestralidade é por fim, honrar a própria vida.
E ao seguirmos nosso destino, abrimos as janelas para toda nossa ancestralidade, oferecendo um novo horizonte para as futuras gerações.

Ubuntu – Eu sou eu porque nós somos nós.

sábado, 13 de julho de 2024

O abridor de latas, de Millôr Fernandes



Pela primeira vez no Brasil um conto escrito inteiramente em câmera lenta.

Quando esta história se inicia já se passaram quinhentos anos, tal a lentidão com que ela é narrada. Estão sentadas à beira de uma estrada três tartarugas jovens, com 800 anos cada uma, uma tartaruga velha com 1.200 anos, e uma tartaruga bem pequenininha ainda, com apenas 85 anos. As cinco tartarugas estão sentadas, dizia eu. E dizia-o muito bem pois elas estão sentadas mesmo. Vinte e oito anos depois do começo desta história a tartaruga mais velha abriu a boca e disse:

- Que tal se fizéssemos alguma coisa para quebrar a monotonia dessa vida?

- Formidável - disse a tartaruguinha mais nova 12 depois - vamos fazer um pique-nique?

Vinte e cinco anos depois as tartarugas se decidiram a realizar o pique-nique. Quarenta anos depois, tendo comprado algumas dezenas de latas de sardinha e várias dúzias de refrigerante, elas partiram. Oitenta anos depois chegaram a um lugar mais ou menos aconselhável para um pique-nique.

- Ah - disse a tartaruguinha, 8 anos depois - excelente local este!

Sete anos depois todas as tartarugas tinham concordado. Quinze anos se passaram e, rapidamente elas tinham arrumado tudo para o convescote. Mas, súbito, três anos depois, elas perceberam que faltava o abridor de latas para as sardinhas.

Discutiram e, ao fim de vinte anos, chegaram à conclusão de que a tartaruga menor devia ir buscar o abridor de latas.

- Está bem - concordou a tartaruguinha três anos depois - mas só vou se vocês prometerem que não tocam em nada enquanto eu não voltar.

Dois anos depois as tartarugas concordaram imediatamente que não tocariam em nada, nem no pão nem nos doces. E a tartaruguinha partiu.

Passaram-se cinqüenta anos e a tartaruga não apareceu. As outras continuavam esperando. Mais 17 anos e nada. Mais 8 anos e nada ainda. Afinal uma das tartaruguinhas murmurou:

- Ela está demorando muito. Vamos comer alguma coisa enquanto ela não vem?

As outras concordaram, rapidamente, dois anos depois. E esperaram mais 17 anos. Aí outra tartaruga disse:

- Já estou com muita fome. Vamos comer só um pedacinho de doce que ela nem notará.

As outras tartarugas hesitaram um pouco mas, 15 anos depois, acharam que deviam esperar pela outra. E se passou mais um século nessa espera. Afinal a tartaruga mais velha não pôde mesmo e disse:

- Ora, vamos comer mesmo só uns docinhos enquanto ela não vem.

Como um raio as tartarugas caíram sobre os doces seis meses depois. E justamente quando iam morder o doce ouviram um barulho no mato por detrás delas e a tartaruguinha mais jovem apareceu:

- Ah, murmurou ela - eu sabia, eu sabia que vocês não cumpririam o prometido e por isso fiquei escondida atrás da árvore. Agora não vou buscar mais o abridor, pronto!

Fim (30 anos depois).

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Parte do solo do bairro Niterói está contaminado por metais pesados em Canoas


Área delimitada pela vigilância abrange 15 quadras. Empresa responsável pela contaminação não teve o nome divulgado, mas já foi notificada e tem até o fim do mês para apresentar uma análise detalhada da extensão do dano causado.

Por Zete Padilha, RBS TV

10/12/2018 

Parte do solo de um bairro de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, está contaminado por metais pesados, conforme a Vigilância Sanitária do município. A área delimitada abrange 15 quadras do bairro Niterói, que tem quase 40 mil habitantes. O local vai da Rua Fernando Ferrari até a BR-116, e da Rua Alegrete até a Rua Minas Gerais.

A primeira suspeita de vazamento de resíduos químicos de uma empresa no bairro Niterói aconteceu há quase um ano. Mas segundo a Secretaria do Meio Ambeite da cidade, a investigação é demorada. Por isso, só agora com base nos laudos é de que foi comprovada a contaminação que atingiu não apenas o solo, mas também o lençol freático.

"O próximo passo é uma investigação detalhada para saber a extensão dessa contaminação. Então, até que saiam esses resultados, a gente precisa tomar as precauções como se fosse sempre o pior cenário", afirma a bióloga da Secretaria do Meio Ambiente de Canoas Nade Coimbra.

A empresa responsável pela contaminação não teve o nome divulgado, mas segundo a Secretaria do Meio Ambiente do município, já foi notificada, e tem até o fim do mês para apresentar uma análise detalhada da extensão do dano causado. Também não está descartado a participação de outras empresas na contaminação do bairro.

"A partir dessa análise detalhada, vai ser feito uma análise de risco. A partir dessa etapa, aí o trabalho é encaminhado para a Fepam [Fundação Estadual de Proteção Ambiental] que vai então avaliar a necessidade de remediação da área e quais são os danos para população e os cuidados que ela vai ter", explica Nade.

Até lá, a Vigilância orienta que os moradores não usem água de poço artesiano, nem para os animais, evitem o consumo de frutas e hortaliças produzidas na área considerada de risco e não façam escavações.

Um dos metais encontrados no solo é o cromo, considerado de alto risco para a saúde. As casas que tem água canalizada pela Corsan não foram atingidas. Este abastecimento é considerado seguro.
A dona de casa Marilete Silveira já estava desconfiada. Ela achou que tinha algo errado na pequena horta que cultiva em casa.

"Nós começamos a notar que murchava, estava podre. Eu dizia 'mãe, mas não pode apodrecer uma coisa que recém plantamos'. Não chegava a ficar pronto, já detonava", afirma Marilete.
Com a notícia de que o solo da área onde mora pode estar contaminado, ela não teve dúvidas. Na manhã desta segunda-feira (10), os pés de feijão, abóbora e pepino foram todos arrancados.
"Não tem como fazer mais nada", afirma a dona de casa.

O susto também ocorreu na casa do autônomo Marcos Pacheco. Ele tem poço artesiano, mas desde as primeiras notícias de contaminação, só usa água mineral.

"Há uma preocupacao grande, gostaria de fazer uma análise porque não sei o que vem no futuro dessa água", afirma.



Área delimitada pela Vigilância abrange 15 quadras do bairro Niterói — Foto: Reprodução/RBS TV

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