quarta-feira, 8 de março de 2023

Exclusivo: vídeo mostra momento em que enviado de Bolsonaro tenta retirar joias do Aeroporto de Garulhos


'Isso aqui faz parte da passagem. Não pode ter nada do antigo para o próximo', argumentou o sargento da Marinha enviado pela Presidência da República.

Por Andréia Sadi e Arthur Guimarães — São Paulo

08/03/2023 

Video mostra tentativa do governo Bolsonaro de pegar joias apreendidas na Receita Federal em Guarulhos — Foto: Reprodução/GloboNews

Um vídeo obtido com exclusividade pelo blog mostra o momento em que um enviado do então presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta pegar o conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP) (veja a sequência de vídeos abaixo).

As joias – um colar, anel, relógio e um par brincos de diamantes da marca de luxo suíça Chopard – foram apreendidas em 26 de outubro de 2021 na mala de um integrante de uma comitiva do governo Bolsonaro que foi à Arábia Saudita.

Na ocasião, o então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque – que integrava a comitiva – tentou reaver as joias, mas sem sucesso. Os itens, então, permaneceram na alfândega da Receita Federal.

Em 28 de dezembro de 2022 – às vésperas do fim do governo e um dia antes de o então presidente da República embarcar para os Estados Unidos – o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva foi enviado em voo oficial pelo gabinete de Bolsonaro ao Aeroporto de Guarulhos para pegar as joias.

A operação não deu certo. As joias permaneceram apreendidas na Receita Federal.

Veja, abaixo, trechos do vídeo e a transcrição das conversas.

TRECHO 1: Sargento mostra ofício de braço-direito de Bolsonaro


Exclusivo: vídeo mostra tentativa do governo Bolsonaro de liberar joias sauditas

O sargento Jairo chega ao aeroporto de Guarulhos e mostra ao auditor um ofício enviado pelo tenente-coronel Mauro Cid, braço-direito de Bolsonaro, ao chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes (como o blog mostrou, Gomes Vieira pediu aos funcionários do órgão que atendessem o pedido.)

Jairo: Opa! Como vai?

Auditor: Como vai, tudo bom?

Jairo: Boa tarde, desculpa incomodar.

Auditor: Nada! tudo bom?

Jairo: (se apresenta) Jairo, como vai?

Auditor: Prazer.

Jairo: Deixa eu pegar aqui no celular...em cima da hora, correria!

Auditor: Então, não tá...não sei...deixa eu dar uma olhada

Jairo: (aponta para o celular e entrega para o auditor): Achei que entraram em contato.

Auditor: (com o cel do Jairo na mão, lendo) Ao senhor Julio Cesar (...)

TRECHO 2: Sargento tenta por braço-direito de Bolsonaro ao telefone com auditor


Vídeos mostram tentativa do governo Bolsonaro de liberar joias sauditas na Receita

Jairo fala com o braço-direito de Bolsonaro, Mauro Cid, ao telefone, e tenta passar o telefone ao auditor, que recusa.

Jairo: Coronel, eu to aqui na alfândega aqui já. Estou falando com o supervisor deles aqui. Quer falar com ele? Ele falou que não está ciente aqui do que se trata. Posso passar aqui para ele?

Auditor: (faz o sinal de negativo com o dedo para Jairo): eu não posso falar no celular.

TRECHO 3: 'É de urgência', diz sargento

Vídeos mostram tentativa do governo Bolsonaro de liberar joias sauditas na Receita

O auditor da Receita explica que a liberação itens apreendidos pela Receita depende de um Ato de Destinação de Mercadoria (ADM). Jairo argumenta que está "na correria" e que o caso é de "urgência".

Auditor: Entendeu? Existe uma necessária para essa incorporação aí, que é o ADM.

Jairo: É que tô na correria, cara. Passagem de comando, como se diz, né, um entrando, outro saindo

Auditor: Você não mora em Brasília? Chegou agora de Brasília?

JAIRO - TÔ chegando agora. Vim direto para cá.

AUDITOR - Então assim, esse ADM - que seria para incorporação - seria necessário, não tem. Não tenho conhecimento também dessa liberação. Não sei onde estaria, talvez no cofre, mas eu não tenho acesso, então... Não sei se teve algum atropelo, assessoria, alguma coisa muito de urgência...

Jairo: Não, é de urgência, com certeza.

TRECHO 4: Sargento alega que ' tem que tirar tudo' antes do fim do governo

Vídeos mostram tentativa do governo Bolsonaro de liberar joias sauditas na Receita

O sargento tenta argumentar que a retirada das joias é um passo burocrático decorrente da transição do governo Bolsonaro para o governo Lula (PT), que ocorreria dias depois (a apreensão havia ocorrido mais de 1 ano antes, em 26 de outubro de 2021). O argumento não foi aceito pelos auditores, e as joias permaneceram apreendidas na Receita.

Auditor: Mas o clima lá está tranquilo?

Jairo: O clima em Brasília está sempre tranquilo, cara, por incrível que pareça. Assim, tá pegando fogo no Brasil todo, ahhhh, lá está tranquilo.

Auditor: Está tranquilo? Não tem erro, nada que...

Jairo: Não. Tudo correndo normal. Assim, lá fora o pessoal gritando e a gente fazendo o que tem que fazer, passagem normal. Tanto que isso aqui faz parte da passagem, não pode ter nada do antigo para o próximo. Tem que tirar tudo, tem que levar. Não pode, é burocrático, é burocracia.

Este post está em atualização.

TRECHO 5: Sargento diz que documento para liberação está sendo providenciado
Vídeos mostram tentativa do governo Bolsonaro de liberar joias sauditas na Receita

Jairo diz que o ato de destinação de mercadoria (ADM) está sendo providenciado e pede para o auditor que o está atendendo ligue para outro funcionário da Receita.

Auditor: A questão é a seguinte. Independente de eu ter, de onde esteja, tem que ter o ato de destinação de mercadoria porque é uma incorporação. Não tendo, não teria nem como liberar. Nem eu pudesse, não teria como liberar. Não estou sabendo

Jairo: Alô... Ele falou que não pode atender o celular, mesmo que ele quisesse não poderia liberar, porque não tem um...

Auditor: Um ADM, ADM

Jairo: Um ADM
(...)

Jairo: Ele falou para o senhor ligar para o Fabiano, o Fabiano está ciente. A ADM já está sendo feita e ele vai assinar daqui a pouquinho. E tu conhece: é em cima da hora mesmo.
(...)
Jairo: A AM está sendo providenciada já

Auditor: Aham

Jairo: Está sendo providenciada a ADM. Ele falou que ele via assinar

Auditor: Então vamos aguardar. Essa ADM se ela for providenciada e ele mandar. Eu não vou ligar para o (diz o nome de outro funcionário da Receita) porque, assim, eu não tenho acesso direto ao (diz o nome novamente). (Diz o nome mais uma vez) Está na superintendência. Ele não é da alfândega aqui de Guarulhos. Entendeu? Ele tá como superintendente-adjunto de aduana lá na superintendência, com isso ele ficou como delegado aqui muito tempo. Então vamos aguardar.

segunda-feira, 6 de março de 2023

Pedrinho Matador foi morto a tiros e teve o pescoço cortado, diz boletim de ocorrência

Segundo o boletim de ocorrência, o caso foi registrado como homicídio qualificado. Até o momento, ninguém foi preso.

Por Rubens Guilherme Santos, g1 Mogi das Cruzes e Suzano


Pedrinho Matador em entrevista a podcast — Foto: Reprodução/YouTube

Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador, foi assassinado a tiros e teve o pescoço cortado, de acordo com o boletim de ocorrência. O assassino em série, de 68 anos, foi morto na calçada em frente à casa de familiares na manhã deste domingo (5), em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

Segundo o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados após serem informados de disparos de arma de fogo na Rua José Rodrigues da Costa, no bairro Ponte Grande, que uma pessoa teria sido atingida e que os suspeitos teriam fugido em um carro preto. Em outro chamado, a PM foi informada que o veículo teria entrado na Estrada da Cruz do Século. Os policiais foram até o local e encontraram o carro abandonado, com munição de pistola aparentemente intacta no assoalho.

De acordo com depoimento de uma familiar à polícia, por volta das 8h30 deste domingo um carro preto trafegando na via. Mais tarde, às 9h50, Pedrinho estava sentado em uma cadeira em frente à casa dela quando o mesmo veículo parou na rua e, então, duas pessoas, armadas, desceram do carro. Um dos homens, que utilizavam máscaras, teria dito "não é nada com você, não. Pega sua filha e entra para dentro".

'Pedrinho Matador' foi morto a tiros na manhã deste domingo (5), em Mogi das Cruzes — Foto: Basílio Magno/TV Diário

Na sequência, os dois efetuaram os disparos contra Pedrinho. Um dos suspeitos, com uma faca de cozinha, perfurou a garganta da vítima, que já estava caído. Após a ação, os criminosos voltaram para o carro e fugiram e uma outra pessoa surgiu no portão da casa gritando que havia chamado a polícia.


O celular de Pedrinho foi coletado pela equipe do Setor de Homicídios de Mogi das Cruzes. Já o carro encontrado pela PM e um galão encontrado próximo do veículo foram apreendidos.


Carro em que suspeitos de atirarem em Pedrinho Matador foi abandonado durante fuga — Foto: José Antonio de Assis/TV Diário

A Polícia Civil requisitou o Instituto de Criminalística e a perícia também foi encaminhada para o local. O caso foi registrado como homicídio qualificado. Até o momento, ninguém foi preso.

Histórico de crimes

Pedrinho Matador foi preso pela primeira vez em 1973 e passou 42 anos na cadeia. Em uma entrevista para a revista "Época", de 2003, Rodrigues Filho disse que teria matado mais de cem pessoas, incluindo crimes cometidos dentro do sistema prisional.

O g1 procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo, que não informou, até a última atualização desta reportagem, por quantas mortes Rodrigues Filho foi condenado.

Rodrigues Filho cometeu o primeiro assassinato em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, aos 14 anos de idade. Ele matou a tiros o então prefeito da cidade, que tinha demitido seu pai como vigia de um colégio municipal, e não parou mais.

Fantástico: Pedrinho Matador (1996)

"Simplesmente, sou um assassino, sempre fui", disse ele em uma entrevista ao Fantástico em 1996, quando estava havia quase 30 anos preso. Na ocasião, Rodrigues Filho estava havia dez anos na Casa de Detenção de Taubaté, isolado. Ele já tinha matado 40 pessoas dentro da cadeia.

Na entrevista ao Fantástico, Rodrigues Filho dizia não ter arrependimentos. Entre as suas tatuagens, imagens de punhais e a frase "mato por prazer".

Em 2018, já em liberdade, Rodrigues Filho criou um canal de Youtube. Ele também mantinha um perfil no TikTok. Em um dos vídeos, mostrou um livro em que conta a sua história. No registro mais recente, publicado neste sábado (4), ele aparece jogando sinuca em um bar com a localização de Mogi das Cruzes.

Morre o cartunista Paulo Caruso, aos 73 anos, em São Paulo


O artista, que atualmente participava do Roda Viva, estava internado na capital paulista
Por Da Redação 

O cartunista Paulo Caruso morreu aos 73 anos, em São Paulo - (TV Cultura/Divulgação)

O cartunista Paulo José Hespanha Caruso, conhecido como Paulo Caruso, morreu neste sábado, 4, aos 73 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospítal Nove de Julho, no centro da capital paulista, para tratar de um câncer no intestino.

Nascido na cidade de São Paulo em 6 de dezembro de 1949, Caruso era caricaturista, ilustrador, chargista e músico, Paulo José Hespanha Caruso tinha um irmão gêmeo, Chico Caruso, também cartunista.

Caruso trabalhou desde 1987 no Roda Viva, programa da TV Cultura, ilustrando as entrevistas. Formado em Arquitetura pela FAU – USP, não seguiu carreira e começou como chargista no Diário Popular em 1960. A partir daí passou por diversos veículos de comunicação como O Pasquim, revistas Careta, Senhor e Istoé. Trabalhou ainda em jornais como Folha de S.Paulo e Movimento.

Entre os diversos livros publicados, destaca-se As Origens do Capitão Bandeira, 1983, e outros com cenas irônicas que acompanham a história política brasileira, Ecos do Ipiranga (1984) e Bar Brasil na Nova República (1986). Além disso escreveu também São Paulo por Paulo Caruso – Um Olhar Bem-Humorado sobre Esta Cidade (2004), em homenagem aos 450 anos da metrópole.

Paulo Caruso recebeu vários prêmios, como o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA, em 1994. Por sua habilidade para a sátira e para a caricatura, aliada à numerosa produção, sua obra é mais conhecida do país.

(com Agência Brasil)

sábado, 4 de março de 2023

Bolsonaro e Michelle entregaram refinaria da Petrobrás a fundo árabe após receberem joias de R$ 16 milhões

Além dos crimes de contrabando e sonegação, há indícios também de propina e corrupção

4 de março de 2023 

Petrobras e Bolsonaro (Foto: Reuters)

247 — Em 30 de novembro de 2021, um mês após a comitiva do então presidente Jair Bolsonaro viajar para o Oriente Médio, o governo brasileiro a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia e seus ativos logísticos associados. A venda foi realizada para o Mubadala Capital, um fundo árabe dos Emirados Árabes Unidos, pelo valor de US$ 1,8 bilhão.

No entanto, cálculos estimados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) indicam que a refinaria valia entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

Em outubro, um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, tentou trazer ilegalmente para o Brasil joias avaliadas em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões. O colar, anel, relógio e um par de brincos foram um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.

As joias foram apreendidas por agentes da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, uma vez que é obrigação declarar ao órgão qualquer bem que entre no Brasil que passe de US$ 1 mil. A apreensão ocorreu no dia 26 de outubro de 2021.

Houve quatro tentativas frustradas de reaver os produtos, envolvendo três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares. No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio Bolsonaro enviou um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República.

O Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, determinará na segunda-feira a abertura de inquérito para investigar Jair e Michelle Bolsonaro pelos crimes de corrupção, contrabando e lavagem de dinheiro no caso das joias de R$ 16,5 milhões recebidas ilegalmente da monarquia saudita, que temnegócios no Brasil.

quinta-feira, 2 de março de 2023

Brasileiro suspeito de canibalismo é preso no Aeroporto de Lisboa com carne estranha na mala


CARLOS MARTINS
1 DE MARÇO DE 2023


Um brasileiro foi preso no Aeroporto de Lisboa com possível carne humana quando tentava embarcar para Belo Horizonte.Foto por Clément Alloing

Na noite de segunda-feira (27), foi preso no aeroporto de Lisboa um mineiro da cidade de Matipó, na Zona da Mata, suspeito de falsificação de documentos e porte de pedaços de carne em uma mala. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) confirmou que o suspeito, de 26 anos, pretendia voar para a sua cidade natal.

Ao realizar a abordagem, os agentes do SEF encontraram em sua posse documentos de identificação em nome de terceiros, além de um cartão de identidade italiano, o que levantou suspeitas.

Após contato com as autoridades holandesas, foi confirmado que o homem é suspeito de praticar um homicídio, ocorrido no último domingo (26), na cidade de Amsterdã. Além disso, o suspeito é apontado como autor de um crime de canibalismo, de acordo com o jornal Correio de Manhã. Na mala do brasileiro, foram encontradas roupas sujas de sangue, uma amarra e uma embalagem plástica com “pedaços suspeitos de carne”.

Após análise, o material encontrado na mala foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Lisboa para que sejam realizados exames. O suspeito é acusado de matar Alan Lopes, também brasileiro, que trabalhava como açougueiro na Holanda.

A motivação do crime poderia ser relacionada a uma dívida. O homem foi detido no aeroporto de Lisboa e encaminhado ao Tribunal da Relação da cidade para prestar depoimento. O SEF informou que o suspeito está sendo julgado pela Justiça portuguesa.


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