sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

O Dr. Paul Offit, membro do comitê consultivo de vacinas do FDA dos Estados Unidos, escreveu no New England Journal of Medicine , pedindo o fim da vacinação em massa, particularmente aqueles com baixo risco de contrair o vírus.


Um alto funcionário da FDA pediu a suspensão imediata das vacinações COVID-19 na América devido ao número alarmante de pessoas que sofrem reações adversas graves das vacinas de mRNA.


Em um artigo de opinião intitulado “Vacinas bivalentes COVID-19 – um conto de advertência”, o Dr. Offit declara que os reforços Covid são “provavelmente mais bem reservados para as pessoas com maior probabilidade de precisar de proteção contra doenças graves”.

“Acredito que devemos parar de tentar prevenir todas as infecções sintomáticas em pessoas jovens e saudáveis, reforçando-as com vacinas contendo mRNA de cepas que podem desaparecer alguns meses depois”, alerta.

Relatórios do Summit.news: O Dr. Offit, que é professor de vacinologia e professor de pediatria na Universidade da Pensilvânia, analisa em detalhes o processo que levou à recomendação de vacinas bivalentes nos EUA para todos com mais de cinco anos de idade, sem dados de humanos. Ele está claramente muito infeliz com isso.

Em 28 de junho de 2022, pesquisadores da Pfizer-BioNTech e Moderna apresentaram dados sobre suas vacinas bivalentes ao Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados da FDA (do qual sou membro). Os resultados foram abaixo do esperado. Reforços bivalentes resultaram em níveis de anticorpos neutralizantes contra BA.1 que foram apenas 1,5 a 1,75 vezes maiores do que os obtidos com reforços monovalentes. A experiência anterior com as vacinas das empresas sugeria que essa diferença provavelmente não seria clinicamente significativa. Os dados de segurança foram tranquilizadores. No momento da apresentação do FDA, o BA.1 não estava mais circulando nos Estados Unidos, tendo sido substituído por subvariantes Omicron mais imunoevasivas e contagiosas. Mas o inverno estava chegando. O comitê consultivo da FDA, sentindo a urgência de responder a essas cepas imunoevasivas,

Seguiu-se uma série de decisões políticas rápidas. Em 29 de junho de 2022, um dia após a reunião do comitê consultivo, o governo Biden concordou em comprar 105 milhões de doses da vacina bivalente da Pfizer-BioNTech contendo mRNA BA.4 e BA.5. Um mês depois, em 29 de julho de 2022, o governo concordou em comprar 66 milhões de doses da vacina bivalente da Moderna, com a intenção de oferecer as duas vacinas no outono e no inverno. Em 1º de setembro de 2022, o FDA retirou sua autorização de uso emergencial para reforços de vacinas monovalentes e o CDC recomendou reforços de vacinas bivalentes para todos com 12 anos de idade ou mais. Em 12 de outubro de 2022, o CDC estendeu essa recomendação para incluir todos os cinco anos de idade ou mais. Nesse ponto, nenhum dado de humanos, incluindo dados de imunogenicidade,

Em 24 de outubro de 2022, David Ho e colegas divulgaram os resultados de um estudo que examina os níveis de anticorpos neutralizantes contra BA.4 e BA.5 após o recebimento de uma dose de reforço monovalente ou bivalente. Eles encontraram “nenhuma diferença significativa na neutralização de qualquer variante do SARS-CoV-2”, incluindo BA.4 e BA.5, entre os dois grupos. Um dia depois, Dan Barouch e colegas divulgaram os resultados de um estudo semelhante., descobrindo que “os títulos de BA.5 [anticorpos neutralizantes] foram comparáveis ​​após reforços monovalentes e bivalentes de mRNA”. Barouch e colegas também não observaram diferenças apreciáveis ​​nas respostas das células T CD4+ ou CD8+ entre os participantes do grupo de reforço monovalente e os do grupo de reforço bivalente. Nenhum dos grupos de pesquisa descobriu que os reforços bivalentes provocam respostas imunes superiores. Os resultados são agora publicados no Jornal .

A provável razão pela qual as vacinas bivalentes falharam é o imprinting imunológico, explica o Dr. Offit.

O sistema imunológico das pessoas imunizadas com a vacina bivalente, todas previamente vacinadas, foi preparado para responder à cepa ancestral do SARS-CoV-2. Portanto, eles provavelmente responderam a epítopos compartilhados por BA.4 e BA.5 e pela cepa ancestral, em vez de novos epítopos em BA.4 e BA.5.
Quando os dados epidemiológicos se tornaram disponíveis, eles mostraram proteção muito pobre.

Em 22 de novembro de 2022, o CDC publicou dados sobre a eficácia das vacinas de mRNA BA.4 e BA.5 para prevenir a infecção sintomática dentro de dois meses após o recebimento da dose de reforço. Para pessoas que receberam uma vacina monovalente dois a três meses antes, a proteção extra associada à dose de reforço bivalente variou de 28% a 31%. Para aqueles que receberam a vacina monovalente há mais de oito meses, a proteção extra variou de 43% a 56%. Dados os resultados de estudos anteriores, é provável que esse aumento moderado na proteção contra doenças geralmente leves seja de curta duração.

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A jornalista Sandra Gomide, assassinada pelo ex-namorado, Jornalista e Advogado Pimenta Neves . Ele ainda vive, e jamais pagou pelo que fez. Em agosto fará 23 anos.


                (Foto: Reprodução)

A jornalista Sandra Gomide tinha 32 anos quando foi assassinada pelo ex-namorado e também jornalista, Antonio Marcos Pimenta Neves, de 63 anos, então diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo. O crime aconteceu no dia 20 de agosto de 2000 em um haras na cidade de Ibiúna, no sudeste do Estado de São Paulo. Pimenta Neves assumiu a autoria horas depois do crime. Apesar disso, o julgamento só aconteceria seis anos depois e a sentença judicial só seria aplicada onze anos após o assassinato.

Sandra Gomide conheceu Pimenta Neves no final de 1995, quando trabalhava como repórter no jornal Gazeta Mercantil e ele havia sido contratado para assumir a direção do veículo. Em 1997, Pimenta Neves transferiu-se para o jornal O Estado de S. Paulo e contratou a jornalista. Depois de algum tempo, Sandra se tornaria chefe do caderno de Economia do jornal. Porém, após terminar o namoro de quatro anos, Pimenta a demitiu acusando-a de incompetente e entrou em contato com chefes de outros veículos para que ela não fosse mais contratada.

Quinze dias antes do crime, Pimenta Neves invadiu o apartamento de Sandra, agrediu-a com dois tapas e a ameaçou de morte. A jornalista registrou boletim de ocorrência e o inquérito foi instaurado. Sandra seria ouvida no dia 28 de agosto. Para protegê-la, a família da repórter contratou um segurança particular, que foi dispensado pouco tempo depois, pois nem ela e nem os familiares acreditavam que Pimenta cumpriria as ameaças. Para evitar novas invasões, ela trocou a fechadura do apartamento.

No dia do assassinato, o dono do haras de Ibiúna, Deomar Setti, relata que Pimenta Neve passou o dia no local, cuidando dos cavalos e observando o movimento dos carros que passavam pela estrada. Ele foi convidado para um churrasco que acontecia no local, mas recusou o convite e foi embora. Já na estrada, reconheceu o carro de Sandra chegando ao local e voltou.

O capataz do haras, João Quinto de Souza, observava à distância quando o jornalista parou o carro, foi até a ex-namorada e tentou uma conversa. Os dois discutiram, Pimenta pegou Sandra pelo braço e tentou empurrá-la para o carro. Ela conseguiu se desvencilhar e correu, quando foi atingida por um tiro no meio das costas. Sandra caiu e Pimenta se aproximou e deu um segundo tiro no ouvido esquerdo da jornalista.

Segundo o pai de Sandra, João Gomide, Pimenta demonstrava comportamento possessivo e já havia apontado uma arma para a cabeça de Sandra outras duas vezes. Durante o processo de investigação a Polícia confirmou que o telefone de Sandra estava grampeado.

Internação, prisão e habeas corpus

Pimenta Neves chega ao Fórum de Ibiúna para prestar depoimento um mês após o crime (Foto: Caio Guatelli/Folha Imagem/Digital)

Com base no depoimento das testemunhas, a prisão do jornalista foi decretada dois dias após o crime. Entretanto, Pimenta Neves não foi detido de imediato. Após assassinar a ex-namorada, o jornalista foi internado com quadro de overdose de sedativos na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. De lá, foi transferido para uma clínica psiquiátrica da zona sul da cidade, a partir de uma liminar concedida pelo TJSP a pedido dos advogados.

Pimenta permaneceu internado durante dez dias. Enquanto isso, a defesa tentou, sem sucesso, um habeas corpus para suspender o pedido de prisão preventiva. No dia quatro de setembro, 15 dias depois do crime, Pimenta foi transferido para a carceragem do 77º Distrito Policial da capital.

O jornalista permaneceu sete meses detido. No final de março de 2001, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, concedeu uma liminar determinando que Pimenta Neves aguardasse em liberdade o julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa. Três meses depois, em junho, numa decisão unânime, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal julgou a medida judicial em favor do jornalista considerando que os fundamentos justificadores da prisão preventiva não estavam de acordo com a jurisprudência da Corte.

Julgamento

Jornalista sai em liberdade depois de julgamento no Fórum de Ibiúna, em 2006 (Foto: Márcio Fernandes/ AE)

Após quase seis anos da morte de Sandra e tentativas da defesa de suspender o julgamento, Pimenta Neves foi levado a júri popular em 3 de maio de 2006. A acusação sustentou a tese de homicídio premeditado. Entre as testemunhas, estava o pai de Sandra, João Gomide, e os donos do haras, Deomar e Marlei Setti. Já a defesa tentou demonstrar que o réu sofria de estresse emocional na época do assassinato para derrubar qualificadoras de motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

No primeiro dia, Pimenta Neves se manteve em silêncio durante seu interrogatório. No segundo dia, o jornalista permaneceu cabisbaixo durante o depoimento do pai de Sandra. João Gomide afirmou que Pimenta havia esperado Sandra ficar sozinha para cometer o crime e que havia feito várias ameaças após o fim do relacionamento, cobrando todos os presentes que havia dado a ela ao longo do namoro.

Pimenta não se sentou no banco dos réus, mas ao lado dos advogados de defesa. A pedido da Promotoria, as peças sigilosas do caso foram lidas com o plenário esvaziado já na etapa de debates.

A sentença foi lida pelo juiz Diego Ferreira Mendes no terceiro dia de julgamento, 5 de maio. O magistrado lembrou que o réu não só atirou pelas costas, mas foi até a vítima e lhe deu um tiro na cabeça, a 35 centímetros, dificultando sua defesa. Com isso, Antônio Pimenta Neves foi condenado a 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão, mas saiu livre do Fórum de Ibiúna, com direito a recorrer da sentença em liberdade, devido a decisão anterior do STF. Anos depois, os ministros da Corte esclareceram nunca terem determinado que a prisão de Pimenta só poderia ser efetuada após o trânsito em julgado da condenação penal e que o juiz cometeu um grande equívoco.

Redução de pena e recursos
Pimenta Neves é preso 11 anos após o crime (Foto: Leonardo Soares/AE)

No dia 12 de dezembro do mesmo ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação, reduziu a pena a 18 anos e expediu mandado de prisão contra Pimenta Neves. O jornalista chegou a entrar na lista dos 58 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo. Porém, um mês depois, o ministro Barros Monteiro do Superior Tribunal de Justiça manteve a liminar que mantinha Pimenta em liberdade.

Em setembro de 2008, ao julgar um recurso de anulação do julgamento, o Superior Tribunal de Justiça manteve a condenação e reduziu a pena a 14 anos, dez meses e três dias de prisão em razão da atenuante de confissão. O recurso de indenização para os pais de Sandra foi julgado em setembro de 2010, e o valor foi fixado em R$220 mil reais.

Prisão e semiaberto

Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal indeferiu o último recurso de Pimenta Neves e determinou a execução imediata da sentença condenatória. Após 11 anos do assassinato de Sandra, o jornalista se entregou à Polícia.

Pimenta permaneceu em regime fechado por dois anos e quatro meses, na penitenciária Dr. José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo. Em setembro de 2013, a Vara de Execuções Criminais de Taubaté concedeu o regime semiaberto ao jornalista, por bom comportamento. No mês seguinte, o jornalista foi beneficiado pela primeira vez com uma saída provisória.

Por Géssica Brandino
Portal Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha

Com informações do acervo do jornal O Estado de S. Paulo

menta Neves revela amizade com irmãos Cravinhos e diz que poderia estar no exterior
Jornalista foi condenado pela morte da ex-namorada, Sandra Gomide, em agosto de 2000

Pimenta Neves disse ter recebido conselhos para deixar o Brasil, mas que preferiu aguardar a sua condenação no PaísLEONARDO SOARES/AE

O jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves falou pela primeira vez sobre a vida no presídio de Tremembé, no interior paulista, onde cumpre pena por ter matado a ex-namorada, Sandra Gomide, há pouco mais de 13 anos. Em entrevista exclusiva ao Domingo Espetacular, ele fez algumas revelações inéditas. A primeira delas diz respeito ao crime.

No dia 20 de agosto de 2000, Pimenta Neves matou Sandra Gomide com dois tiros, após não conseguir reatar o romance com a também jornalista, em um haras em Ibiúna, no interior de São Paulo. Condenado a 15 anos de prisão pelo crime, ele está agora no regime semiaberto, o qual permite que elea saia para trabalhar e estudar de dia, e retornar à prisão para passar a noite.

Durante um indulto, concedido em razão de um feriado recente, Pimenta Neves aceitou conversar e revelou que poderia ter fugido do Brasil, o que lhe possibilitaria estar em liberdade até hoje.

— Eu não quero minimizar de maneira alguma o que eu fiz, tanto que poderia ter ido embora do País antes do meu julgamento. Tenho visto permanente nos Estados Unidos. Eu poderia ter ido pra qualquer lugar. Não foram poucas as pessoas que sugeriram isso, mas eu sempre recusei. Aguardei pacientemente aqui, resignadamente o meu julgamento e minha condenação.

No mesmo dia do indulto, Pimenta Neves contou ser amigo dos irmãos Christian e Daniel Cravinhos, que também estão presos em Tremembé. Eles participaram do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, em outubro de 2002, do qual a própria Suzane participou e acabou condenada. No dia em que o jornalista pôde deixar a cadeia, Christian também saiu e foi elogiado por Pimenta Neves.

— Esse, por exemplo, é um menino de um talento extraordinário. Eu sou apaixonado por musica, jazz (...). Ele é um baterista extraordinário.

Aos 76 anos, Pimenta Neves nega as alegações de que não possuiria amigos na prisão e mantém o bom humor, só interrompido quando o assunto é Sandra Gomide. O jornalista garante ser “muito doloroso” relembrar o caso, o que o impede de conceder entrevistas. Contudo, ele tenta demonstrar respeito pela memória da vítima que matou, com dois tiros pelas costas.

— Eu nunca disse uma palavra contra a Sandra, nem depus no júri, pra não dizer nada. E proibi os meus advogados e minhas testemunhas de defesa de falarem qualquer coisa sobre ela.

Denunciada há décadas, desnutrição dos Yanomami foi alvo de CPI no governo Lula

Índios yanomami em Roraima: alto índice de desnutrição foi bastante criticado em governos anteriores| 

    Foto: Condisi-YY/Divulgação

Após o governo federal decretar estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os indígenas da etnia Yanomami, no estado de Roraima, uma série de críticas foram direcionadas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Procurados pela Gazeta do Povo, ex-integrantes da Funai e Sesai atribuem o fato de não terem conseguido resolver a situação de crise humanitária, que existe há décadas, pelas dificuldades de acesso para ir até as aldeias, pelas circunstâncias dessas tribos específicas e também pela chegada de outros yanomami vindos da Venezuela.

As denúncias e os registros de casos de desnutrição e doenças contagiosas em aldeias somam mais de 30 anos, conforme relatórios publicados por diversas ONGs, como o Instituto Socioambiental (ISA), e compilados pelos ex-funcionários da Funai. Inclusive, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Subnutrição de Crianças Indígenas foi instalada no ano de 2007, na Câmara dos Deputados, para investigar as mortes de crianças indígenas por subnutrição no país.

No último sábado (21), ao visitar o território Yanomami, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o governo Bolsonaro de crimes contra os indígenas. “Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, disse Lula.

O Ministério dos Povos Indígenas informou que 99 crianças de 1 a 4 anos morreram, apenas em 2022, dentro da tribo Yanomami. No ano passado, segundo o ministério, ainda houve notificação de 11.530 casos de malária no território, e estima-se que nos últimos quatro anos ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, um aumento de 29% em relação ao período anterior.

O governo petista também atribuiu a crise humanitária nas aldeias ao "avanço avassalador" dos garimpos nos últimos anos, o qual estaria relacionado a política do governo Bolsonaro. Dados do relatório "Yanomami sob ataque", feito por associações indígenas e publicado pelo Instituto Socioambiental (ISA), registraram um salto de 46% do garimpo ilegal no território entre 2020 e 2021.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (23), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que o atual governo testemunhou os impactos que o garimpo ilegal e o abandono no atendimento à saúde por parte do Estado ocasionaram ao povo Yanomami. "Não é uma situação revelada agora; foi denunciada inúmeras vezes por organizações indígenas e aliados. Entre novembro de 2018 e dezembro de 2022, houve até seis decisões judiciais, nas diversas instâncias do Poder Judiciário, condenando ao Estado a tomar as medidas urgentes necessárias", explicou o conselho.

Segundo o Cimi, "o problema da fome entre os índios começou quando eles foram tirados de seus territórios originais para a expansão da agricultura em latifúndios. Isso desorganizou a economia de partilha, base das aldeias indígenas, e os deixou sem terras onde produzir alimentos".

Após as acusações, tanto o ex-presidente como a ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves se manifestaram sobre o caso. Bolsonaro classificou a denúncia como uma “farsa da esquerda”, disse que cuidados com a saúde indígena foram uma das prioridades do seu governo e listou ações prestadas aos povos indígenas durante seu mandato.

Já a ex-ministra Damares afirmou que acompanha com tristeza as imagens que estão sendo divulgadas sobre os Yanomami, mas que não houve omissão do seu ministério, nem de outras áreas do governo. Disse, ainda, que a desnutrição entre crianças indígenas é um “dilema histórico agravado pelo isolamento imposto pela pandemia” e que também houve mortes de indígenas por desnutrição em gestões petistas.

Negligência das gestões anteriores

O fracasso de políticas públicas para resolver a situação de miséria dos Yanomami não é somente da última gestão. Desde 1991, a "situação caótica" dos Yanomami vem sendo documentada pelo Instituto Socioambiental (ISA). No Acervo ISA, consta uma “cronologia do genocídio” enfrentado nos territórios dessa etnia, o qual apontou “uma saúde em estado grave com yanomami morrendo de malária, desnutrição e doenças associadas”.

Em 1999, o índice de mortalidade infantil entre os yanomami era também alarmante: 141 mortes por mil pessoas, dez vezes maior que os números registrados em grupos atendidos pela Pastoral da Criança, que é de 13,7 óbitos por mil.

A morosidade e desarticulação do poder público em controlar a invasão de garimpeiros e a saúde indígena também foram alguns dos pontos críticos das últimas gestões apontados pelo ISA. Em 2000, a Polícia Federal fez uma denúncia dizendo que faltavam pessoas e dinheiro para o processo de fiscalização nas reservas indígenas.

Um estudo publicado no Deutsche Welle, no ano de 2018, denunciou uma "epidemia de garimpos na Amazônia". Segundo o levantamento, a Venezuela era o país onde a situação estava mais grave, com 1.899 garimpos ilegais. O Brasil apareceu em segundo do ranking, com 453, sendo 321 pontos, e 132 áreas.

No ano de 2004, o ISA destacou o “retrocesso na política de atendimento à saúde indígena” e relembrou “as frustrações dos povos indígenas no primeiro governo de Lula”. O alto índice de desnutrição também foi bastante criticado em governos anteriores.

Em 2007, foi instalada na Câmara dos Deputados a CPI da Desnutrição Indígena, que investigou as mortes de crianças indígenas por subnutrição durante o período de 2005-2007. Em uma das audiências realizada em 2008, foi mencionado que "os Yanomami estavam morrendo de malária, sofrendo de complicações oculares da oncocercose, de toxoplasmose", mas não estavam recebendo a devida atenção. Também foi apontado a dificuldade de acesso às aldeias para prestação de socorro.

O relatório da CPI, elaborado pelo ex-deputado Vicentinho Alves (PR-TO), recomendou a extinção dos convênios com organizações não governamentais para tratar da saúde indígena e o fortalecimento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Funai. Segundo o relatório, houve um "descontrole" na saúde indígena e uma "ineficácia do controle interno" da fundação.

Dificuldade de acesso precariza saúde Indígena

A deputada eleita Sílvia Waiãpi (PL-AP), que foi secretária da Saúde Indígena no primeiro ano do governo Bolsonaro até início de 2020, disse que a "situação caótica" nas tribos yanomami preocupa, mas ressaltou que "associar esse problema ao governo Bolsonaro é a única forma de esconder a omissão dos governos passados".

A deputada disse que acompanhou de perto a realidade do atendimento aos indígenas em postos de saúde, e sofreu ameaças por mexer com "poderosos que utilizavam contratos na ponta na área da saúde pra desviar o dinheiro público". Além da corrupção, ela ressaltou que a dificuldade de acesso as aldeias também compromete o atendimento e a assistência aos índios.

Além da falta de equipamentos, médicos, enfermeiros, medicamentos, Sílvia mencionou que as pistas de pouso para emergência nas aldeias nunca haviam sido homologadas, o que dificultava a realização de ações humanitárias e a remoção emergencial de pacientes.

"O governo Bolsonaro, para garantir assistência de saúde, homologou as pistas de pouso para melhorar o acesso a essas regiões e para levar atendimento aos indígenas. Isso foi algo que nenhum outro governo fez", explicou a parlamentar.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 135 pistas de áreas indígenas estão cadastradas. Destas, no entanto, 112 têm restrições para pousos e decolagens por não terem um Plano Básico de Proteção do Aeródromo que indique condições topográficas da pista para evitar o choque das aeronaves com árvores ou morros. Técnicos da Sesai garantem que outras 74 pistas nem sequer possuem registro e por isso não citadas pela Anac.

Outra preocupação apontada pela deputada, foi em relação a fronteira próxima com a Venezuela no território dos Yanomamis, que facilita a entrada de indígenas venezuelanos que vem ao Brasil em busca de atendimento de saúde e comida.

"No posto de saúde em Auaris, na região dos Yanomami, identificamos que muitos indígenas vinham de território venezuelano em busca de alimento e assistência. O Brasil é o único país com política de assistência aos povos indígenas. Na época pedi para levantar todos os nomes e fluxos de indígenas venezuelanos que iam ao posto pedir ajuda", disse.

O relatório dos nomes dos pacientes atendidos não foi tornado público na internet. Segundo a deputada, as fichas e relatos podem ser encontrados no polo de atendimento Auari no batalhão do Exército.

A deputada também criticou a "segregação" e as ONGs que prestam assistência aos povos indígenas. Segundo Sílvia, "existem muitas ONGs naquele lugar que exploram um dos poucos alimentos" que os Yanomami têm e dificulta o crescimento e protagonismo das aldeias.

"Temos que saber como o dinheiro que vai para as ONGs está sendo usado, nada mudou, pelo contrário, só conflito atrás de conflito, como esse problema humanitário dos Yanomami. A segregação condena povos. Segregamos indígenas e impedimos o acesso e o contato com esses povos”, disse.

Gestão Bolsonaro

Na gestão Bolsonaro, as políticas públicas voltadas aos índios ficou a cargo da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde. A Fundação Nacional do Índio (Funai) tinha o papel de monitorar as ações e serviços de atenção à saúde indígena, porém a oferta e execução dos trabalhos eram de responsabilidade da Sesai.

A Funai procurou dar transparência ao que vinha sendo feito pelo governo Bolsonaro nas aldeias dos Yanomami em Roraima, inclusive com um relatório publicado em 2022. Segundo informações da Funai, até outubro do ano passado, foram entregues mais de 22 toneladas de alimentos aos yanomami e somente na pandemia, o número de cestas ultrapassou mais de 1 milhão. A ação do governo contemplou as comunidades indígenas das regiões de Parima, Kayanaú, Parafuri, Xitei, Hakoma, Homoxi, Haxiu e Surucucu.

Um último levantamento divulgado pela Funai no final do ano passado, mostrou que a verba para fiscalização de terras indígenas cresceu 151% durante 3 anos, o desmatamento no local caiu 26,79% no período e o investimento na proteção de indígenas isolados e de recente contato mais que triplicou.

Ao longo de 2021 e de 2022, a Funai participou de articulações interinstitucionais para o acompanhamento do Plano de Ação Emergencial para o enfrentamento da malária, desnutrição infantil, mortalidade infantil. O planejamento envolvia ações relacionadas à insegurança alimentar de curto, médio e longo prazo, junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena e Ministério da Cidadania com foco especial no combate à desnutrição.

Sobre o impacto dos garimpos na vida dos yanomamis, o ex-presidente da Funai, Marcelo Xavier, apresentou uma série de ações que foram feitas no governo Bolsonaro para conter a grilagem e até operações do Exército, como a Curare 11, para combater o garimpo ilegal. Uma das ações indicadas por Xavier foi a reabertura das bases de proteção etnoambiental (Bape) da Terra Indígena (TI) em 2019, após quatro anos fechadas, que colaborou no combate ao imenso garimpo ilegal.

Segundo a Funai, a exploração devastadora dos minérios, além de levar à contaminação dos indígenas por mercúrio, ter assoreado e poluído rios e destruído parte da floresta, trouxe fortes interferências no modo de vida das comunidades, ocasionando a desorganização social, transmitindo doenças e colocando a população em situação de vulnerabilidade.

De 2019 a 2021, a Funai realizou mais de 1.200 ações e foi constatada uma redução de 22,75% no desmatamento em Terras Indígenas da Amazônia Legal. Em junho do ano passado, militares venezuelanos foram presos no território yanomami com mais de 30kg de mercúrio, que seria comercializado em área de garimpo ilegal. "A Funai manteve uma atuação intensa na repressão a crimes que ocorrem naquela região, de forma articulada e integrada", disse Xavier.

De acordo com o "Relatório Yanomami - Funai 2022", existem no território em Roraima 27 mil indígenas dessa etnia, distribuídos em cerca de 360 comunidades, e estima-se que cerca de 10 mil Yanomami vivem na República Bolivariana da Venezuela.

EL DIABÓLICO INFORME IRON MOUNTAIN

“No hay lugar para la ética, la moralidad o la religión en este informe.

Es una mirada al interior del alma de Lucifer.
“Este informe es algo que nunca creerías si no lo leyeras”.
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INFORME IRON MOUNTAIN: SOBRE LA POSIBILIDAD Y CONVENIENCIA DE LA PAZ


El controvertido Informe Iron Mountain: sobre la Posibilidad y Conveniencia de la Paz es un informe de origen disputado.

La versión oficial afirma que es una falsificación perpetrada el año 1967 por un grupo de “graciosos”.

La versión extra-oficial asegura que es un documento publicado originalmente en 1966 supuestamente por el Hudson Institute -un think tank sin ánimo de lucro fundado en 1961 y mantenido por las contribuciones de corporaciones como: Eli Lilly and Company, Monsanto, DuPont, Dow-Elanco, Sandoz, Ciba-Geigy, ConAgra, Cargill, y Procter & Gamble – a solicitud del entonces Secretario de Defensa, Robert McNamara , miembro del Consejo de Relaciones Exteriores y la Trilateral y ex-presidente del Banco Mundial.

En 1961, según esta versión, la Administración Kennedy ordenó un estudio clasificado “Top Secret” para determinar los problemas con los que se enfrentarían los EEUU si el mundo se trasladara de una era de guerras a una edad de paz estable y permanente. Y no únicamente los EEUU, sino todo el mundo, en conjunto.


– J.F.Kennedy y Robert McNamara –

En 1963 la selección de especialistas habría sido realizada. El grupo final consistiría en 15 expertos en varias disciplinas académicas seleccionados por su experiencia en sus respectivos campos.

Durante dos años y medio, los componentes del grupo mantuvieron citas regulares hasta que a finales de marzo de 1966 quedó redactado el informe final, destinado en principio a funcionarios gubernamentales de alto rango.
Su primera y última reuniones se habrían celebrado en un refugio de supervivencia nuclear llamado “Iron Mountain”.

El Presidente Lyndon Johnson , según dicen, dio la orden de que el informe no fuese nunca emitido, debido a la naturaleza de las conclusiones alcanzadas.


– Lyndon Johnson –

Uno de los hombres implicados en este estudio decidió sacarlo a la luz pública, bajo el nombre de John Doe con gran riesgo para su vida.

Entre los que en su momento le dieron credibilidad hubo varios periodistas del “The New York Times”.

El informe se volvió a publicar en 1996 por Leonard Lewin (The Free Press, Nueva York) quien decía que él mismo había sido el autor, tratando de “tranquilizar” a la población.

La autenticidad del texto puede ser motivo de discusión, pero su contenido es tan real a fecha de hoy, y tan clarificador de algunos aspectos de la vida política, económica y social actual, que, como dice Salbuchi en la introducción a su versión traducida al español: “si non e vero, e bene trovato”.

“Lo verdaderamente importante es que Iron Mountain parece una profecía cumplida“.

Bruno Cardeñosa. El Gobierno invisible


Según este Informe -como explica Fernando Hernández Holgado en “Miseria del Militarismo. Una Crítica del Discurso de la Guerra “- la guerra constituye el principal eje vertebrador de las sociedades modernas, desempeñando una serie de funciones militares pero, sobre todo, no militares -económicas, políticas, sociales, culturales, científicas, ecológicas- indispensables para su estabilidad y supervivencia.

Por lo cual, fuesen quienes fuesen las personas que lo elaboraron, consideran necesario un análisis riguroso de estas funciones y de los posibles sustitutos de la guerra, para decidir si es viable y conveniente instaurar un estado de paz permanente en el que se mantenga el “equilibrio social”. Equilibrio definido como “la existencia necesaria de clases, con una clase pobre siempre en lo más bajo, y una clase alta, siempre en lo más alto.”


El informe parte de la base de que para mantener la estabilidad -política, económica, sociológica,…- es absolutamente necesaria una “amenaza”.

Esta amenaza esencial ha de ser suficientemente aterradora y verosímil para ser efectiva. Literalmente dice: “el “enemigo alternativo” debe implicar una amenaza de destrucción lo más inmediata, tangible y directamente percibida”.
FUNCIONES DE LA GUERRA

Además de la función visible y obvia, la guerra tiene implícitas otras funciones no-militares, críticas para la transición hacia una condición de paz permanente.

Estas funciones se mueven en diferentes terrenos.

FUNCIONES ECONOMICAS:

“La guerra ha brindado, tanto a las sociedades antiguas como a las modernas, un sistema confiable para estabilizar y controlar las economías nacionales”.

“La producción bélica es progresista debido a que construye una producción que, de otra manera, no se hubiera realizado”. David T. Bazelon, “The Scarcity Makers”

“La producción bélica tiene un efecto sólidamente estimulante más allá de sí misma. Lejos de constituir un drenaje “desperdicial” sobre la economía, el gasto de guerra, si es considerado pragmáticamente, constituye un factor de efectos consistentemente positivos sobre el aumento del producto bruto nacional y sobre la productividad individual”.

“La guerra es y ha sido el estabilizador económico esencial de las sociedades modernas”.

FUNCIONES POLITICAS:


En este terreno, la función de la guerra -según afirma el Informe- es esencialmente organizacional. “Esto lo realiza esencialmente brindando una amenazante necesidad externa para que una sociedad acepte ser gobernada políticamente. Al hacerlo establece la autoridad del gobierno para controlar a sus ciudadanos”.

“La autoridad básica del estado moderno sobre su población reside en sus poderes de guerra”.

“Existen, en verdad, buenas razones para creer que los códigos de ley tuvieron su origen en las reglas de conducta establecidas por los militares victoriosos hacia sus enemigos derrotados, que luego se vieron adaptadas para aplicarse sobre todas las poblaciones sujetas”. L.Gumplowicz, “Historia sobre las Teorías del Estado”.

FUNCIONES SOCIOLÓGICAS:

De entre las funciones de la guerra en este campo, “la más obvia es el uso tradicional de las instituciones militares para brindar a los elementos antisociales un rol aceptable dentro de la estructura social”.

La guerra como “controlador indispensable de las peligrosas disidencias sociales y las tendencias antisociales destructivas.

“Los elementos más jóvenes y peligrosos de estos grupos sociales hostiles se han mantenido bajo control por el Sistema de Servicio Selectivo (Selective Service System – la conscripción)”.

“Las fuerzas armadas en cada civilización han brindado el principal refugio apoyado por el estado para lo que hoy denominamos personas “no empleables”. El típico ejército permanente europeo (de hace cincuenta años -según el Informe) consistía en “…tropas no aptas para el empleo en el comercio, industria, o agricultura lideradas por oficiales no aptos para ninguna profesión legitima o para conducir un negocio o empresa”.

Según asegura el Informe Iron Mountain, este sistema de conscripción, podría ser utilizado como medio para “mejorar el nivel cultural de los sectores pobres”.

Por otro lado, se afirma que “el sistema de guerra brinda la motivación básica para la organización social primaria. Al hacerlo, refleja a nivel social, los incentivos que hacen al comportamiento humano individual. El más importante de éstos, a efectos sociales, lo conforma la necesidad psicológica individual de lealtad hacia una sociedad y sus valores. La lealtad requiere una causa; una causa requiere un enemigo. El enemigo que define la causa debe percibirse como realmente formidable. En términos generales, el poder que se presume de semejante “enemigo” debe ser lo suficientemente importante como para generar un sentido individual de lealtad hacia una sociedad y debe ser proporcional al tamaño y complejidad de esa sociedad. Hoy en día, por supuesto, ese poder debe ser de una magnitud y terror sin precedentes”.

“Lo que le otorga al sistema de guerra su rol pertinente en la organización social, como en otros campos, es su autoridad sin igual sobre la vida y la muerte”.

FUNCIONES ECOLOGICAS:
I
“La guerra ha sido el principal mecanismo evolutivo para mantener un equilibrio ecológico satisfactorio entre la población humana bruta y los recursos disponibles para su supervivencia”.

“Para conjurar a los inevitables ciclos históricos de insuficientes recursos en materia de alimentos, el hombre pos-neolítico destruye a los miembros excedentes de su propia especie a través de la guerra organizada”.

Sin embargo, “la guerra ha ayudado a asegurar la supervivencia de la especie humana, pero como mecanismo evolutivo para mejorarla, la guerra ha resultado casi increíblemente ineficiente”.

“Muchas enfermedades que antes eran fatales a edades procreadoras ahora pueden ser curadas; el efecto de este hecho es que permite perpetuar susceptibilidades y mutaciones no-deseadas. Queda claro que una nueva, cuasi-eugénica función de la guerra se encuentra en proceso de formación y deberá tenerse en cuenta en cualquier plan de transición”.

FUNCIONES CULTURALES Y CIENTIFICAS:

El Informe habla de la constante en el arte y la cultura de alusiones bélicas. Desde las danzas de guerra, a la literatura (Shakespeare), pasando por la pintura (Goya), o la música (Beethoven),…

Y asegura: “Los standards estéticos y morales tienen un origen antropológico común, en la exaltación de la valentía, y en la predisposición para matar y arriesgar la muerte en la guerra tribal”.

Respecto a la ciencia, “no existe ningún adelanto científico de importancia que no se haya visto instigado, aunque sólo sea indirectamente, por los requerimientos de los armamentos”.

OTRAS FUNCIONES:

Menciona entre éstas (¡atentos!):

La guerra como un factor de liberación social general: “Esta es una función psicológica que sirve las mismas funciones para la sociedad que las vacaciones, la celebración, y la orgía para el individuo – la liberación y redistribución de tensiones indiferenciadas. La guerra brinda el necesario periódico reajuste de los standards de comportamiento social (el “clima moral”) y permite disipar el aburrimiento general”.

La guerra como estabilizador generacional:

“Permite a las generaciones más viejas que se van deteriorando físicamente mantener un cuota de control sobre la generación más joven, destruyéndola si es preciso”.Como clarificador ideológico:

“No puede haber más de dos lados en una guerra”.Base de entendimiento internacional: “Para enriquecimiento de una cultura nacional con los logros de otra”.

SUSTITUTOS DE LA GUERRA

Si el sistema de la guerra como tal desapareciese, se deberían crear instituciones sustitutas capaces de satisfacer las necesidades sociales de las funciones no-militares resueltas por aquella -afirma.

Sin perder de vista que “un sustituto viable para la guerra ha de brindar una amenaza de vida o muerte verosímil, o no servirá para la función social organizadora que cumple la guerra”.

Es decir, la amenaza ha de ser de “una magnitud y terror sin precedentes”, como hemos visto antes.


Los potenciales sustitutos de la guerra se van analizando en el Iron Mountain siguiendo los mismos terrenos que en el análisis de las funciones de ésta. Los mencionaré según hace el Informe, pero entraré a detallar sólo algunos de dichos sustitutos para no alargar en exceso el artículo.

Si alguien tiene interés en ampliar la información, puede acceder directamente al texto traducido al español pinchando aquí: Informe Iron Mountain: sobre la Posibilidad y Conveniencia de la Paz .

SUSTITUTOS ECONOMICOS


1.- Un programa integral de acción social, dirigido hacia la máxima mejora de las condiciones generales de la vida humana.

2.- Un programa de investigación espacial gigantesco y sin meta concreta orientado hacia objetivos no realizables. Esto permitiría la inversión de fondos sin límite y sin justificación. Aunque adolece del carácter de amenaza inminente que se considera esencial.

3.- Un sistema de inspección de desarme permanente, ritualizado y ultra-elaborado y variantes de semejante sistema. La organización de mecanismos de inspección podría ser ritualizada de una forma similar a lo que ocurre con los procesos militares establecidos. No habría dificultad en inflar el presupuesto para tales inspecciones hasta una escala militar.

SUSTITUTOS POLITICOS

1.- Una fuerza policial internacional omnipresente y virtualmente omnipotente. Podría argüirse que una fuerza policial internacional bien armada que opere bajo la autoridad de semejante “corte” supranacional podría cumplir la función de un enemigo externo. Esto, sin embargo, constituiría una operación militar como los esquemas de inspección ya mencionados y como ellos, seria inconsistente con la premisa de un fin al sistema de guerra.


2.- Una amenaza extraterrestre establecida y reconocida. Semejante amenaza ofrecería la “ultima y mejor esperanza para la paz” etc., al unir a la humanidad en contra del peligro de destrucción por “criaturas” de otros planetas o provenientes del espacio exterior. Y vendría a completar la carencia que presenta el programa de investigación espacial. Se han propuesto experimentos para probar la credibilidad de una amenaza consistente en una invasión desde fuera de este mundo; es plausible que algunos de los incidentes de “platos voladores” más difíciles de explicar en los últimos años hayan sido algunos primeros experimentos de esta clase. (¿Alguien recuerda la “Guerra de los Mundos” de Orson Welles ?)


3.- Una contaminación ambiental masiva y global. Podría ocurrir, por ejemplo, que la fuerte contaminación del medio ambiente pudiera eventualmente reemplazar la posibilidad de destrucción masiva por armas nucleares como amenaza principal y más evidente para la supervivencia de nuestra especie. El envenenamiento del aire y de las principales fuentes de alimentos y de agua ya se encuentra bastante adelantado y a primera vista podría representar una solución a este problema; constituye una amenaza que sólo puede abordarse a través de una adecuada organización social y con poder político. Pero se estima que deberá pasar entre una generación y una generación y media antes de que la contaminación ambiental, por más severa que sea, se torne lo suficientemente amenazante a nivel global como para ofrecer una posible base de solución.


Es verdad que la tasa de contaminación podría incrementarse en forma selectiva para este propósito. Aunque parece altamente improbable que un programa gubernamental de efectos deliberadamente nocivos para el medio ambiente pudiera ser implementado de manera políticamente aceptable. (¿chemtrails?)

4.- Enemigos ficticios alternativos.

SUSTITUTOS SOCIOLOGICOS

Función de control.

1.- Programas generalmente derivados del modelo del Peace Corps (Agencia federal independiente de EEUU. Fundadda en 1961 por la Orden Ejecutiva 10924, con el fin de promover la paz mundial. Lo curioso es que los directores de estos cuerpos “independientes” fueron nombrados sucesivamente por: Kennedy, Johnson, Nixon, Ford, Carter, Reagan, G.H.W. Bush, Clinton, G.W. Bush).

2.- Una forma moderna y sofisticada de la esclavitud. “Otro posible sustituto para el control de enemigos potenciales de la sociedad lo conforma la reintroducción, de alguna manera consistente con la tecnología y los procesos políticos modernos, de la esclavitud. Hasta ahora, esto ha sido sugerido solamente en obras de ficción, particularmente en los trabajos de Wells, Huxley, Orwell y otros involucrados en la anticipación imaginativa de la sociología del futuro. Pero las fantasías proyectadas en Un Mundo Feliz y el 1984 han parecido cada vez menos inimaginables en los años que corrieron desde sus respectivas publicaciones”.

“Resulta totalmente posible que el desarrollo de una forma sofisticada de esclavitud se transforme en un requisito absoluto para lograr el control social en un mundo en paz”. (¿microchips?)

“La esclavitud en una forma conceptualmente eufemizada y tecnológicamente moderna podría representar una institución eficiente y flexible en este área”.
– La Inquisición. Goya –
Función motivacional.

1.- Contaminación ambiental intensificada.

2.- Nuevas religiones u otras mitologías.

3.- Juegos de sangre socialmente orientados. “De la misma manera en que lo hizo la Inquisición Española y los menos formales juicios de brujas de otros tiempos, con el propósito de lograr la “purificación social”, la “seguridad del estado” u otros objetivos que sean tanto aceptables como creíbles para las sociedades de la posguerra”.

“Existen amplios precedentes en el tratamiento que se le ha dado a los grupos étnicos desfavorecidos, supuestamente amenazantes, en ciertas sociedades durante determinados periodos históricos”.


Según la nota a este párrafo: “Como en la Alemania nazi; este tipo de represión étnica “ideológica” dirigida hacia metas sociales específicas, no debería confundirse con la explotación económica tradicional como la llevada a cabo contra los negros en los EE.UU, Sudáfrica, etc.”

“Vale la pena considerar cuidadosamente una institución que combine la función motivacional con la de control, basada sobre el antecedente de la represión étnica organizada”

4.- Una combinación de estas formas.

SUSTITUTOS ECOLOGICOS

Un programa integral de eugenesia aplicada. “La limitación de la guerra en esta función es enteramente eugénica. La guerra no ha sido genéticamente progresista”. Aunque se está produciendo una mejora cualitativa realmente importante.

“El control total de la concepción con una variante que involucre a la píldora anticonceptiva, a través de las fuentes de provisión de agua o de ciertos alimentos, luego contrarestado por medio de algún “antídoto” controlado – ya se encuentra bajo desarrollo.”

En la nota a este último párrafo se dice: “Por equipos experimentales de biólogos en Massachusetts, Michigan y California, como así también en Méjico, y la Unión Soviética. Aplicaciones experimentales preliminares estan previstas para llevarse a cabo en el sudeste asiático, en países aun no anunciados”.


SUSTITUTOS CULTURALES
No se propone ninguna institución sustitutiva.

SUSTITUTOS CIENTÍFICOS
Los requerimientos secundarios de programas de la investigación espacial, la asistencia social y/o la eugénica.

CONCLUSIONES

Una vez analizados y evaluados los potenciales sustitutos de la guerra, se llega a las conclusiones.

“Resulta evidente de lo antedicho que ningún programa o combinación de programas propuesto para la transición hacia la paz se ha acercado, ni siquiera remotamente, a los requerimientos funcionales de un mundo sin guerra.


Aunque un sistema proyectado para cumplir con las funciones económicas de la guerra parezca prometedor, no se puede expresar un optimismo similar en las áreas esenciales de la política y la sociología”.

“Cuando se nos pregunta cual sería la mejor manera de prepararnos para el advenimiento de la paz, debemos primero responder tan enfáticamente como sea posible, que no se puede responsablemente permitir que el sistema de guerra desaparezca hasta tanto:

(1) Sepamos exactamente qué es lo que planeamos colocar en su lugar y.

(2) Estemos seguros, más allá de cualquier duda razonable, de que estas instituciones sustitutivas servirán sus propósitos en términos de la supervivencia y estabilidad de la sociedad”.

“Algunos observadores consideran que el precio de la paz es simplemente demasiado elevado”.


“El sistema de guerra, a pesar de toda su repugnancia subjetiva para importantes sectores de la “opinión publica”, ha demostrado su efectividad desde el comienzo de la historia escrita; ha brindado las bases para el desarrollo de muchas civilizaciones durables e impresionantes, incluyendo aquella que hoy es dominante”.

“Un sistema viable de paz, presuponiendo que las grandes y complejas cuestiones de las instituciones sustitutivas planteadas en este informe resulten tener solución y que la misma sea hallada, aun así seguiría constituyendo un viaje hacia lo desconocido con el riesgo inevitable que se refiere a lo desconocido, independientemente de hasta qué punto esos factores desconocidos resulten controlables”.


“Cualquier condición de paz total genuina, se logre como se logre, sería desestabilizante hasta tanto se demuestre lo contrario”.

“Es posible que una o más naciones soberanas arriben, a través de un liderazgo ambiguo, a una posición en la cual una clase administrativa gobernante pierda el control de la opinión publica básica, o de su habilidad para racionalizar una guerra deseada. No resulta difícil imaginar, en tales circunstancias, una situación en la que tal gobierno podría verse obligado a iniciar un proceso serio de desarme a gran escala (quizás provocado por alguna explosión nuclear “accidental”) y que tales negociaciones puedan conducir a la real disolución de las instituciones militares. Como nuestro Informe indica claramente, esto sería catastrófico. Nos parece evidente que en caso de que una parte importante del planeta se viera inmersa, repentinamente y sin una alerta previa suficiente, en una condición de paz inadvertida, entonces una preparación parcial o inadecuada será mejor que ninguna. La diferencia podría ser crítica”.


“Una ultima conclusión entonces sería que será necesario para nuestro gobierno planificar con profundidad para dos contingencias generales. La primera que es la que se refiere a la posibilidades de una paz general viable; la segunda es la continuación exitosa del sistema de guerra. En nuestra opinión, una preparación cuidadosa para la posibilidad de la paz debería continuarse, no porque tomemos la postura de que el fin de la guerra sería necesariamente deseable, si es que resulta posible, sino porque puede que nos sea impuesta de alguna manera, estemos listos para ella o no”.

RECOMENDACIONES


El informe termina recomendando la creación bajo una orden ejecutiva del Presidente, de una Agencia de Investigaciones de Guerra y Paz permanente a la que asigna un nutrido listado de tareas, entre las que destacaré solamente una:

“La determinación de los niveles mínimos y óptimos de destrucción de vida, propiedad y recursos naturales como requisito para lograr la credibilidad de una amenaza externa, lo que resulta esencial para funciones políticas y motivacionales”.


“SI NON E VERO, E BENE TROVATO”
Iron Mountain- The Blue Print For Tyranny 1/14

Hay otros 13 capítulos de este vídeo que pueden ser localizados con facilidad en YouTube.

Global warming threat (pre)arranged 1961?

War Made Easy

(inglés – 1 h 10 min)



EPM #15 – INFORME IRON MOUNTAIN































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