Um exame de ultrassom feito na ex-primeira-dama Marisa Letícia na tarde desta segunda-feira detectou uma trombose venosa profunda (um coágulo sanguíneo) nos membros inferiores. Por causa disso, um filtro foi introduzido no local para evitar uma embolia (obstrução de vaso), segundo informações do último boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês nesta terça-feira. A esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está internada há uma semana na UTI, sendo mantida em coma induzido. Pacientes que passam muito tempo acamados costumam apresentar problemas de circulação sanguínea, como ocorreu com Marisa.
Apesar do incidente, o hospital informou que o quadro dela é estável e que ela tem tido “melhora progressiva dos parâmetros evolutivos neurológicos”. “Desde a admissão hospitalar até a presente data, a paciente permanece com controle neurointensivo, apresentando melhora progressiva dos parâmetros evolutivos neurológicos. A paciente permanece estável do ponto de vista cardiovascular, com níveis normais de pressão arterial sem necessidade de utilização de medicamentos para controle pressórico. Não há anormalidades na coagulação, função renal ou hepática da paciente”, afirma o boletim.
Segundo informações da equipe médica, Marisa deve ter a sedação suspensa ainda nesta terça-feira. Com isso, ela deve acordar em dois dias, quando os médicos saberão o seu real estado de saúde. Esse procedimento deve ser feito com cautela, pois a interrupção da sedação pode causar crises convulsivas ou uma dilatação dos vasos.
Nesta terça-feira, o Partido dos Trabalhadores fez um ato inter-religioso, que reuniu representantes de diversas religiões, pela recuperação de Marisa. No domingo, ela recebeu a visita do médium João de Deus, que também prestou auxílio a Lula quando ele enfrentou um câncer na laringe, em 2011.
Na última terça, Marisa começou a se sentir mal em seu apartamento, em São Bernardo do Campo (SP), devido a um pico de pressão. Segundo os médicos, um aneurisma (má-formação de um vaso sanguíneo) no cérebro se rompeu em decorrência do quadro hipertensivo, provocando um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Às pressas, foi levada por um dos filhos para o Hospital Assunção, em São Bernardo — no caminho, chegou a desmaiar no elevador. Dada a gravidade da situação, ela foi transferida para o Sírio-Libanês, onde passou por uma cirurgia de emergência para estancar o sangramento. Desde então, Marisa está na UTI, sob supervisão da equipe de médicos liderada pelo diretor da divisão de cardiologia do Sírio, Roberto Kalil Filho.