quinta-feira, 21 de julho de 2016

ABAIXO A ARTE FALOCÊNTRICA! VAMOS CASTRAR O PICASSO!

ABAIXO A ARTE FALOCÊNTRICA! VAMOS CASTRAR O PICASSO!

Obs.: A colunista FÁTIMA GRELLO se recusa a usar o plural no masculino para que todo o homem canalize sua energia feminina.
Segundo a colunista, mulheres são plurais e plurais são as mulheres.
Caras leitoras, caros leitores-dispensáveis, nesta minha primeira coluna proponho um exercício de limpeza histórica naquilo que se convencionou chamar de ARTE mas que é, tão somente, a expressão falocêntrica do macho branco ocidental cafajeste.
Por isso, proponho um esfacelamento do arquétipo ereto através das artes. Comecemos por uma terapia cognitiva de substituição e vamos evoluir para expressões mais contundentes, uma arte em cima da arte. Sigamos cinco passos.
A eles:
1 – Um bucetasSSo para acabar com Picasso
Picasso é o ícone do poder falocrático, a começar pelo nome. Por que se chamar “Picasso”e não, digamos, “Bucetasso”? Porque ele é um machista opressor chovinista reacionário machista e ditatorial, além de machista (já falei machista?). Uma alternativa de reação para nós, mulheres enquanto fêmeas, é um fortalecedor e longo exercício de pompoarismo diante da obra desse representante do falo destrutivo. Pare em frente da “Guernica”, por exemplo, contraia todos os músculos internos vaginais muitas e muitas vezes. É uma bela maneira de esmigalhar o Picasso dentro de nós. Nós, a cultura ocidental, bem entendido.
a-triste-historia-de-guernica-a-obra-prima-de-pablo-picasso.html
 2 – Bailarinas em pelo, ou melhor, com pelo!
Nada mais feminino do que a natureza em pelo. Monet, com sua visão pífia e falocrática da realidade, pintou mulheres como bailarinas desejadas e embaçadas. Essas pinturas precisam se restauradas para a imagem ficar mais nítida e os pelos, os belos pelos, aparecerem. Se não tiver pelo na obra original é só acrescentar.  O mundo precisa de mulheres peludas, mulheres-mongas em vez das dançarinas cálidas do francês. Ação para modificação, meninas!
bailarina-en-escena
3 – Subjugo do corpo feminino na arte romana

Fogo! A Nero o que é de Nero. Aos machistas de saia e sandálias, e sua arte misógina, que adoram expor o corpo feminino sem que ele queira ser exposto, sugiro uma grande fogueira, um espetáculo incandescente e cânticos catalisadores das forças femininas da mãe Lua, a mãe céu, a mãe estrela. E todas nuas, agora sim, porque a gente quer. Aaaaaaaah lululululululu!!! Aaaaaaaaah lulululululululululu!!!
Arte romana
 4 – O Renascimento e a mulher santa.
O Renascimento foi um movimento reacionário e conservador organizado por italianos chovinistas e comedores de polpeta!  Não, não, não! Por que toda mulher renascentista tem de ser retratada como santa? E se quisermos ser putas? Proponha a putalização do sacro: uma colagem de vibradores enormes cima das santinhas do pau oco! A dessacralização do sagrado e a feminização do sagrado feminino! A gente escolhe o que quer engolir, porra!
RAFAEL OBRAS RENASCENTISTA
 5 – A arte-moderna e o vértice peniano
Engana-se quem acredita que a arte moderna veio para libertar as amarras de uma história marcada pelo machismo desde o princípio, ainda nas expressões rupestres. O Cubismo, por exemplo, nada mais é do que um aglomerado pontiagudo que inunda as telas. Vamos destruir o Cubismo. O que o mundo precisa é de Bucetismo. 
Fátima Grello é feminista e só escreve nesse site machista e horroroso porque acredita que as instituições precisam ser subvertidas por dentro, bem por dentro. 
http://www.republicadosbananas.com.br

terça-feira, 19 de julho de 2016

MÉDICOS QUE DESCOBRIRAM SUBSTÂNCIA CANCEROSA NAS VACINAS MORREM MISTERIOSAMENTE NOS EUA


Um mistério está chamando a atenção dos adeptos de medicina natural nos Estados Unidos.

Nos últimos meses, cinco médicos com fortes inclinações para a medicina natural morreram misteriosamente ou foram mortos intencionalmente, e outros cinco desapareceram inexplicavelmente.

A maioria deles era da Flórida, EUA.

Os médicos de que estamos falando tinham uma coisa em comum: eles descobriram que a proteína nagalase estava presente em vacinas consideradas seguras para uso em seres humanos.

Nagalase é conhecida por impedir que seu corpo produza vitamina D.

A vitamina D é um nutriente muito importante para matar as células cancerosas naturalmente.

Nagalase é uma proteína.

Em crianças autistas esta proteína está presente em concentrações muito elevadas.

Não só isso: todo o tipo de célula cancerosa produz essa proteína.

Como se sente ao saber que isso está presente em vacinas que você já deve ter tomado?

Nagalase efetivamente desativa o sistema imunitário.

E também está associada ao diabetes tipo 2.

E o que esses médicos que foram mortos tinham a ver com essa perigosa substância presente nas vacinas?

Tudo!

É que os resultados de uma investigação científica desses médicos haviam produzido provas de que as vacinas que estão sendo injetadas são, na verdade, a causa do súbito aumento nas taxas de câncer e também do aumento das taxas de autismo.

E muito provavelmente isso, segundo esses médicos, deve-se à proteína nagalase.

medicos_americanos_-_vacina.png




Os médicos que foram mortos na Flórida tinham trabalhado juntos e estavam se preparando para ir a público para divulgar o resultado de suas pesquisas.

Mas foi então que foram "calados"...

O dr Ted Broer concedeu uma entrevista sobre os médicos mortos.

Ele concedeu essa entrevista ao programa de rádio Hagmann & Hagmann) explicando os motivos da morte.

O Dr Broer chegou a dizer, na entrevista, a seguinte frase: "Eu estou me suicidando falando essas informações".

Ele estava supernervoso ao dizer essas informações publicamente.

Assista ao vídeo no qual ele nos conta sobre suas descobertas.




É um vídeo de 19 minutos, porém a informação mais importante é dita nos primeiros dez minutos.

Se você sabe inglês, vale apena assistir e escutar com atenção o que o médico/cientista americano disse.

Se não sabe ingles, ative as legendas, pois mesmo com a precária tradução automática dá para absorver alguma informação.


Neste outro vídeo, um repórter entrevista a ativista americana de medicina natural Erin Elizabeth.



Infelizmente, o vídeo não está traduzido, mas você também pode ativar as legendas para ver a tradução automática.

Erin Elizabeth tenta explicar o que pode ter ocorrido com os médicos mortos misteriosamente.

by cura pela natureza

sábado, 16 de julho de 2016

A caravana da mentira

Isto É

Em micro comícios na Bahia e em Pernambuco, o ex-presidente Lula mente de forma descarada, ataca a gestão de Michel Temer e diz que planeja ser candidato em 2018. Antes, porém, terá que se livrar da Justiça



Mário Simas Filho


Antes de se eleger presidente pela primeira vez, em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva percorreu o País nas chamadas Caravanas da Cidadania. Na semana passada, Lula novamente colocou os pés na estrada. Bem no estilo populista, vestiu um chapéu de couro e percorreu cinco cidades da Bahia e de Pernambuco. O problema é que depois de 13 anos no poder e de protagonizar ao lado do PT o maior escândalo de corrupção já registrado em nossa história, a versão moderna das romarias de Lula nada mais é do que uma caravana de mentiras. 

Procurando impor um clima de comícios eleitorais em suas paragens, o ex-presidente desfiou um rosário de inverdades para defender a afilhada apeada do Planalto, Dilma Rousseff, chegou a admitir o que chamou de “pequenos erros administrativos” de sua sucessora, mas em nenhum momento fez menção aos desvios de dinheiro público que já levou para a cadeia alguns dos principais líderes de seu partido. E, para se fazer de vítima, insistiu na irresponsável tese do “nós contra eles”. Na tarde da quinta-feira 14, um dos principais líderes do PT no Rio Grande do Sul foi taxativo ao analisar o périplo de Lula: “Desse jeito ele só irá afastar ainda mais o PT de seu antigo eleitor”.
FORA DO TOM Num périplo pelo País, o ex-presidente agride o bom senso com suas falácias

As primeiras mentiras da caravana de Lula foram proferidas em Juazeiro (BA), na segunda-feira 11, e tiveram como alvo o presidente Michel Temer. “Temer quer privatizar porque não sabe governar”, afirmou Lula, tentando bater a velha tecla de que ele seria o único líder capaz de preservar o patrimônio nacional e os demais seriam entreguistas de nossas riquezas. Uma bobagem que pode até ter surtido algum efeito eleitoral no passado, mas que hoje certamente não encontra ressonância. 

O que o ex-presidente não disse é que nos últimos 13 anos, sob a nomenclatura de “concessões” ou “PPPs”, as gestões comandadas por ele e Dilma não cansaram de passar para o controle da iniciativa privada uma série de rodovias, portos, ferrovias, aeroportos etc. A maior parte das obras do PAC são privatizadas e em 2004 o próprio Lula fez força para aprovar uma lei que garante uma espécie de seguro para que o empresário seja ressarcido caso seu investimento nas “concessões” não tenha o retorno previsto. Na prática, Lula não só promoveu uma série de privatizações, como instituiu no País uma espécie de capitalismo sem risco. 

Sob seu comando, o lucro é privado, mas o prejuízo, se houver, é público. Ainda em Juazeiro, o ex-presidente afirmou: “Agora eles (governo Temer) estão tentando desmontar os programas sociais”. Outra bravata que não encontrou ressonância. Boa parte dos que ouviam Lula sabiam que em 29 de junho o presidente Michel Temer reajustou em 12,5% o valor do Bolsa Família, aumento superior aos 9% que Dilma havia anunciado em março.



Da Bahia, Lula seguiu para Pernambuco e levou na bagagem novas mentiras (leia quadro ao lado). É difícil afirmar qual delas é a mais descarada. Em Petrolina e no Recife, o ex-presidente afirmou que o impeachment de Dilma “só evoluiu por uma vingança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha” e que “as pedaladas fiscais foram uma invenção”. 

O ex-presidente não explicou a seus ouvintes que o processo de impeachment no Congresso foi acompanhado passo a passo e referendado pelo STF. Ele também não disse que as pedaladas fiscais foram reveladas e condenadas pelo Tribunal de Contas de União e também apontadas pelo Judiciário como crimes de responsabilidade. Mas, de todas as mentiras proferidas pelo ex-presidente na semana passada, há duas que chamam a atenção pelo cinismo contido nelas.

Na terça-feira 12 em Carpina (PE), disse: “estão me investigando há dois anos e duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10”. Na verdade, o juiz Sérgio Moro tem diversos indícios de que empresários tenham favorecido Lula com milhões de reais.
O dinheiro teria sido repassado como pagamento de palestras fictícias. Nesse sentido, há inclusive delações premiadas de ex-diretores da Andrade Gutierrez e a Odebrecht. 

Existem ainda as suspeitas de que Lula tenha ocultado patrimônio através do tríplex no Guarujá e do sítio em Atibaia. Em delação premiada, o empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS, afirmou que Lula solicitou e recebeu as melhorias nos imóveis em troca de tráfico de influência a favor da construtora no Exterior. Em seu último evento, no Recife, Lula disse que “só existe apuração de corrupção porque o PT permitiu e não interferiu na escolha do procurador-geral da República”. Mais uma bravata.

Na semana passada, o procurador geral, Rodrigo Janot, acusou Lula e Dilma de tentarem barrar as investigações da Lava Jato, não só tentando comprar o silêncio de testemunhas como nomeando para o Superior Tribunal de Justiça ministros que teriam a tarefa de tirar da cadeia os empresários que pudessem aderir às delações. Isso sem mencionar a tentativa do Planalto de fazer de Lula ministro apenas para lhe garantir foro privilegiado. Com tantas mentiras, Lula pode até se iludir. Mas para ser um candidato forte em 2018 precisará encontrar outro discurso, além de escapar da Justiça.

Os vendedores de vento




Carlos José Marques



Lula e Dilma, duas faces de uma mesma moeda que vale cada vez menos na escala da credibilidade política, partiram para o devaneio como arma de conquista. Nos últimos dias, mergulharam num festival de declarações histriônicas e sem vínculo com a realidade, bem ao estilo de quem pensa que pode ganhar qualquer disputa na base do grito. Lula passou a debochar da Operação Lava Jato, considerada um “carrapato” que incomoda, segundo sua classificação. “Isso incomoda como uma coceira. Já teve carrapato?”, ironizou ele. “Eu duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10”. As investigações já acharam vários que declararam e demonstraram demandas de auxílio ao ex-presidente. Mas as evidências não interessam a ele. Muito menos os testemunhos que o colocam cada vez mais no centro do petrolão. 

Lula almeja e busca com persistência embaralhar versões a seu favor. Arrota valentia. Apela a digressões. De uns tempos para cá seus movimentos traíram a couraça de destemido, deixando escapar sinais latentes de desespero. O líder do PT tenta a todo custo escapar do cerco de Curitiba. Desqualifica o trabalho do juiz responsável, Sergio Moro. Abarrota os escaninhos do Supremo com petições pedindo o deslocamento de seus processos para outra esfera legal. O medo da prisão iminente, dele e de seus familiares, o atormenta. Nos grotões do nordeste, para onde seguiu na semana passada à procura de incautos que se iludem com suas prosopopeias e caem em crendices – como a de que os escândalos de desvios não passaram de armações para destruir o PT -, Lula armou seu show. “Política é que nem uma boa cachaça, você começa e não quer parar… se eles não sabem governar sem privatizar, eu sei”, provocou.

 Em Juazeiro, na Bahia, Petrolina, Carpina e Caruaru, em Pernambuco, chapéu de couro na cabeça a criar identidade com os locais, desafiava como paladino da moralidade seus moinhos de vento: “se eles quiserem reduzir os direitos do povo brasileiro a pó, eu digo, não me provoquem!”. Lula alegou ficar “P.” da vida com seus detratores. Impropérios à parte, ele cantou vantagens a torto e à direita. Disse que derrotar o impeachment está mais fácil. Que o governo interino vai vender o patrimônio do País. Satanizou adversários. Repetiu a tática da propaganda enganosa. Ali valeu de tudo.

Foi o script seguido à risca e no mesmo tom pela pupila e presidente afastada, Dilma Rousseff. Quem recorda seus antológicos deslizes verborrágicos e promessas vazias, sabe que ela não tem o mesmo dom de convencimento do padrinho. Afinal, a confusão de ideias que já ocupou suas análises sobre vento estocado, mandioca, mulher sapiens ou provas nas nuvens, só não é maior que as lorotas que ela insiste em contar para se manter no poder. Agora diz que será possível governar sem o Congresso. 

Que irá passar emendas automaticamente, “sem precisar de projeto de lei”. Dilma afirma que “mulher não cede, não renuncia”. Que Temer quer interromper o “Minha Casa, Minha Vida”, o “Bolsa-Familia”, o Pronatec…, que o governo interino “é a cara do Eduardo Cunha” e que “quando voltar” muita coisa vai mudar. Quem hoje dá ouvidos ou crédito ao que ela alardeia? Dilma estabeleceu que a Câmara dos Deputados tinha de votar em alguém que fosse contra o impeachment. Outorgou ao seu ex-ministro, Marcelo Castro, a prerrogativa de concorrer com apoio da bancada petista. 

Experimentou nova e fragorosa derrota. Mas, mesmo assim, sem constrangimento, pregou que as pedaladas, por exemplo, são um problema menor. No mundo real, o Ministério Público, em mais um front de ataque à dupla do barulho, notificou Lula para que ele explicasse por que o Banco do Brasil guardava objetos valiosos de sua propriedade. Dilma, por sua vez, teve que amargar duras considerações do TCU e do MPF sobre seus crimes. Fatos que seguem, apesar das tonitruantes negações de seus responsáveis.

Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma (IstoÉ)


Reportagem de ISTOÉ flagra Paula Rousseff e Rafael Covolo, filha e genro da presidente afastada, 
utilizando veículos pagos pelo governo para cumprir compromissos pessoais



SÉRGIO PARDELLAS
15.07.16 

Como tantas outras Paulas filhas deste País, Paula levanta cedo da cama com o tilintar do despertador. Não raro, o marido, Rafael, já está de olhos abertos. Pela manhã, ela mantém uma rotina nada estranha à maioria das pessoas de classe média. Vai ao cabelereiro, faz compras para abastecer a despensa de casa, reserva uns minutos para o pilates e uma ida rápida à clínica de estética, e, eventualmente, dá uma passadinha no pet shop. Depois de almoçar, leva o filho à escola. À tarde, dirige-se ao trabalho, obrigação já cumprida pelo marido de manhã. Como tantas outras Paulas filhas deste País, Paula seria apenas mais uma brasileira se não carregasse em sua assinatura o sobrenome Rousseff.















Porto Alegre, 12 de julho. 13h40 – O genro de Dilma Rousseff, Rafael Covolo, busca o filho na escola com carro oficial. A placa é fria para evitar identificação. Outro veículo também bancado pelo governo o escolta.

Perante à lei, filhos de presidente da República são iguais a todos. Ombreiam-se aos demais cidadãos. Não deveriam merecer distinção ou receber tratamento especial, salvo em alguns casos de excepcionalidade. Mas a filha de Dilma, que hoje se encontra afastada, ou seja, nem o mandato de presidente exerce mais, não se constrange em cultivar uma mordomia ilegal. Diariamente, Paula Rousseff Araújo desfruta de uma regalia. A máquina do Estado a serve, bem como ao seu marido e filhos. As atividades narradas acima, como uma frugal ida ao cabelereiro, ao pilates e ao pet shop, são realizadas a bordo de um carro oficial blindado com motorista e segurança. Em geral, um Ford Fusion. Acompanha-os invariavelmente como escolta um Ford Edge blindado com dois servidores em seu interior, um deles um agente de segurança armado. O mesmo se aplica ao genro de Dilma, Rafael Covolo, e aos dois netos. No total, oito carros e dezesseis pessoas integram o aparato responsável pela condução e proteção da família da presidente afastada. Trata-se de um serviço VIP.


7 de julho. 9h – Dois veículos oficiais, um para transporte e outro para escolta , buscam os familiares de Dilma no condomínio onde moram

Quem banca essa estrutura é o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Ou seja, o contribuinte. Nas últimas semanas, reportagem de ISTOÉ flagrou os carros oficiais entrando e saindo do condomínio Vila de Leon, zona sul de Porto Alegre, onde moram os familiares de Dilma, para levá-los a compromissos do dia a dia. A rotina dos Rousseff segue um padrão. O 6 de julho dos descendentes da presidente afastada não foi muito diferente dos dias anteriores. Às 18h30, uma quarta-feira, o Fusion blindado escoltado pelo Ford Edge também à prova de balas trouxe a família de volta ao lar, depois de transportá-la para uma série de atividades pessoais. No dia seguinte, às 9h da manhã, os mesmos carros já estavam de prontidão na porta da casa da filha de Dilma para mais uma jornada por Porto Alegre. No dia 12/07 às 13h40, Rafael Covolo, marido de Paula, foi buscar um dos filhos na escola. Como de praxe, com o carro oficial. Um automóvel pago com dinheiro público os escoltou até o retorno para casa. O Fusion levava a placa IVF – 3267 (normalmente é esta ou a IVG – 1376) e o Edge IUF – 3085. Se consultados nos registros do DETRAN, os prefixos figurarão como “inexistentes”. Sim, são placas frias ou vinculadas, inerentes aos chamados carros oficiais de 
representação.

Nos locais freqüentados por Paula Rousseff, em geral, há um alvoroço quando ela desembarca com o carro oficial e os seguranças em volta. Embora a filha da presidente afastada tente manter a discrição, não há como não reconhecê-la. O aparato em torno dela desperta a atenção dos funcionários. O atendente da unidade do “Bicho Pet Store”, localizada no bairro Menino de Deus, zona sul de Porto Alegre, diz que Paula é uma cliente assídua. Costuma levar para procedimentos de banho e tosa um cachorro de pequeno porte, semelhante a um shitzu. “A filha da presidente sempre vem ao petshop acompanhada de um monte de seguranças”. O mesmo serviço de transporte vip bancado pelo governo, composto por carro oficial e escolta, a conduz até o “Studio Martim Gomes Pilates”, na Vila Assunção. “Dona Paula vem aqui com freqüência. É nossa cliente”, atesta um funcionário da clínica. A equipe do salão Oikos Hair, também no bairro da Vila Assunção, é mais comedida ao falar de Paula.

Questionada por ISTOÉ, uma secretária disse: “A Dilma já veio aqui também. Parou de vir faz tempo (…) Sobre a dona Paula …por razão de segurança não posso desmentir nem confirmar nada”.


6 de julho. 18h30 – Carros oficiais deixam os Rousseff em casa, um condomínio na zona sul de porto alegre

A mordomia de Paula Rousseff e Rafael Covolo, além de constituir inaceitável privilégio, é também uma benesse totalmente ilegal. A legislação é clara. Reza o artigo 3º do decreto 6.403 de março de 2008, baixado pelo ex-presidente Lula: os veículos oficiais de representação – como os que transportam a família de Dilma – são utilizados exclusivamente pelo presidente da República, pelo vice-presidente, pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e por ex-presidentes da República. A única exceção que permitira que filhos de presidente desfrutassem desse privilégio é se fossem usados os chamados carros oficiais de transporte institucional. Com um condicionante: “se razões de segurança o exigirem”. Não é o caso, definitivamente. Primeiro porque carro institucional não possui escolta armada nem placa vinculada ou fria, como os veículos que servem a família de Dilma. Ainda de acordo com instrução normativa do Contran, veículo institucional é identificado com a expressão “governo federal” na cor amarelo ouro e tarja azul marinho. Nenhum dos carros usados por Paula e Rafael Covolo exibe esta inscrição. Mesmo que eles utilizassem esse tipo de veículo, haveria uma outra barreira de cunho legal

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Edge (acima) escolta o Ford Fusion blindado

Os Rousseff só poderiam ser enquadrados nessa situação totalmente excepcional se: 1) Comprovassem a existência de riscos à sua integridade física e 2) Fossem familiares de presidentes em exercício. Quer dizer, hoje o deslocamento da filha, genro e netos de Dilma a bordo de veículos oficiais compõe um mosaico de irregularidades. Se a mamata já seria desnecessária e ilegal com a presidente Dilma no pleno exercício do cargo, em se tratando da chefe do Executivo federal afastada a regalia ofertada à Paula Rousseff, Rafael Covolo e filhos afronta sobejamente a legislação em vigor. Por ironia, o decreto que estabelece regras para a utilização dos carros de governo foi reeditado com pequenas alterações por Dilma em outubro do ano passado, com o objetivo, segundo ela, de “racionalizar o gasto público no uso de veículos oficiais”. A racionalização, claro, não alcançou sua família, como se nota.

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14 de julho. 11h30 – O Ford Fusion oficial aguarda um dos filhos de Paula Rousseff em frente à escola

Os serviços de transporte e segurança dos Rousseff em Porto Alegre estão a cargo de uma empresa terceirizada contratada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: a Prime Consultoria e Assessoria Empresarial, conforme documentos aos quais ISTOÉ teve acesso. Todo mês, a Prime encaminha ao Palácio do Planalto um relatório de abastecimento dos veículos. A última nota foi emitida no dia 1º de julho. Na prestação de contas estão listados os veículos, suas especificações, bem como as respectivas placas vinculadas, sem registro no DETRAN, e os motoristas responsáveis por atender aos familiares da presidente afastada na capital gaúcha. Em junho, por exemplo, foram gastos só com combustível R$ 13,8 mil. Os familiares de Dilma não precisariam de carros oficiais para o cumprimento de suas tarefas diárias. Paula Rousseff é procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Entrou no Ministério Público do Trabalho em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20. Para quê a mordomia com dinheiro público? Por que o genro de uma presidente afastada precisa usar carro oficial para a execução dos afazeres cotidianos?


TUDO EM CASA Dilma com a filha e o neto, durante evento no Planalto

Na política, se não forem estabelecidos limites, necessários à liturgia do cargo, a família tem grande potencial para gerar constrangimentos. Sobretudo porque eventuais privilégios desfrutados por filhos dizem mais sobre os pais do que os próprios herdeiros. No Brasil, um País de oportunidades desiguais, regalias a parentes de políticos chamam muita atenção e, em geral, são consideradas inaceitáveis e despertam indignação e sensação de injustiça na população. Quando a prática é ilegal, a situação se agrava. Por constituir vantagem ilícita a terceiros e atentar contra os princípios da administração pública, o episódio em questão pode até render um processo contra Dilma por improbidade.



Procurado por ISTOÉ, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência afirmou que “permanece realizando a segurança da Presidenta Dilma e de seus familiares, de acordo com o disposto no inciso VII do Art 6º da Lei Nr 10.683, de 28 de maio de 2003”. O problema é que o referido “amparo legal” não prevê o uso de carros oficiais para fazer o transporte da família da presidente afastada. Em tese, apenas a escolta para segurança seria permitida.

Diz o inciso VII do Art 6º da Lei Nr 10.683: ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República compete zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela segurança pessoal do Presidente da República, do Vice-Presidente da República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da Presidência da República e de outras autoridades ou personalidades, quando determinado pelo Presidente da República, bem como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do Presidente da República e do Vice-Presidente da República.

Três dias antes de deixar a Presidência, em 2010, Lula fez questão de assegurar aos seus filhos a dispensável regalia do passaporte diplomático. Revelada pela imprensa, a esperteza engoliu o dono. Em novembro de 2013, a Justiça determinou a apreensão dos passaportes e o recolhimento dos mesmos pelo Itamaraty. Depois do impeachment de Dilma, o tema voltou à baila com a apimentada discussão sobre eventuais mordomias a que a presidente teria direito afastada do cargo. Uma ação civil pública questionou o uso por Dilma de aviões da FAB. A Justiça até permitiu o deslocamento com os jatos da Força Aérea Brasileira, desde que custeados pela própria mandatária afastada. Recentemente, apoiadores do PT se cotizaram para bancar as viagens. Pela trilha da carruagem, hoje já abóbora, haja crowdfunding militante (a popular vaquinha) para sustentar os privilégios de petistas e congêneres que ainda insistem em se refestelar com as benesses do Estado.


“É ilegal, mas eles usam mesmo assim”

Na quinta-feira 14, ISTOÉ conseguiu fazer contato com um dos responsáveis pela frota de carros oficiais que serve a família da presidente Dilma Rousseff em Porto Alegre. Com medo de retaliação, ele pediu para não ser identificado



ISTOÉ – Quantos carros oficiais a família de Dilma tem à disposição?

São oito carros blindados de fábrica. Quatro para o transporte e mais quatro que fazem a escolta
armada. É um serviço VIP. No carro oficial e no veículo de escolta há um motorista e um segurança. No total, são quatro pessoas envolvidas para cada dupla de carros.


ISTOÉ – Desde quando a filha, o genro e os netos da presidente afastada contam com o serviço de transporte e segurança pago pelo governo?

Há pelo menos cinco anos. São carros de representação com placa vinculada ou placa fria para não serem identificados. Se você consultar no DETRAN, aparece como placa inexistente.

ISTOÉ – Além de se tratar de uma mordomia, a utilização de carros de representação por familiares de presidente da República é ilegal.

Sim. É ilegal. Mas eles usam mesmo assim. Eles até poderiam usar uma escolta. Não sou PMDB nem nada. Mas, por exemplo, a Marcela Temer (atual primeira-dama) usa a escolta para segurança. É normal. Mas sabemos que, quando morava sozinha em São Paulo, ela ia para compromissos pessoais com o carro dela. Não com carro oficial. Isso que a família de Dilma faz contraria a lei.

ISTOÉ –
Nossa reportagem apurou que a filha de Dilma leva o filho à escola, vai para o pilates, pet shop, clínica de estética e até ao cabelereiro com os veículos pagos pelo governo. O genro também usa os carros oficiais para atividades semelhantes. O sr. confirma essa informação?

Confirmo. Os carros oficiais os levam para atividades do dia a dia.


Colaborou Pedro Marcondes de Moura
*Com fotos de Lucas Uebel e Itamar Aguiar

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