sábado, 16 de julho de 2016

Mordomia: carros oficiais a serviço da família de Dilma (IstoÉ)


Reportagem de ISTOÉ flagra Paula Rousseff e Rafael Covolo, filha e genro da presidente afastada, 
utilizando veículos pagos pelo governo para cumprir compromissos pessoais



SÉRGIO PARDELLAS
15.07.16 

Como tantas outras Paulas filhas deste País, Paula levanta cedo da cama com o tilintar do despertador. Não raro, o marido, Rafael, já está de olhos abertos. Pela manhã, ela mantém uma rotina nada estranha à maioria das pessoas de classe média. Vai ao cabelereiro, faz compras para abastecer a despensa de casa, reserva uns minutos para o pilates e uma ida rápida à clínica de estética, e, eventualmente, dá uma passadinha no pet shop. Depois de almoçar, leva o filho à escola. À tarde, dirige-se ao trabalho, obrigação já cumprida pelo marido de manhã. Como tantas outras Paulas filhas deste País, Paula seria apenas mais uma brasileira se não carregasse em sua assinatura o sobrenome Rousseff.















Porto Alegre, 12 de julho. 13h40 – O genro de Dilma Rousseff, Rafael Covolo, busca o filho na escola com carro oficial. A placa é fria para evitar identificação. Outro veículo também bancado pelo governo o escolta.

Perante à lei, filhos de presidente da República são iguais a todos. Ombreiam-se aos demais cidadãos. Não deveriam merecer distinção ou receber tratamento especial, salvo em alguns casos de excepcionalidade. Mas a filha de Dilma, que hoje se encontra afastada, ou seja, nem o mandato de presidente exerce mais, não se constrange em cultivar uma mordomia ilegal. Diariamente, Paula Rousseff Araújo desfruta de uma regalia. A máquina do Estado a serve, bem como ao seu marido e filhos. As atividades narradas acima, como uma frugal ida ao cabelereiro, ao pilates e ao pet shop, são realizadas a bordo de um carro oficial blindado com motorista e segurança. Em geral, um Ford Fusion. Acompanha-os invariavelmente como escolta um Ford Edge blindado com dois servidores em seu interior, um deles um agente de segurança armado. O mesmo se aplica ao genro de Dilma, Rafael Covolo, e aos dois netos. No total, oito carros e dezesseis pessoas integram o aparato responsável pela condução e proteção da família da presidente afastada. Trata-se de um serviço VIP.


7 de julho. 9h – Dois veículos oficiais, um para transporte e outro para escolta , buscam os familiares de Dilma no condomínio onde moram

Quem banca essa estrutura é o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Ou seja, o contribuinte. Nas últimas semanas, reportagem de ISTOÉ flagrou os carros oficiais entrando e saindo do condomínio Vila de Leon, zona sul de Porto Alegre, onde moram os familiares de Dilma, para levá-los a compromissos do dia a dia. A rotina dos Rousseff segue um padrão. O 6 de julho dos descendentes da presidente afastada não foi muito diferente dos dias anteriores. Às 18h30, uma quarta-feira, o Fusion blindado escoltado pelo Ford Edge também à prova de balas trouxe a família de volta ao lar, depois de transportá-la para uma série de atividades pessoais. No dia seguinte, às 9h da manhã, os mesmos carros já estavam de prontidão na porta da casa da filha de Dilma para mais uma jornada por Porto Alegre. No dia 12/07 às 13h40, Rafael Covolo, marido de Paula, foi buscar um dos filhos na escola. Como de praxe, com o carro oficial. Um automóvel pago com dinheiro público os escoltou até o retorno para casa. O Fusion levava a placa IVF – 3267 (normalmente é esta ou a IVG – 1376) e o Edge IUF – 3085. Se consultados nos registros do DETRAN, os prefixos figurarão como “inexistentes”. Sim, são placas frias ou vinculadas, inerentes aos chamados carros oficiais de 
representação.

Nos locais freqüentados por Paula Rousseff, em geral, há um alvoroço quando ela desembarca com o carro oficial e os seguranças em volta. Embora a filha da presidente afastada tente manter a discrição, não há como não reconhecê-la. O aparato em torno dela desperta a atenção dos funcionários. O atendente da unidade do “Bicho Pet Store”, localizada no bairro Menino de Deus, zona sul de Porto Alegre, diz que Paula é uma cliente assídua. Costuma levar para procedimentos de banho e tosa um cachorro de pequeno porte, semelhante a um shitzu. “A filha da presidente sempre vem ao petshop acompanhada de um monte de seguranças”. O mesmo serviço de transporte vip bancado pelo governo, composto por carro oficial e escolta, a conduz até o “Studio Martim Gomes Pilates”, na Vila Assunção. “Dona Paula vem aqui com freqüência. É nossa cliente”, atesta um funcionário da clínica. A equipe do salão Oikos Hair, também no bairro da Vila Assunção, é mais comedida ao falar de Paula.

Questionada por ISTOÉ, uma secretária disse: “A Dilma já veio aqui também. Parou de vir faz tempo (…) Sobre a dona Paula …por razão de segurança não posso desmentir nem confirmar nada”.


6 de julho. 18h30 – Carros oficiais deixam os Rousseff em casa, um condomínio na zona sul de porto alegre

A mordomia de Paula Rousseff e Rafael Covolo, além de constituir inaceitável privilégio, é também uma benesse totalmente ilegal. A legislação é clara. Reza o artigo 3º do decreto 6.403 de março de 2008, baixado pelo ex-presidente Lula: os veículos oficiais de representação – como os que transportam a família de Dilma – são utilizados exclusivamente pelo presidente da República, pelo vice-presidente, pelos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e por ex-presidentes da República. A única exceção que permitira que filhos de presidente desfrutassem desse privilégio é se fossem usados os chamados carros oficiais de transporte institucional. Com um condicionante: “se razões de segurança o exigirem”. Não é o caso, definitivamente. Primeiro porque carro institucional não possui escolta armada nem placa vinculada ou fria, como os veículos que servem a família de Dilma. Ainda de acordo com instrução normativa do Contran, veículo institucional é identificado com a expressão “governo federal” na cor amarelo ouro e tarja azul marinho. Nenhum dos carros usados por Paula e Rafael Covolo exibe esta inscrição. Mesmo que eles utilizassem esse tipo de veículo, haveria uma outra barreira de cunho legal

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Edge (acima) escolta o Ford Fusion blindado

Os Rousseff só poderiam ser enquadrados nessa situação totalmente excepcional se: 1) Comprovassem a existência de riscos à sua integridade física e 2) Fossem familiares de presidentes em exercício. Quer dizer, hoje o deslocamento da filha, genro e netos de Dilma a bordo de veículos oficiais compõe um mosaico de irregularidades. Se a mamata já seria desnecessária e ilegal com a presidente Dilma no pleno exercício do cargo, em se tratando da chefe do Executivo federal afastada a regalia ofertada à Paula Rousseff, Rafael Covolo e filhos afronta sobejamente a legislação em vigor. Por ironia, o decreto que estabelece regras para a utilização dos carros de governo foi reeditado com pequenas alterações por Dilma em outubro do ano passado, com o objetivo, segundo ela, de “racionalizar o gasto público no uso de veículos oficiais”. A racionalização, claro, não alcançou sua família, como se nota.

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14 de julho. 11h30 – O Ford Fusion oficial aguarda um dos filhos de Paula Rousseff em frente à escola

Os serviços de transporte e segurança dos Rousseff em Porto Alegre estão a cargo de uma empresa terceirizada contratada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: a Prime Consultoria e Assessoria Empresarial, conforme documentos aos quais ISTOÉ teve acesso. Todo mês, a Prime encaminha ao Palácio do Planalto um relatório de abastecimento dos veículos. A última nota foi emitida no dia 1º de julho. Na prestação de contas estão listados os veículos, suas especificações, bem como as respectivas placas vinculadas, sem registro no DETRAN, e os motoristas responsáveis por atender aos familiares da presidente afastada na capital gaúcha. Em junho, por exemplo, foram gastos só com combustível R$ 13,8 mil. Os familiares de Dilma não precisariam de carros oficiais para o cumprimento de suas tarefas diárias. Paula Rousseff é procuradora do trabalho no Rio Grande do Sul. Entrou no Ministério Público do Trabalho em 2003 por meio de concurso público. Atualmente, recebe salário de R$ 25.260,20. Para quê a mordomia com dinheiro público? Por que o genro de uma presidente afastada precisa usar carro oficial para a execução dos afazeres cotidianos?


TUDO EM CASA Dilma com a filha e o neto, durante evento no Planalto

Na política, se não forem estabelecidos limites, necessários à liturgia do cargo, a família tem grande potencial para gerar constrangimentos. Sobretudo porque eventuais privilégios desfrutados por filhos dizem mais sobre os pais do que os próprios herdeiros. No Brasil, um País de oportunidades desiguais, regalias a parentes de políticos chamam muita atenção e, em geral, são consideradas inaceitáveis e despertam indignação e sensação de injustiça na população. Quando a prática é ilegal, a situação se agrava. Por constituir vantagem ilícita a terceiros e atentar contra os princípios da administração pública, o episódio em questão pode até render um processo contra Dilma por improbidade.



Procurado por ISTOÉ, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência afirmou que “permanece realizando a segurança da Presidenta Dilma e de seus familiares, de acordo com o disposto no inciso VII do Art 6º da Lei Nr 10.683, de 28 de maio de 2003”. O problema é que o referido “amparo legal” não prevê o uso de carros oficiais para fazer o transporte da família da presidente afastada. Em tese, apenas a escolta para segurança seria permitida.

Diz o inciso VII do Art 6º da Lei Nr 10.683: ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República compete zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela segurança pessoal do Presidente da República, do Vice-Presidente da República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essenciais da Presidência da República e de outras autoridades ou personalidades, quando determinado pelo Presidente da República, bem como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do Presidente da República e do Vice-Presidente da República.

Três dias antes de deixar a Presidência, em 2010, Lula fez questão de assegurar aos seus filhos a dispensável regalia do passaporte diplomático. Revelada pela imprensa, a esperteza engoliu o dono. Em novembro de 2013, a Justiça determinou a apreensão dos passaportes e o recolhimento dos mesmos pelo Itamaraty. Depois do impeachment de Dilma, o tema voltou à baila com a apimentada discussão sobre eventuais mordomias a que a presidente teria direito afastada do cargo. Uma ação civil pública questionou o uso por Dilma de aviões da FAB. A Justiça até permitiu o deslocamento com os jatos da Força Aérea Brasileira, desde que custeados pela própria mandatária afastada. Recentemente, apoiadores do PT se cotizaram para bancar as viagens. Pela trilha da carruagem, hoje já abóbora, haja crowdfunding militante (a popular vaquinha) para sustentar os privilégios de petistas e congêneres que ainda insistem em se refestelar com as benesses do Estado.


“É ilegal, mas eles usam mesmo assim”

Na quinta-feira 14, ISTOÉ conseguiu fazer contato com um dos responsáveis pela frota de carros oficiais que serve a família da presidente Dilma Rousseff em Porto Alegre. Com medo de retaliação, ele pediu para não ser identificado



ISTOÉ – Quantos carros oficiais a família de Dilma tem à disposição?

São oito carros blindados de fábrica. Quatro para o transporte e mais quatro que fazem a escolta
armada. É um serviço VIP. No carro oficial e no veículo de escolta há um motorista e um segurança. No total, são quatro pessoas envolvidas para cada dupla de carros.


ISTOÉ – Desde quando a filha, o genro e os netos da presidente afastada contam com o serviço de transporte e segurança pago pelo governo?

Há pelo menos cinco anos. São carros de representação com placa vinculada ou placa fria para não serem identificados. Se você consultar no DETRAN, aparece como placa inexistente.

ISTOÉ – Além de se tratar de uma mordomia, a utilização de carros de representação por familiares de presidente da República é ilegal.

Sim. É ilegal. Mas eles usam mesmo assim. Eles até poderiam usar uma escolta. Não sou PMDB nem nada. Mas, por exemplo, a Marcela Temer (atual primeira-dama) usa a escolta para segurança. É normal. Mas sabemos que, quando morava sozinha em São Paulo, ela ia para compromissos pessoais com o carro dela. Não com carro oficial. Isso que a família de Dilma faz contraria a lei.

ISTOÉ –
Nossa reportagem apurou que a filha de Dilma leva o filho à escola, vai para o pilates, pet shop, clínica de estética e até ao cabelereiro com os veículos pagos pelo governo. O genro também usa os carros oficiais para atividades semelhantes. O sr. confirma essa informação?

Confirmo. Os carros oficiais os levam para atividades do dia a dia.


Colaborou Pedro Marcondes de Moura
*Com fotos de Lucas Uebel e Itamar Aguiar

O ocaso de Lula: desprestígio, abandono e suspeitas

lula acbado

… Às 7h50 da última quarta-feira, um segurança do ex-presidente Lula chegou ao Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru, no agreste de Pernambuco. Diligente, comunicou que um Gulfstream G200, avião executivo de luxo e alta performance, estava a caminho da cidade. Minutos depois, dois representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o vice-prefeito Jorge Gomes (PSB) estacionaram seus carros no local. Estavam apreensivos, porque não havia militantes para oferecer uma recepção calorosa a Lula. “Eles vão chegar. Pode ficar tranquilo”, disse um dos líderes do MST ao segurança, tentando amenizar a tensão. Uma hora mais tarde, só oito pessoas aguardavam o ex-presidente. “Vamos partir para o plano B. Acho melhor receber o Lula no hotel. Manda o pessoal para lá”, ordenou o guarda-costas. Em seguida, ele trancou a porta de entrada do saguão do aeroporto, que é público, para evitar que alguém fotografasse o deserto que aguardava Lula, aquele que já foi um dos políticos mais populares do mundo. “O cara”, como disse o presidente americano Barack Obama, numa ocasião em que se encontraram.
Lula desembarcou às 9h13,  acompanhado do senador Humberto Costa (PT-PE). Driblou as poucas pessoas curiosas que o aguardavam e deixou o aeroporto pelos fundos. “Pensei que ele fosse ao menos pegar na minha mão e me cumprimentar”, reclamou Augusto Feitosa, funcionário do aeroporto. Os tempos são outros. A popularidade e o prestígio de Lula também. Caruaru é testemunha dessa transformação. Em 27 de agosto de 2010, o então presidente desembarcou no mesmo Oscar Laranjeira ao som de uma orquestra formada por estudantes de uma escola pública. O saguão estava lotado. Sorridente, Lula abraçou eleitores e posou para fotos ao lado de autoridades como Fernando Haddad, então ministro da Educação, hoje prefeito de São Paulo, e a então primeira-­dama do Estado de Pernambuco, Renata Campos. Em seu último ano de mandato, Lula beneficiava-se do crescimento econômico, que atingiu 7,5% em 2010. Nem o céu parecia lhe servir de limite. “Se a gente continuar mais dez anos do jeito que está, daqui a pouco chega a Caruaru e pensa que está em Paris, em Madri, de tão chique.”
Caruaru continua Caruaru. Figura entre as doze piores cidades para viver no Brasil. E Lula deixou de ser Lula. Lidera no quesito rejeição entre os nomes cotados para disputar a Presidência em 2018. Na quarta-feira passada, Lula discursou em Caruaru num auditório com capacidade para setenta pessoas. A plateia era formada por militantes do MST e da CUT, que preferiram tomar o café da manhã do hotel a esperar o petista no aeroporto. A programação previa uma coletiva de imprensa. Não ocorreu. Só Lula e áulicos falaram. Mas o ex-presidente mantém um fotógrafo e uma equipe de documentaristas, sempre a postos para captar as melhores cenas. Enquanto estava no hotel, um militante rompeu o cerco de seguranças e tirou uma foto com Lula, mas a equipe do ex-presidente o obrigou a apagá-la. A imagem mostrava uma garrafa de uísque ao fundo. Não pegaria bem nas redes sociais, foi a justificativa apresentada.
Depois do evento, Lula saiu pela garagem, num carro com os vidros fechados, e percorreu um trajeto de apenas 400 metros até o trio elétrico que o esperava para um novo discurso. “Ele parece estar meio distante do povo, com um olhar desconfiado”, observou a funcionária pública Conceissão Pessoa. Em cima do trio elétrico Pantera Fashion, Lula discursou para 2.000 pessoas. Cinco ônibus, com capacidade para cinquenta passageiros, foram fretados por 1.000 reais cada um, pagos em dinheiro vivo, para postar a claque diante da estrela petista. A programação da semana passada, por exemplo, previa uma passagem pela cidade do Crato, no Ceará, onde ele receberia o título de doutor honoris causa da Universidade Regional do Cariri. A segurança fora informada de que estava sendo organizado um protesto de alunos contra a concessão da honraria. A visita foi cancelada. Em Caruaru, Lula foi ainda a um assentamento agrário do MST. Uma banda de pífanos, também contratada por cerca de 1.000 reais, animou a festa. À mesa, famílias convidadas puderam se servir de macaxeira, jerimum, cuscuz, carne guisada e suco de acerola. Lula bebia cachaça e água. Estendia o braço direito para o alto, com o punho cerrado, e discursava contra o “golpe” que derrubou Dilma.
No fim da tarde, às 17 horas, o ex-presidente partiu para o Recife no avião de prefixo PR-WTR, o mesmo que as empreiteiras Odebrecht e OAS usavam para transportá-lo ao exterior. À noite, na capital pernambucana, num evento em praça pública, Lula criticou o presidente interino Michel Temer e o juiz Sergio Moro, que em breve julgará um pedido de prisão contra ele. Falou à plateia e também à equipe que produz um documentário sobre o “golpe”. Com a chuva, os militantes começaram a se dispersar, e Lula teve de encerrar o espetáculo.
Conteúdo Veja

CARTA ABERTA AOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (2012)


EXMOS. SRS. MINISTROS DO STF


SAUDAÇÕES AMIGAS.

S
ou um cidadão simples que vive a pensar, neste querido País, tão
maltratado por seus dirigentes, que não compreendem a grandeza da Pátria.
Não posso entrar no mérito do julgamento do processo 470 por não ser
advogado; mas, fico, como cidadão, a pensar como podemos nos perder em
filigranas verbais.

Dois dicionários definem QUADRILHA: AURÉLIO: Bando de ladrões, assaltantes
ou malfeitores. Escreve HOUAISS: bando de malfeitores; súcia, corja. Os
dois não fazem diferença. O que fizeram esta corja de safados do processo
470? Roubaram dinheiro público. Isto é crime hediondo. Tem criança morrendo
de fome, hospital sem funcionar, professor ganhando pouco e esta súcia de
bandidos roubando nosso dinheiro.

Se é quadrilha, associação, ajuntamento e etc. não nos parece que seja
importante chamar de ASSOCIAÇÃO OU QUADRILHA. O principal é uma reunião de
cabra safado, que, no nordeste, nos velhos tempos, mereciam uma boa surra
de rabo de arraia.

O voto do relator diz que é uma quadrilha. O voto do revisor diz que não é
quadrilha. O primeiro condena todos e o segundo absolve todos. No livro O
CONCÍLIO VATICANO II afirma: “é possível duas teologias serem verdadeiras,
embora, se oponham, contradizendo-se nas suas teses fundamentais?” Duas
VERDADES VERDADEIRAS OU DOIS DEUSES “UNO”.

Receberam dinheiro, reuniram-se, conversaram, passaram cheques falsos,
mentiram, dinheiro para o exterior que foi e voltou, falsificaram
documentos para o BANCO CENTRAL e por aí foram. BANDIDOS em ASSOCIAÇÃO,
QUADRILHA não interessa. LADRÕES PÚBLICOS.

Falaram em 30, 50, 70, mais de 100 e chegaram até 350 milhões DE REAIS e a
QUADRILHA DOS SEM CARÁTER VÃO DEVOLVER o dinheiro? SÓ QUEREMOS VER. NEM o BRASIL TODO REZANDO A QUADRILHA DEVOLVE NADA.

Pergunto “SÃO SANTOS OU CRIMINOSOS? FIZERAM QUADRILHA OU SE REUNIRAM PARA PRÁTICA DO BEM? SÃO MAIS OU MENOS DE 4, SENDO MAIS DE 30? São ladrões e o
nosso AURÉLIO define: Aquele que furta ou rouba; gatuno, ladro, larápio, rato, amigo do alheio. ladravaz, ladravão, ladroaço, ladronaço E Homem semconsciência; biltre.

Não sou juiz, sou um cidadão brasileiro e não admito que roubem o meu dinheiro nem dos meus ministros do STF. São canalhas da mais baixa qualidade moral. Sem CARÁTER.

O ministro relator tem razão. Para cabra safado formadores de quadrilha só cadeia e muita.

COMETERAM CRIME HEDIONDO!

GRUPO GUARARAPES
(2.404 cidadãos que combatem quadrinha e brasileiros sem caráter)
CIDADÃO FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO
IDT:100006240-4 M.EX
CPF:000.011.393 -04
Coordenador do GRUPO

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Tenso: site dos EUA mostra o que o 'Rio quer esconder nas Olimpíadas'


POR EQUIPE MEGACURIOSO
EM POLÊMICA

11 JUL 2016 — 17H12 


Não pense que a celebração dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro é um tema que gera polêmica apenas no Brasil. Diversos países já manifestaram sua preocupação com respeito à escolha da Cidade Maravilhosa como sede das competições, e o vídeo que você poderá ver logo mais, criado pelo portal norte-americano Vox, é um reflexo do receio internacional.

Mais precisamente, o site conversou com cariocas comuns, pessoas que trabalham com ou que pertencem às comunidades mais pobres do Rio e com membros da imprensa internacional que estão fazendo a cobertura dos preparativos do evento, e divulgou um filminho listando uma porção de problemas sérios que as autoridades brasileiras estão enfrentando — e que elas não querem que os visitantes estrangeiros vejam. Assista a seguir:



Desembarcando na Cidade Maravilhosa
O vídeo começa explicando o que os turistas veem ao deixar o aeroporto internacional e se dirigir para a zona sul da cidade, onde se encontram as praias mais icônicas: um enorme muro que esconde o Complexo da Maré, onde existe o agrupamento de diversas favelas que se espalha por vários quilômetros.


Muro que "protege" o Complexo da Maré do ruído gerado pelo tráfego nas imediações do aeroporto internacional do Rio

O pessoal do site entrevistou moradores da Maré, que contaram que as autoridades explicaram que a instalação do muro tinha como objetivo funcionar de barreira acústica para os residentes locais. Entretanto, a verdade é óbvia. A estrutura serve para esconder dos visitantes internacionais a realidade carioca.

Segundo o vídeo, os moradores do Complexo da Maré não têm acesso a sistemas de esgoto, não têm direito à habitação, e muitos não têm nem o que por em suas mesas. Contudo, ironicamente, as autoridades estão preocupadas em proteger seus ouvidos do ruído produzido pelo aumento do tráfego na região por conta da celebração das Olimpíadas.

Campus Maré, visto através do muro de proteção

O filme ainda explica que, em determinado trecho do trajeto, o muro se torna transparente — para mostrar uma escola novinha em folha que foi construída para os jovens da Maré. Esse é apenas um exemplo do que quase sempre acontece quando o Rio de Janeiro é escolhido para sediar algum evento internacional. A cidade se mobiliza para criar a infraestrutura necessária para transmitir a imagem de que ela é maravilhosa e está preparada para receber turistas.
Exemplos

O pessoal do Vox citou como exemplos o que aconteceu quando o Rio de Janeiro sediou os Jogos Pan-Americanos em 2007, a Rio+20 em 2012 e a final da Copa do Mundo de 2014, dizendo que o problema é que uma porção de coisas feitas para esses eventos acabam ficando aí e nem sempre a população tira qualquer proveito das obras — que foram criadas com uma imensa quantidade de dinheiro público que podia ter sido investido no povo.

Obras associadas com as Olimpíadas

O problema é que a mesma história está se repetindo com os Jogos Olímpicos, mas provavelmente em uma escala ainda maior. Uma das cariocas que conversaram com o pessoal do site — e que é usuária do sistema de transporte público do Rio — contou que percebeu grandes mudanças nas rotas dos ônibus.

Protestos

Ela apontou 11 linhas que ligavam a zona norte (pobre) à sul (turística) e que simplesmente desapareceram em preparação às Olimpíadas, dificultando o acesso de quem vive em locais mais humildes às áreas mais turísticas. Segundo essa mesma carioca, a intenção de “limpar” a região de pessoas indesejáveis — pobres, negros etc. — sempre existiu, mas agora existe uma razão para que isso seja feito, assim como um prazo. E a coisa fica ainda pior.

Arena Rio na Barra da Tijuca

De acordo com o vídeo, a Arena Olímpica do Rio foi construída na Barra da Tijuca que, como todo mundo sabe, é uma das áreas mais nobres da cidade. Pois, essa mesma região se tornou foco de um massivo investimento imobiliário, e existem planos de transformar esse bairro em um novo Rio, voltado para a população mais rica e “de bom gosto” — e livre das comunidades mais pobres.
Discriminação

Acontece que, assim como ocorre em muitos outros locais do Rio de Janeiro, a Barra também se tornou alvo da ocupação irregular e, ao longo das décadas, inúmeras comunidades foram se estabelecendo na região, das quais muitas inclusive chegaram a ser reconhecidas legalmente. Contudo, por conta dos planos de revitalizar a região, os moradores receberam ordens de despejo — e foram informados de que seriam relocados em complexos habitacionais.

Confrontos com a população

Muitos cariocas saíram de suas casas nos arredores da Barra, mas outros tantos decidiram ficar e lutar por seu direito de permanecer por lá. Uma das comunidades que resolveu bater o pé e ficar foi a Vila Autódromo — que não se encontra na área da Arena Rio propriamente dita, mas está em plena vista dos visitantes.

Casas destruídas pelas autoridades cariocas

Das 600 famílias que compunham a comunidade, cerca de 20 decidiram ficar para lutar por seus lares e, apesar da resistência, viram quase tudo o que haviam construído ao longo dos anos ser derrubado pelas autoridades. Segundo o vídeo, os fortes confrontos e a pressão da imprensa acabaram levando o prefeito do Rio a ceder — e ele garantiu que os moradores poderiam ficar, contanto que eles se mudassem para casas melhores, financiadas pelo governo.

Desocupação em função da revitalização urbana

E a explicação? Conforme apontou Orlando Santos Jr., professor de planejamento urbano da Universidade Federal do Rio de Janeiro que falou com o pessoal do Vox, o que impede a Vila Autódromo de permanecer em uma área adjacente ao Parque Olímpico? Não existe nenhuma razão urbanística que justifique a remoção das pessoas dali. A razão está nos interesses econômicos relacionados à valorização imobiliária da área.
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De acordo com o vídeo, segundo fontes governamentais, desde 2009, mais de 77 mil foram relocadas no Rio de Janeiro, e tudo para “abrir” espaço para a instalação da infraestrutura relacionada com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. É claro que essas obras todas também trouxeram muitos benefícios para a população carioca — na forma de novas linhas de ônibus, da revitalização da cidade de um modo geral e da criação de novos museus e parques.

Um dos moradores despejados durante as obras de revitalização

Contudo, essas mesmas obras custaram bilhões de reais que poderiam ter sido investidos em quem mais precisa — e não para esconder os mais humildes da vista dos visitantes e nem para beneficiar aqueles que já têm dinheiro de sobra. E você, caro leitor, concorda com o que foi revelado pelo vídeo divulgado pelo Vox? Qual é a sua opinião sobre o Rio de Janeiro ser sede dos Jogos Olímpicos? Não deixe de contar para a gente nos comentários.

“O xadrez é um jogo para a vida”


Jogador e professor, Daniel Brandão mostra que o xadrez oferece muito mais que pontos e troféus

Por Liziane Nathália Vicenzi


Tabuleiro da Vida – Nem mesmo a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu seria capaz de explicar todos os passos para vencer uma partida de xadrez. Porém, pode ilustrar o quanto as artes marciais se aproximam do xadrez, e o quanto algumas determinações se encaixam na vida de algumas pessoas. Entre os preceitos, a disciplina e a interpretação de que as coisas são mais do que parecem ser, que transcendem o físico, o estático, para um universo artístico e infinito. Pessoas que veem o xadrez não somente como um jogo, mas como uma possibilidade de evolução pessoal.

Para iniciar esta guerra, não no sentido de luta, mas de aprendizado e descobertas, apresentamos Daniel Brandão Mariani, de 25 anos. Personagem de uma história em que o xadrez é o protagonista. Daniel começou a jogar xadrez na escola, observando a irmã dele jogar com as amigas. Nesta época tinha oito anos, e começou a jogar mesmo com apenas 15. A primeira experiência de Daniel foi em Matinhos – PR. Depois de jogar algumas partidas e perder “fácil”, decidiu que iria treinar, de forma engajada. Depois de três meses descobriu que existiam livros, torneios e softwares e que podia se dedicar muito mais ao esporte. “A verdade é que inicialmente eu só queria vencer. Depois passou a ter um caráter mais artístico. Comecei a querer entender o xadrez mais profundamente, independente de resultados”, explica.


Como na vida, encontros e desencontros são inevitáveis, Daniel estava prestes a conhecer outras coisas que o xadrez pode proporcionar –  como pessoas marcantes para toda a vida. Em um torneio de Joguinhos Abertos (competição estadual de até 19 anos), Daniel conheceu Amanda Paul Dull, (20).  Logo começaram a namorar, e depois decidiram morar juntos. Para Daniel, o xadrez foi o protagonista que os uniu. “Temos várias outras coisas em comum e outras atividades também, mas posso dizer que o xadrez esteve desde o começo no plano de fundo da nossa relação que acabou produzindo mais um possível enxadrista.” O possível enxadrista da declaração de Daniel é Kim Paul Mariani. O filho do
casal, de apenas três meses.

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.Daniel e o filho Kim Paul Mariani, nos Jogos Abertos de Santa Catarina – Jasc, (Novembro, 2014). Foto: Arquivo Pessoal

Conforme Daniel, a sua rotina hoje é totalmente focada nos tabuleiros: além de fazer parte da equipe de xadrez de Florianópolis (coordenada por Marcelo Pomar), ajuda o Clube de Florianópolis, e escreve para o blog Xadrez do Brasil – uma cobertura e crítica do xadrez brasileiro. Em parceria com o jogador e professor César Umetsubo e Marcelo Pomar desenvolve conteúdo e conduz as operações do Programa de Ensino Enxadrístico (Pense), uma cooperativa de professores que articula ensino-aprendizagem com material e método próprios.

Daniel considera ensinar mais difícil do que jogar.  Para ele, é necessária bastante sabedoria para lidar com as peculiaridades de cada aluno, pedagogia para que a troca com o aluno seja prazerosa e um conhecimento profundo do xadrez, que transcende a simples habilidade para vencer partidas.

Dificuldades batem à porta

Em relação a pensar em desistir do xadrez, Daniel destacou que já pensou nisso várias vezes. Para ele, ao longo de quase nove anos, alguns fracassos já o fizeram considerar parar tudo. Porém, a solução, segundo ele, é ter como foco ir além do ganhar ou perder. “Procuro buscar algum tipo de satisfação artística, como a criação e a superação. São os momentos de profunda concentração, a satisfação por resolver problemas e encontrar respostas, o prazer ao perceber uma maneira nova de ensinar uma velha técnica, que me motivam a continuar independente dos resultados sobre o tabuleiro”, destaca.

No sentindo financeiro, Daniel frisou que é possível viver de xadrez, porém com uma entrega intensa à atividade e desde que ensinando também, não apenas jogando. “Hoje não posso prescindir da bolsa municipal nem deixar de dar aulas particulares ou arbitrar, por exemplo, para apenas jogar. Creio que nem os Grandes Mestres podem ter esse luxo, o que ilustra um pouco da condição do enxadrista no Brasil”, reforça Daniel.

O xadrez vai além de um quadriculado preto e branco
Sobre as pessoas e os aprendizados mais marcantes nestes anos,  Daniel encara como uma “pergunta difícil”. Ele reforça a amizade com a Amanda, Pomar e Umetsubo. “Creio que essas foram às pessoas mais presentes e influentes na minha vida enxadrística, mas o xadrez também me presenteou com outras pessoas muito queridas. Os aprendizados não caberiam aqui, mas posso mencionar um dos principais, do qual vertem todos os outros ‘não há vitória sem luta’”, destaca.

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Daniel, e a namorada, também enxadrista, Amanda Paul Dull. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ainda cabe tempo para explicar que o xadrez transcende o jogo e é encarado como uma verdadeira arte para Daniel. “Parece-me que o xadrez é, em essência, uma luta onde duas vontades opostas se confrontam e apenas uma pode vencer. Consciente disso ou não, o enxadrista tem que desenvolver habilidades e virtudes necessárias para se tornar mais apto a vencer. A própria evolução constitui uma luta também e resulta no grande benefício do xadrez, que é se tornar uma pessoa mais forte para enfrentar desafios e mais apta a tomar decisões”.
E o futuro?
Daniel estuda Economia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e no momento não pôde continuar o curso, em função do nascimento de Kim. Ele destaca que pretende continuar a graduação, mas que atualmente a atividade principal é o xadrez e os planos implicam num envolvimento cada vez mais vigoroso com a atividade.
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Daniel disputa simultânea de xadrez (jogar ao mesmo tempo com vários adversários) em momento de descontração no Campeonato Mundial de Xadrez Escolar, em Juiz de Fora- MG


No quesito sonho como jogador, para Daniel o objetivos é ficar mais forte, contribuir para enriquecer o ambiente do xadrez, transmitir a magia do jogo, e ajudar outros competidores na busca por seus objetivos. “Acima de tudo, formar cidadãos capazes de pensar criticamente”, salienta. Em relação ao filho seguir este caminho, Daniel ressalta que “pode ser que ele queira tocar piano, estudar física ou dançar balé”. O professor e jogador explica que a expectativa é que o filho de dedique profundamente e se sinta pleno, independente da atividade que escolher, mesmo que não seja o xadrez.
Em relação aos jogadores que tomaram contato recentemente com o jogo, Daniel define que a vitória vem depois de um longo processo de erros e acertos. “O xadrez é um jogo para a vida. Não existem fórmulas mágicas, atalhos e raramente os resultados surgem em poucos meses. Há um mundo de conhecimento para adquirir, muitas habilidades para se treinar dia após dia e virtudes que só surgem depois de anos de experiências, muitas vezes dolorosas. O que posso dizer, com toda a honestidade, é que o xadrez oferece muito mais que pontos e troféus”, reforça Daniel.
Para finalizar, perguntei ao Brandão, se o xadrez sempre vale a pena. Nesta hora, lembrei que o jornalismo pede imparcialidade. Exige que o repórter não manifeste sua opinião, porém, jornalistas também têm sentimentos e opiniões. Então, se eu puder te dar um conselho, siga esta frase, e jogue ao menos uma partida na vida. “Sem dúvida. Triste é pensar quantas vidas serão vividas sem jamais desfrutar do prazer de uma boa partida”, responde Daniel Brandão.

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