sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Um artista criou ilustrações deslumbrantes sobre a sociedade moderna

                  “A sociedade é um lugar estranho atualmente”.

domingo, 16 de agosto de 2015

A esquerda ‘intelectual’ brasileira: a diferença entre o que dizem e o que fazem – Parte 2: “Crime sem castigo”

Por Alexandre Karamazov   em 12 de agosto de 2015

Na década de 50, um nobre autor, de nome Ludwig Von Mises, escreveu um singelo livro chamado “A mentalidade anticapitalista”, onde, de forma muito simples e direta, explica a alma de pessoas como as citadas no texto anterior, chamadas, hoje em dia, de ‘esquerda caviar’ (excelente apelido).
Confira o trecho abaixo, retirado deste livro:
“O dogma fundamental dessa crença (o autor fala sobre o socialismo)proclama que a pobreza é resultado de instituições sociais injustas.  O pecado original que privou a humanidade de uma vida feliz nos jardins do paraíso foi o estabelecimento da propriedade privada e da empresa.  O capitalismo atende apenas aos interesses egoístas dos ferozes exploradores.  Condena as massas de homens íntegros ao empobrecimento e degradação progressivos.  O que é necessário para tornar prósperas todas as pessoas é a submissão dos exploradores gananciosos ao grande deus chamado estado.  O motivo “lucro” deve ser substituído pelo motivo “serviço”.  Felizmente, dizem eles, nem as intrigas nem a brutalidade provenientes dos infernais “monarquistas da economia” conseguem dominar o movimento reformista.  A chegada da era do planejamento central é inevitável.  Haverá então fartura e abundância para todos.  Quem está ansioso para acelerar essa grande transformação se autodenomina de progressista, exatamente porque finge que está trabalhando para a realização daquilo que é desejável e, ao mesmo tempo, que está de acordo com as leis inexoráveis da evolução histórica.  Chamam de reacionários todos os que se dedicam ao vão esforço de deter o que eles chamam de progresso. 
Do ponto de vista desses dogmas, os progressistas defendem certas políticas que, a seu ver, podem de imediato aliviar o fardo das massas sofredoras.  Recomendam, por exemplo, a expansão do crédito e o aumento do volume de moeda em circulação, o piso do salário mínimo a ser determinado e imposto seja pelo governo, seja pela pressão e coerção do sindicato, o controle de preços das mercadorias e dos aluguéis, bem como outras medidas intervencionistas.  Mas os economistas têm demonstrado que todas essas panaceias não levam aos resultados que seus defensores desejam alcançar.  Seu efeito é, do exato ponto de vista dos que os recomendam e concorrem para sua execução, ainda mais insatisfatório do que o precedente estado de coisas que eles se propunham a alterar.  A expansão do crédito provoca a recorrência de crises econômicas e de períodos de recessão.  A inflação faz com que subam os preços de todas as mercadorias e serviços.  As tentativas de impor aumentos de salário superiores aos que seriam determinados pela liberdade de mercado provocam o desemprego em massa que se estende ano após ano.  Tabelamento de preços tem como efeito a queda no fornecimento dos produtos tabelados.  Os economistas têm provado essas teses de modo irrefutável, nenhum pseudo-economista “progressista” jamais tentou negá-las.  O ataque essencial que os progressistas fazem ao capitalismo é que a recorrência de crises e recessões, bem como do desemprego em massa, são características inerentes a esse sistema.  Demonstrar que esses fenômenos são, pelo contrário, resultantes das tentativas intervencionistas no sentido de regular o capitalismo e de melhorar as condições do homem comum é dar à ideologia progressista o golpe final.  Como os progressistas não estão em situação de opor nenhuma objeção consistente à argumentação dos economistas, tentam manter estes afastados das pessoas e especialmente dos intelectuais e dos universitários.  Qualquer menção a essas heresias é estritamente proibida.  Seus autores são insultados, e os universitários são desencorajados a ler suas “loucas bobagens”. 
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Este trecho de 60 anos atrás poderia estar impresso nos grandes jornais brasileiros e, ainda assim, seria atual e o mais triste: totalmente necessário. Pense na nossa realidade e em como todos os críticos do capitalismo, inclusive Marx, que foi viver na opressora e imperialista Londres com todas benesses e liberdades inglesas, se dão bem com o capitalismo, mas querem que os pobres jamais tenham acesso a ele. Tudo aos pobres, exceto o capitalismo! Gritam os esquerdistas festivos tupiniquins.
Gregório Duvivier volta e meia fala de seu psicanalista em textos no Facebook, o que me permite recomendar aos dois, paciente e doutor, esta seguinte análise muito simples, usando o próprio paciente Gregório como exemplo:
Imaginem um sujeito desejar ser ator, trabalhando com uma atividade que seria proibida em qualquer regime totalitário de esquerda, por ser considerada ‘burguesa’ e ‘dispensável’, e poder realizar este sonho. O sujeito realiza o sonho e tem talento pra atuar, principalmente na comédia, fazendo outros rirem, tornando a realidade de várias pessoas em algo mais alegre e leve, ainda que por poucas horas. Tal sujeito decide começar a opinar fortemente sobre suas visões políticas e ideológicas, certo de que possui plena capacidade de interpretação e crítica sobre temas tão complexos como política, economia, etc. e, vendo uma reação contrária a suas opiniões, decide tripudiar de todos que pensam diferente dele, taxando-os de ‘fascistas’, ‘burgueses’ e similares, sem responder com 0,1% de argumentação lógica. Este é Gregório. Gregório é o cara que pode – felizmente – se sustentar pela arte, arte que, em tese, deveria ser sinônimo de liberdade e individualidade, mas que no Brasil é sinônimo, em sua maioria, de Lei Rouanet e dinheiro dos pagadores de impostos. Ele, enquanto artista, ganhou destaque nacional através do canal Porta dos Fundos, via Youtube. O Youtube, americano, só existe hoje graças ao capitalismo e ao livre mercado, à concorrência e à liberdade e competitividade americana na economia. Logo, o Porta dos Fundos só existe indiretamente por causa do sistema econômico adotado pela América. Gregório, haja terapia, só é quem é graças aos Estados Unidos da América. Todos os dividendos ganhos pelo canal Porta dos Fundos, via pagamento do Youtube e propagandas diversas, só são possíveis porque algum capitalista, em determinado momento da história, tornou isto possível. Gregório sabe que foi chamado para um trabalho no Banco do Brasil por suas ideias políticas atuais serem, ainda que em parte, similares a do governo de Dilma, “mais à esquerda” do que um suposto governo do “cheirador Aécio”, segundo o próprio. O mesmo PT que ele ajudou a eleger e que, convenientemente, agora, diz ser ‘contra’. Gregório, ao fazer este trabalho pro Banco do Brasil, deixou de ser apenas mais um caricato caso de contradição, e transformou-se, de ator, livre, rico – mérito dele e do capitalismo, em cúmplice da maior quadrilha que já trafegou pelo Brasil: o PT. É mais um caso, como citado na parte 1 do meu texto, de pessoa que tem acesso ao capital estatal e ao privado e critica o ‘capitalismo’.
Gregório deveria refletir, junto ao terapeuta, o porque de não desejar que os pobres tenham o mesmo que ele: liberdade de escolha, ao menos enquanto consumidores. Duvivier, como a quase totalidade da esquerda, acha que o sujeito pobre é burro, ignorante, mal informado e precisa de uma figura paterna. Não. É evidente que essa é uma visão preconceituosa da burguesia ‘intelectual’ de porta de botequim do Baixo Gávea. Assim como considerar que negro é criminoso por nascença, pensamento asqueroso e rotineiro no Brasil.
O sujeito que é pobre quer economizar, quer ter celular mais moderno, sim, computador pros filhos estudarem e serem mais informados do que os supostos ‘pais ignorantes’, e melhorarem de vida. Sabendo, inclusive, como não ser enganado ao votar. Melhorar de vida na prática é, além do acesso à educação, ter mais condições de compra, mais inserção no livre mercado, direito de escolher o que comprar e quando comprar e se vai comprar. O que vender e quando vender. Ter um salário com poder real de compra. É negado, por Gregório e similares, especialmente políticos populistas, ao pobre o direito de conhecer preços mais baixos em todos os produtos, porque eles desejam um Estado imenso, que cobre impostos surreais sob o pretexto de “serviços grátis” à população, via Petrobras (privatizada pros amigos do Rei e da Rainha) e similares, que cumprem qualquer função, exceto servir ao ‘povo’. É negado ao pobre, pela mesma intelectualidade nacional, a possibilidade de livros mais baratos; passagens aéreas mais baratas (esses fascistas que odeiam pobres viajando de avião…); internet mais rápida e barata; serviços privados que estimulem uma real concorrência com o consumidor como juíz, e não o Estado; produtos de tecnologia avançada na área médica; eletrodomésticos mais baratos e modernos pra facilitar o dia a dia na casa dos mais pobres; sobra de dinheiro no fim do mês, após o sujeito ser assaltado por um bandido normal e pelo banditismo Estatal, para consumir o que quiser e se quiser; indústrias de alta tecnologia que criariam demandas por empregos mais avançados e novas carreiras e, evidentemente, novas tecnologias. Novas tecnologias que poderiam, eles sabem disso senhoras e senhores, alavancar a vida de milhões de jovens brasileiros. Com a vida alavancada social, cultural e financeiramente, um novo país se ergueria do lodo e lama rumo ao país do futuro, o futuro que nunca chegou.
Talvez isso acima não seja interessante aos esquerdistas caviar porque um povo mais rico culturalmente certamente não daria ibope a imensa maioria deles.
A minha súplica ao lado humano do esquerdista caviar em geral é: deixe os pobres terem acesso ao mesmo capitalismo que você. Só. Até porque não ganham bem, via Estado e empresas privadas, como vocês.

A esquerda ‘intelectual’ brasileira: a diferença entre o que dizem e o que fazem – Parte 1: ‘O abismo’



Por Alexandre Karamazov em 10 de agosto de 2015









O que une Gregório Duvivier, Sakamoto, Zé de Abreu, Luciana Genro, Tico Santa Cruz, Jean Willys, Manuela d´Ávila, Jandira Feghalli e Chico Alencar? A inclinação à esquerda e suas críticas ao capitalismo. Até a página dois. Todos, sem exceção, desfrutam do melhor que o capitalismo pode oferecer, mas lutam, com força avassaladora, pra que nós, meros mortais, não tenhamos este direito. Atualmente é até clichê, e presto minhas homenagens à página ‘Socialista de Iphone’ por isto, mas o resumo é esse: usam Iphone, e desejam que compremos um Nokia tijolão de 1990.

Curtem o capitalismo selvagem opressor, e desejam que a gente viva na Rússia de 1917.
Um dos problemas graves do ser humano é o orgulho, independentemente de ideologia, e isto faz com que tais personagens citados acima, uns novos, outros nem tanto, tenham imensa responsabilidade como “formadores de opinião”, porque falam pra milhares de pessoas. 

O canal ‘Porta dos Fundos’, de Duvivier, fala com milhões. Imaginem se daqui a uns anos, tanto faz se 5 ou 25, Gregório resolve repensar suas ideologias, descobre que o que deseja no futuro é diferente do que deseja hoje, e percebe que evoluiu, mudou, pensou melhor e esteve errado sobre muita coisa que defende publicamente atualmente. Quantos milhões de pessoas não terão sido influenciadas por suas opiniões? 

Quantas pessoas não terão criado repulsa ao livre exercício de pensar, ao livre mercado, rotulando todos aqueles que discordam delas de ‘fascistas’, ‘reacionários’, ‘burgueses’ e similares? É igual jornal, que após um erro na capa solta uma notinha minúscula de desculpas no dia seguinte, que ninguêm lê. O arrependimento de uma pessoa pública tem essa particularidade. 

O cantor Lobão, odiado pela esquerda atualmente, assim como tantos outros de direita, era eleitor do PT e fazia shows pra captar recursos pro partido, e, hoje, mudou de lado. Na época onde não havia internet, o estrago causado por tais personalidades não era tão grande e era impossível de mensurar. Hoje, pela quantidade de likes, compartilhamentos e seguidores, podemos ter ideia do estrago feito por nossos “intelectuais”.

Outro fato a ser observado é que nossos “intelectuais” precisam de aspas, sim, porque Tico Santa Cruz ser lido, ouvido, e respeitado como formador de opinião é uma triste amostra de como nosso país atingiu o fundo do poço em matéria de cultura, inclusive cultura das massas.

Tico é roqueiro, como eu, e deveria refletir a benção que o capitalismo e as liberdades individuais proporcionaram a este gênero musical no mundo todo, e aqui no Brasil, ainda que com muito custo. A tecnologia que é usada numa guitarra elétrica, por ex., das cordas até os captadores e pintura de uma Gibson americana, só existe graças ao capitalismo. O poder de compra dos fãs em cada show, idem (ou alguém imagina um Estado socialista socializando ingressos pro show do AC/DC? ). 

Cada toalha branca no camarim, cada microfone Shure, cada palheta, cada CD, DVD, telão de LCD, e as roupas extravagantes só se sustentam no ‘capitalismo opressor’ que o próprio tanto critica de seu Mac, da californiana Apple. E até o belíssimo direito de escolha, a liberdade, que permite alguém escolher entre o show do Detonautas ou do Queen, do Molejo ou do Calypso, tudo isto é graças ao capitalismo.

Esta contradição ambulante se mostra presente em diversos artistas que falam demais e, aparentemente, estudam de menos. É como o ator Pedro Cardoso – excelente humorista – criticando a Tv Globo após 30 anos de casa: totalmente contraditório. E a lista de autores e obras contraditórias não é pequena. Alguns exemplos:

Marieta Severo tece elogios ao PT em rede nacional, no Faustão. O mesmo PT que deseja que a Globo vire pó. A Globo que paga o salário dela.

Jô Soares entrevista a presidente mais impopular de nossa História, também na Globo, dizendo-se “politicamente anarquista”.

Gregório Duvivier debocha de Rodrigo Constantino, e todos que o criticam, sem nunca responder com algum tipo de argumentação. E não acha estranho receber dinheiro do contribuinte (reacionários, fascistas, golpistas, elite) pra fazer trabalho pro Banco do Brasil.

Zé de Abreu,ator global, critica o capitalismo na frente de um iMac de 27 polegadas, que custa mais de 10 mil reais. Mora em Paris, e se acha no direito de protagonizar a propaganda oficial do PT.

Jandira Feghalli apóia a Coréia do Norte tirando selfies no seu Iphone 6, após dar expediente em seu restaurante – propriedade privada não socializada – em Copacabana, com preços $urreais.

Manuela d´Ávila, do PCdoB, compra o enxoval de seu filho em Nova Iorque.
Jean Willys toma café de cápsula em sua Dolce Gusto , e abastece seu carro com gasolina aditivada.

Lula conclama o exército do Stédile, o grupo esquerdista MST, a lutar contra a burguesia, direto de seu tríplex no Guarujá, com varanda gourmet e elevador próprio.

Guilherme Boulos, líder do MTST, é contra a propriedade privada, menos quando se trata do seu livro, vendido diretamente pela internet por R$29,90. Por que não de graça, camarada?

Leonardo Sakamoto escreve – e bem, admito – deturpando tudo aquilo que não vai ao encontro do seu pensamento, colocando no mesmo barco fascistas e oposicionistas do PT e da esquerda de modo geral, e sempre achando que a sua opinião deveria reger 200 milhões de brasileiros ignorantes que deveriam ajoelhar-se e pedir conselhos a ele.

Eles, ‘intelectuais brilhantes e geniais de nosso cotidiano’, tem direito ao capital privado e estatal para usufruir das benesses do capitalismo e do socialismo simultaneamente. E querem, e hão de querer eternamente, que nós esperemos pelo encantado mundo perfeito e igualitário do socialismo do século XXI, que não tem nem papel higiênico.

No próximo texto da série, o lado mais cruel desses personagens na prática: para eles, pobre jamais deve ter acesso ao capitalismo e ao livre mercado. Só eles, seres iluminados, podem conhecer e vivenciar o capitalismo.



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Na década de 50, um nobre autor, de nome Ludwig Von Mises, escreveu um singelo livro chamado “A mentalidade anticapitalista”, onde, de forma muito simples e direta, explica a alma de pessoas como as citadas no texto anterior, chamadas, hoje em dia, de ‘esquerda caviar’ (excelente apelido).

Confira o trecho abaixo, retirado deste livro:

“O dogma fundamental dessa crença (o autor fala sobre o socialismo) proclama que a pobreza é resultado de instituições sociais injustas. O pecado original que privou a humanidade de uma vida feliz nos jardins do paraíso foi o estabelecimento da propriedade privada e da empresa. O capitalismo atende apenas aos interesses egoístas dos ferozes exploradores. Condena as massas de homens íntegros ao empobrecimento e degradação progressivos. O que é necessário para tornar prósperas todas as pessoas é a submissão dos exploradores gananciosos ao grande deus chamado estado. O motivo “lucro” deve ser substituído pelo motivo “serviço”. Felizmente, dizem eles, nem as intrigas nem a brutalidade provenientes dos infernais “monarquistas da economia” conseguem dominar o movimento reformista. A chegada da era do planejamento central é inevitável. Haverá então fartura e abundância para todos. Quem está ansioso para acelerar essa grande transformação se autodenomina de progressista, exatamente porque finge que está trabalhando para a realização daquilo que é desejável e, ao mesmo tempo, que está de acordo com as leis inexoráveis da evolução histórica. Chamam de reacionários todos os que se dedicam ao vão esforço de deter o que eles chamam de progresso.

Do ponto de vista desses dogmas, os progressistas defendem certas políticas que, a seu ver, podem de imediato aliviar o fardo das massas sofredoras. Recomendam, por exemplo, a expansão do crédito e o aumento do volume de moeda em circulação, o piso do salário mínimo a ser determinado e imposto seja pelo governo, seja pela pressão e coerção do sindicato, o controle de preços das mercadorias e dos aluguéis, bem como outras medidas intervencionistas. Mas os economistas têm demonstrado que todas essas panaceias não levam aos resultados que seus defensores desejam alcançar. Seu efeito é, do exato ponto de vista dos que os recomendam e concorrem para sua execução, ainda mais insatisfatório do que o precedente estado de coisas que eles se propunham a alterar. A expansão do crédito provoca a recorrência de crises econômicas e de períodos de recessão. A inflação faz com que subam os preços de todas as mercadorias e serviços. As tentativas de impor aumentos de salário superiores aos que seriam determinados pela liberdade de mercado provocam o desemprego em massa que se estende ano após ano. Tabelamento de preços tem como efeito a queda no fornecimento dos produtos tabelados. Os economistas têm provado essas teses de modo irrefutável, nenhum pseudo-economista “progressista” jamais tentou negá-las. O ataque essencial que os progressistas fazem ao capitalismo é que a recorrência de crises e recessões, bem como do desemprego em massa, são características inerentes a esse sistema. Demonstrar que esses fenômenos são, pelo contrário, resultantes das tentativas intervencionistas no sentido de regular o capitalismo e de melhorar as condições do homem comum é dar à ideologia progressista o golpe final. Como os progressistas não estão em situação de opor nenhuma objeção consistente à argumentação dos economistas, tentam manter estes afastados das pessoas e especialmente dos intelectuais e dos universitários. Qualquer menção a essas heresias é estritamente proibida. Seus autores são insultados, e os universitários são desencorajados a ler suas “loucas bobagens”.

Este trecho de 60 anos atrás poderia estar impresso nos grandes jornais brasileiros e, ainda assim, seria atual e o mais triste: totalmente necessário. Pense na nossa realidade e em como todos os críticos do capitalismo, inclusive Marx, que foi viver na opressora e imperialista Londres com todas benesses e liberdades inglesas, se dão bem com o capitalismo, mas querem que os pobres jamais tenham acesso a ele. Tudo aos pobres, exceto o capitalismo! Gritam os esquerdistas festivos tupiniquins.

Gregório Duvivier volta e meia fala de seu psicanalista em textos no Facebook, o que me permite recomendar aos dois, paciente e doutor, esta seguinte análise muito simples, usando o próprio paciente Gregório como exemplo:

Imaginem um sujeito desejar ser ator, trabalhando com uma atividade que seria proibida em qualquer regime totalitário de esquerda, por ser considerada ‘burguesa’ e ‘dispensável’, e poder realizar este sonho. O sujeito realiza o sonho e tem talento para atuar, principalmente na comédia, fazendo outros rirem, tornando a realidade de várias pessoas em algo mais alegre e leve, ainda que por poucas horas. Tal sujeito decide começar a opinar fortemente sobre suas visões políticas e ideológicas, certo de que possui plena capacidade de interpretação e crítica sobre temas tão complexos como política, economia, etc. e, vendo uma reação contrária a suas opiniões, decide tripudiar de todos que pensam diferente dele, taxando-os de ‘fascistas’, ‘burgueses’ e similares, sem responder com 0,1% de argumentação lógica. Este é Gregório. Gregório é o cara que pode – felizmente – se sustentar pela arte, arte que, em tese, deveria ser sinônimo de liberdade e individualidade, mas que no Brasil é sinônimo, em sua maioria, de Lei Rouanet e dinheiro dos pagadores de impostos. Ele, enquanto artista, ganhou destaque nacional através do canal Porta dos Fundos, via Youtube. O Youtube, americano, só existe hoje graças ao capitalismo e ao livre mercado, à concorrência e à liberdade e competitividade americana na economia. Logo, o Porta dos Fundos só existe indiretamente por causa do sistema econômico adotado pela América. Gregório, haja terapia, só é quem é graças aos Estados Unidos da América. Todos os dividendos ganhos pelo canal Porta dos Fundos, via pagamento do Youtube e propagandas diversas, só são possíveis porque algum capitalista, em determinado momento da história, tornou isto possível. Gregório sabe que foi chamado para um trabalho no Banco do Brasil por suas ideias políticas atuais serem, ainda que em parte, similares a do governo de Dilma, “mais à esquerda” do que um suposto governo do “cheirador Aécio”, segundo o próprio. O mesmo PT que ele ajudou a eleger e que, convenientemente, agora, diz ser ‘contra’. Gregório, ao fazer este trabalho para o Banco do Brasil, deixou de ser apenas mais um caricato caso de contradição, e transformou-se, de ator, livre, rico – mérito dele e do capitalismo, em cúmplice da maior quadrilha que já trafegou pelo Brasil: o PT. É mais um caso, como citado na parte 1 do meu texto, de pessoa que tem acesso ao capital estatal e privado e critica o ‘capitalismo’.

Gregório deveria refletir, junto ao terapeuta, o porque de não desejar que os pobres tenham o mesmo que ele: liberdade de escolha, ao menos enquanto consumidores. Duvivier, como a quase totalidade da esquerda, acha que o sujeito pobre é burro, ignorante, mal informado e precisa de uma figura paterna. Não. É evidente que essa é uma visão preconceituosa da burguesia ‘intelectual’ de porta de botequim do Baixo Gávea. Assim como considerar que negro é criminoso por nascença, pensamento asqueroso e rotineiro no Brasil.

O sujeito que é pobre quer economizar, quer ter celular mais moderno, sim, computador para os filhos estudarem e serem mais informados do que os supostos ‘pais ignorantes’, e melhorarem de vida. Sabendo, inclusive, como não ser enganado ao votar. Melhorar de vida na prática é, além do acesso à educação, ter mais condições de compra, mais inserção no livre mercado, direito de escolher o que comprar e quando comprar e se vai comprar. O que vender e quando vender. Ter um salário com poder real de compra. É negado, por Gregório e similares, especialmente políticos populistas, ao pobre o direito de conhecer preços mais baixos em todos os produtos, porque eles desejam um Estado imenso, que cobre impostos surreais sob o pretexto de “serviços grátis” à população, via Petrobras (privatizada para os amigos do Rei e da Rainha) e similares, que cumprem qualquer função, exceto servir ao ‘povo’.
 É negada ao pobre, pela mesma intelectualidade nacional, a possibilidade de livros mais baratos; passagens aéreas mais baratas (esses fascistas que odeiam pobres viajando de avião…); internet mais rápida e barata; serviços privados que estimulem uma real concorrência com o consumidor como juíz, e não o Estado; produtos de tecnologia avançada na área médica; eletrodomésticos mais baratos e modernos para facilitar o dia a dia na casa dos mais pobres; sobra de dinheiro no fim do mês, após o sujeito ser assaltado por um bandido normal e pelo banditismo Estatal, para consumir o que quiser e se quiser; indústrias de alta tecnologia que criariam demandas por empregos mais avançados e novas carreiras e, evidentemente, novas tecnologias. Novas tecnologias que poderiam, eles sabem disso senhoras e senhores, alavancar a vida de milhões de jovens brasileiros. Com a vida alavancada social, cultural e financeiramente, um novo país se ergueria do lodo e lama rumo ao país do futuro, o futuro que nunca chegou.

Talvez isso acima não seja interessante aos esquerdistas caviar porque um povo mais rico culturalmente certamente não daria ibope a imensa maioria deles. A minha súplica ao lado humano do esquerdista caviar em geral é: deixe os pobres terem acesso ao mesmo capitalismo que você. Só. Até porque não ganham bem, via Estado e empresas privadas, como vocês.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A farsa em frangalhos: o guerreiro do povo brasileiro era só um caçador de pixuleco

by Augusto Nunes
VEJA



PRESO NA OPERAÇÃO PIXULECO, informa a mais recente anotação no prontuário de José Dirceu de Oliveira e Silva, mineiro de Passa Quatro, 69 anos, advogado com especialização em corrupção ativa e formação de quadrilha. A palavra que batizou a 17ª etapa da Lava Jato, usada pelo gatuno João Vaccari Neto como sinônimo de propina, é vulgar na forma, abjeta no conteúdo e rima com José Dirceu. Pixuleco é um nome perfeito para a operação que consumou a morte política do general sem soldados ─ e implodiu uma farsa que durou quase meio século.

Como pôde durar tanto a vigarice protagonizada por um compulsivo colecionador de fiascos? Já em 1968, quando entrou em cena fantasiado de líder estudantil, nosso Guevara de galinheiro namorou uma jovem chamada Heloísa Helena sem saber que convivia dia e noite com “Maçã Dourada”, espiã a serviço da ditadura militar. Se quisesse prendê-lo, a polícia nem precisaria arrombar a porta do apartamento onde o casal dormia: a namorada faria questão de abri-la. No mesmo ano, a usina de ideias de jerico resolveu que o congresso clandestino da UNE marcado para outubro, com mais de mil participantes, seria realizado em Ibiúna, com menos de 10.000 moradores.
Intrigado com o tamanho da encomenda ─ 1.200 pães por manhã ─ o padeiro que nunca fora além de 300 por dia procurou o delegado, que ligou para a Polícia Militar, que prendeu todo mundo. Libertado 11 meses pelos sequestradores do embaixador americano Charles Elbrick, declarou-se pronto para recomeçar a guerra contra a ditadura, fez uma escala no México, aprendeu a empunhar taças de tequila e enfim entendeu que chegara a hora de matricular-se num cursinho de guerrilha em Cuba que, por falta de verba para balas de verdade, municiava os futuros revolucionários com balas de festim.
Combatente diplomado, submeteu-se a uma cirurgia para que o nariz ficasse adunco antes de regressar ao Brasil na primeira metade dos anos 70. Percebeu que a coisa andava feia assim que cruzou a fronteira e, em vez de mandar chumbo no campo, mandou-se para Cruzeiro do Oeste, interior do Paraná, armado de documentos que o apresentavam como Carlos Henrique Gouveia de Mello, comerciante de gado. Logo se engraçou com a dona da melhor butique da cidade, adiou por tempo indeterminado a derrubada do governo e se entrincheirou na máquina registradora do Magazine do Homem.
Em 1979, a decretação da anistia animou o forasteiro conhecido no bar da esquina como “Pedro Caroço” a contar quem era à mãe do filho de cinco anos e avisar que precisava voltar à cidade grande. Afilou o nariz com outra cirurgia e reapareceu em São Paulo ansioso por recuperar o tempo perdido. A gula e a pressa aceleraram a expansão da cinzenta folha corrida. Deputado estadual e federal pelo PT paulista, rejeitou todas as propostas de todos os governos. Presidente do partido, instalou Delúbio Soares na tesouraria. Com o triunfo de Lula em 2002, o pecador trapalhão foi agir na capital federal.
Capitão do time do presidente, mandou e desmandou até a erupção do escândalo inaugural: um vídeo provou que Dirceu promovera a Assessor para Assuntos Parlamentares o extorsionário Waldomiro Diniz, com quem havia dividido um apartamento em Brasília. Era só mais um no ministério quando, em 2005, o Brasil ficou sabendo que o chefe da Casa Civil também chefiava a quadrilha do mensalão. Despejado do emprego em junho, prometeu mobilizar deus e o mundo, além dos “movimentos sociais”, para preservar o mandato em perigo. Em dezembro, conseguiu ser cassado por uma Câmara que inocenta até a bancada do PCC.
Sem gabinete no Planalto ou no Congresso, sem rendimentos regulares e sem profissão definida, escapou do rebaixamento à classe média ao descobrir o mundo maravilhoso dos consultores de araque. Com a cumplicidade dos afilhados que espalhara pela administração federal, Dirceu não demorou a tornar-se um próspero facilitador de negociatas engendradas por capitalistas selvagens. Em 2012, o julgamento do mensalão ressuscitou o perseguido político: de novo, jurou que incendiaria o país se o Supremo Tribunal Federal fizesse o que deveria fazer. Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, entrou no presídio com um sorriso confiante e o punho erguido.
O Dirceu que voltou à cadeia a bordo das bandalheiras do Petrolão é uma versão avelhantada do sessentão que deixou a Papuda para cumprir em casa o restante da pena. Desfrutou por poucos meses do poder que perseguiu desde o berçário. Desfrutou por poucos anos da fortuna que passou a perseguir depois do regresso à planície. O casarão em Vinhedo é uma das muitas evidências tangíveis de que José Dirceu é hoje um milionário. Para quê? Para nada. De que vale a posse de mansões para alguém forçado a dormir no xilindró?
Tropas comandadas por um guerrilheiro de festim só conseguem matar de riso, repete esta coluna há seis anos. As dúvidas que assaltaram muitos leitores foram dissolvidas pela implosão do embuste. O guerreiro do povo brasileiro era apenas um caçador de pixuleco.

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