Testemunha foi arrolada pela defesa da madrasta Graciele Ugulini.
Homem afirma que o menino era ativo e 'para santo, não servia'.
Mais uma testemunha foi ouvida na tarde desta sexta-feira (12) no caso que apura a morte do menino Bernardo Boldrini. A juíza Tânia da Rosa, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, ouviu por cerca de 30 minutos um funcionário público de 66 anos, testemunha arrolada pela defesa de Graciele Ugulini, madrasta da vítima. A sessão foi realizada no Foro Central, em Porto Alegre.
O corpo de Bernardo, de 11 anos, foi encontrado no dia 14 de abril enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde ele residia com a família. Ele estava desaparecido desde 4 de abril. Além de Graciele, o pai, o médico Leandro Boldrini, a amiga Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz, também são réus pelo assassinato do menino. Os quatro estão presos e respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A testemunha depôs em favor de Graciele, frisando que a mulher é parte de uma família "humilde, simples e respeitada". O homem disse jamais ter conhecido Bernardo. Questionado, declarou: "Para santo, o guri não servia. Ele era um guri ativo, tanto que procurou o juiz. Eu gostaria de ter um filho ativo", referindo-se ao fato de o menino ter procurado autoridades para reclamar do ambiente familiar.
Sobre a relação de Graciele Ugulini com o crime, a testemunha disse que não conseguiu encontrar nada que pudesse ser usado "contra ou a favor dela". Completou dizendo saber que a mulher está "arrependidíssima e sofre muito".
A próxima audiência será realizada no dia 17 em Passo Fundo, quando será ouvida uma testemunha arrolada pela defesa de Leandro Boldrini. Duas outras testemunhas serão ouvidas na Comarca de Santa Maria, mas ainda não há data prevista. Outra testemunha, que iria depor em Itapema (SC), não foi localizada.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen.
A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro.