Durante mais de uma hora o vigilante agonizou e pediu socorro.
Polícia abriu inquérito para investigar a denúncia de omissão de socorro.
A polícia abriu inquérito para investigar uma denúncia de omissão de socorro a um homem que morreu sem atendimento na frente de um hospital particular, em São Paulo, mas imagens foram gravadas por pessoas que estavam no local.
O homem deitado no chão é o vigilante Nelson França, de 48 anos. As testemunhas disseram que Nelson estava numa lotação quando passou mal e foi deixado em frente ao hospital Santo Expedito - hospital particular da Zona Leste de São Paulo.
Durante uma hora o vigilante agonizou a poucos metros da entrada do pronto-socorro. A pedagoga Daniela Gomes estava no hospital acompanhando a mãe e viu tudo. “O rapaz falou assim: ‘aqui só atende particular e quem tem convênio’”, conta.
Segundo ela, um enfermeiro impediu que o vigilante fosse socorrido do lado de fora. As testemunhas se ofereceram para levar o vigilante para dentro, mas os enfermeiros também não deixaram. Daniela então pediu ajuda num posto policial. Foi a Polícia Militar que chamou os bombeiros.
Segundo ela, só quando os bombeiros chegaram é que um enfermeiro e o médico se aproximaram do vigilante. Mas aí, já era tarde.
“Um enfermeiro ele foi até lá com o médico. Aí o médico pôs a mão do lado no pescoço dele e falou: ó, ele tá em óbito. Aí foi onde começamos a discutir”, conta Daniela.
Os bombeiros disseram que o vigilante chegou a ser reanimado, mas morreu quando estava sendo levado para um hospital público.
Para a polícia, um dos enfermeiros que estava de plantão, Leonardo Bambrila Santos, disse que chamou o médico e que foram feitos os procedimentos de praxe.
A administração do Hospital Santo Expedito não quis gravar entrevista, mas, por telefone o diretor Mauricio Gerdelli, disse que vai abrir sindicância para saber o que de fato aconteceu no caso.
Ele disse que apesar de ser particular, o hospital costuma fazer os chamados atendimentos sociais a pessoas de baixa renda e que não é procedimento dos funcionários recusar atendimento mesmo que o paciente seja deixado do lado de fora. A família do vigilante está indignada.
“Um pai de família ser tratado como um verme, um lixo na porta do hospital sem eles prestarem atendimento. Estamos muito tristes mesmo”, fala a cunhada da vítima, Roseli Ribeiro Santos Souza.
“Um pai de família ser tratado como um verme, um lixo na porta do hospital sem eles prestarem atendimento. Estamos muito tristes mesmo”, fala a cunhada da vítima, Roseli Ribeiro Santos Souza.
A cunhada de Nelson disse que ele não tinha nenhum problema de saúde. O enfermeiro Leonardo Brambila Santos não foi encontrado pelas nossas equipes.