domingo, 13 de abril de 2014

SÃO TANTAS COISINHAS MIÚDAS

Publicado: 9 de abril de 2014 

O mensaleiro Jacinto Lamas, condenado à prisão no regime semiaberto por lavagem de dinheiro, aproveitou duas vezes a saída da Papuda para o trabalho para passar na igreja Nossa Senhora de Guadalupe. Outro mensaleiro, Valdemar Costa Neto, passou num McDonald’s drive-thru e pediu um sanduíche. Que horror!
E um grande jornal impresso, de circulação nacional, mobilizou cinco repórteres durante três semanas para apurar essas importantes violações da disciplina carcerária. Onde já se viu, ir à missa e comer no McDonald’s?
Certo: é violação das normas carcerárias. Como é violação (e mais grave) o encontro de Valdemar Costa Neto com o líder de seu partido na Câmara, Bernardo Santana. Mas no geral é coisa vagabunda, sem maior importância; não cabe à imprensa vigiar os detalhes da disciplina nas prisões. Dá a impressão de perseguição, de que qualquer coisinha chinfrim merece uma página com manchete de seis colunas. Bem ou mal, aceitem ou não as normas vigentes, cumprindo ou não as exigências legais de rigor carcerário, os presos estão presos, foram condenados, receberam forte marca negativa em sua reputação, deixaram claro que aproveitaram sua passagem no Governo para fins pouco republicanos. Cabe à imprensa afligir os confortáveis e, num caso como este, deixar que os aflitos enfrentem seus problemas, sem procurar agravá-los.
O cumprimento da pena dos condenados do Mensalão, sem dúvida, virou um pandemônio. O governador de Brasília, por ser governador e arrogante, arroga-se o direito de visitar seus companheiros de partido presos na Papuda na hora em que quiser (e colegas de Congresso também tentaram transformar o presídio numa grande festa, aparecendo a qualquer hora, levando convidados – só faltou mesmo a cerveja, se é que faltou). Delúbio Soares está trabalhando dentro do partido (ficou melhor do que esteve antes, quando tinha sido expulso e não podia aparecer publicamente por lá), e fazendo o que sabe: arrecadou um monte de dinheiro para pagar as multas dele, parte da multa dos outros e isso é o que se sabe. José Dirceu, segundo seu próprio companheiro petista baiano, tinha um telefone celular à disposição e o usou para conversar com ele. Prisão com telefone celular não é prisão: é escritório em que não se paga aluguel.
As desculpas são tão ridículas quanto a reportagem sobre o temerário ato de ir à missa: o líder do PR na Câmara, por exemplo, depois de negar a visita a Valdemar Costa Neto, ex-presidente do partido, acabou cedendo depois que soube que tinha sido fotografado. Mas garantiu que os dois não trataram de política.
Claro: na festa dos cartolas só não se falou de futebol.
Mas não é fazendo papel de grande irmão que a imprensa pode colaborar para que a casa da mãe joana em que se transformou a prisão dos mensaleiros deixe de contribuir para a desmoralização da Justiça. Seria interessante saber, isso sim, se a direção do presídio é leniente, permite aos réus políticos fazer o que querem, ou é simplesmente incompetente, e não sabe o que acontece atrás de suas portas gradeadas. Terão as autoridades do presídio recebido ordens específicas para desafiar a lei e as ordens da Justiça? E o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, entre uma entrevista e outra, entre um pedido de explicações e outro, não terá condições de agir efetivamente, exemplarmente, decisivamente, para que a disciplina carcerária seja mantida, na forma da lei?
Sejamos claros: alguém acredita que uma criatura política como Valdemar Costa Neto vá trabalhar num restaurante industrial, local de ampla frequência, sem que seus antigos companheiros decidam visitá-lo? Alguém acredita que, nessas visitas, vão conversar sobre o tempo seco, lembrar histórias de Las Vegas, comentar o estilo literário de Milan Kundera ou a aposentadoria de Rivaldo? Se alguém acredita nisso, Polyana terá saído dos livros e filmes para a vida real, estará morando numa casa com paredes de bolo confeitado e telhas de chocolate, com leprechauns no jardim. E será amiga do Lobão Mau – o ministro.
Em resumo, como diria o padre Quevedo, essas coisas não ekzistem. As normas não podem ser essas. E, com relação à imprensa, nunca é demais lembrar um grande jornalista, José Carlos Del Fiol, cujo bordão imortal, para jovens jornalistas que queriam fazer reportagens absolutamente desimportantes, era “não tem serviço, não?”
Pois existe serviço, sim. Cinco repórteres de alta qualidade, trabalhando num só caso por três semanas, botam de cabeça para baixo o caso do cartel do Metrô, decifram os motivos que levaram a Petrobras a comprar a Refinaria de Pasadena e descobrem quando é que os sonháticos de Marina Silva vão passar a apoiar, de verdade, o candidato de seu partido, Eduardo Campos. Não é falta de serviço: é vontade de afligir quem já está aflito.
by CARLOS BRICKMANN

Os coveiros da CPI são duas provas de que a Petrobras corre o risco de entrar na lista dos grupos criminosos vigiados pela Interpol




Se continuasse em segredo a gastança criminosa na refinaria de Pasadena ou na refinaria Abreu e Lima, se a imprensa não tivesse revelado nenhuma das patifarias bilionárias que há semanas afrontam o país que presta, só o pânico provocado no Planalto pela assombração da CPI bastaria para convencer até um bebê de colo de que é preciso devassar com urgência e sem brandura as catacumbas da Petrobras. O que se descobriu até agora grita que 11 anos de governo lulopetista reduziram a maior das estatais a uma portentosa usina de maracutaias. O que falta descobrir pode rebaixar o escândalo do mensalão a coisa de batedor de carteira.
O Brasil Maravilha, repito, não passa de um pobretão metido a besta que se fantasia de rico com um fraque puído nos fundilhos. Coerentemente, a Petrobras inventada por Lula finge prosperar com as sobras da autossuficiência que nunca existiu, esbanja antecipadamente o dinheiro que jamais lucrará com a exploração do pré-sal e, enquanto importa milhões de barris, capricha na pose de sócia atleta da OPEP. Surpreendidos pelo tsunami de delinquências comprovadas, os farsantes no poder decidiram recorrer ao estoque de métodos repulsivos para afastar a estatal das primeiras páginas onde vem estacionando diariamente.
A julgar pelo noticiário da segunda-feira, assim será também nesta semana. “Operação da Polícia Federal aponta intermediação do doleiro Alberto Youssef entre fornecedores da Petrobras, PP e PMDB”, informou o Estadão. ”Petrobras contrata R$ 90 bilhões sem licitação em três anos”, revelou a manchete da Folha. Nesta terça, o Estadão confirmou que o deputado André Vargas foi forçado pelos próprios companheiros a licenciar-se da Câmara “para não alimentar a CPI da Petrobras”. O principal concorrente, baseado numa pesquisa do Datafolha, constatou que “78% dos brasileiros acreditam que há corrupção na Petrobras”.
Levada às cordas pela devastadora sequência de fatos, Dilma Rousseff replicou com outro palavrório de pugilista grogue: “A CPI da Petrobras é fruto da disputa eleitoral”. Nesta tarde, Lula interrompeu o silêncio dos sem-álibi para distrair com bazófias, bravatas e tapeações uma plateia de blogueiros estatizados. ”As pessoas nunca quiseram CPI pra nada, e agora…”, desandou o palanque ambulante. “Então, eu acho que nesse aspecto o PT tem que ir para cima”. A continuação do palavrório confirmou que o maior dos governantes desde Tomé de Souza anda pouco inspirado.
“Mais uma vez, os interesses políticos estão fazendo com que, em época de eleição, a oposição que não tem bandeira, não tem voto, levante a ideia de fazer uma CPI”, repetiu-se, antes de desferir outra bofetada no rosto dos brasileiros decentes: “A gente não pode permitir que, por omissão nossa, as mentiras continuem prevalecendo. Temos que defender com unhas e dentes aquilo que a gente acredita que seja verdadeiro”. Foi, portanto, para garantir o triunfo da verdade que Lula e Dilma selecionaram tão cuidadosamente os coveiros encarregados de enterrar a CPI da Petrobras.
A escolha de Renan Calheiros e Romero Jucá foi, simultaneamente, uma confissão de culpa e um sintoma de desespero. Agindo em parceria, o pecuarista sem rebanho e o fazendeiro do ar (veja o post na seção Vale Reprise) são mais que uma dupla de assassinos da ética e da moral. Os dois prontuários ambulantes valem por um bando. A Polícia Federal e o Ministério Público deveriam anexá-los aos inquéritos e processos que envolvem a estatal.
Renan e Jucá são, sobretudo, duas evidências contundentes de que, pelo andar da carruagem, o governo do PT e da base alugada ainda vai conseguir infiltrar a Petrobras na lista das organizações criminosas sob a mira da Interpol. Aqui

Celso Daniel: deputada enfrenta Gilberto Carvalho, que sabia do uso de revólver na cobrança de propina


Crime organizado – Secretário-geral da Presidência da República e defensor de uma guerra social como solução para a permanência do PT no poder central, Gilberto Carvalho jamais convenceu, com suas baboseiras sacristãs, sobre a morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André e que foi brutalmente assassinado porque discordou da forma com o partido arrecadava propinas na cidade e da destinação dada ao dinheiro.
Durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Crime Organizado da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (9), Carvalho foi duramente interpelado pela deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), que vivenciou o esquema criminoso e truculento que se instalou em Santo André, com a aquiescência do agora todo-poderoso do Palácio do Planalto.
Em sua fala, Gabrilli acusou Gilberto Carvalho de ser o arrecadador da propina cobrada de empresários de ônibus em Santo André. ”O senhor sempre foi conhecido como o homem do carro preto”, disse a deputada ao secretário da Presidência. “Era a pessoa que realmente pegava essa coleta de dinheiro extorquido de empresários e levava para o capo, como era conhecido o José Dirceu. Isso eu não li. Isso eu vivenciei”, completou Mara Gabrilli.
A parlamentar em momento algum falto com a verdade em sua corajosa participação na audiência pública, tendo, inclusive, afirmado que o seu pai, à época dono de uma empresa de ônibus na cidade do ABC paulista, era extorquido mensalmente “por uma gangue”, referência ao grupo comandado, segundo a deputada, por Klinger de Souza (subsecretário de Celso Daniel), Ronan Maria Pinto (atualmente dono do Diário do Grande ABC) e Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, acusado pelo Ministério Público paulista de ser o mandante do crime.


Mara Gabrilli pode ter esquecido, talvez não tenha vivenciado os fatos, mas a coleta do dinheiro da propina era feito regularmente por pessoas que chegavam às empresas de ônibus a bordo de um carro preto. Fora isso, os arrecadadores, depois de acomodados na sala onde se dava o pagamento, colocavam armas de fogo sobre a mesa, em clara atitude intimidatória.
O esquema criminoso que se alastrou por Santo André era tão acintoso, que pessoas de confiança dos marginais que estavam na prefeitura da cidade passaram a trabalhar nas empresas de ônibus, condição para que as mesmas pudessem funcionar sem qualquer problema. Esses prepostos da bandidagem local eram obrigados não apenas a controlar o movimento financeiro das empresas, mas também a cobrar propina de terceiro que pretendiam vender produtos ou prestar serviços aos empresários do setor.
Celso Daniel foi sequestrado depois de sair de um restaurante na capital paulista. Levado para o cativeiro, em cidade da Grande São Paulo, onde foi brutalmente torturado, o então prefeito foi encontrado morto em uma estrada vicinal de Juquitiba, cidade à beira da rodovia Régis Bittencourt.
O petista só teve um fim trágico porque discordou da forma descontrolada como a propina vinha sendo cobrada dos empresários da cidade. Fora isso, Celso Daniel se desentendeu com alguns companheiros de legenda por causa da destinação que era dada ao dinheiro imundo, que em tese serviria para financiar a campanha presidencial de Lula, em 2002, mas acabou sendo utilizado na compra de luxuosas casas de veraneio em conhecidas cidades no entorno da capital paulista.
Não custa lembrar que o gerente financeiro do Mensalão do PT, Marcos Valério Fernandes de Souza, afirmou em depoimento que foi procurado por pessoas ligadas ao PT, as quais exigiram R$ 6 milhões para interromper a investigação da morte de Celso Daniel que vinha sendo feita por um órgão de imprensa.
As gravações telefônicas do caso, divulgadas à época com exclusividade peloucho.info, provam que o esquema de cobrança de propina saiu do controle, tendo se transformado em ação típica de grupos mafiosos que não medem consequência para alcançar seus objetivos. Meses após a morte de Celso Daniel, contas bancárias no exterior registraram misteriosas movimentações, sem que as autoridades tenham solicitado informações sobre o caso a autoridades internacionais.
Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo ucho.info. Em uma delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza. AQUI

"Meu corpo não é uma democracia. Meu corpo é um império e eu sou sua imperatriz. Você não tem direito a voto. Não haverá nenhum golpe de estado. Forças rebeldes não me derrubarão. Eu estou no comando dele para sempre. Você está livre para ter suas opiniões. E você está livre para mantê-las para si mesmo. Por favor não deixe elas próximas aos portões de meu império. Elas só serão jogadas no incinerador, já que todos os meus armazéns estão cheios. [...]" by teafly.com



Quando eu DIGO NÃO, é NÃO. 

Se digo NAO, é porque NAO QUERO dizer SIM!



sábado, 29 de março de 2014

Um poder de costas para o país

 27/09/11


A Justiça no Brasil vai mal, muito mal. Porém, de acordo com o relatório de atividades do Supremo Tribunal Federal de 2010, tudo vai muito bem. Nas 80 páginas — parte delas em branco — recheadas de fotografias (como uma revista de consultório médico), gráficos coloridos e frases vazias, o leitor fica com a impressão que o STF é um exemplo de eficiência, presteza e defesa da cidadania. Neste terreno de enganos, ficamos sabendo que um dos gabinetes (que tem milhares de processos parados, aguardando encaminhamento) recebeu “pela excelência dos serviços prestados” o certificado ISO 9001. E há até informações futebolísticas: o relatório informa que o ministro Marco Aurélio é flamenguista.

A leitura do documento é chocante. Descreve até uma diplomacia judiciária para justificar os passeios dos ministros à Europa e aos Estados Unidos. Ou, como prefere o relatório, as viagens possibilitaram “uma proveitosa troca de opiniões sobre o trabalho cotidiano.” Custosas, muito custosas, estas trocas de opiniões. Pena que a diplomacia judiciária não é exercida internamente. Pena. Basta citar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, de São Gonçalo. Nenhum ministro do STF, muito menos o seu presidente, foi ao velório ou ao enterro. Sequer foi feita uma declaração formal em nome da instituição. Nada. Silêncio absoluto. Por que? E a triste ironia: a juíza foi assassinada em 11 de agosto, data comemorativa do nascimento dos cursos jurídicos no Brasil.
Mas, se o STF se omitiu sobre o cruel assassinato da juíza, o mesmo não o fez quando o assunto foi o aumento salarial do Judiciário. Seu presidente, Cézar Peluso, ocupou seu tempo nas últimas semanas defendendo — como um líder sindical de toga — o abusivo aumento salarial para o Judiciário Federal. Considera ético e moral coagir o Executivo a aumentar as despesas em R$8,3 bilhões.

A proposta do aumento salarial é um escárnio. É um prêmio à paralisia do STF, onde processos chegam a permanecer décadas sem qualquer decisão. A lentidão decisória do Supremo não pode ser imputada à falta de funcionários. De acordo com os dados disponibilizados, o tribunal tem 1.096 cargos efetivos e mais 578 cargos comissionados. Portanto, são 1.674 funcionários, isto somente para um tribunal com 11 juízes. Mas, também de acordo com dados fornecidos pelo próprio STF, 1.148 postos de trabalho são terceirizados, perfazendo um total de 2.822 funcionários. Assim, o tribunal tem a incrível média de 256 funcionários por ministro. Ficam no ar várias perguntas: como abrigar os quase 3 mil funcionários no prédio-sede e nos anexos? Cabe todo mundo? Ou será preciso aumentar os salários com algum adicional de insalubridade?

Causa estupor o número de seguranças entre os funcionários terceirizados. São 435! O leitor não se enganou: são 435. Nem na Casa Branca tem tanto segurança. Será que o STF está sendo ameaçado e não sabemos? Parte destes vigilantes é de seguranças pessoais de ministros. Só Cézar Peluso tem 9 homens para protegê-lo em São Paulo (fora os de Brasília). Não é uma exceção: Ricardo Lewandovski tem 8 exercendo a mesma função em São Paulo.

Mas os números continuam impressionando. Somente entre as funcionárias terceirizadas, estão registradas 239 recepcionistas. Com toda a certeza, é o tribunal que melhor recebe as pessoas em todo mundo. Será que são necessárias mais de duas centenas de recepcionistas para o STF cumprir suas tarefas rotineiras? Não é mais um abuso? Ah, abuso é que não falta naquela Corte. Só de assistência médica e odontológica o tribunal gastou em 2010, R$16 milhões. O orçamento total do STF foi de R$518 milhões, dos quais R$315 milhões somente para o pagamento de salários.

Falando em relatório, chama a atenção o número de fotografias onde está presente Cézar Peluso. No momento da leitura recordei o comentário de Nélson Rodrigues sobre Pedro Bloch. O motivo foi uma entrevista para a revista “Manchete”. O maior teatrólogo brasileiro ironizou o colega: “Ninguém ama tanto Pedro Bloch como o próprio Pedro Bloch.” Peluso é o Bloch da vez. Deve gostar muito de si mesmo. São 12 fotos, parte delas de página inteira. Os outros ministros aparecem em uma ou duas fotos. Ele, não. Reservou para si uma dúzia de fotos, a última cercado por crianças. A egolatria chega ao ponto de, ao apresentar a página do STF na intranet, também ter reproduzida uma foto sua acompanhada de uma frase (irônica?) destacando que o “a experiência do Judiciário brasileiro tem importância mundial”.
No relatório já citado, o ministro Peluso escreveu algumas linhas, logo na introdução, explicando a importância das atividades do tribunal. E concluiu, numa linguagem confusa, que “a sociedade confia na Corte Suprema de seu País. Fazer melhor, a cada dia, ainda que em pequenos mas significativos passos, é nossa responsabilidade, nosso dever e nosso empenho permanente”. Se Bussunda estivesse vivo poderia retrucar com aquele bordão inesquecível: “Fala sério, ministro!”

As mazelas do STF têm raízes na crise das instituições da jovem democracia brasileira. Se os três Poderes da República têm sérios problemas de funcionamento, é inegável que o Judiciário é o pior deles. E deveria ser o mais importante. Ninguém entende o seu funcionamento. É lento e caro. Seus membros buscam privilégios, e não a austeridade. Confundem independência entre os poderes com autonomia para fazer o que bem entendem. Estão de costas para o país. No fundo, desprezam as insistentes cobranças por justiça. Consideram uma intromissão.


by Marco Antonio Villa
MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos.

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