segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Região Serrana do Rio terá mais um verão de improviso: casas e radares prometidos não foram entregues

Das 8 000 construções prometidas por Dilma, só 506 ficaram prontas. Candidato ao governo em 2014, Pezão vai inaugurar as obras ao longo da campanha eleitoral
Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
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Destruição causada pelas chuvas em Teresópolis, Rio de Janeiro - 12/01/2011
Destruição causada pelas chuvas em Teresópolis, Rio de Janeiro - 12/01/2011 - Antonio Lacerda/EFE
Os moradores da Região Serrana do Rio que enfrentaram a maior tragédia natural da história do país, em janeiro de 2011, vão enfrentar o terceiro verão seguido em situação precária. A região onde morreram mais de 900 pessoas em deslizamentos e inundações, para a qual foram prometidas 8.000 casas populares para moradores de áreas de risco, até hoje só recebeu 500 delas. As medidas destinadas a dar precisão à previsão meteorológica vão pelo mesmo caminho – nada aconteceu. Um cronograma do governo do Estado solicitado pelo site de VEJA informa que grande parte das entregas de casas populares vai se concentrar no período de campanha eleitoral, com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), à frente das inaugurações. Pezão corre o risco de, a caminho dos eventos festivos, ser cobrado por novas tragédias na região de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
O balanço dos três anos desde a calamidade que se abateu sobre a cadeia de montanhas que conecta as três cidades é de que, diante do sofrimento da população, as promessas foram despejadas como um forte analgésico para as famílias à míngua. Em 27 de janeiro de 2011, a presidente Dilma Rousseff anunciou, durante evento no Palácio Guanabara, sede do governo do estado do Rio de Janeiro, a construção de 6.000 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, destinadas aos moradores que viviam em áreas de risco naquela região. No encontro, foi anunciado que caberia ao governo do estado e aos municípios a cessão de áreas para a construção das residências. Outras 2.000 seriam construídas através de parceria com empreiteiros. No início deste ano, no entanto, a Secretaria Estadual de Obras anunciou uma redução drástica: em vez de mais de 8.000, o órgão entregaria 4.702 imóveis até o segundo semestre de 2013. O prazo já se esgotou há meses e, até agora, foram entregues apenas 506 imóveis – ou seja, só 6% dos que receberiam imóveis em áreas seguras foram contemplados.
As soluções provisórias – e caras – se perpetuaram. Enquanto não são contemplados com os imóveis prometidos, 6.589 famílias de oito municípios da Região Serrana (Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Bom Jardim, Areal, Sapucaia, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto) recebem o aluguel social. O valor gasto desde janeiro de 2011 é superior a 109 milhões de reais, segundo a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
A falta de fiscalização da aplicação do aluguel social e a resistência de alguns moradores em deixar as casas indicam que o pagamento do valor referente ao aluguel é solução precária, que nem sempre cumpre o papel de garantir a segurança das famílias, o que seria garantido pela entrega da casa própria. Relatório da Comissão de Acompanhamento da Recuperação da Região Serrana do Rio, elaborado pela Assembleia Legislativa do Rio e publicado em dezembro de 2012, aponta que moradores que deveriam ter deixado residências em áreas de risco estão utilizando o aluguel social para fazer obras e reformas nas residências das quais deveriam ter saído.
Procurada pelo site de VEJA, a Secretaria Estadual de Obras atribuiu o atraso a dificuldades de encontrar terrenos disponíveis para a construção dos imóveis. E informou que entregará pelo menos 2.520 unidades habitacionais até outubro de 2014, a tempo da eleição. De acordo com a secretaria, outros 1.388 imóveis serão disponibilizados entre janeiro e dezembro de 2014 – com grande parte inaugurada no período da campanha de Pezão para o Palácio Guanabara. Pezão, que foi o primeiro a chegar de helicóptero às áreas atingidas, comandou a Secretaria de Obras e hoje acumula o cargo de coordenador de Infraestrutura do Estado. De acordo com pesquisas do próprio PMDB, Pezão estaria em quarto lugar,  atrás do ministro da pesca, Marcelo Crivella, do deputado Anthony Garotinho e do senador Lindbergh Farias, nesta ordem.
“O sentimento dos moradores da Região Serrana em relação ao governo é de desalento devido à demora na entrega das casas e na conclusão das obras de reconstrução das regiões afetadas pelas chuvas de 2011. Se esse atraso tem fins eleitorais, não sei se terá algum efeito”, disse o deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB), que presidiu a CPI que investigou as causas da tragédia de 2011.
Outras obras, como a construção de pontes destruídas em 2011, também não foram concluídas. Das 85 pontes que estavam previstas, 27 ainda não foram feitas. A Secretaria de Obras afirma que entregou dezoito e que outras duas estão sendo construídas. Vinte e cinco estão sendo licitadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Outras quarenta teriam sido construídas pela Secretaria de Agricultura.
Radares – Em outro segmento de promessas, a capacidade de antever os problemas com a chuva pouco avançou. As áreas de risco contam com uma necessária – mas precária – forma de driblar a chuva: através da Secretaria de Defesa Civil, são instaladas sirenes em locais de risco. Quando há risco de deslizamento, o alarme enxota os moradores, que saem como podem para se abrigar em igrejas, ginásios, escolas. A providência, em resumo, segue a lógica de que o Estado aceita que há gente correndo risco de vida, e se limita a avisar quando esse perigo se torna ainda maior.
Em 2011, o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, anunciou a aquisição de dois radares, necessários para dar precisão e permitir a antecipação das previsões meteorológicas no estado, que atualmente tem áreas de sombra. Procurado pelo site de VEJA, o Instituto Estadual de Ambiente (Inea), responsável pela compra, informou que os equipamentos não estarão instalados a tempo de antecipar tempestades e minimizar os transtornos deste verão.
Atualmente, o estado é orientado por dois radares que não pertencem ao governo do estado. Um deles é operado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica. As informações desse radar têm função principal de auxiliar as aviações civil e militar, mas são repassadas a órgãos como o Inea e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitoram as ocorrências climáticas. Outro radar é da prefeitura do Rio, mas não é capaz de cobrir todo o estado.  
Segundo o Inea, os dois radares que existem hoje no Rio não cobrem toda a Região Serrana. Além disso, mesmo na área de atuação dos equipamentos não é possível precisar o volume de chuva e a localização precisa as tempestades. Se os novos radares estivessem instalados, a população da Região Serrana estaria mais segura porque seria possível detectar chuvas fortes com 6 horas de antecedência, com precisão do volume de água e da localização. O instituto atribui o atraso na instalação dos equipamentos à demora dos trâmites da licitação internacional. Técnicos do Inea estão nos Estados Unidos aprendendo a operar os novos equipamentos.
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Psicólogo americano separa pessoas em quatro perfis segundo formas de pensar


Psicólogo americano separa pessoas em quatro perfis segundo formas de pensar

Livros de psicologia de auto-ajuda têm inundado o mercado, trazendo ao leitor a promessa do autoconhecimento e propondo nova teorias. «Top Brain, Bottom Brain» (Cérebro de Cima, Cérebro de Baixo) é mais um deles, mas possui uma diferença: o seu autor é Stephen Kosslyn, um psicólogo que de facto tem respeito na comunidade académica.


Tendo trabalhado como professor nas universidades Harvard e Stanford, nos EUA, ele propõe um novo esquema para explicar de onde surgem as diferenças entre as pessoas nos seus modos de pensar.
O livro também desmistifica a maneira como a cultura popular aborda a questão, separando as pessoas entre os tipos «criativo» ou «racional» - associados ao lado direito e esquerdo do cérebro, respectivamente. Kosslyn explica por que considera essa noção simplista antes de detalhar a sua própria teoria.
Com o jornalista G. Wayne Miller, seu co-autor, o psicólogo argumenta que um corte «horizontal» no cérebro (dividindo-o entre as partes de cima e de baixo) é mais eficaz para mapear diferenças na forma como cada pessoa interage com o mundo.
Em vez de um hemisfério «criativo» contraposto a outro «racional», obtêm-se duas áreas com igual capacidade de intuição e raciocínio. Nesse caso, a distinção é que um deles é «executivo/planeador», enquanto o outro é «observador/perceptivo».
Como cada pessoa pode dar ênfase a uma das duas áreas, a ambas ou a nenhuma, Kosslyn conjectura que existam quatro tipos de pessoas, cada uma exibindo um «modo cognitivo» distinto.
«Se o seu interesse é evoluir pessoalmente, socialmente ou nos negócios, acreditamos que compreender e considerar a nossa Teoria dos Modos Cognitivos pode beneficiá-lo», escrevem Kosslyn e Miller na introdução do livro. No fim, o leitor é convidado a preencher um teste que revela qual é o seu modo predominante.
Em «Top Brain, Bottom Brain», a maior crítica à divisão lateral do cérebro é que a psicologia experimental falhou em comprovar a existência de um cabo de guerra entre os lados esquerdo e direito do cérebro, com a racionalidade a tentar sobrepor-se à intuição, e vice-versa.
A divisão cerebral entre andar de cima e andar de baixo seria mais flexível, por isso dá origem a quatro subtipos de pessoa, não apenas dois. Isso não impede Kosslyn de entrar em terreno delicado, quando defende que o «modo cognitivo» dominante de cada pessoa é parcialmente determinado pela genética.
Enquanto pessoas no modo «condutor» teriam propensão para a liderança, aqueles em modo «adaptador» seriam bons companheiros de equipa, ideais para implementar planos que não são os seus.
Seriam esses últimos, então, destinados à posição de subserviência, como as castas inferiores do «Admirável Mundo Novo»? «Espero que não», disse Kosslyn.
«A contribuição genética, que se dá principalmente pelo temperamento, é minoritária», afirma o psicólogo. «Você não está aprisionado pelos seus genes, mas é bom que esteja ciente de ter um certo temperamento e que isso pode estar a influenciá-lo.»
Kosslyn, por fim, não exibe a sua teoria como um trabalho completo; ele ainda procura psicólogos experimentais dispostos a testá-la. O livro, diz, já despertou esse interesse.
TOP BRAIN, BOTTOM BRAIN
AUTORES: Stephen Kosslyn e G. Wayne Miller
EDITORA: Simon & Schuster

domingo, 24 de novembro de 2013

OS 13 LIVROS MAIS VENDIDOS DA HISTÓRIA

  • Livros campeões de vendas ao redor do mundo
    Créditos: Reprodução
Milhões de livros são vendidos diariamente e além dos best-sellers que temos atualmente como a saga “Harry Potter”, “Crepúsculo” ou a mais nova febre entre os adultos “Cinquenta Tons de Cinza”, existem livros que há alguns anos conquistam fãs pelos mundo.
A Bíblia Sagrada sai na frente, mas na sequência, vemos uma série de livros que abordam diversos temas fictícios como os lúdicos “O Senhor dos Anéis” e “O Pequeno Príncipe”. Temos um brasileiro na lista! “O Alquimista”, do escritor Paulo Coelho é um sucesso mundial, veja só:

BÍBLIA SAGRADA – 3.9 BILHÕES

Há cerca de 50 anos, a Bíblia se tornou o livro mais vendido no mundo e, desde então, permanece no primeiro lugar do ranking. São aproximadamente 3,9 bilhões de cópias espalhadas pelo planeta traduzidas em mais de dois mil idiomas e dialetos. Em cada país, existe uma Sociedade Bíblica responsável pela garantia da verossimilhança das traduções com o texto original. Haja cristãos...

UM CONTO DE DUAS CIDADES – 200 MILHÕES

Charles Dickens foi um dos romancistas ingleses mais famosos do século XIX. Seu romance de maior sucesso foi "Um Conto de Duas Cidades", baseado na obra de Thomas Carlyle, de 1837, chamada "História da Revolução Francesa". A historia de Dickens narra os efeitos da revolução francesa na Inglaterra por meio de personagens românticos e mostra como a luta pela pela liberdade pode se tornar, ironicamente, a própria tirania.

O SENHOR DOS ANÉIS - 150 MILHÕES

Mais um best-seller de origem britânica, a saga "Senhor dos Anéis", do inglês J. R. R. Tolkien, é tão bem sucedida na versão impressa quanto na cinematográfica. A trilogia, que surgiu como sequência da obra "O Hobbit" de Tolkien, já foi traduzida em mais de 40 idiomas. A história se passa numa europa mitológica, em que humanos e seres míticos convivem no mesmo espaço. Ela descreve a saga de Frodo, o hobbit vivido por Elijah Wood no cinema, em busca do lendário anel que deve ser destruído.

O PEQUENO PRÍNCIPE – 140 MILHÕES

Se você nunca leu "O Pequeno Príncipe" na infância, saiba que não é tarde para conhecer a obra do francês Anoine de Saint-Exupéry - a mensagem é universal e serve para todas as idades. É o livro em língua francesa mais famoso do mundo, já tendo ultrapassado a marca dos 140 milhões de cópias vendidas, publicado em mais de 160 idiomas e dialetos. Aliás, é a terceira obra mais traduzida do planeta, só ficando atrás da Bíblia e de "O Peregrino", livro cristão escrito no século XVII.

O CASO DOS DEZ NEGRINHOS – 100 MILHÕES

Contabilizando todos os livros da autora inglesa, ela só perde em vendas para a Bíblia e para o conjunto das obras de Shakespeare. Mas, o maior sucesso de Agatha Christie foi "O Caso dos Dez Negrinhos", em que conta a história de dez pessoas desconhecidas que vão parar numa mansão na ilha de Devon, convocadas por um casal misterioso. O título do livro causou polêmica nos EUA por conta das palavras "little niggers" (negrinhos) e, por isso, a obra é conhecida por lá como "And Then There Were None" ou "Ten Little Indians.

O SONHO DA CÂMARA VERMELHA – 100 MILHÕES

É uma obra-prima da literatura chinesa, criada pelo escritor e pintor Cao Xueqin, que morreu cerca de cinco anos antes de "O Sonho da Câmara Vermelha" ser publicado. A historia do livro se baseia num triângulo amoroso que envolve a protagonista, Jia Baoyu, e seus dois primos. Corre à boca pequena que se trata de uma biografia de uma família nobre da época.

O HOBBIT - 100 MILHÕES

Como já tínhamos falado antes, "O Hobbit" é a obra de J. R. R. Tolkien que precede os três livros do "Senhor dos Anéis". O livro já foi adaptado para teatro, radio e cinema, sendo que a versão cinematográfica mais recente é uma trilogia filmada (de novo) pelo diretor Peter Jackson dividida em três partes: "Uma Jornada Inesperada" (2012), "A Desolação de Smaug" (2013) e "Lá e De Volta Outra Vez" (2014).

O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA – 85 MILHÕES

Primogênito da série "As Crônicas de Nárnia", o livro foi escrito pelo britânico C. S. Lewis em meados da década de 40, porém, sua publicação só aconteceu em 1950. Trata-se da historia de quatro irmãos que, ao fugirem dos bombardeios em Londres na 2a Guerra Mundial, chegam à casa de um professor que mora no campo e descobrem uma passagem secreta para um mundo fantástico. A obra foi traduzida em 41 idiomas.

ELA, A FEITICEIRA – 83 MILHÕES

Apesar de ter escrito o famoso "As Minas do Rei Salomão", o maior sucesso do escritor inglês Henry Haggard foi "Ela, a Feiticeira", de 1887. O livro conta as aventuras do professor Horace Holly e seu púpilo, Leo Vincey, que, seguindo as coordenadas registradas num objeto que era do pai de Leo, vão parar numa região inexplorada do interior da África. Haggard foi funcionário da coroa inglesa na África do Sul e morou por muitos anos no país, viajando por diversos lugares do continente africano - daí os cenários de suas histórias sempre estarem relacionados à região.

CÓDIGO DA VINCI – 80 MILHÕES

O escritor norte-americano Dan Brown é o dono de um dos livros que mais vendeu no mundo. Lançado em março de 2004, o best seller deu o que falar durante muitos anos e é polêmico principalmente por questionar a divindade de Jesus Cristo. Em 2006, “O Código da Vinci” ganhou um filme com o Tom Hanks interpretando o personagem principal.

THINK AND GROW RICH – 70 MILHÕES

Esse é um clássico livro de “fórmula de sucesso” escrito por Napoleon Hill em 1937. “Think And Grow Rich” aborda alguns temas psicológicos em histórias de sucesso de grandes milionários que fizeram sucesso na geração de Napoleon como Andrew Carnegie, Thomas Edison e Henry Ford. O best-seller foi publicado no meio da Crise de 29 e em 2004 ganhou uma revisão e ganhou uma versão atualizada trazendo exemplos mais modernos.

O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO – 65 MILHÕES

Apesar de ter sido publicado no formato de livro em 1951, "O Apanhador no Campo de Centeio" foi um romance veiculado em formato de revista em meados da década de 40. Provavelmente, o norte-americano J. D. Salinger não esperava o sucesso que o livro alcançaria e, muito menos, as lendas que surgiriam envolvendo sua obra. Dizem que o livro serviu de inspiração tanto para o cara que matou John Lennon, quanto para o que atirou no presidente Ronald Reagan. Eu hein...

O ALQUIMISTA – 65 MILHÕES

Representando o Brasil, "O Alquimista" de Paulo Coelho entra na nossa lista dos mais vendido no mundo. Traduzido em mais de 65 línguas, o livro divide opiniões - bem daquele tipo "ame ou odeie". Na obra, Paulo Coelho conta a historia de Santiago, um jovem pastor que segue seu sonho, literalmente, e sai da Espanha para ir até o Egito em busca do mais incrível tesouro do mundo. Nas suas andanças, Santiago se depara com um alquimista que vai guiá-lo e dar pistas sobre o paradeiro do tesouro.
 
Juliana Andrade redator(a)

Foi Cardozo ou foi Carvalho? Resposta: foi a polícia política do PT!

24/11/2013 às 7:31


Os três porquinhosQuanto mais o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tenta se explicar, mais ele se enrola. É um absurdo que ainda não tenha se demitido. É um absurdo maior que ainda não tenha sido demitido. Refiro-me à lambança que hoje une o ministro, o presidente do Cade, Vinícius Carvalho, a Siemens e um ex-diretor da empresa. Cardozo está se candidatando a chefe de um estado policial. É bom que todos ponham as barbas de molho. Se Dilma Rousseff obtiver, e tudo indica que deve ser assim, um segundo mandato, o risco de kirchnerização do país, também no que respeita à política, é real.
Cardozo veio a público para dizer que cumpriu sua obrigação ao entregar, como disse ter feito, à Polícia Federal um documento sem assinatura em que Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, acusa secretários do governo Alckmin e outros políticos de participar de um esquema de propina ligado à compra de trens. Pois é… Ocorre que, segundo a própria PF, tal documento fora fornecido pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), presidido por Carvalho, o petista.
Foi uma coisa ou outra? Muito provavelmente, as duas. Explico.
Desde o começo, sobram evidências de que o acordo de leniência firmado pela Siemens junto ao Cade tem um endereço certo: o governo de São Paulo. Esta gigante é uma grande fornecedora de estatais federais, sobretudo no setor elétrico. Nada de cartel com esses entes subordinados ao governo do PT? Será que os “companheiros”, que hoje têm um núcleo na Papuda, são patriotas demais para se entregar a essas práticas?
A dobradinha entre Carvalho e o deputado licenciado Simão Pedro (PT-SP), hoje secretário de Fernando Haddad, já ficou mais do que evidente. O político fez a denúncia; Carvalho, seu ex-funcionário, propôs o acordo; diretores e ex-diretores da Siemens aceitaram. O Cade se transformou, em seguida, uma central de vazamentos de informações contra o governo de São Paulo, “nas gestões Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB”, para usar expressão tornada célebre pela TV Globo. UM ENTE DO ESTADO BRASILEIRO ERA USADO COMO INSTRUMENTO DE POLÍTICA PARTIDÁRIA COM O BENEPLÁCITO DE SETORES CONSIDERÁVEIS DA IMPRENSA.
A Siemens, tudo indica, admitiu a formação de cartel, mas não o pagamento de propina a autoridades do governo. Ora, isso era pouco para o PT e para a campanha eleitoral de Alexandre Padilha. Era preciso apimentar a história. E surge, então, o tal documento em que Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, acusa secretários do governo de envolvimento com pagamento e recebimento de propina e caixa de campanha. Adicionalmente, este senhor pede um emprego na Vale e diz contar com o apoio “do partido” — o “partido”, claro!, é o PT. É simplesmente espantoso.
O documento saiu do Cade para a Polícia Federal? Muito provavelmente, sim!, conforme, aliás, memorando da própria PF. Isso evidencia que um órgão do estado se transformou, sem mais haver chance de dúvida, num instrumento de luta partidária. Cardozo vem, então, a público para dizer que não. O texto lhe teria sido entregue por Simão Pedro, e o próprio ministro teria se encarregado de enviá-lo à polícia.
Se foi Cardozo a entregar uma denúncia como aquela, que não traz uma só evidência, além do “ouvi dizer”, já é coisa grave. Ou ele chama a PF sempre que lhe passam um papel que não tem nem assinatura? Ocorre que o mais provável é que ele esteja, como direi?, faltando com a verdade e oferecendo seu nome para lavar a conspirata em curso no Cade, de onde o papel deve mesmo ter saído. Assim, o ministro teria agido só para proteger Carvalho, seu subordinado e homem que tem o controle da operação. Em qualquer das duas hipóteses, o que resta claro é que Cardozo está acompanhando meticulosamente a coisa. E não só essa. Este petista dedicado também centraliza as “informações” do caso Alstom — há gente sua inteiramente dedicada à questão.
Já era evidente
Já era evidente que a investigação sobre a formação de cartel obedecia a uma estratégia político-partidária. O Cade se transformou numa mera franja do PT. Não havia, como não há, evidências de que Mário Covas, Geraldo Alckmin ou José Serra estivessem pessoalmente envolvidos na lambança. Foi preciso, então, politizar um pouco mais a história. Para isso, foi usada a denúncia de Rheinheimer.
Foi Cardozo ou foi Carvalho? A resposta é simples: foi a polícia política do PT! Se Dilma deixar tudo como está, a decisão vale como uma ameaça. Afinal, há a possibilidade de um segundo mandato, e operações politicamente fraudulentas como essa podem se repetir, com mais intensidade. Não se esqueçam de que o ministro foi um dos três coordenadores da campanha eleitoral de Dilma — nas suas palavras, era “um dos Três Porquinhos”.
Por Reinaldo Azevedo


sábado, 23 de novembro de 2013

Natal pelo Brasil


Imagem 12/26: 14.nov.2013 - Criança posa para foto ao lado de escultura de um Papai Noel feita de areia na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (14) Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo

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