quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Aos 50 anos de militância, Raul Pont anuncia nova frente de luta


Raul Pont
Raul Pont
Marco Aurélio Weissheimer no Carta maior
Fundador do PT, deputado estadual, deputado federal, prefeito de Porto Alegre e candidato à presidência nacional do partido em 2005, Pont anunciou que não pretende concorrer na eleição de 2014 (é deputado estadual no RS) e que centrará sua luta política fora do parlamento. Em entrevista à Carta Maior, Pont fala sobre as razões de sua decisão, critica o atual modelo eleitoral do país (“está podre”) e a crescente influência do poder econômico na política brasileira, inclusive no PT.
Porto Alegre - A militância política de Raul Pont iniciou há cerca de 50 anos na luta contra a ditadura civil-militar implantada no Brasil a partir do golpe de 1964 que derrubou o governo de João Goulart. De lá para cá, dedicou sua vida à política, pela esquerda. Fundador do PT, deputado estadual, deputado federal, prefeito de Porto Alegre e candidato à presidência nacional do partido em 2005, Pont anunciou na última semana que não pretende concorrer na eleição de 2014 (é deputado estadual no Rio Grande do Sul) e que vai centrar sua atividade política fora do parlamento.
Em entrevista à Carta Maior, Raul Pont fala sobre as razões de sua decisão, critica o atual modelo eleitoral do país (“está podre”) e a crescente influência do poder econômico na vida política brasileira, inclusive no PT.
“Para mim, a militância parlamentar é uma militância como qualquer outra. Não faço carreira disso. A maior parte da minha vida política ocorreu fora do parlamento”, diz o dirigente petista que pretende dedicar parte de sua atividade política agora a convencer filiados e militantes do PT que é preciso combater a influência do poder econômico dentro do partido e as práticas que ela engendra, como o inchaço do Colégio Eleitoral no Processo de Eleições Diretas (PED) deste ano. O Diretório Nacional revogou, por maioria, regras que haviam sido aprovadas no último Congresso do partido estabelecendo critérios mais rígidos para a participação de filiados nas eleições internas.
“A atual direção do partido defendeu que não poderíamos baixar o número de votantes (em relação ao último PED) pois passaria uma imagem negativa para fora. Esse foi o argumento apresentado no Diretório Nacional que, por maioria, começou a afrouxar as regras. Nos últimos dias, há uma verdadeira explosão do quórum do colégio eleitoral (…) Eu prefiro mostrar para fora um partido real, com regras claras e bem definidas, do que um partido do inchaço. E agora estamos diante de um novo inchaço que vai deslegitimar o processo eleitoral”, critica Pont, advertindo:
“Ou nós conseguimos convencer um grande número de militantes que esse tipo de prática é um câncer dentro do partido, ou o partido vai morrer canceroso e nós vamos ter que construir outro e começar de novo”.
Carta Maior: Como se deu e quais são as razões de sua decisão de não concorrer à reeleição em 2014?
Raul Pont: É uma decisão pessoal que, evidentemente, ainda pode estar subordinada a um debate político no partido ou na minha própria corrente [a Democracia Socialista]. Mas a minha disposição pessoal é de não concorrer. É claro que não há um único motivo ou uma única razão para isso. O primeiro deles tem a ver com o sistema eleitoral que nós temos. Eu não estou descobrindo agora que esse sistema não é bom ou que acho ele antidemocrático. Eu luto e brigo contra isso há décadas. A primeira coisa que fiz quando fui deputado federal foi tentar levar adiante uma emenda constitucional que buscava estabelecer um mínimo de igualdade e identidade na representação proporcional dos estados. Não consegui apoio nem nas grandes dos partidos de centro e de direita de São Paulo, que é o maior prejudicado no modelo atual. Voltei para o Rio Grande do Sul e o projeto foi arquivado.
Naquele momento, a questão do poder econômico não estava tão acentuada e as nossas campanhas no PT ainda não estavam dominadas por essa lógica dos demais partidos. Ainda eram candidaturas muito coletivas. De lá para cá, e principalmente nas últimas eleições, a partir de 1998 e 2002, com a eleição de Lula, onde nós batemos no teto na representação federal, nós só patinamos.
Mesmo com o partido crescendo, mesmo possuindo mais deputados estaduais, mais diretórios, mais filiados e militantes, com governos federais a favor, o tamanho da bancada federal parou de crescer. Ao contrário, estamos diminuindo o número de nossos deputados federais, ainda que se eleja o presidente da República três vezes seguidas, e a influência do poder econômico só vem se exacerbando.
Um estudo da Consultoria Legislativa da Câmara Federal mostra que, na eleição de 2010, 370 deputados foram eleitos combinando a condição de candidaturas mais caras (entre as 513 candidaturas mais caras do país). E isso tende a continuar. O valor das contribuições empresariais dobra ou mais do que dobra a cada eleição, chegando a quase 5 bilhões de reais na última campanha. Isso do que foi declarado. Houve muita triangulação dentro dos partidos e o que corre sem declaração é incalculável. Assim, trabalhando só com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, temos, na última eleição, quase 5 de bilhões de reais doados por pessoas jurídicas para candidatos. E são doações para candidatos, não para os partidos. Os candidatos são escolhidos a dedo por essas empresas, em todos os partidos, inclusive o nosso. O número de empresas dispostas a financiar candidaturas dentro do PT cresce de maneira assustadora.
Eu nunca me elegi desse jeito. Nunca pedi dinheiro para empresa, banco ou latifundiário. A eleição hoje está cada vez mais difícil. Esse é um dos motivos pelos quais decidi não concorrer no ano que vem. É um protesto mínimo e uma espécie de denúncia de que esse sistema está podre e dominado pelo poder econômico, e o será cada vez mais.
Carta Maior: E quais seriam os outros motivos?
Raul Pont: Para mim, a militância parlamentar é uma militância como qualquer outra. Não faço carreira disso. A maior parte da minha vida política ocorreu fora do parlamento. Comecei a militar 50 anos atrás e não tinha a mínima ideia ou pretensão de ter algum cargo. Militava no movimento estudantil, no Sindicato dos Bancários. Em 1964, eu era bancário e comecei a estudar História na UFRGS. A minha militância começou efetivamente na resistência ao golpe militar em março de 64. De lá para cá eu não parei e na maior parte da minha militância não precisei de mandato, atuando até em condições muito mais adversas que a atual. Então, para mim o parlamento não é o único espaço de atuação. Há o partido, sindicatos, entidades sociais, o trabalho que posso fazer como professor universitário na área de ciência política. Posso contribuir também com a formação política dentro do partido.
Tenho 50 anos de militância. Vou completar 70 anos de idade no ano que vem. É claro que isso cansa e a minha vitalidade não é a mesma dos meus tempos de estudante e de jogador de basquete. Acho que o partido precisa se renovar e abrir espaço para novos quadros. Votei a favor do limite de mandatos no último Congresso do PT (que aprovou um limite de três mandatos). Acho que é um bom exemplo sinalizar para a juventude, para outros companheiros e companheiras que estão com mais vitalidade, mais pique, e que respondem também a uma nova conjuntura. Depois de 30, 40 anos, a vida de um partido político, principalmente num caso como o do PT que teve um crescimento muito rápido, tende a uma certa burocratização, à consolidação de funções e cargos de direção e representação parlamentar, que vai acomodando as pessoas. Temos que ter regras e práticas como o direito de tendência, o limite de mandatos ou a quota de 50% de gênero nas direções partidárias (também adotada pelo PT no seu último Congresso) para evitar que isso ocorra.
Se tem algum partido hoje no Brasil preparado para não fossilizar esse partido é o PT. Ele tem um processo muito dinâmico. Agora mesmo, no dia 10 de novembro, nós vamos eleger todas as nossas direções – municipais, estaduais e nacional – pelo voto direto dos filiados. As correntes do PT são dinâmicas, compõem maiorias e minorias. Quem é minoria está brigando para ser maioria, etc. Isso dá um dinamismo muito superior às experiências que a esquerda teve na Europa e na própria União Soviética, onde os aparatos partidários fossilizaram e se transformaram em burocracias vinculadas ao Estado. Penso que a grande contribuição que o PT traz para a teoria partidária no Brasil é a introdução de novas regras internas como a garantia de uma quota de 50% de gênero nas direções partidárias. Só isso já vai ser uma mudança muito grande nas direções do PT.
Mas não conseguimos ainda fazer uma reforma política e o que dá o tom do sistema hoje é a regra do jogo. O predomínio do poder econômico, o sistema de voto nominal que fortalece o indivíduo, enfraquece o partido e liquida com a ideia de identidade de programa, de projeto, torna o candidato cada vez menos um candidato do partido e mais um candidato da empresa ou do grupo econômico que o financiou. Ele passa a ser um lobista daquele grupo econômico e não mais um sujeito comprometido com a base que o elegeu.
Hoje temos a bancada ruralista, a bancada do setor financeiro, a bancada identificada com os interesses automobilísticos, a bancada dos agrotóxicos, das igrejas evangélicas, sem que alguém tenha votado para isso. As pessoas votaram em indivíduos que, teoricamente, se apresentaram como sendo de um partido. Esse sistema está falido, quebrado e é cada vez mais antidemocrático e corruptor.
Como até agora não conseguimos mudá-lo, vamos ter que continuar tentando. E eu não pretendo continuar lutando aqui dentro (da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul). Vou lutar lá fora. Vou continuar escrevendo sobre isso, denunciando essas práticas, ajudando a organizar as pessoas em favor de outro modelo de política. Acho uma tarefa importante que pretendo continuar cumprindo por toda a vida. Não estou saindo da política, estou saindo do parlamento, de uma representação parlamentar.
Carta Maior: Esse aumento do poder econômico no sistema político e dentro dos partidos parece que só vem crescendo nas últimas eleições. Quando a gente acha que a situação não pode piorar ela piora um pouco mais, como aconteceu essa semana com a aprovação da PEC do Orçamento Impositivo, que obriga o governo a pagar todas as emendas individuais dos parlamentares ao orçamento da União, até o valor de R$ 10 milhões por deputado e senador.
Raul Pont: Exatamente. Há algumas coincidências que são impressionantes. O mesmo Congresso que não consegue votar o fim da guerra fiscal, um mínimo de reforma tributária para o país, a reforma política e eleitoral, um imposto sobre as grandes fortunas, coisas que todos dizem serem justas e necessárias, no meio dessa crise toda, 376 deputados, com toda a facilidade e rapidez, aprovam uma proposta de clientelismo impositivo.
As emendas parlamentares, por si só, já são uma excrescência da política, um clientelismo escancarado, a antessala da corrupção. Todo mundo que já passou por uma prefeitura sabe disso. De certa forma, é a legalização da corrupção e do clientelismo. Com exceção do PT que, para meu desgosto e contrariedade, liberou o voto, todos os demais partidos, inclusive os ditos esquerdistas do PSOL, votaram favoravelmente. Esses partidos orientaram o voto ‘sim’ nos dois turnos. Como o PT não fechou questão, ao menos os deputados que integram a Mensagem ao Partido e alguns outros votaram contra (outros 40 deputados do PT votaram a favor).
Mas a nossa bancada deveria ter fechado questão. Aqui expresso uma contrariedade, não com o sistema eleitoral, mas com atual executiva nacional do partido Eu sou parte da direção, mas sou minoria dentro do Diretório desde a fundação do partido. Como é que essa direção coordenada pelo Rui Falcão, que é o presidente do partido, sequer estabelece uma orientação para a bancada. Pode até perder. Mas se você não orienta, não diz que determinada política está errada, fica difícil. Ninguém defende que essa PEC é uma política correta e republicana. Se todos os partidos orientam o voto ‘sim’ e o nosso libera o voto, nem o nosso partido se distingue. Nós nos diluímos no oportunismo, na submissão, na cumplicidade com práticas que ninguém consegue defender abertamente.
Como é que você quer que o eleitor, olhando para isso, vá confiar nos partidos políticos. Nós estamos afundando um processo de representação democrática duramente alcançado, que não é nenhum paraíso, mas que é superior às ditaduras e a muitas democracias já completamente dominadas pelo poder econômico como é o caso dos Estados Unidos. Essa lógica é mortal para o sistema democrático e só favorece o autoritarismo e saídas fascistas.
Os conceitos estão completamente confusos. Este ano vimos pessoas na rua gritando coisas como “ninguém nos representa”. Mas quem representa então? Existe outro partido em gestação que vai representá-los? O sistema é todo igual? Os partidos são todos iguais? Vamos criar a cada luta, a cada greve um novo partido que representa essa luta específica? Não. Há um acúmulo necessário para isso, um processo de identificação que nem sempre pode ser de cem por cento. Acho que o descrédito que está se criando hoje no Brasil é perigosíssimo, pois ele conduz às famosas saídas messiânicas de algum militar de plantão ou de algum populista autoritário querendo impor uma nova ordem.
Nós já vivemos isso. Como eu tenho 50 anos de experiência nas costas, sei bem como são essas coisas. Seria um desastre para nós um retrocesso desse tipo. Por isso eu quero lutar para ter partidos que controlem e punam os eleitos quando for o caso, para que os eleitos tenham fidelidade partidária, que sejam subordinados ao partido para votar as resoluções nas assembleias e nas câmaras. É essa noção de partido que precisamos fortalecer para termos uma democracia confiável com um mínimo de legitimidade. E nós estamos indo no caminho oposto. Já vimos outras vezes como, em momentos como este, sempre aparece um Castelo Branco, um Jânio Quadros, a figura salvadora da humanidade que, de maneira autoritária, resolve tudo.
Carta Maior: Na sua avaliação, essas preocupações estão presentes nos debates do Processo de Eleições Diretas, pelo qual o PT renovará, pelo voto dos filiados, todas as suas direções agora em novembro?
Raul Pont: O problema é que esses vícios do poder econômico vão para dentro do partido. O nosso estatuto e o nosso código de ética proíbem tais coisas. O artigo 14 do Código de Ética, por exemplo, diz que o que foi feito na votação da PEC que tornou as emendas parlamentares impositivas é proibido no PT. Os deputados que votaram a favor dessa medida, que é flagrantemente clientelista e contrária a critérios republicanos e democráticos no gasto público, tinham que ser punidos, suspensos. Praticamente a metade da bancada teria que ser suspensa. Ou essas pessoas são enquadradas ou então que se rasgue o código de ética.
Nós estamos em plena disputa interna no PT. O quarto congresso do partido, talvez sensível a esse quadro das ruas que já se expressava no ano passado, aprovou regras e normas bastante rígidas para esse Processo de Eleições Diretas que vivemos agora. Essas regras fariam com que o tamanho do colégio eleitoral apto a votar caísse drasticamente. Dos 1,7 milhão de filiados, que o PT tem hoje aproximadamente, votaria um número muito menor. A maioria desses filiados não paga as contribuições mensais. Há inclusive dirigentes partidários, cargos de confiança e parlamentares que não estão com as contribuições em dia. Se a regra aprovada no congresso fosse para valer, teríamos algumas dezenas de milhares de filiados aptos a votar neste PED (no último PED votaram cerca de 500 mil filiados).
Diante desse cenário, a atual direção do partido defendeu que não poderíamos baixar o número de votantes pois passaria uma imagem negativa para fora. Esse foi o argumento apresentado no Diretório Nacional que, por maioria, começou a afrouxar as regras. Nos últimos dias, há uma verdadeira explosão do quórum do colégio eleitoral, um crescimento exponencial do número de eleitores, com evidente incidência do poder econômico, colocando em dia as contribuições de filiados. Há filiados pagando por outros, filiados que descobrem que alguém já pagou a sua contribuição e que eles vão poder votar. Só que esse alguém que pagou vai dizer em quem eles devem votar.
Nós discutimos essa questão e fomos derrotados no Diretório. Foi muito conflitivo pois, para nós, o Congresso é uma instância superior ao Diretório e, portanto, este não poderia revogar uma regra aprovada no primeiro. Mas o Diretório, por maioria, acabou mudando as regras, alegando razões de prestígio externo do partido.
Eu prefiro mostrar para fora um partido real, com regras claras e bem definidas, do que um partido do inchaço. E agora estamos diante de um novo inchaço que vai deslegitimar o processo eleitoral. De novo, também no PT, ganha quem compra mais votos. Essa é, infelizmente, a dura realidade que estamos vivendo. É impossível, a cada ano, a gente começar de novo, um novo partido, uma nova sigla. Precisamos travar uma luta interna, pois nestes 33 anos de vida do PT nós construímos uma experiência riquíssima e muito forte. Estamos ultrapassando a casa dos 1,7 milhões de filiados e tenho a certeza de que a maioria dessas pessoas não concorda com esse tipo de método.
Temos aí, portanto, um espaço de trabalho político, de disputa e de convencimento. Mas esse processo de inchaço do colégio eleitoral não deixa de ser um elemento corruptor também. Se isso virar uma prática permanente dentro do partido, que não possa ser revertida no Congresso ou no Diretório do partido, nós vamos ter que pensar outras formas de organização, começar de novo, com todos os problemas que isso implica.
Eu disse há alguns dias numa entrevista que os partidos não têm prazo de validade e também não há nenhum desígnio dos céus dizendo que vai durar 20, 30 ou 100 anos. É a prática social, a identidade dessa luta com a vida, com a realidade, que determina essas coisas. Não sou profeta, não sei bem o que vai acontecer no próximo período. Pela experiência acumulada, a gente sabe que tem coisas que não dão certo. Algumas coisas eu tenho certeza que não darão certo. Mas não sei se teremos capacidade de nos contrapormos a essas práticas. Pode ser que sim, pode ser que não. Acho que neste momento a gente precisa brigar com as regras do jogo que estão na mesa e tentar convencer o maior número possível de militantes de que não podemos abandonar princípios éticos e morais na política. O preço que nos é cobrado depois é muito maior. Ou a política tem outro padrão que não o da força ou das regras do esquecimento, ou nunca vamos conseguir formar cidadãos plenos, com capacidade de discernimento e capazes de construir alternativas melhores.
Ou nós conseguimos convencer um grande número de militantes que esse tipo de prática é um câncer dentro do partido, ou o partido vai morrer canceroso e nós vamos ter que construir outro e começar de novo. Essa é a minha opinião.

Cadáver mumificado de menino de 4 anos é encontrado dois anos após sua morte em berço no quarto da mãe

18.09.2013

Poucas horas após o falecimento do garoto, mãe, que não havia chamado ambulância, pediu pizza em casa.


Uma mãe está sendo julgada após acusação de homicídio culposo pela morte de seu filho de quatro anos de idade. Segundo informações o garoto havia morrido de fome. 

Para deixar a situação ainda mais agravada, o corpo de Hamzah Khan foi descoberto pela polícia no berço em que dormia no quarto da mãe, Amanda Hutton. Com isso, os oficiais conseguiram mais uma prova de maus-tratos da mulher para com o jovem. 

O crescimento do pequeno havia sido atrofiado por conta da desnutrição causada pela mãe. Sua morte foi confirmada pelo motivo de fome. O caso gerou polêmica, principalmente pela não aceitação de uma pessoa morrer de fome na Inglaterra, país desenvolvido, em pleno século 21. 

A polícia descobriu o corpo do menino, dois anos depois de sua morte, por conta do cheiro vindo da casa de Amanda. Eles ficaram espantados com as condições de miséria da casa e principalmente com o cadáver mumificado. 

Segundo o promotor do caso, a mulher abusava do uso de álcool. O pai do menino havia se separado da mulher e foi viver em outro lugar. Não existem evidências de que ele fosse violento com Amanda antes da separação. 

Cadáver mumificado de menino de 4 anos é encontrado em berço no quarto de sua mãe dois anos depois que ele morreu de fome

A mulher se defendeu dizendo que havia procurado um farmacêutico para ajudá-la a cuidar do filho já em condições precárias de saúde. Ao chegar em casa encontrou o menino perto da morte. Tentou reanimá-lo, mas já era tarde demais. 

Ao que tudo indica, após sua morte a mulher começou a beber uma garrafa de vodka por dia. O promotor afirma que ela não fez nenhum chamado para uma ambulância ou médico. Segundo ele, algumas horas após a morte do garoto ela realizou um telefonema pedindo uma pizza. 

O julgamento ainda está em andamento.
Fonte: Daily Mail

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Acidentes de transito. Cenas fortissimas.


Cai por terra a versão oficial do 11 de Setembro


Torres Gémeas

Investigadores dinamarqueses afirmam terem provas de que as torres gémeas foram derrubadas pelos serviços secretos israelitas com a colaboração do FBI

Já muito se falou do ataque alegadamente terrorista de 11 de Setembro às torres gémeas do World Trade Center, surgiram teorias, e especialistas levantaram muitas questões. Mas quando o investigador Cientista Larry Silverstein encontra explosivos em destroços do World Trade Center cai por terra a ideia de que o ataque foi terrorista.
Uma equipe de oito pesquisadores liderados pelo professor Niels Harrit da Universidade de Copenhaguem (Dinamarca), comprovaram a existência de explosivos altamente tecnológicos em amostra dos escombros das torres gémeas.
Essa pesquisa vem confirmar um trabalho semelhante previamente executado pelo professor Steven Jones nos Estados Unidos.
Com esta descoberta explica-se a queda livre dos prédios num processo de demolição implosiva controlada. Os aviões não poderiam derrubar as torres gémeas devido à temperatura do combustível não ser suficiente para derreter aço.
O impacto também não pode ter afectado a estrutura no nível afirmado pelo governo americano, uma vez que o prédio foi desenhado para suportar aviões daquele tamanho. O ferro derretido na base dos prédios ficou vivo por várias semanas.
E nos três meses seguintes, fotos infravermelhas de satélites mostraram bolsões de alto calor nas três torres.
Larry Silverstein comprou o leasing do WTC entre 2000 e 2001, dois meses antes do “ataque”, tendo contratado um seguro para os prédios no valor de dois bilhões de dólares contra ataque terrorista.
Na opinião dos investigadores da Universidade de Copenhague, o ataque às torres gémeas serviu para “criar ódio contra os árabes e fomentar as guerras americanas na saga pelo petróleo e a hegemonia Israelita no Médio Oriente”.
Ainda segundo os mesmos investigadores, “existem evidências de que agentes da Mossad (serviços secretos israelitas), foram capturados no mesmo dia na posse de explosivos. Todos foram libertados pelo FBI”.
Veja o vídeo:

O Governo petista do DF construía, clandestinamente, celas especiais para abrigar os mensaleiros em caso de condenação. A Justiça proibiu

A SALA DOS MENSALEIROS --  As celas para os presos especiais seriam individuais e teriam: cama de solteiro; banheiro com privada; chuveiro elétrico; televisão; muito diferente do padrão da penitenciária local (FOTO: Cristiano Mariz)
A SALA DOS MENSALEIROS -- As celas para os presos "especiais" -- os mensaleiros -- seriam individuais e teriam cama de solteiro, banheiro com privada, chuveiro elétrico e televisão, muito mais confortáveis do que o padrão da penitenciária da Papuda (CLIQUE NA IMAGEM PARA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR) (FOTO: Cristiano Mariz)
Reportagem de Hugo Marques publicada em edição impressa da VEJA
ENTRE A CELA E A SALA
Às vésperas da eventual decretação da prisão dos mensaleiros, a Justiça manda suspender obras em presídio que estava sendo reformado para dar mais conforto aos petistas condenados
É inquestionável que no sistema prisional brasileiro impera, como regra, o sistema de punição extremada adicional.
Um criminoso condenado à pena de privação da liberdade vai ser submetido na penitenciária a uma série de outros castigos.
Ele pode ser estuprado.
Com certeza vai ser achacado por grupos de bandidos que comandam o comércio de drogas e produtos ilegais na cadeia e que vão exigir um pedágio para que os familiares consigam fazer chegar ao preso pacotes com roupas, comida e cartas.
Com raras exceções, o presidiário vai ter de sobreviver em celas superlotadas, em condições desumanas.
Ou seja, adicionalmente à pena de perda da liberdade, ele sofrerá castigos extremos aos quais a Justiça não o condenou. Esse é o destino que espera alguns dos mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal a penas de prisão fechada, caso se confirme a sentença, com a aceitação ou não dos embargos infringentes.
É justo submetê-los ao inferno carcerário brasileiro convencional ou, por se tratar de políticos, banqueiros e empresários, o grupo não deveria cumprir pena no mesmo ambiente onde estão estupradores, assassinos e assaltantes violentos? Essa é a discussão que, certamente, se seguirá ao ato final da eventual condenação dos mensaleiros pelo STF.
Juízes encarregados de fiscalizar os direitos dos presos dizem que não é aceitável colocar os mensaleiros em prisões comuns. Isso equivaleria a expor a vida deles a riscos de morte e agressão violenta. Há consenso entre especialistas em torno dessa questão de que é preciso evitar esse tipo de situação.
Minimizar esses choques, porém, é bem diferente do que se tentou fazer em Brasília, onde o governo [petista] do Distrito Federal mandou construir quatro celas especialmente para receber os mensaleiros condenados. Seriam celas individuais com televisão, cama, chuveiro elétrico e banheiro privativo — uma ala com grau de conforto inaudito em uma penitenciária brasileira.
ALBERGUE -- A ideia era proporcionar segurança e conforto aos condenados no escândalo do mensalão, como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha (Fotos: Joel RodrIgUes / Estadão Conteúdo :: André Borges / FolhaPress :: Marlene Bergamo / FolhaPress)
ALBERGUE -- A ideia do governo petista do Distrito Federal era proporcionar segurança e conforto aos condenados no escândalo do mensalão, como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha (Fotos: Joel Rodrigues / Estadão Conteúdo :: André Borges / FolhaPress :: Marlene Bergamo / FolhaPress)
Era para tudo ser feito na surdina, mas o plano foi descoberto. No ano passado, o governo do DF liberou 3,3 milhões de reais para obras de reforma e ampliação do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), instituição do sistema penal para presos que cumprem penas no regime semiaberto, que trabalham durante o dia e dormem na cadeia.
A obra, segundo o edital, tinha como objetivo ampliar as instalações, criando 600 novas vagas. Como se vê no detalhe da foto no começo deste texto, a ampliação começou — simultaneamente a uma discreta reforma no prédio que fica situado na ponta do complexo.
Ali, no pequeno galpão, trabalhavam até dias atrás pouquíssimos operários. Eles já haviam trocado parte do telhado, reduziam o tamanho das janelas, construíam paredes no interior, revestiam o teto com forro de madeira para diminuir o calor e retocavam a pintura pelo lado de fora.
No pequeno estacionamento à frente do prédio, uma pilha de tijolos e um monte de areia denunciavam a obra. Trabalhadores do local confirmaram que o galpão estava sendo transformado em quatro pequenas salas, com banheiro e instalações completas para receber chuveiro elétrico, televisão e até uma pequena geladeira.
Esses detalhes, porém, deveriam ser omitidos do grande público. Há algumas semanas, o secretário de segurança do DF, Sandro Avelar, foi procurado pelo secretário de Governo, Swedenberger Barbosa, que lhe transmitiu um pedido que recebera do “Diretório Nacional do PT”. Os petistas, segundo ele, queriam saber da possibilidade de promover reformas no CPP de modo a receber alguns dos condenados no processo do mensalão, permitindo que eles cumprissem suas penas com segurança e o mínimo de conforto.
A superlotada penitenciária da Papuda, em Brasília
A superlotada penitenciária da Papuda, em Brasília (Foto: Cristiano Mariz)
Combinou-se então a transformação do pequeno galpão nas salas especiais. Já havia o dinheiro liberado e os operários encarregados do serviço. Não fugiria, em princípio, do escopo da obra: ampliação e reforma do complexo.
“Era um pedido legítimo da direção do partido, preocupada com o futuro dos deputados condenados. Em Brasília, hoje, não existe um lugar seguro para os condenados em regime semiaberto cumprirem suas penas em segurança. Não havia motivos para não atender”, explicou um funcionário do governo de Brasília que acompanhou o processo.
Uma reportagem do jornal Correio Braziliense revelou a existência da parte secreta da obra. Na semana anterior à passada, o Supremo Tribunal Federal concluiu a primeira leva de recursos apresentados pelos condenados do mensalão, os chamados embargos de declaração. Alguns dos réus mais destacados, como o ex-ministro José Dirceu, alimentavam a expectativa de que suas penas pudessem ser reduzidas nessa etapa do julgamento. Ficaram só na esperança, porém.
Se os ministros reduzissem a pena que foi imposta a José Dirceu pelo crime de formação de quadrilha, ocorreria uma mudança drástica no seu futuro: ele poderia trocar o regime fechado pelo semiaberto, e, quem sabe, até cumprir a pena nas salas especiais de Brasília.
O ministro Ricardo Lewandowski, mais uma vez, foi um dos que mais se empenharam para convencer a corte a acolher os argumentos dos mensaleiros. No auge de seu esforço, ele chegou a fazer uma acusação grave contra o próprio tribunal: disse que seus colegas ministros teriam aumentado desproporcionalmente as penas de alguns condenados para forçá-los a cumprir a sentença em regime fechado.
O arroubo foi ignorado pela maioria dos ministros. A admissibilidade dos chamados embargos infringentes, e, em caso de admitidos, o seu acatamento constituem a última tentativa de alguns dos réus de reduzir as penas e escapar da cadeia.
DEU ERRADO -- o juiz Ademar Vasconcelos e o secretário Swedenberger Barbosa: privilégio abortado (Fotos: Sergio Dutti :: José Cruz / ABr)
DEU ERRADO -- o juiz Ademar Vasconcelos e o secretário Swedenberger Barbosa: privilégio abortado (Fotos: Sergio Dutti :: José Cruz / ABr)
Na quarta-feira, dia 4, repórteres de VEJA voltaram ao CPP. Os tijolos e a areia tinham desaparecido, assim como os operários que trabalhavam no local. Obra ali? Sim, de fato há duas em andamento: a ampliação das instalações e a reforma, mas, segundo os funcionários do complexo, a versão agora é que os operários estão simplesmente fazendo uma adaptação para transformar o velho galpão em um novíssimo paiol.
Ninguém nunca ouviu falar em salas especiais para mensaleiros.
O desmentido, porém, não convenceu totalmente a Justiça. “Nada pode ser feito à minha revelia. Querer inovar, querer criar modelos dentro de um sistema estabelecido por lei é inaceitável. O Estado não é para privilegiar deputados”, advertiu o juiz Ademar Silva de Vasconcelos, titular da Vara de Execuções Penais.
O magistrado informou ao secretário de Segurança Pública que desautorizava qualquer mudança na estrutura do presídio sem sua prévia concordância.
Procurado, Sandro Avelar disse que não podia falar “sobre o que eu nem sei se existe”. Ex-assessor de gabinete do ex-ministro José Dirceu, o petista Swedenberger Barbosa também negou a intervenção em favor dos mensaleiros. “Vou processar quem fizer qualquer tipo de ilação”, mandou dizer através de um assessor.
Por enquanto, a obra do CPP continua, mas só a de ampliação. A construção do albergue clandestino está oficialmente suspensa.
Ricardo Setti

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