Minas Gerais registrou nos três primeiros meses desse ano 34 mortes e mais de 37 mil casos da doença foram confirmados.
O segundo estado mais populoso do Brasil enfrenta uma epidemia de dengue.Minas Gerais registrou nos três primeiros meses desse ano 34 mortes e mais de 37 mil casos da doença foram confirmados. Várias cidades brasileiras têm usado métodos como água sanitária e fumacê para combater o mosquito transmissor. Mas os especialistas advertem que apenas essas medidas não evitam a proliferação do aedes aegypti.
Em São José do Rio Preto, no interior paulista, o número de infectados pela dengue esse ano já é sete vezes maior que em 2012 inteiro. Uma das ações de combate ao mosquito é a nebulização nos bairros com maior incidência da doença.
Parecido com a nebulização, o “fumacê” também é utilizado em muitas cidades brasileiras. Uma delas é Montes Claros, no norte mineiro, onde a dengue já infectou 1,2 mil moradores. O estado tem adotado outras medidas.
Em Minas, para tentar frear o avanço da dengue, os agentes de saúde estão distribuindo água sanitária nas casas. Os moradores vão utilizar o produto para combater as larvas do mosquito transmissor da doença.
Dona Ângela recebeu a dica para aplicar o produto diretamente nos ralos e no reservatório de água. Nas plantas que acumulam água, como as bromélias, ela ouviu que precisa diluir uma colher de café de água sanitária em um litro de água e, em seguida, despejar um pouquinho na planta. “Tem que ter mais consciência e cuidar muito mais”, ela diz.
“Mas deixando bem claro que nada disso substitui o cuidado da população em relação ao lixo, à calha entupida, manter sempre limpa. As caixas de água sempre tampadas. E também não substitui o trabalho dos serviço público, de visitas nas casas das pessoas para fazer essa verificação de focos”, reforça Geane Andrade, coordenador do Programa Estadual de Controle Dengue de Minas.
Água sanitária, nebulização, fumaçê, inseticida, velas e outros produtos podem ajudar a combater o mosquito, mas a eficácia é limitada, garantem os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz.
“Uma vez que a pessoa vai tratar aquele reservatório com água sanitária ou borra de café ou o que seja, por que não eliminar aquele reservatório que está acumulando água ou se estiver colocando na caixa d'água, por que não vedar totalmente a caixa d'água? Acontece que isso cria na pessoa a sensação que ela está fazendo a parte dela e pode deixar ali por muito tempo, mas aquela água sanitária vai evaporar e aquela borra de café não vai ficar efetiva por muita tempo”, alerta o pesquisador Ademir Martins.
Por enquanto, o bom mesmo é fazer como o aposentado Alsino Nogueira. Na rua, ele observa tudo, e qualquer possível foco do mosquito, ele recolhe.
“Nós temos que fazer o movimento de corrente. Mesmo o vizinho sendo inimigo, ele vai ter que ser amigo nesse momento. Se cada um colaborar, nós vamos fazer a corrente positiva. Vamos eliminar este mosquito que é terrível”, ensina seu Alsino.
by G1