quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

2013 - O ano da Serpente



O ano trará sucesso aos representantes das profissões intelectuais. Os principais astrólogos russos fizeram, especialmente para a Voz da Rússia, as suas previsões para o novo ano.

O ano que agora começa será dominado pelo calculismo e astúcia. Terão êxito os que planejarem tudo ao pormenor e não aqueles que gostam de arriscar. Os astrólogos recomendam dar mais atenção ao orçamento pessoal e, na medida do possível, reduzir as despesas.

A “dona” do próximo ano, a serpente, não gosta de gastadores. As estrelas predizem felicidade àqueles que encaram as questões do amor com seriedade. O ano de 2013 será bom para casar e estabelecer relações fortes. Os astros estarão especialmente favoráveis aos representantes dos signos do ar. As pessoas de Balança, Aquário e Gémeos resolverão todos os seus problemas e terão sorte na maioria das áreas, diz a astróloga Alena Adler.

“Os de Balança não terão praticamente problemas neste ano. Se no ano passado eles tiveram que trabalhar arduamente, agora chegou o tempo de colher os frutos. As pessoas de Gémeos verão finalmente a série de azares chegar ao fim. Este ano a sorte sorrir-lhes-á. Elas conseguirão ganhar bom dinheiro e fazer relações que lhes virão a ser úteis. Já os representantes de Aquário terão muitas ideias criativas, ideias que conseguirão realizar graças às suas qualidades de organização e liderança”.

As mudanças esperam os representantes de Caranguejo, Peixes e Escorpião. Existe a possibilidade de mudar a sua vida radicalmente, diz o astrólogo Viktor Istomin.

“Para os de Caranguejo, o próximo ano pode trazer uma mudança de trabalho ou nas relações afetivas. Os de Escorpião terão preocupações domésticas no início do ano. Convém estarem preparados para complicações burocráticas que, não obstante, acabarão por ser ultrapassadas. Para os Peixes, os amigos e parceiros serão um importante apoio no trabalho. Na segunda metade do ano, os Peixes terão grandes despesas, possivelmente a compra ou uma mudança de casa”.

Os signos da Terra não estão imunes a mudanças. No entanto, para o Touro, Capricórnio e Virgem, estas mudanças serão no geral positivas, diz Alena Adler.

“2013 trará mudanças à vida pessoal das pessoas de Touro. Em abril e maio, terão a possibilidade de alterar a sua vida para melhor. Para os representantes de Virgem, os problemas nas relações afetivas ficarão em segundo plano. As circunstâncias permitir-lhes-ão melhorar o seu nível de vida e posição social. Os de Capricórnio no próximo ano passarão a encarar a sua vida de forma mais responsável. Terão mais sorte os que trabalham na área da educação, construção civil e iniciativa privada”.

As pessoas dos signos de Leão, Sagitário e Carneiro terão bastantes surpresas no próximo ano: novos conhecimentos e novas possibilidades. Para ter êxito, é preciso não ter medo das circunstâncias e agir com determinação, sublinha a astróloga Tamara Yudina.

“Para o signo de Leão, o ano será positivo. A sua popularidade e respeito por parte dos outros aumentarão, a sua capacidade de influenciar as pessoas será reforçada. Os leões poderão utilizar esse aspeto para alargar os seus poderes ou subir na carreira. Já as pessoas de Carneiro terão que estar sempre em tensão, prontas para acontecimentos imprevisíveis. Para os de Sagitário, a palavra-chave do ano será “inesperadamente”. Eles poderão vir a receber algum presente do destino, como uma inesperada renda extra. Não devem ter medo de falar de suas ideias, este ano é bom para as pessoas criativas”.

No geral, no próximo ano haverá muito menos turbulência que em 2012. O mundo começará a sair da crise. Os astros mostram que, na vida política da Rússia, poderão surgir novas figuras influentes, diz Viktor Istomin.

“Na arena política nacional irão aparecer novas figuras. No plano financeiro, ocorrerão acontecimentos inesperados. A crise começou em 2008 mas não foram tomadas medidas reais para esta ser definitivamente ultrapassada. Por isso, nos próximos anos, será introduzida uma moeda mundial. Esta será a única coisa que permitirá à humanidade sair do beco sem saída”.

Segundo o horóscopo chinês, 2013 será o ano da serpente de água. Ele trará muitas decisões ponderadas e justas, sorte a todos os signos do Zodíaco ligados às profissões intelectuais. A serpente substituirá o dragão no próximo 10 de fevereiro.


by - Radio Voz Da Russia

Explosão de Caixas Eletronicos, está virando rotina no RS. . by Deise

Bandidos explodem Banco do Brasil em Canguçu

06 de novembro de 20120

Explosão danificou o Banco do Brasil Foto: Renato Silva/ Especial/ ZH

Bandidos utilizaram explosivos para roubar a agência do Banco do Brasil de Canguçu, na Região Sul. A ação durou cerca de 10 minutos e não deixou feridos, conforme a BM.O grupo teria fugido em um carro de cor branca, em direção à rodovia que liga Canguçu a Pelotas (BR-392). A BM montou barreiras na região.Levantamento da Rádio Gaúcha e do Blog Caso de Polícia, revela que com este ataque são 133 em 2012.
Ataques a bancos (segundo levantamento da Rádio Gaúcha):

2012 = 133  2011 = 129; 2010 = 113; 2009 = 128

Municípios campeões de ataques em 2012:

Porto Alegre = 31; Canoas = 10; Novo Hamburgo = 4; Santa Maria = 4

Municípios campeões de ataques em 2011:

Porto Alegre = 40; Caxias do Sul = 7; Canoas = 6

A região mais visada é a Metropolitana, com quase metade dos ataques. Porto Alegre lidera, com 31 ataques; Canoas, com dez; Novo Hamburgo e Santa Maria, com quatro cada um; são os municípios com a maior quantidade de ocorrências.

Uso de maçarico, em 36% dos casos; e utilização de explosivos, em 15% das ocorrências, têm a preferência das quadrilhas como forma de driblar a segurança dos bancos.

Municípios com menos de 20 mil habitantes, que contam com uma quantidade menor de policiais, são o alvo preferencial dos assaltantes, com 31% dos ataques.

Este é o 21º ataque do tipo registrado com explosivos no Rio Grande do Sul em 2012.

Relembre outros casos em 2012:

— 20/10/2012, Cristal — No início desta madrugada, assaltantes explodiram a agência do Banrisul da cidade.

— 28/09/2012, Jaquirana — Agência do Banco do Brasil foi destruída com a explosão. Um refém chegou a ser levado pelos bandidos, mas foi liberado minutos depois.

— 17/09/2012, Fagundes Varella — Bandidos atacaram com explosivos a agência do Banco do Brasil de Fagundes Varela, na Serra. Uma testemunha ouvida pela BM disse ter visto ao menos três homens fugirem em um carro.

— 08/09/2012, Nova Bassano — A agência do Banco do Brasil que fica na Rua Pinheiro Machado foi atacada por criminosos. Quatro homens armados explodiram pelo menos dois caixas eletrônicos.

— 02/09/2012, Tio Hugo — Ladrões explodem terminal do Banco do Brasil, localizado ao lado da sala ocupada pela BM. Plantão policial estava em outra cidade no momento da ação.

— 26/08/2012, Picada Café — Dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil são detonados por assaltantes.

— 14/08/2012, Torres — Quadrilha faz reféns e explode caixas durante a madrugada na área de autoatendimento do Banco do Brasil.

— 07/08/2012, São Francisco de Paula — Bando faz dois reféns em ataque ao BB. Dois dias depois, um suspeito é morto em Caxias do Sul em confronto com a Brigada Militar.

— 31/07/2012, Feliz — Três pessoas são baleadas, inclusive um PM, em uma ação contra a agência da Caixa.

— 20/07/2012, Bento Gonçalves — Um caixa do Bradesco em posto de combustíveis é explodido. BM troca tiros com os bandidos.

— 27/04/2012, Uruguaiana — Ladrões falham na tentativa de explodir um caixa eletrônico do BB.

— 14/04/2012, Dom Feliciano — Um policial militar morreu e outro foi baleado em ação contra o Banco do Brasil.

— 05/04/2012, Tapes — Oito criminosos atacam a agência do Banco do Brasil e trocam tiros com a polícia.

— 18/03/2012, Canoas — Bando arromba com carro porta de supermercado e explode caixa eletrônico.

— 13/03/2012, Canoas — Um caixa eletrônico do Itaú é destruído.

— 10/03/2012, Caxias do Sul — Bando explode caixa eletrônico do Bradesco.

— 06/03/2012, Santa Maria — Homem é preso ao tentar detonar explosivos em um caixa eletrônico do Bradesco.

— 05/03/2012, Sapucaia do Sul — Terminal do Bradesco é explodido.

— 04/03/2012, Ipê — Bando faz um refém e fere a tiro uma pessoa em ação contra agência do Banco do Brasil.

— 21/01/2012, Triunfo — Ataque a uma agência do Itaú em posto de combustíveis tem troca de tiros com a Brigada Militar.

Renato Silva/ Especial/ ZH

Nova classe média inclui ao menos 50% das famílias em favelas do país




Levantamento do G1 considera dados do IBGE sobre renda per capita.

Cerca de 5% dos domicílios localizados em favelas estaria na classe alta.

Rosanne D'Agostino*

Do G1, em São Paulo

Gilvan da Silva Medeiros, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro; e Valdeci Gasparino e Maria José Marques, de Heliópolis, em São Paulo: faces da nova classe média em favelas brasileiras (Foto: Tássia Thum e Paulo Toledo Piza/G1)Gilvan da Silva Medeiros, da Rocinha (RJ); e Valdeci Gasparino e Maria José Marques, de Heliópolis (SP): famílias da nova classe média em favelas brasileiras (Foto: Tássia Thum e Paulo Toledo Piza/G1)
Pelo menos metade das famílias que moram em favelas e ocupações no Brasil pertence à nova classe média, segundo levantamento do G1 com base em dados sobre renda do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números apontam ainda que quase 5% dessa fatia da população estaria na classe alta.
A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República considera classe média famílias "com baixa probabilidade de passarem a ser pobres no futuro próximo", com renda per capita (por pessoa) entre R$ 291 e R$ 1.019 por mês. Quem vive com mais de R$ 1.019 por mês pertence à classe alta. Nesse critério, uma família de cinco pessoas que ganhe, por exemplo, acima de R$ 5,1 mil, somada toda a renda, está na classe A.
secretaria estima que o Brasil tenha 104 milhões de pessoas na classe média, o que representa 53% da população brasileira. Parte dessa população, no entanto, estaria em favelas do país.
Em 2010, de acordo com o IBGE, cerca de 11,4 milhões de brasileiros (6% da população) moravam em aproximadamente 3,2 milhões de domicílios nos chamados aglomerados subnormais – favelas, invasões, grotas, comunidades, baixadas ou vilas. Conforme estimativa traçada pelo G1, em pelo menos metade dessas residências (1,6 milhão de domicílios) a renda per capita registrada enquadraria as famílias na classe média.
Dados sobre renda per capita no Censo 2010 (atualizados para 2012 com base na inflação) mostram que, em 51,2% dos domicílios em favelas e ocupações, vivem famílias de classe média. Outros 4,57% das famílias residentes nessas áreas estariam na classe alta.
Conforme os critérios da SAE, vivem na linha da pobreza as família brasileiras que possuem renda per capita inferior a R$ 162. Na faixa entre R$ 162 e R$ 291 está a classe intermediária entre pobres e classe média, grupo chamado de vulnerável.
Gilvan trabalha mais de 12 horas, seis vezes por semana, na barbearia na entrada da Rocinha (Foto: Tássia Thum/G1)Gilvan trabalha mais de 12 horas, seis dias por
semana, na barbearia na entrada da Rocinha
(Foto: Tássia Thum/G1)
Rio de Janeiro e São Paulo
A Rocinha, maior favela do país, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, possui quase 23,4 mil domicílios. O levantamento mostra que cerca de 65% das famílias que moram na região pertenceriam à classe média. Outros 5,24% das moradias seriam de classe alta.
G1 foi até o local falar com moradores sobre o critério de renda adotado pelo governo e encontrou famílias típicas de classe média, com carro novo na garagem, televisores de LCD com pacote de TV a cabo, que viajam de avião e têm filhos universitários. Ainda assim, muitos rejeitam ser enquadrados nessa faixa da população.
"Para mim, classe média alta é rico. Rico não mora em favela", afirmou o barbeiro Gilvan da Silva Medeiros, de 51 anos, ao lado do carro zero quilômetro recém-adquirido. "Rico não mora em favela, mora nos prédios de luxo em frente à Rocinha, em São Conrado, Botafogo, em frente à praia do Leblon. Acho que para ser rico assim é preciso ganhar no mínimo uns R$ 20 mil por mês".
Valdeci Heliópolis Classe Média nova classe c classe alta  são paulo favela comunidade (Foto: Paulo Piza/G1)Valdeci Gasparino é promotor de vendas e mora em
Heliópolis, em São Paulo. Sua casa de 2 andares
tem TV de LCD e netbook (Foto: Paulo Piza/G1)
Em Heliópolis, segunda maior favela de São Paulo, localizada na Zona Sul da cidade, famílias de classe média vivem realidades opostas.
O promotor de vendas Valdeci Gasparino, de 41 anos, mora com conforto em uma casa com dois andares, TV de LCD, carro zero. Mas precisa lutar contra as dívidas que acumulou no cartão de crédito. Já sua vizinha, a aposentada Maria José Marques, de 72 anos, paga as contas com dificuldade e não tem luxos.
O promotor conta que passou a infância num barraco. "A luz era puxada do poste, água era buscada num lugar com tambor. Nem tinha esgoto", relata.
Anos depois, beneficiada por programas habitacionais, sua família passou a viver numa casa que, após diversas reformas, tem 2 andares com 5 cômodos cada. Nela estão eletrodomésticos e eletrônicos como netbook, TV de LCD de 42 polegadas e sistema de som. Na garagem, um carro zero km.
Rico não mora em favela, mora nos prédios de luxo em frente à Rocinha"
Gilvan da Silva Medeiros, de 51 anos, morador da Rocinha, maior favela do RJ
Ao contrário do vizinho, a aposentada não tem plano de saúde e depende do SUS para cuidar de um problema que tem no coração. O único luxo é um computador, que é de um modelo mais antigo.
A renda da casa gira em cerca de R$ 2,4 mil, o suficiente para manter, com dificuldade, a idosa, seu marido, dois filhos e dois netos. Em termos per capita, seria de R$ 400, um pouco acima dos R$ 291 que delimitam a classe média.
Já a filha de Gasparino está prestes a se formar em administração em uma faculdade particular e o filho mais novo deve virar universitário no ano que vem.
A melhoria de vida, no entanto, fez com que ele estourasse o limite de três cartões de crédito. "Você começa com uma coisa pequenininha, vai crescendo e acaba perdendo o controle, não tendo condições de pagar", diz o morador.
Ou você come ou paga a conta"
Valdeci Gasparino, de 41 anos, morador de Heliópolis, segunda maior favela de SP
Apesar da renda de sua família girar em torno de R$ 4 mil mensais, a dívida parece estar longe de acabar, principalmente por conta dos juros. "Não que a gente não queira pagar, é que as condições chegam num limite que ou você come ou paga a conta."
Ainda assim, o promotor de vendas diz ver vantagens em manter, na comunidade, um padrão de vida típico de bairros mais abastados. "Acredito que é mais perigoso hoje em dia morar no Morumbi ou em bairros mais nobres do que viver aqui. Bandidagem está em todos os lugares, mas não vai mexer com quem está aqui dentro."
CARACTERÍSTICAS DA NOVA CLASSE MÉDIA, SEGUNDO O GOVERNO
Ensino fundamental incompleto e sem escolaridade
Emprego formal ou alguma ocupação
Casa própria e com mais cômodos
Cuidado ao poupar dinheiro
Chance de estar endividada
Investe na educação dos filhos
Trabalha altas jornadas
Começa a ter acesso a plano de saúde
Já a aposentada diz que seu sonho é ver a sala com piso de ladrilho e o telhado mais firme. "O que mais quero é renovar minha casinha. Eu penso: 'Será que vou morrer deixando minha casinha desse jeito?'"
Economista defende critérios
Diana Grosner, da Secretaria de Ações Estratégicas (SAE) da Presidência da República, fez parte da comissão que definiu o critério da nova classe média e diz que os dados divulgados até o momento são preliminares. "Vale dizer que essa classe média que nós definimos, tudo que divulgamos, são projeções, porque o ano ainda não acabou".
A economista rebate as críticas ao conceito aplicado pelo governo. Segundo ela, o conceito é relativo e serve para que o estado brasileiro atenda às necessidades dessa população.
"É uma classe média do Brasil. A classe alta não é rica em relação às pessoas que estão abaixo. Mas nós achamos o mais adequado, que reflete melhor a condição da família. O conceito per capita traduz melhor a situação. O que nós estamos fazendo não é um exercício sociológico. É para ter um recorte, para olhar a evolução", explica.
*Colaboraram Tássia Thum, do G1 RJ, e Paulo Toledo Piza e Tatiana Santiago, do G1 S
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“A condenação de Dirceu, inexoravelmente, incrimina Lula”, por Manoel Pastana


O que se discute aqui é o óbvio: se a teoria do domínio do fato serve para incriminar José Dirceu, a fortiori (com maior razão), também serve para incriminar Lula.



Artigo do Procurador da República Manoel Pastana, publicado em seu blog na última terça-feira (09):


Desde o início do julgamento do mensalão, percebe-se nítida divergência entre o relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandwski. Contudo, na parte em que trata do acusado José Dirceu, a divergência ficou bem mais acentuada. O voto do relator é parecido com uma peça acusatória. Por outro lado, o voto do revisor nada se diferencia de uma peça defensiva. Peço venia aos dois ministros, mas estou apenas constatando uma realidade que, aliás, será consignada no livro que lançarei em breve.

O relator afirma que há provas abundantes da culpa de Dirceu. Em sentido contrário, o revisor diz que não há prova alguma. A realidade é que a prova técnica contra Dirceu é extremamente frágil. Nesse diapasão, pela ótica dos princípios que norteiam o processo penal, o revisor tem razão, mormente porque, Jefferson, que poderia ser utilizado como testemunha ou delator, beneficiado pela delação premiada, foi incluído no processo como acusado, fragilizando por demais o viés probatório da revelação que fez sobre o esquema criminoso. Ocorre que o cenário delitivo é gigantesco e aí fica difícil não enxergar a lógica, isto é, a ação dos que estão por trás dos executores. Aliás, a ministra Rosa Weber, invocando “a lógica autorizada pelo senso comum”, ressaltou que na Justiça Trabalhista ela proferiu diversos votos, sob a inspiração de Malatesta, no sentido de que “o ordinário se presume, só o extraordinário se prova”. Conquanto esse entendimento possa ter agasalho nas lides laborais, em matéria penal, ao meu sentir, ele acutila os princípios da verdade real, presunção de inocência e in dubio pro reo.

Em socorro ao raquítico quadro probatório, que poderia ser derrubado pelo princípio doin dubio pro reo, os ministros que fazem divergência ao revisor invocaram a teoria do domínio do fato, importada do direito alemão. Ocorre que a teoria do domínio do fato não dispensa prova, caso contrário, estar-se-ia institucionalizando a punição pela simples relação hierárquica. Assim, por exemplo, o chefe da repartição seria punido por crime ocorrido na sua área de atuação, independente da relação de causalidade, dolo ou culpa, bastando haver relação lógica de que ele, como chefe, teria o domínio da situação. Isso fere os princípios que norteiam a responsabilidade penal subjetiva. Daí a condenação de Dirceu surpreender muita gente, inclusive eu, que não acreditava que iria acontecer, mas que hoje é uma realidade, diante dos três votos nesse sentido e da predisposição condenatória de outros ministros.

Como disse em artigo anterior, o STF pode tudo, uma vez que é a última instância na dicção do direito. Assim, pragmaticamente, é despiciendo discutir o acerto ou erro da decisão condenatória, que ora se vislumbra. O que se discute aqui é o óbvio: se a teoria do domínio do fato serve para incriminar José Dirceu, a fortiori (com maior razão), também serve para incriminar Lula. Nesse sentido, como o relator consignou que o “elevadíssimo cargo” que era ocupado por Dirceu lhe conferia o domínio do fato. Por razão maior, o cargo máximo que era ocupado por Lula lhe coloca em situação de responsabilidade superior.

Aliás, se em relação a Dirceu, o depoimento de Jefferson não foi confirmado por outras testemunhas, o mesmo não aconteceu em relação a Lula. Segundo o voto do relator, o depoimento de Jefferson, dando conta de que informara ao ex-Presidente a existência do mensalão, teve ampla confirmação. Vejamos trecho do voto: “A testemunha(refere-se a Arlindo Chinaglia) também confirmou que participou de reunião em que o acusado ROBERTO JEFFERSON informou ao Presidente Lula sobre a existência dos pagamentos. Aliás, todos os interlocutores citados por ROBERTO JEFFERSON – Senhores Arlindo Chinaglia, Aldo Rebello, Walfrido dos Mares Guia, Miro Teixeira, Ciro Gomes e o próprio ex-Presidente da República – confirmaram que foram informados, por ROBERTO JEFFERSON, nos anos de 2003 e 2004, sobre a distribuição de dinheiro a parlamentares para que votassem a favor de projetos do interesse do Governo. Portanto, muito antes da decisão de ROBERTO JEFFERSON de delatar publicamente o esquema.” Isso desmente o ex-Presidente Lula de que “não sabia de nada” sobre o mensalão.

O ministro Joaquim Barbosa também consignou no voto que “o senhor Ricardo Espírito Santo Salgado, presidente do banco Espírito Santo, afirmou que manteve várias reuniões, diretas e pessoais, com o próprio Presidente da República.” Ora, o que o presidente de um banco privado faria em reunião direta e pessoal com o Presidente da República? A resposta a esse questionamento pode ser vista em outro trecho do voto do relator: “Roberto Jefferson disse em depoimento prestado à PF e confirmado em juízo, o seguinte: Que José Dirceu afirmou ao declarante que o PT estaria sem recursos para cumprir o acordo, uma vez que a PF havia prendido 62 doleiros. Que em um encontro ocorrido no início de janeiro de 2005, o então ministro afirmou que havia recebido, juntamente com o Presidente Lula, um grupo da Portugal Telecom ;com o Banco Espírito Santo, que estaria em negociações com o Governo brasileiro. Que José Dirceu afirmou que haveria a possibilidade de que referido grupo econômico pudesse adiantar cerca de oito milhões de euros, que seriam repartidos entre o PT e o PTB.”

O nome do ex-Presidente Lula está em várias partes do voto do relator, de forma a não deixar dúvida alguma de seu envolvimento com o esquema criminoso. Mas não é só isso. Ao contrário de Dirceu, que não praticou nenhum ato material, pelo menos não deixou rastro disso, Lula praticou atos materiais, que se enquadram como uma luva nos artigos 13 e 29 do Código Penal. Senão vejamos. Duas foram as principais fontes de recursos do mensalão. A primeira está relacionada aos contratos fraudulentos com as empresas de publicidade de Valério. Para viabilizar a contratação de tais empresas, foi editado o decreto 4.799/2003, que além de afastar o incômodo da licitação, permitindo a contratação direta, conferiu poderes a Valério para funcionar como uma espécie de administrador de recursos públicos. Esse decreto foi assinado pelo ex-Presidente Lula, a mando de quem não se sabe, mas a assinatura é dele.

Outra importantíssima fonte de recursos do mensalão veio de empréstimos consignados em folha de pagamento a aposentados do INSS. Primeiro foi editada a Medida Provisória 130, que criou os empréstimos. Assim, que foi publicada a MP, o banco BMG, envolvido no esquema, procurou habilitar-se para fazer tais empréstimos. Contudo, não obteve êxito, porque um inconveniente parecer da Procuradoria Federal do INSS aduziu que os empréstimos somente poderiam ser realizados por bancos públicos, pagadores de benefícios previdenciários. O empecilho foi superado com a edição do decreto 5.180, dispondo expressamente que mesmo banco privado, ainda que não fosse pagador de benefício previdenciário, poderia se habilitar. Graças à explicação do referido decreto, o BMG logrou êxito à habilitação. Tanto a medida provisória como o decreto foram assinados pelo ex-Presidente Lula, a mando de quem não se sabe, mas a assinatura é dele.

Além da assinatura do “democrático” decreto, que inclusive levou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a representar criminalmente contra o ex-Presidente, arquivada pelo então procurador-geral da República Antonio Fernando, Lula enviou mais de dez milhões de cartas (assinadas por ele) a aposentados, anunciando a “novidade” dos empréstimos, o que fez o BMG, com apenas dez agências, faturar três bilhões de reais, superando a Caixa Econômica, com suas duas mil agências. Vale lembrar, que o BMG “emprestou” bastante dinheiro ao PT, sem qualquer garantia.

Dispõe o artigo 13 do Código Penal: “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.” Considerando que as duas principais fontes de recursos do mensalão decorreram de atos praticados por Lula, não resta dúvida de que, se não fosse ele, o resultado não teria ocorrido (como ocorreu). Assim, de acordo com o artigo 29 do Código Penal que dispõe: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.”, Lula teria que ter sido acusado, nem precisaria invocar a teoria do domínio do fato, porquanto a conduta dele está inserida na cadeia de causalidade, sendo que há provas abundantes disso, inclusive do dolo. A propósito, por causa dessa aberrante omissão, representei contra o ex-procurador-geral da República (PGR) Antonio Fernando, autor da denúncia do mensalão, a fim de que fosse apurado crime de prevaricação, por ele ter deixado Lula fora da acusação, não obstante o ex-Presidente ter praticado atos escandalosamente destinados a fomentar o esquema criminoso. A representação foi arquivada, sem que o mérito tenha sido enfrentado.

No ano passado, representei ao PGR, Roberto Gurgel, apontando fatos que indicam o envolvimento do ex-Presidente Lula no esquema do mensalão, que inclusive sustentam ação de improbidade contra ele, em trâmite na 13ª Vara Federal do Distrito Federal. Recentemente, Gurgel arquivou a representação, alegando que os fatos nela contidos são objetos de apuração no inquérito policial 2.474, que tramita no STF desde março de 2007. Agora, com a condenação de Dirceu que, por diversas vezes, falou que nada fazia sem o conhecimento e a anuência de Lula, bem como as várias passagens do voto do relator, apontando o envolvimento direto do ex-Presidente, sem contar que na teoria do domínio do fato, Lula estava acima de Dirceu, não tem como deixá-lo impune. Lula não é uma entidade para ficar incólume à lei nem é um idiota, para não responder pelos seus atos, porquanto, ainda que não tivesse discernimento algum, deveria ser submetido à medida de segurança, nos termos do artigo 97 do Código Penal.

Fonte Por Implicante

No primeiro dia de mandato, Haddad nomeia ex-secretária processada por improbidade


Maria Aparecida Perez, a nova chefe de gabinete da Saúde de S. Paulo, teve os bens bloqueados por sua atuação como secretária da Educação na gestão Marta



Depois da posse do novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), nesta quarta (02) foram publicadas no Diário Oficial do Município as nomeações para os principais cargos de sua administração. Confiram um nome não tão novo na nova gestão municipal:


TÍTULO DE NOMEAÇÃO 37, DE 1 DE JANEIRO DE 2013

FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei,
RESOLVE:
Nomear, a partir de 1.1.2013, a senhora MARIA APARECIDA PEREZ, RG XXXX409-5, para exercer o cargo de Chefe de Gabinete, símbolo CHG, da Secretaria Municipal da Saúde.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 1 de janeiro de 2013, 459º da fundação de São Paulo.
FERNANDO HADDAD, Prefeito

Maria Aparecida Perez retorna à Prefeitura de São Paulo depois de ter servido como secretária da Educação na gestão Marta Suplicy (2001-2004). No ano passado, ela teve os bens bloqueados pela Justiça por causa de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público. Confiram trecho da matéria da Folha de S. Paulo de 13/06/2012:


A Justiça determinou o bloqueio de bens de Maria Aparecida Perez, secretária de Educação de São Paulo na gestão Marta Suplicy (2001-2004), de nove ex-assessores da prefeitura e de duas empresas. (…)

(…) A Promotoria acusa o grupo de superfaturamento nas obras de substituição de escolas metálicas, que ficaram conhecidas como “escolas de lata”, por prédios de alvenaria.

Além de Perez, tiveram seus bens bloqueados ex-assessores de três secretarias (Coordenação das Subprefeituras, Esporte e Educação) e as empreiteiras Simioni & Viesti e Araguaia Engenharia.

Na ação, o promotor Silvio Marques pede que os acusados e as empreiteiras devolvam aos cofres públicos R$ 4,1 milhões pelas fraudes envolvendo a Simioni & Viesti e R$ 2,7 milhões pelas fraudes com a Araguaia.

(…)

Ainda segundo a ação, “na execução dos contratos firmados ilegalmente, ocorreu superfaturamento de preços que causou prejuízo de, pelo menos, R$ 6.825.618″. Pareceres apontam que, em alguns casos, a prefeitura pagou valores até 136% maiores.

(…)

Como já serviu na Educação e agora exercerá um cargo na Saúde, Perez deve ser mais um desses casos de “técnicos” petistas especializados em diversas áreas. Cida Perez também é mulher do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).
by implicante.org

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