domingo, 8 de abril de 2012
Quem procura...acha. by Deise
Depois
Pra cinco mil Jesus dividiu cinco pães e dois peixes,
O ódio atravessou a fronteira da favela
Consideremos também a decrepitude da polícia militar no país. A corporação além de genocida é corrupta e as denúncias comprovando isso que vemos na grande mídia são apenas a ponta do iceberg se estamos a par dos nomes dos poderosos ligados a ela. Nas manifestações na USP, uma crítica recorrente era a de que os estudantes exigiam tratamento diferenciado, já que a PM é para todos, mas o problema não é apenas a PM na USP, e sim toda a PM. Porém, aqueles que sofrem diariamente os abusos da polícia e aprenderam a chamá-los de “porcos”, não tem tanta visibilidade quanto estudantes universitários e sua revolta não teria um desfecho tão “brando” quanto o deles.
E se da ´´e bem pouquinho... by Deise
Zeca Baleiro
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada
Os autores são dois senadores da República e os discursos pronunciados no mesmo dia, quarta-feira passada. A primeira, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), tem exatamente a minha idade, é psicóloga pela Universidade Católica de Goiás e tornou-se pecuarista depois da morte do marido, em 1987. Foi presidente do Sindicato Rural de Gurupi, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins e é a atual presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Elegeu-se deputada federal em 2002 e senadora em 2006, consolidando o papel de líder da bancada ruralista no Congresso. Por sua filiação partidária e ideológica tornou-se uma espécie de antípoda das esquerdas que assumiram o país a partir de 2002. Colecionou adversários entre os setores defensores da reforma agrária e contrários ao chamado "agronegócio", além de, mais recentemente, dos ambientalistas (que a chamam de "Miss Desmatamento")..
O outro é o senador Aécio Neves (PSDB-MG), dois anos mais velho que a senadora e economista pela PUCMinas (coincidentemente da mesma turma do blogueiro). Ao contrário da primeira, nasceu para ser político: neto de Tancredo Neves e de Tristão da Cunha e filho de Aécio Cunha, é herdeiro biológico de uma verdadeira linhagem política. Ainda em 1982, quando mal estráramos na universidade, foi ser secretário particular do avô, então eleito governador de Minas. Com sua morte ocupou a diretoria de loterias da Caixa (cargo até hoje muito cobiçado) e elegeu-se deputado federal sucessivas vezes, chegando à liderança do partido e à Presidência da Câmara. Perdeu uma eleição para a prefeitura da capital e ganhou duas para o governo do Estado. Desde a primeira eleição para governador teve uma posição de proximidade e até de parceria com Lula; "namoro" cujo resultado mais concreto foi o apoio de ambos à candidatura do atual prefeito de BH. Mas durante um bom tempo supos-se que pudesse ser uma alternativa de composição na sucessão de Lula, sem confrontá-lo.
Pois muito bem, a senadora, que aparentava ser a inimiga número um do "lulopetismo", anunciou sua adesão a um partido que apoiará o governo Dilma! E o senador, que tanto flertou com aquele, informou que liderará a oposição a este mesmo governo! Ora, será algum "samba do político doido"? Ou apenas mudança por conveniência dos respectivos projetos eleitorais? No afã de esclarecer passo, na sequência, a analisar amiúde trechos dos dois discursos: o que, enfim, estará nas entrelinhas dos pronunciamentos? Ou: será que há vestígios de racionalidade e coerência?
Disse a senadora (aqui íntegra do discurso):
"Não há discordância ideológica substancial entre o PT e o PSDB. Ambos são de esquerda e buscaram alianças conservadoras para chegar ao poder. Mas as alianças nunca foram doutrinárias e o ideário liberal ficou em segundo plano."
O outro é o senador Aécio Neves (PSDB-MG), dois anos mais velho que a senadora e economista pela PUCMinas (coincidentemente da mesma turma do blogueiro). Ao contrário da primeira, nasceu para ser político: neto de Tancredo Neves e de Tristão da Cunha e filho de Aécio Cunha, é herdeiro biológico de uma verdadeira linhagem política. Ainda em 1982, quando mal estráramos na universidade, foi ser secretário particular do avô, então eleito governador de Minas. Com sua morte ocupou a diretoria de loterias da Caixa (cargo até hoje muito cobiçado) e elegeu-se deputado federal sucessivas vezes, chegando à liderança do partido e à Presidência da Câmara. Perdeu uma eleição para a prefeitura da capital e ganhou duas para o governo do Estado. Desde a primeira eleição para governador teve uma posição de proximidade e até de parceria com Lula; "namoro" cujo resultado mais concreto foi o apoio de ambos à candidatura do atual prefeito de BH. Mas durante um bom tempo supos-se que pudesse ser uma alternativa de composição na sucessão de Lula, sem confrontá-lo.
Pois muito bem, a senadora, que aparentava ser a inimiga número um do "lulopetismo", anunciou sua adesão a um partido que apoiará o governo Dilma! E o senador, que tanto flertou com aquele, informou que liderará a oposição a este mesmo governo! Ora, será algum "samba do político doido"? Ou apenas mudança por conveniência dos respectivos projetos eleitorais? No afã de esclarecer passo, na sequência, a analisar amiúde trechos dos dois discursos: o que, enfim, estará nas entrelinhas dos pronunciamentos? Ou: será que há vestígios de racionalidade e coerência?
Disse a senadora (aqui íntegra do discurso):
"Não há discordância ideológica substancial entre o PT e o PSDB. Ambos são de esquerda e buscaram alianças conservadoras para chegar ao poder. Mas as alianças nunca foram doutrinárias e o ideário liberal ficou em segundo plano."
E o partido do Kassab, com seu "rigoroso" arcabouço ideológico, será a salvação do pensamento liberal no Brasil? Que gado é esse, senadora? rss
"Hoje, os partidos são identificados não pelo que propõem, mas por sua posição em relação ao governo: oposição ou situação. Aos primeiros, cabe dizer não; aos segundos, dizer sim. Não há democracia que se consolide em tal quadro."
Ué, é assim no mundo todo! Só aqui a oposição quer apoiar (e receber do) o governo e os governistas, por disputa de espaço, lançam "fogo amigo" nos próprios aliados... Democracia não se consolida é onde governo e oposição se misturam.
"Considero que a parceria que nos uniu [o DEM e o PSDB] chegou ao fim. Não mudei de ideias ou de identidade, mas já não vejo meios de implementá-las de onde estava. Perguntam-me se o PSD fará oposição ou se fará parte da base do governo. Não é assim tão banal. Se fosse, não seria preciso criá-lo. É evidente que as forças políticas que sustentam o atual governo filiam-se a uma corrente de pensamento distinta da minha. No essencial, divergimos, o que não impede que possamos convergir."
Puxa! Ser fiel aos princípios liberais e apoiar Dilma deve ser complicado mesmo... rss
"Nosso ideário consagra a defesa da economia de mercado. Não cremos no Estado-empresário. Mas não só. O que vemos como urgência é a defesa da liberdade individual, da liberdade de pensamento, liberdade para fazer suas escolhas. Liberdade de pensamento é o convívio civilizado com as ideias com que não concordamos, mesmo com as que eventualmente abominamos, nos limites da lei."
"Nosso ideário consagra a defesa da economia de mercado. Não cremos no Estado-empresário. Mas não só. O que vemos como urgência é a defesa da liberdade individual, da liberdade de pensamento, liberdade para fazer suas escolhas. Liberdade de pensamento é o convívio civilizado com as ideias com que não concordamos, mesmo com as que eventualmente abominamos, nos limites da lei."
Peraí, este discurso é o da Kátia ou o do Aécio? Ou será que ambos foram escritos pelo mesmo "fantasma"?
"É preciso nitidez de compromissos. O capitalismo no campo é o mais eficaz fator de erradicação da pobreza neste país."
Então não seria o caso da senadora tornar-se ministra do Desenvolvimento Social do governo Dilma? rss
"As entidades representativas da sociedade civil não podem monopolizar ou tutelar o debate. As minorias, ambientalistas ou produtores rurais não são segmentos isolados, com interesses que devam se sobrepor ao conjunto do qual fazem parte."
"As entidades representativas da sociedade civil não podem monopolizar ou tutelar o debate. As minorias, ambientalistas ou produtores rurais não são segmentos isolados, com interesses que devam se sobrepor ao conjunto do qual fazem parte."
Finalmente algo faz sentido no discurso da senadora: o que ela diz, em entrelinhas garrafais, é que não se importa de apoiar o governo Dilma, desde que seus interesses setoriais - mais precisamente, sua disputa com os ambientalistas - sejam atendidos. Haja ética!
E disse o senador (íntegra do discurso aqui):
"Não confundo agressividade com firmeza. Não confundo adversário com inimigo."
Espero que também não confunda tibieza com covardia, nem omissão com traição!
"Farei a política que sempre fiz, aquela que entende que, neste campo, brigam as ideias e não os homens. Estarei onde sempre estive..."
Ah, já sei: No Rio! rss
"Por mais que queiram, os partidos não se definem pelo discurso que fazem, nem pelas causas que dizem defender. Um partido se define pelas ações que pratica. Pela forma como responde aos desafios da realidade."
Impressionante a complementaridade com o discurso da senadora, não? O que ela jurou de pés juntos, ele negou três vezes antes do sol raiar...
"Sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT. Reconheço avanços no governo Lula. Acredito que os governos Itamar, Fernando Henrique e Lula sejam um só período da história do Brasil, de estabilidade com crescimento, sem rupturas."
"Sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT. Reconheço avanços no governo Lula. Acredito que os governos Itamar, Fernando Henrique e Lula sejam um só período da história do Brasil, de estabilidade com crescimento, sem rupturas."
Agora o senador corrobora a principal tese da senadora, a de que o PSDB e o PT são iguais. Então para que oposição?
"O Brasil cor-de-rosa vendido competentemente pela propaganda política -- apoiada por farta e difusa propaganda oficial -- não se confirma na realidade. O desarranjo fiscal, o grave risco de desindustrialização e a grave doença da inflação... Não há razão para otimismo quando comparamos a nossa situação com a de outros países."
"O Brasil cor-de-rosa vendido competentemente pela propaganda política -- apoiada por farta e difusa propaganda oficial -- não se confirma na realidade. O desarranjo fiscal, o grave risco de desindustrialização e a grave doença da inflação... Não há razão para otimismo quando comparamos a nossa situação com a de outros países."
Se é assim, por que o senador quer fazer uma oposição rosinha? Modus in rebus, senador!
"Em 2010, a nossa carga tributária atingiu 35% do PIB. A carga tributária das famílias com renda mensal de até dois salários mínimos passou, segundo o IPEA, de 48,8%, em 2004, para 53,9% da renda em 2008."
E como será que o senador explica o apoio de Anastasia - espécie de "Dilma" do Aécio -, à volta da CPMF?
"Temos como obrigações básicas: fiscalizar com rigor; apontar o descumprimento de compromissos assumidos com a população; denunciar desvios, erros e omissões; e cobrar ações que sejam realmente importantes para o país."
É lamentável; mas nem esse "básico" a atual autodenominada oposição está conseguindo fazer... Tá bem: se o senador conseguir já será um avanço...
"É nosso dever contribuir para que a travessia iniciada -- e empreendida por muitas mãos -- avance na direção do pleno desenvolvimento. A oposição que defendo não é a de uma coligação de partidos contra o Estado ou o país, mas a da lucidez da razão republicana contra os erros e omissões do poder público."
Ué, ele vai para o mesmo partido da senadora?
"É nosso dever contribuir para que a travessia iniciada -- e empreendida por muitas mãos -- avance na direção do pleno desenvolvimento. A oposição que defendo não é a de uma coligação de partidos contra o Estado ou o país, mas a da lucidez da razão republicana contra os erros e omissões do poder público."
Ué, ele vai para o mesmo partido da senadora?
Bem, o atento leitor desse bloguinho deve estar se perguntando: o blogueiro falou falou dos discursos mas nada do funeral...
Queridos leitores, sinto informar:
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