terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Jornalistas brasileiros são presos na Venezuela


A equipe da Rede Record investigava uma obra da Odebrecht que estava inconclusa



O jornalista Leandro Stoliar, da Rede Record, foi preso na Venezuela (Reprodução)

As autoridades da Venezuela prenderam neste sábado no estado de Zulia, no oeste do país, dois jornalistas brasileiros e outros dois venezuelanos que faziam uma reportagem sobre uma obra não concluída da construtora Odebrecht.
Os brasileiros presos são o repórter Leandro Stoliar e o cinegrafista Gilson Souza de Oliveira. Ambos empregados da Rede Rocord. Também foram detidos os venezuelanos Jesus Urbina e María José Túa, coordenadores na cidade de Maracaibo da ONG Transparência Venezuela.
Os quatro estavam gravando imagens da chamada ponte de Nigale, uma estrutura prometida em 2005 pelo então presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e até hoje não concluída. Ela seria uma segunda opção para passagem de veículos sobre o Lago de Maracaibo.
Segundo Ruiz, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) ordenaram que os quatro jornalistas se dirigissem, escoltados, até a sede do órgão no estado para uma “entrevista”.
“Eles mandaram os jornalistas irem em seu próprio carro, depois comunicaram que iriam rumo ao Sebin e retiraram os celulares deles. Eles não têm advogados”, disse o sindicalista, explicando que os brasileiros chegaram ao país na última quarta-feira.
As informações também foram divulgadas pela ONG Transparência Venezuela pelo Twitter. A organização classifica a prisão de “sequestro” e exige a libertação imediata dos quatro detidos.
“Nossa equipe de Zulia e os jornalistas brasileiros estavam coletando informações sobre as obras da Odebrecht. Fazemos um pedido à Defensoria Pública para que vá ao local da prisão”, disse a ONG.
O SNTP indicou em janeiro que sete correspondentes estrangeiros foram expulsos da Venezuela no último ano.
A Venezuela também foi citada nos pagamentos de propina feitos pela Odebrecht e revelados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. No acordo firmado com a Justiça americana, a construtora brasileira disse ter pago US$ 98 milhões a funcionários e intermediários do governo entre 2006 e 2015.
(Com agência EFE)

O bote contra a Lava Jato está armado

Sinais emitidos por Brasília não dão margem a dúvida: se não houver vigilância rigorosa da sociedade, a operação poderá perder a guerra para os corruptos


Por Daniel Pereira, Laryssa Borges, Rodrigo Rangel




Talvez pela proximidade do Carnaval, a piada recorrente em Brasília é que o governo de Michel Temer rasgou a fantasia. O chiste decorre da leitura mais óbvia dos últimos acontecimentos: tudo conspira, dentro e fora do governo, para sabotar ou pelo menos restringir o alcance da Lava Jato. Com o aval do Planalto, acusados de corrupção ocuparam postos-chave no Congresso – como Edison Lobão, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado -, assumindo o controle sobre a tramitação de qualquer projeto. Também uniram forças com o governo para dar apoio à indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal, vaga na qual terá papel de protagonista no julgamento da Lava Jato. 

Os sinais da cruzada pela impunidade estão no governo, no Congresso e no Supremo e até na Polícia Federal. A explicação é uma só: o silêncio das ruas, que faz com que movimentos de cerco à operação sintam-se mais à vontade. Tanto que o novo capítulo do abafa reúne próceres dos três poderes. O vale-tudo contra a operação, agora à luz do dia, conta ainda com ações sem estardalhaço, como o desmonte da força-tarefa da PF, com a remoção de personagens centrais, como o delegado Márcio Anselmo, que desvendou a relação do doleiro Alberto Youssef com a Petrobras, marco zero da Lava Jato, e irá para a corregedoria da PF no Espírito Santo.

Com reportagem de Robson Bonin e Marcela Mattos

Jovem morre eletrocutado ao tentar pichar prédio em Porto Alegre


Jovem morre eletrocutado ao tentar pichar prédio em Porto Alegre


Outro jovem foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS).


Nomes e idades não foram revelados; prédio é onde fica órgão municipal.



Do G1 RS



Dois jovens foram eletrocutados na madrugada deste domingo (12) quando tentavam pichar um prédio na Rua Siqueira Campos, no Centro de Porto Alegre. Um deles morreu no local e o outro foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Nomes e idades não foram revelados.


De acordo com a Brigada Militar, o caso aconteceu no prédio de número 805, onde fica um órgão da Prefeitura Municipal, responsável pela regularização fundiária da cidade. O estado de saúde do rapaz que foi levado ao HPS também não i informado.


O local, no fim, não foi pichado. Ainda não se sabe, no entanto, as causas do choque.



Prédio fica no Centro de Porto Alegre (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)

MPT pede que UFSM não autorize estágios com associação dos EUA

IFAA é investigada pela Polícia Federal por trabalho análogo ao de escravo. Representante da entidade diz que informações são 'distorcidas'.



Do G1 RS



Notificação do MPT foi encaminhada para Universidade Federal de Santa Maria (Foto: Reprodução/G1)


O Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Região Central do Rio Grande do Sul, recomendando que não autorize novos contratos de estágio de alunos em fazendas nos Estados Unidos com a International Farmers Aid Association (IFAA). A organização é investigada pela Polícia Federal por trabalho análogo ao de escravo.

A notificação é derivada de um inquérito civil instaurado pela procuradora do Trabalho Bruna Iensen Desconzi para apurar as irregularidades da empresa, e foi expedida pelo MPT no dia 7 de fevereiro.

Conforme o órgão, estudantes brasileiros que estagiaram com a IFAA relataram ter sido vítimas de exploração laboral em diferentes fazendas nos EUA, onde foram coagidos a trabalhar por até 80 horas semanais, e, em alguns casos, em condições extremas de temperatura (-20º C).

O MPT também expediu notificação à IFAA, que deve incluir nos contratos garantias aos estagiários, como a possibilidade de rescisão antecipada sem multa, e a posse, pelos estudantes, das passagens de retorno e dos passaportes estudantis durante todo o período. Atualmente, o estudante paga multa de R$ 20 mil caso interrompa o estágio.

O Ministério das Relações Exteriores alertou para a irregularidade, recomendando aos interessados que pesquisem detalhadamente os programas de intercâmbio e, caso percebam que sejam vítimas de exploração no exterior, busquem o auxílio das autoridades locais e do consulado brasileiro mais próximo.

Contrapontos

Ao G1, o representante da IFAA Brasil no Rio Grande do Sul e ex-diretor da entidade entre 2012 e 2016, Elói Paulus, disse estar "surpreso" com a notificação. "Eu prestei depoimento no Ministério Público do Trabalho e as informações ficaram distorcidas. Temos prova disso."

Paulus informou que as fazendas são monitoradas pelo Ministério da Agricultura dos Estados Unidos e que os relatos das condições de trabalho foram feitas "por estagiários insatisfeitos". O representante informou que a entidade encaminha por ano 40 estudantes brasileiros para os Estados Unidos. "Posso conseguir várias testemunhas que vão falar positivamente."

O G1 também procurou a UFSM. Entretanto, o secretário geral de Gabinete do Reitor, Marionaldo da Costa Ferreira, informou que a instituição não iria se manifestar oficialmente nesta segunda-feira (13).

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

28 Sintomas Da Síndrome Do Pânico


A síndrome do pânico pode ser um transtorno debilitante, com sintomas estão extremos que quem sofre de pânico pode acreditar que está sofrendo com algo muito pior do que um simples transtorno de ansiedade.
De fato, a síndrome do pânico imita vários problemas de saúde sérios, incluindo:
  • Ataques cardíacos
  • Tumores cerebrais
  • Esclerose múltipla
Milhares de pessoas vão parar no hospital todos os anos depois do seu primeiro ou do seu pior ataque de pânico, acreditando que algo muito sério está acontecendo. Às vezes o ataque de pânico é tão forte que a pessoa pensa que vai morrer.
Mas a verdade é que estas pessoas estão simplesmente sofrendo um ataque de pânico, uma avalanche de ansiedade tão extrema que causa sintomas físicos severos.

Causas Dos Sintomas Da Síndrome Do Pânico

Uma das primeiras perguntas que as pessoas fazem é porque algo como a ansiedade pode causar esses tipos de sintomas. Afinal, não é a ansiedade que deixa a síndrome do pânico insuportável, e sim as sensações físicas reais que dá a impressão de que tem algo muito errado com sua saúde.
Os ataques de pânico são muito complexos, e suas causas não são totalmente conhecidas. Mas as razões mais comuns que faz a síndrome do pânico causar sintomas físicos incluem:
  • Hiperventilação. A principal causa dos sintomas da síndrome do pânico é a hiperventilação. Ela pode ser causada pela respiração rápida, respiração profunda ou rasa. A hiperventilação é tanto uma causa quanto um sintoma da síndrome do pânico.
  • Estresse extremo. Os ataques de pânico representam um estresse extremo. O estresse extremo faz seus hormônios ficarem desequilibrados, aumenta seus batimentos cardíacos, causam náusea e muito mais.O estresse pode pressionar os órgãos, afetar a respiração e causar um grande número de sintomas físicos.
  • Psicossomático. Alguns sintomas são simplesmente causados pela mente. Não é totalmente claro como a mente causa estes sintomas, algumas pessoas esperam por um sintoma, e acaba sentindo, enquanto outras pessoas descobrem que seus cérebros simplesmente criam os sintomas durante o ataque, mas estes sintomas não tem causa física direta.
Finalmente, outro problema que afeta pessoas com síndrome do pânico é a hipersensibilidade. Isso ocorre quando você passa por uma sensação normal, ou quase normal, e essa sensação “parece” ser muito pior.
Por exemplo, experimentar uma quantidade normal de dor na perna, mas parece que sua perna foi cortada. Isso é comum em pessoas com síndrome do pânico.

Sintomas Dos Ataques De Pânico


Os ataques de pânico podem causar sintomas incrivelmente estranhos. Algumas pessoas não consegue engolir, ou tem a impressão de que a língua foi engolida.
Outras pessoas sentem como se suas pernas ou braços querem se movimentar involuntariamente. Estes não são os sintomas mais comuns, mas ainda podem afetar pessoas com síndrome do pânico.
Porém, os sintomas mais comuns incluem:
Sintomas de um ataque de pânico - Infográfico
Sintomas de um ataque de pânico – Infográfico


E Uma Lista Detalhada Com 28 Sintomas da Síndrome do Pânico:


  • Palpitação no coração ou batimentos cardíacos acelerados
  • Pressão no coração ou sensação de estar sendo pressionado
  • Dores no peito, geralmente pontiaguda e perto do coração
  • Ondas de calor e suor
  • Dificuldade de respirar, como se você não conseguisse puxar todo o ar
  • Tontura e sensação de desmaio
  • Dificuldade de pensar, como se seu cérebro não estivesse funcionando corretamente
  • Fraqueza, queimação, dormência ou formigamento nos braços, pernas e mãos
  • Dificuldade de ficar de pé
  • Queimação por toda a pele
  • Sensação de estar prestes a morrer, ou que o mundo está prestes a acabar
  • Dificuldade de se concentrar em qualquer outra coisa além dos seus sintomas
  • Sensação de precisar fugir ou de uma ambulância
  • Dificuldade de ouvir, como se o ouvido estivesse entupido ou zumbido no ouvido
  • Arroto, inchaço ou outras formas de gases.
  • Sensação de precisar expandir o peito
  • Mudanças nas vistas e na claridade
  • Medo avassalador
  • Despersonalização ou sensação de estar fora de si
  • Náusea, geralmente com dor ou desconforto no estômago
  • Pressão na cabeça, possivelmente com dor de cabeça
  • Dificuldade de segurar a cabeça
  • Sensação de precisar ir ao banheiro
Nem todo mundo passa por todos esses sintomas a cada ataque de pânico. Além disso, sentir esses sintomas não quer dizer que um ataque de pânico está prestes a acontecer, mas estes são alguns dos sintomas mais comuns que podem acontecer durante um ataque.

Outros Sintomas Da Síndrome Do Pânico


Outros Sintomas Da Síndrome Do Pânico
A síndrome do pânico não causa ataques de pânico apenas. Ela também causa outros sintomas que podem ocorrer a qualquer momento durante o dia.
Estes sintomas não são necessariamente parte de um diagnóstico de síndrome do pânico, mas eles podem ocorrer se a pessoa já sofre de síndrome do pânico:
  • Medo do ataque de pânico. Muitas pessoas têm medo constante de desenvolver mais um ataque de pânico. Em alguns casos, este medo pode na verdade causar outro ataque de pânico.
  • Agorafobia. Agorafobia é quando sua síndrome do pânico é tão grave que você começa a ter medo de sair de casa. Geralmente as pessoas recebem o diagnóstico de síndrome do pânico “com” ou “sem” agorafobia.
  • Ataque de pânico com sintomas limitados. Isso é quando você começa a sentir alguns dos sintomas da síndrome do pânico, mas eles nunca se desenvolvem até um ataque completo. Pode ser que você parou o ataque com sucesso ou ele simplesmente não se materializou.
  • Sintomas de estresse. A síndrome do pânico coloca tanto estresse no seu corpo que não é incomum sentir vários sintomas do estresse no decorrer do dia. Isso inclui dores nas pernas, fraqueza nas pernas, fadiga, um pouco de náusea, entre outros.
  • Ansiedade com relação à saúde. Como um ataque de pânico parece ser um problema de saúde, muitas pessoas desenvolve a ansiedade em relação à saúde. Elas começam a se convencerem de que algo está errado, e começam a pesquisar os sintomas na internet e marcar consultas com mais frequência do que o necessário.
A síndrome do pânico também pode causar sintomas da ansiedade generalizada quando nenhuma ansiedade está presente. Isso geralmente contribui para a ansiedade em relação à saúde, consequentemente deixando você mais propenso a sofrer ataques de pânico.

Considerações Importantes Sobre Os Sintomas Da Síndrome Do Pânico


É sempre uma boa ideia falar com seu médico se você está preocupado com alguma coisa na sua saúde.
Só um médico poderá assegurar que seus sintomas não são causados por algo mais sério do que a síndrome do pânico. Porém, é importante considerar o seguinte:
  • A sua reação piora os ataques. A maneira como você reage aos ataques de pânico podem piorá-los. Procure formas de se distrair para não pensar muito no pânico.Pode ser difícil fazer isso, mas as distrações não vão deixar seus próprios pensamentos e reações amplificarem sua síndrome do pânico.
  • Não declare como certo que você está prestes a ter um ataque. Quando você sentir um sintoma, lembre-se que os sintomas não criam o ataque automaticamente. Os sintomas podem ser causados pela ansiedade generalizada, respiração ou até mesmo por nada.Porém, se você assumir que um ataque de pânico está a caminho quando você sentir um desses sintomas, você vai na verdade aumentar a probabilidade de ter um.
  • Você não morre por causa de um ataque de pânico. É especialmente importante lembrar que um ataque de pânico não vai matar você. Você não consegue morrer de ansiedade.Isso é importante porque você tem que aprender a não ter medo dos ataques se quiser superar sua síndrome do pânico. Se você tentar ao máximo evitar os ataques, você provavelmente vai ter um porque você estará sempre pensando neles.Se você aceitar que você tem síndrome do pânico e continuar com sua vida normalmente, ficará mais fácil superar a síndrome do pânico.
Os sintomas da síndrome do pânico podem ser assustadores, e se não for tratada, sua síndrome do pânico pode dominar sua vida.
É possível se livrar desses sintomas, usando estratégias desenvolvidas especialmente para eliminar os sintomas físicos e mentais específicos da cidade e da síndrome do pânico.
by Sindrome do Panico

Lava Jato derruba um presidente bolivariano: Rafael Correa, do Equador, desiste da reeleição com medo da delação



Rafael Correa, o bolivariano presidente do Equador é a mais nova vítima da Lava Jato.  Membro do grupo que já reuniu Lula, Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, desistiu da reeleição (a quarta), com medo-pânico das delações da Odebrecht no Brasil, que devem alcança-lo como farão com todos os parceiros  de Lula e do PT.

Em dezembro, o Departamento de Justiça americano publicou um relatório em que a Odebrecht confirma ter pago 33,5 milhões de dólares a membros do governo do  Equador entre 2007 e 2016. A delação da Odebrecht, obtida a partir da Lava Jato, e homologada pela ministra Carmén Lúcia deve trazer detalhes mortais para o bolivariano.

by Cesar Weiss

O polêmico vilarejo que proíbe a entrada de muçulmanos para se manter 'branco e cristão'


Ásotthalom, um vilarejo de pouco mais de 4 mil habitantes no sul da Hungria, proibiu o uso de trajes muçulmanos, os chamados para preces e a construção de mesquita.




Placas como essa mostram o veto a muçulmanos e gays em localidade húngaraFoto: BBC / BBCBrasil.com

Segundo seu prefeito, a cidade se vê como ponta de lança de uma "guerra contra a cultura muçulmana" e espera atrair cristãos europeus que se opõem à diversidade cultural em seus países.

"Nós recebemos basicamente pessoas da Europa Ocidental - gente que não gosta de viver em uma sociedade multicultural", disse o prefeito, Laszlo Toroczkai, em entrevista ao programa Victoria Derbyshire , da BBC. "Nós não gostaríamos de atrair muçulmanos".

Ásotthalom fica nas remotas planícies do sul do país, a duas horas da capital, Budapeste.

"É muito importante para a cidade preservar suas tradições. Se um grande número de muçulmanos chegar aqui, eles não vão conseguir se integrar na comunidade cristã", continua.

"Podemos ver grandes comunidades muçulmanas na Europa Ocidental que não foram capazes de se integrar - e nós não queremos essa mesma experiência aqui", acrescenta o prefeito.

"Eu gostaria que a Europa fosse dos europeus, a Ásia dos asiáticos e a África dos africanos. Simples assim."



O vilarejo de Ásotthalom tem pouco mais de quatro mil moradores e faz fronteira com a SérviaFoto: Ásotthalom / BBCBrasil.com
Rejeição aos imigrantes

A crise de refugiados de conflitos no Oriente Médio tem contribuído para o aumento da rejeição aos imigrantes por parte dos habitantes da Europa - e na Hungria não é diferente.

Em 2015, no auge da crise migratória europeia, 10 mil pessoas cruzavam diariamente a fronteira da Sérvia para a Hungria, que fica a poucos minutos de Ásotthalom.

O prefeito se aproveitou to clima de tensão com o aumento do fluxo de imigrantes na região e decretou leis polêmicas - e legalmente questionáveis.

Assim, a nova legislação local proíbe o uso de trajes muçulmanos como o hijab (o véu que cobre a cabeça das mulheres), o chamado público para preces e veta ainda demonstrações públicas de afeto entre gays.

Também está sendo introduzida uma lei para proibir a construção de mesquitas no vilarejo, embora apenas duas pessoas muçulmanas vivam lá atualmente.

Para muitos juristas, as medidas desrespeitam a Constituição da Hungria e, até o fim deste mês, o governo central vai rever a legislação de Ásotthalom.

O país tem sido repetidamente acusado de desrespeitar valores europeus e já sofreu sanções da União Europeia que causaram um prejuízo de 6 bilhões de euros (cerca de R$ 20 bilhões); a Hungria também foi ameaçada de expulsão do bloco econômico.

Em 2015, o governo nacionalista do primeiro-ministro, Viktor Orbán, no poder desde 2010, chegou a fechar com arame farpado os 175 quilômetros de fronteira com a Sérvia e a Croácia para impedir a passagem dos imigrantes.

Também deslocou 10 mil soldados e policiais para patrulhar a região.


Mãe de dois meninos pequenos, Eniko Undreiner concorda com as leis locais que barram os muçulmanos e conta que sentiu muito medo no auge da crise migratóriaFoto: BBC / BBCBrasil.com

O prefeito, Laszlo Toroczkai, de 38 anos, fundou e liderou um movimento de jovens de extrema-direita, do qual se afastou ao vencer as eleições em 2013.

Em 2004, ele foi expulso por um ano da Sérvia por envolvimento em uma briga na cidade de Palic. Dois anos depois, foi expulso da Eslováquia por organizar manifestações contra o governo e ficou cinco anos proibido de entrar no país.
Apoio dos moradores

As leis criadas por ele, no entanto, têm o apoio de vários moradores como Eniko Undreiner, que disse ter sido "muito assustador" ver "multidões de migrantes passando pela cidade".

"Passei muito tempo em casa com meus filhos pequenos. Houve momentos em que tive medo", conta ela.

Os dois únicos muçulmanos que vivem no vilarejo não quiseram falar com a BBC porque não querem chamar a atenção da comunidade. Mas um morador disse que eles estão "completamente integrados".

"Eles não provocam ninguém. Não usam niqab (o véu que cobre o rosto das mulheres e só deixa os olhos de fora). Eles não incomodam a gente.... Eu os conheço. Nos damos bem", continuou.



Em outubro de 2015, no auge da crise migratória na Europa, 10 mil pessoas entravam diariamente na HungriaFoto: BBC / BBCBrasil.com


O prefeito pretende colocar o vilarejo na linha de frente do que ele chama de "guerra contra a cultura muçulmana".

Ele criou milícias para patrulhar as fronteiras, medida que, acredita, atrairá moradores brancos europeus.
Milícias na fronteira

A organização Knights Templar International (Cavaleiros Templários Internacional, em inglês), ligada à extrema-direita britânica, tem anunciado casas em Ásotthalom na sua página no Facebook.

Entre os integrantes dessa organização está Nick Griffin, ex-líder do British National Party (o Partido Nacional Britânico, de extrema-direita) e o ex-tesoureiro do partido Jim Dowson, um militante de extrema-direita que fundou o grupo Britain First.

Dowson também incentivou a criação de milícias para patrulharem a fronteira da Bulgária com a Turquia e impedirem a entrada de refugiados na Europa.

"Fui procurado por Jim Dowson", diz Toroczkai. "Ele veio a Ásotthalom algumas vezes só para visitar. Nick Griffin também veio com ele."

Griffin já descreveu a Hungria como "um local para fugir do inferno que está prestes a tomar conta da Europa Ocidental".


O prefeito Laszlo Toroczkai afirma que os muçulmanos 'não são capazes de se integrar' à comunidade cristã de ÁsotthalomFoto: BBC / BBCBrasil.com

"Quando tudo tiver dado muito errado no Ocidente, mais pessoas vão se mudar para a Hungria, e a Hungria precisa dessa gente".
'Branca, europeia, cristã'

Situada no coração da Europa, a Hungria faz fronteira com sete países: Eslováquia, Ucrânia, Romênia, Sérvia, Croácia, Eslovênia e Áustria.

A BBC solicitou entrevistas à Knights Templar International e a Griffin, mas ambos não responderam aos pedidos.

Toroczkai disse que ficaria feliz em receber cidadãos da Inglaterra.

Quando perguntado se está querendo criar uma cidade supremacista branca, Toroczkai respondee: "Não usei a palavra 'branca'. Mas, por sermos uma população branca, europeia e cristãos, queremos continuar assim".

"Se fossemos negros, iríamos querer continuar sendo um vilarejo negro."

"Mas a realidade é esta e queremos preservá-la", conclui.

by  BBC BRASIL.com

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