Loulou de la Falaise em clique de Richard Avedon em 1970
Excêntrica como uma boa londrina, hippie à sua moda Swinging London na juventude, designer de joias na maturidade, Loulou de la Falaise morreu aos 63 anos nesse sábado, 5/11, depois de um longo período enfrentando problemas de saúde. A causa específica da morte ainda não foi confirmada. Ela foi uma das mais icônicas musas de Yves Saint Laurent ao lado de Betty Catroux, e trabalhou com ele na década de 70 na parte de acessórios.
Loulou casou aos 18 anos com um aristocrata inglês, Desmond Fitzgerald. Se separou um ano depois. Em 1968, aos 19, voltou pra Paris depois de uma temporada de 18 meses em NY convivendo com gente como Elsa Peretti e Fernando Sanchez, que era amigo de escola de Yves. E é nesse mesmo ano que a musa encontrou o criador, no mês de julho, na casa do próprio Fernando – com quem ela chegou a namorar. “Uma coisa unia Yves e eu: uma infância difícil e certa fragilidade”, ela declarou no livro “Saint Laurent: A Arte da Elegância“. E ele: “Loulou: raríssima mulher. Símbolo de elegância, de casualidade. Gosto de seus gestos. Seu estilo: pobreza de vestuário e audácia de acessórios”. Provavelmente o estilo Rive Gauche da YSL teria sido diferente sem a inspiração dela.
um povo marcado feliz apesar disso na simplicidade humildade coisa que hoje e mais difícil
Assim como todas as canções do Zé, esta é cheia de figuras de linguagem, misturando bíblia com política, povo com governo, etc.
Fala de um Brasil que carece de mudanças, fala de um Brasil de 79, fala de um brasil de 2011. Fala de um Brasil do passado, do presente e se continuarmos elegendo ”Tiriricas” da vida, do futuro.
O título da música é notadamente uma referência ao livro “admirável mundo novo” do escritor Audous Huxley. Neste best-seller o escritor defende a ideia de que a sociedade do futuro suprimirá valores como o família, religião, privacidade, dúvida, amor, insatisfação, e todos os momentos da vida de seus cidadãos serão expressamente controlados pelo Estado (cultura, entretenimento, trabalho, relações sociais). Quando alguns desses valores passam a não fazer mais sentido para alguém, então é a hora desse alguém tomar a “soma” – um comprimido que anestesia e elimina qualquer sintoma de insatisfação (basicamente um droga).
Fazendo um paralelo entre o livro e a música vemos alguns elementos em comum. Ambos possuem sociedades estruturadas em uma ordem rígida e de certa maneira opressora – enquanto uma suprime valores como privacidade a outra trata seus cidadãos com “vida de gado”.
Podemos notar também a intenção e compromisso de ambos os Estados em manter a ordem instaurada. O do livro se utiliza de uma droga (a soma), enquanto o outro de promessas que nunca são cumpridas – “Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro”.
Entenda “projetos do futuro” como uma promessa de que “dias melhoress virão”. Se hoje você esta insatisfeito e infeliz com a vida e com o sistema deve manter a calma, pois o sistema esta trabalhando para no futuro inverter este quandro e tornar a sua vida melhor. Tenha paciência. Nessa história a opressão do sistema se mantem irretocável.
Agora, não se pode deixar de anotar também os traços do marxismo.
1. “É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber” – fazendo referência à mais valia – teoria marxista – aonde o operário produz 1000 peças para o burguês, mas o salário disso é suficiente para comprar apenas 100, por exemplo. Marca da opressão.
2.”E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa parecer” – aqui é tratado a alienação do operário, inserido em um mundo onde os ideais de valores são os seus maiores bens (dignidade, honra, mérito, amor, paz, obediencia, compromisso) e no entanto, não sabe o prque de tais valores, sua função, interesses e resultados.
3. “E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer” – autoexplicativo né. prenuncia aqui o desmoronamento do sistema. Isso porque o oprimido vive cada vez mais desiludido quanto ao seu futuro. Pode ser feita uma relação com a profecia fracassada de Marx de que o capitalismo seria substituido pelo comunismo, e que até o momento não passa de um dos fracassos de Marx.
4.”Lá fora faz um tempo confortável, a vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia, os homens a publicam no jornal” – Há aqui uma crítica pesada ao sistema. O que necessariamente normal? por que é normal expropriar um trabalhador mas é crime roubar um banco para não morrer de fome? Aliás, utilizando uma frase muito conhecida: “eu não sei o que é pior: roubar um banco ou ter um”. Ou seja, nesse pequeno trecho há uma crítica aos valores burgueses
5 – “E correm através da madrugada a única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou” – essa eu ainda não sei e nem faço a mínima ideia do que pode querer dizer.
6. “O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos, contemplam essa vida numa cela” – agora passa ser uma reafirmação dos argumentos. O povo quer ser respeitado dentro do sistema fugindo de todas as malediscências que possam cair sobre ele, mas isso já é o suficiente para o destruir, enquanto ser consciente, pois fazer parte dessa sociedade já terminantemente degradável. Ainda assim ele espera uma vida melhor, mesmo que em uma cela, porque tudo que esta ao seu alcance é observar o sistema, a engrenagem – por isso a cela.
7.”Esperam nova possibilidade de verem esse mundo se acabar” – autoexplicativo.
8.”A arca de noé, o dirigível, não voam nem se pode flutuar” – essa eu também quero saber.
Particulamente, a música provoca umm sentimento de persistência, como se fosse um hino a tentar novamente até conseguir o que se deseja.