quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Denunciada há décadas, desnutrição dos Yanomami foi alvo de CPI no governo Lula

Índios yanomami em Roraima: alto índice de desnutrição foi bastante criticado em governos anteriores| 

    Foto: Condisi-YY/Divulgação

Após o governo federal decretar estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os indígenas da etnia Yanomami, no estado de Roraima, uma série de críticas foram direcionadas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Procurados pela Gazeta do Povo, ex-integrantes da Funai e Sesai atribuem o fato de não terem conseguido resolver a situação de crise humanitária, que existe há décadas, pelas dificuldades de acesso para ir até as aldeias, pelas circunstâncias dessas tribos específicas e também pela chegada de outros yanomami vindos da Venezuela.

As denúncias e os registros de casos de desnutrição e doenças contagiosas em aldeias somam mais de 30 anos, conforme relatórios publicados por diversas ONGs, como o Instituto Socioambiental (ISA), e compilados pelos ex-funcionários da Funai. Inclusive, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Subnutrição de Crianças Indígenas foi instalada no ano de 2007, na Câmara dos Deputados, para investigar as mortes de crianças indígenas por subnutrição no país.

No último sábado (21), ao visitar o território Yanomami, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o governo Bolsonaro de crimes contra os indígenas. “Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, disse Lula.

O Ministério dos Povos Indígenas informou que 99 crianças de 1 a 4 anos morreram, apenas em 2022, dentro da tribo Yanomami. No ano passado, segundo o ministério, ainda houve notificação de 11.530 casos de malária no território, e estima-se que nos últimos quatro anos ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, um aumento de 29% em relação ao período anterior.

O governo petista também atribuiu a crise humanitária nas aldeias ao "avanço avassalador" dos garimpos nos últimos anos, o qual estaria relacionado a política do governo Bolsonaro. Dados do relatório "Yanomami sob ataque", feito por associações indígenas e publicado pelo Instituto Socioambiental (ISA), registraram um salto de 46% do garimpo ilegal no território entre 2020 e 2021.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (23), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que o atual governo testemunhou os impactos que o garimpo ilegal e o abandono no atendimento à saúde por parte do Estado ocasionaram ao povo Yanomami. "Não é uma situação revelada agora; foi denunciada inúmeras vezes por organizações indígenas e aliados. Entre novembro de 2018 e dezembro de 2022, houve até seis decisões judiciais, nas diversas instâncias do Poder Judiciário, condenando ao Estado a tomar as medidas urgentes necessárias", explicou o conselho.

Segundo o Cimi, "o problema da fome entre os índios começou quando eles foram tirados de seus territórios originais para a expansão da agricultura em latifúndios. Isso desorganizou a economia de partilha, base das aldeias indígenas, e os deixou sem terras onde produzir alimentos".

Após as acusações, tanto o ex-presidente como a ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves se manifestaram sobre o caso. Bolsonaro classificou a denúncia como uma “farsa da esquerda”, disse que cuidados com a saúde indígena foram uma das prioridades do seu governo e listou ações prestadas aos povos indígenas durante seu mandato.

Já a ex-ministra Damares afirmou que acompanha com tristeza as imagens que estão sendo divulgadas sobre os Yanomami, mas que não houve omissão do seu ministério, nem de outras áreas do governo. Disse, ainda, que a desnutrição entre crianças indígenas é um “dilema histórico agravado pelo isolamento imposto pela pandemia” e que também houve mortes de indígenas por desnutrição em gestões petistas.

Negligência das gestões anteriores

O fracasso de políticas públicas para resolver a situação de miséria dos Yanomami não é somente da última gestão. Desde 1991, a "situação caótica" dos Yanomami vem sendo documentada pelo Instituto Socioambiental (ISA). No Acervo ISA, consta uma “cronologia do genocídio” enfrentado nos territórios dessa etnia, o qual apontou “uma saúde em estado grave com yanomami morrendo de malária, desnutrição e doenças associadas”.

Em 1999, o índice de mortalidade infantil entre os yanomami era também alarmante: 141 mortes por mil pessoas, dez vezes maior que os números registrados em grupos atendidos pela Pastoral da Criança, que é de 13,7 óbitos por mil.

A morosidade e desarticulação do poder público em controlar a invasão de garimpeiros e a saúde indígena também foram alguns dos pontos críticos das últimas gestões apontados pelo ISA. Em 2000, a Polícia Federal fez uma denúncia dizendo que faltavam pessoas e dinheiro para o processo de fiscalização nas reservas indígenas.

Um estudo publicado no Deutsche Welle, no ano de 2018, denunciou uma "epidemia de garimpos na Amazônia". Segundo o levantamento, a Venezuela era o país onde a situação estava mais grave, com 1.899 garimpos ilegais. O Brasil apareceu em segundo do ranking, com 453, sendo 321 pontos, e 132 áreas.

No ano de 2004, o ISA destacou o “retrocesso na política de atendimento à saúde indígena” e relembrou “as frustrações dos povos indígenas no primeiro governo de Lula”. O alto índice de desnutrição também foi bastante criticado em governos anteriores.

Em 2007, foi instalada na Câmara dos Deputados a CPI da Desnutrição Indígena, que investigou as mortes de crianças indígenas por subnutrição durante o período de 2005-2007. Em uma das audiências realizada em 2008, foi mencionado que "os Yanomami estavam morrendo de malária, sofrendo de complicações oculares da oncocercose, de toxoplasmose", mas não estavam recebendo a devida atenção. Também foi apontado a dificuldade de acesso às aldeias para prestação de socorro.

O relatório da CPI, elaborado pelo ex-deputado Vicentinho Alves (PR-TO), recomendou a extinção dos convênios com organizações não governamentais para tratar da saúde indígena e o fortalecimento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Funai. Segundo o relatório, houve um "descontrole" na saúde indígena e uma "ineficácia do controle interno" da fundação.

Dificuldade de acesso precariza saúde Indígena

A deputada eleita Sílvia Waiãpi (PL-AP), que foi secretária da Saúde Indígena no primeiro ano do governo Bolsonaro até início de 2020, disse que a "situação caótica" nas tribos yanomami preocupa, mas ressaltou que "associar esse problema ao governo Bolsonaro é a única forma de esconder a omissão dos governos passados".

A deputada disse que acompanhou de perto a realidade do atendimento aos indígenas em postos de saúde, e sofreu ameaças por mexer com "poderosos que utilizavam contratos na ponta na área da saúde pra desviar o dinheiro público". Além da corrupção, ela ressaltou que a dificuldade de acesso as aldeias também compromete o atendimento e a assistência aos índios.

Além da falta de equipamentos, médicos, enfermeiros, medicamentos, Sílvia mencionou que as pistas de pouso para emergência nas aldeias nunca haviam sido homologadas, o que dificultava a realização de ações humanitárias e a remoção emergencial de pacientes.

"O governo Bolsonaro, para garantir assistência de saúde, homologou as pistas de pouso para melhorar o acesso a essas regiões e para levar atendimento aos indígenas. Isso foi algo que nenhum outro governo fez", explicou a parlamentar.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 135 pistas de áreas indígenas estão cadastradas. Destas, no entanto, 112 têm restrições para pousos e decolagens por não terem um Plano Básico de Proteção do Aeródromo que indique condições topográficas da pista para evitar o choque das aeronaves com árvores ou morros. Técnicos da Sesai garantem que outras 74 pistas nem sequer possuem registro e por isso não citadas pela Anac.

Outra preocupação apontada pela deputada, foi em relação a fronteira próxima com a Venezuela no território dos Yanomamis, que facilita a entrada de indígenas venezuelanos que vem ao Brasil em busca de atendimento de saúde e comida.

"No posto de saúde em Auaris, na região dos Yanomami, identificamos que muitos indígenas vinham de território venezuelano em busca de alimento e assistência. O Brasil é o único país com política de assistência aos povos indígenas. Na época pedi para levantar todos os nomes e fluxos de indígenas venezuelanos que iam ao posto pedir ajuda", disse.

O relatório dos nomes dos pacientes atendidos não foi tornado público na internet. Segundo a deputada, as fichas e relatos podem ser encontrados no polo de atendimento Auari no batalhão do Exército.

A deputada também criticou a "segregação" e as ONGs que prestam assistência aos povos indígenas. Segundo Sílvia, "existem muitas ONGs naquele lugar que exploram um dos poucos alimentos" que os Yanomami têm e dificulta o crescimento e protagonismo das aldeias.

"Temos que saber como o dinheiro que vai para as ONGs está sendo usado, nada mudou, pelo contrário, só conflito atrás de conflito, como esse problema humanitário dos Yanomami. A segregação condena povos. Segregamos indígenas e impedimos o acesso e o contato com esses povos”, disse.

Gestão Bolsonaro

Na gestão Bolsonaro, as políticas públicas voltadas aos índios ficou a cargo da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde. A Fundação Nacional do Índio (Funai) tinha o papel de monitorar as ações e serviços de atenção à saúde indígena, porém a oferta e execução dos trabalhos eram de responsabilidade da Sesai.

A Funai procurou dar transparência ao que vinha sendo feito pelo governo Bolsonaro nas aldeias dos Yanomami em Roraima, inclusive com um relatório publicado em 2022. Segundo informações da Funai, até outubro do ano passado, foram entregues mais de 22 toneladas de alimentos aos yanomami e somente na pandemia, o número de cestas ultrapassou mais de 1 milhão. A ação do governo contemplou as comunidades indígenas das regiões de Parima, Kayanaú, Parafuri, Xitei, Hakoma, Homoxi, Haxiu e Surucucu.

Um último levantamento divulgado pela Funai no final do ano passado, mostrou que a verba para fiscalização de terras indígenas cresceu 151% durante 3 anos, o desmatamento no local caiu 26,79% no período e o investimento na proteção de indígenas isolados e de recente contato mais que triplicou.

Ao longo de 2021 e de 2022, a Funai participou de articulações interinstitucionais para o acompanhamento do Plano de Ação Emergencial para o enfrentamento da malária, desnutrição infantil, mortalidade infantil. O planejamento envolvia ações relacionadas à insegurança alimentar de curto, médio e longo prazo, junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena e Ministério da Cidadania com foco especial no combate à desnutrição.

Sobre o impacto dos garimpos na vida dos yanomamis, o ex-presidente da Funai, Marcelo Xavier, apresentou uma série de ações que foram feitas no governo Bolsonaro para conter a grilagem e até operações do Exército, como a Curare 11, para combater o garimpo ilegal. Uma das ações indicadas por Xavier foi a reabertura das bases de proteção etnoambiental (Bape) da Terra Indígena (TI) em 2019, após quatro anos fechadas, que colaborou no combate ao imenso garimpo ilegal.

Segundo a Funai, a exploração devastadora dos minérios, além de levar à contaminação dos indígenas por mercúrio, ter assoreado e poluído rios e destruído parte da floresta, trouxe fortes interferências no modo de vida das comunidades, ocasionando a desorganização social, transmitindo doenças e colocando a população em situação de vulnerabilidade.

De 2019 a 2021, a Funai realizou mais de 1.200 ações e foi constatada uma redução de 22,75% no desmatamento em Terras Indígenas da Amazônia Legal. Em junho do ano passado, militares venezuelanos foram presos no território yanomami com mais de 30kg de mercúrio, que seria comercializado em área de garimpo ilegal. "A Funai manteve uma atuação intensa na repressão a crimes que ocorrem naquela região, de forma articulada e integrada", disse Xavier.

De acordo com o "Relatório Yanomami - Funai 2022", existem no território em Roraima 27 mil indígenas dessa etnia, distribuídos em cerca de 360 comunidades, e estima-se que cerca de 10 mil Yanomami vivem na República Bolivariana da Venezuela.

EL DIABÓLICO INFORME IRON MOUNTAIN

“No hay lugar para la ética, la moralidad o la religión en este informe.

Es una mirada al interior del alma de Lucifer.
“Este informe es algo que nunca creerías si no lo leyeras”.
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INFORME IRON MOUNTAIN: SOBRE LA POSIBILIDAD Y CONVENIENCIA DE LA PAZ


El controvertido Informe Iron Mountain: sobre la Posibilidad y Conveniencia de la Paz es un informe de origen disputado.

La versión oficial afirma que es una falsificación perpetrada el año 1967 por un grupo de “graciosos”.

La versión extra-oficial asegura que es un documento publicado originalmente en 1966 supuestamente por el Hudson Institute -un think tank sin ánimo de lucro fundado en 1961 y mantenido por las contribuciones de corporaciones como: Eli Lilly and Company, Monsanto, DuPont, Dow-Elanco, Sandoz, Ciba-Geigy, ConAgra, Cargill, y Procter & Gamble – a solicitud del entonces Secretario de Defensa, Robert McNamara , miembro del Consejo de Relaciones Exteriores y la Trilateral y ex-presidente del Banco Mundial.

En 1961, según esta versión, la Administración Kennedy ordenó un estudio clasificado “Top Secret” para determinar los problemas con los que se enfrentarían los EEUU si el mundo se trasladara de una era de guerras a una edad de paz estable y permanente. Y no únicamente los EEUU, sino todo el mundo, en conjunto.


– J.F.Kennedy y Robert McNamara –

En 1963 la selección de especialistas habría sido realizada. El grupo final consistiría en 15 expertos en varias disciplinas académicas seleccionados por su experiencia en sus respectivos campos.

Durante dos años y medio, los componentes del grupo mantuvieron citas regulares hasta que a finales de marzo de 1966 quedó redactado el informe final, destinado en principio a funcionarios gubernamentales de alto rango.
Su primera y última reuniones se habrían celebrado en un refugio de supervivencia nuclear llamado “Iron Mountain”.

El Presidente Lyndon Johnson , según dicen, dio la orden de que el informe no fuese nunca emitido, debido a la naturaleza de las conclusiones alcanzadas.


– Lyndon Johnson –

Uno de los hombres implicados en este estudio decidió sacarlo a la luz pública, bajo el nombre de John Doe con gran riesgo para su vida.

Entre los que en su momento le dieron credibilidad hubo varios periodistas del “The New York Times”.

El informe se volvió a publicar en 1996 por Leonard Lewin (The Free Press, Nueva York) quien decía que él mismo había sido el autor, tratando de “tranquilizar” a la población.

La autenticidad del texto puede ser motivo de discusión, pero su contenido es tan real a fecha de hoy, y tan clarificador de algunos aspectos de la vida política, económica y social actual, que, como dice Salbuchi en la introducción a su versión traducida al español: “si non e vero, e bene trovato”.

“Lo verdaderamente importante es que Iron Mountain parece una profecía cumplida“.

Bruno Cardeñosa. El Gobierno invisible


Según este Informe -como explica Fernando Hernández Holgado en “Miseria del Militarismo. Una Crítica del Discurso de la Guerra “- la guerra constituye el principal eje vertebrador de las sociedades modernas, desempeñando una serie de funciones militares pero, sobre todo, no militares -económicas, políticas, sociales, culturales, científicas, ecológicas- indispensables para su estabilidad y supervivencia.

Por lo cual, fuesen quienes fuesen las personas que lo elaboraron, consideran necesario un análisis riguroso de estas funciones y de los posibles sustitutos de la guerra, para decidir si es viable y conveniente instaurar un estado de paz permanente en el que se mantenga el “equilibrio social”. Equilibrio definido como “la existencia necesaria de clases, con una clase pobre siempre en lo más bajo, y una clase alta, siempre en lo más alto.”


El informe parte de la base de que para mantener la estabilidad -política, económica, sociológica,…- es absolutamente necesaria una “amenaza”.

Esta amenaza esencial ha de ser suficientemente aterradora y verosímil para ser efectiva. Literalmente dice: “el “enemigo alternativo” debe implicar una amenaza de destrucción lo más inmediata, tangible y directamente percibida”.
FUNCIONES DE LA GUERRA

Además de la función visible y obvia, la guerra tiene implícitas otras funciones no-militares, críticas para la transición hacia una condición de paz permanente.

Estas funciones se mueven en diferentes terrenos.

FUNCIONES ECONOMICAS:

“La guerra ha brindado, tanto a las sociedades antiguas como a las modernas, un sistema confiable para estabilizar y controlar las economías nacionales”.

“La producción bélica es progresista debido a que construye una producción que, de otra manera, no se hubiera realizado”. David T. Bazelon, “The Scarcity Makers”

“La producción bélica tiene un efecto sólidamente estimulante más allá de sí misma. Lejos de constituir un drenaje “desperdicial” sobre la economía, el gasto de guerra, si es considerado pragmáticamente, constituye un factor de efectos consistentemente positivos sobre el aumento del producto bruto nacional y sobre la productividad individual”.

“La guerra es y ha sido el estabilizador económico esencial de las sociedades modernas”.

FUNCIONES POLITICAS:


En este terreno, la función de la guerra -según afirma el Informe- es esencialmente organizacional. “Esto lo realiza esencialmente brindando una amenazante necesidad externa para que una sociedad acepte ser gobernada políticamente. Al hacerlo establece la autoridad del gobierno para controlar a sus ciudadanos”.

“La autoridad básica del estado moderno sobre su población reside en sus poderes de guerra”.

“Existen, en verdad, buenas razones para creer que los códigos de ley tuvieron su origen en las reglas de conducta establecidas por los militares victoriosos hacia sus enemigos derrotados, que luego se vieron adaptadas para aplicarse sobre todas las poblaciones sujetas”. L.Gumplowicz, “Historia sobre las Teorías del Estado”.

FUNCIONES SOCIOLÓGICAS:

De entre las funciones de la guerra en este campo, “la más obvia es el uso tradicional de las instituciones militares para brindar a los elementos antisociales un rol aceptable dentro de la estructura social”.

La guerra como “controlador indispensable de las peligrosas disidencias sociales y las tendencias antisociales destructivas.

“Los elementos más jóvenes y peligrosos de estos grupos sociales hostiles se han mantenido bajo control por el Sistema de Servicio Selectivo (Selective Service System – la conscripción)”.

“Las fuerzas armadas en cada civilización han brindado el principal refugio apoyado por el estado para lo que hoy denominamos personas “no empleables”. El típico ejército permanente europeo (de hace cincuenta años -según el Informe) consistía en “…tropas no aptas para el empleo en el comercio, industria, o agricultura lideradas por oficiales no aptos para ninguna profesión legitima o para conducir un negocio o empresa”.

Según asegura el Informe Iron Mountain, este sistema de conscripción, podría ser utilizado como medio para “mejorar el nivel cultural de los sectores pobres”.

Por otro lado, se afirma que “el sistema de guerra brinda la motivación básica para la organización social primaria. Al hacerlo, refleja a nivel social, los incentivos que hacen al comportamiento humano individual. El más importante de éstos, a efectos sociales, lo conforma la necesidad psicológica individual de lealtad hacia una sociedad y sus valores. La lealtad requiere una causa; una causa requiere un enemigo. El enemigo que define la causa debe percibirse como realmente formidable. En términos generales, el poder que se presume de semejante “enemigo” debe ser lo suficientemente importante como para generar un sentido individual de lealtad hacia una sociedad y debe ser proporcional al tamaño y complejidad de esa sociedad. Hoy en día, por supuesto, ese poder debe ser de una magnitud y terror sin precedentes”.

“Lo que le otorga al sistema de guerra su rol pertinente en la organización social, como en otros campos, es su autoridad sin igual sobre la vida y la muerte”.

FUNCIONES ECOLOGICAS:
I
“La guerra ha sido el principal mecanismo evolutivo para mantener un equilibrio ecológico satisfactorio entre la población humana bruta y los recursos disponibles para su supervivencia”.

“Para conjurar a los inevitables ciclos históricos de insuficientes recursos en materia de alimentos, el hombre pos-neolítico destruye a los miembros excedentes de su propia especie a través de la guerra organizada”.

Sin embargo, “la guerra ha ayudado a asegurar la supervivencia de la especie humana, pero como mecanismo evolutivo para mejorarla, la guerra ha resultado casi increíblemente ineficiente”.

“Muchas enfermedades que antes eran fatales a edades procreadoras ahora pueden ser curadas; el efecto de este hecho es que permite perpetuar susceptibilidades y mutaciones no-deseadas. Queda claro que una nueva, cuasi-eugénica función de la guerra se encuentra en proceso de formación y deberá tenerse en cuenta en cualquier plan de transición”.

FUNCIONES CULTURALES Y CIENTIFICAS:

El Informe habla de la constante en el arte y la cultura de alusiones bélicas. Desde las danzas de guerra, a la literatura (Shakespeare), pasando por la pintura (Goya), o la música (Beethoven),…

Y asegura: “Los standards estéticos y morales tienen un origen antropológico común, en la exaltación de la valentía, y en la predisposición para matar y arriesgar la muerte en la guerra tribal”.

Respecto a la ciencia, “no existe ningún adelanto científico de importancia que no se haya visto instigado, aunque sólo sea indirectamente, por los requerimientos de los armamentos”.

OTRAS FUNCIONES:

Menciona entre éstas (¡atentos!):

La guerra como un factor de liberación social general: “Esta es una función psicológica que sirve las mismas funciones para la sociedad que las vacaciones, la celebración, y la orgía para el individuo – la liberación y redistribución de tensiones indiferenciadas. La guerra brinda el necesario periódico reajuste de los standards de comportamiento social (el “clima moral”) y permite disipar el aburrimiento general”.

La guerra como estabilizador generacional:

“Permite a las generaciones más viejas que se van deteriorando físicamente mantener un cuota de control sobre la generación más joven, destruyéndola si es preciso”.Como clarificador ideológico:

“No puede haber más de dos lados en una guerra”.Base de entendimiento internacional: “Para enriquecimiento de una cultura nacional con los logros de otra”.

SUSTITUTOS DE LA GUERRA

Si el sistema de la guerra como tal desapareciese, se deberían crear instituciones sustitutas capaces de satisfacer las necesidades sociales de las funciones no-militares resueltas por aquella -afirma.

Sin perder de vista que “un sustituto viable para la guerra ha de brindar una amenaza de vida o muerte verosímil, o no servirá para la función social organizadora que cumple la guerra”.

Es decir, la amenaza ha de ser de “una magnitud y terror sin precedentes”, como hemos visto antes.


Los potenciales sustitutos de la guerra se van analizando en el Iron Mountain siguiendo los mismos terrenos que en el análisis de las funciones de ésta. Los mencionaré según hace el Informe, pero entraré a detallar sólo algunos de dichos sustitutos para no alargar en exceso el artículo.

Si alguien tiene interés en ampliar la información, puede acceder directamente al texto traducido al español pinchando aquí: Informe Iron Mountain: sobre la Posibilidad y Conveniencia de la Paz .

SUSTITUTOS ECONOMICOS


1.- Un programa integral de acción social, dirigido hacia la máxima mejora de las condiciones generales de la vida humana.

2.- Un programa de investigación espacial gigantesco y sin meta concreta orientado hacia objetivos no realizables. Esto permitiría la inversión de fondos sin límite y sin justificación. Aunque adolece del carácter de amenaza inminente que se considera esencial.

3.- Un sistema de inspección de desarme permanente, ritualizado y ultra-elaborado y variantes de semejante sistema. La organización de mecanismos de inspección podría ser ritualizada de una forma similar a lo que ocurre con los procesos militares establecidos. No habría dificultad en inflar el presupuesto para tales inspecciones hasta una escala militar.

SUSTITUTOS POLITICOS

1.- Una fuerza policial internacional omnipresente y virtualmente omnipotente. Podría argüirse que una fuerza policial internacional bien armada que opere bajo la autoridad de semejante “corte” supranacional podría cumplir la función de un enemigo externo. Esto, sin embargo, constituiría una operación militar como los esquemas de inspección ya mencionados y como ellos, seria inconsistente con la premisa de un fin al sistema de guerra.


2.- Una amenaza extraterrestre establecida y reconocida. Semejante amenaza ofrecería la “ultima y mejor esperanza para la paz” etc., al unir a la humanidad en contra del peligro de destrucción por “criaturas” de otros planetas o provenientes del espacio exterior. Y vendría a completar la carencia que presenta el programa de investigación espacial. Se han propuesto experimentos para probar la credibilidad de una amenaza consistente en una invasión desde fuera de este mundo; es plausible que algunos de los incidentes de “platos voladores” más difíciles de explicar en los últimos años hayan sido algunos primeros experimentos de esta clase. (¿Alguien recuerda la “Guerra de los Mundos” de Orson Welles ?)


3.- Una contaminación ambiental masiva y global. Podría ocurrir, por ejemplo, que la fuerte contaminación del medio ambiente pudiera eventualmente reemplazar la posibilidad de destrucción masiva por armas nucleares como amenaza principal y más evidente para la supervivencia de nuestra especie. El envenenamiento del aire y de las principales fuentes de alimentos y de agua ya se encuentra bastante adelantado y a primera vista podría representar una solución a este problema; constituye una amenaza que sólo puede abordarse a través de una adecuada organización social y con poder político. Pero se estima que deberá pasar entre una generación y una generación y media antes de que la contaminación ambiental, por más severa que sea, se torne lo suficientemente amenazante a nivel global como para ofrecer una posible base de solución.


Es verdad que la tasa de contaminación podría incrementarse en forma selectiva para este propósito. Aunque parece altamente improbable que un programa gubernamental de efectos deliberadamente nocivos para el medio ambiente pudiera ser implementado de manera políticamente aceptable. (¿chemtrails?)

4.- Enemigos ficticios alternativos.

SUSTITUTOS SOCIOLOGICOS

Función de control.

1.- Programas generalmente derivados del modelo del Peace Corps (Agencia federal independiente de EEUU. Fundadda en 1961 por la Orden Ejecutiva 10924, con el fin de promover la paz mundial. Lo curioso es que los directores de estos cuerpos “independientes” fueron nombrados sucesivamente por: Kennedy, Johnson, Nixon, Ford, Carter, Reagan, G.H.W. Bush, Clinton, G.W. Bush).

2.- Una forma moderna y sofisticada de la esclavitud. “Otro posible sustituto para el control de enemigos potenciales de la sociedad lo conforma la reintroducción, de alguna manera consistente con la tecnología y los procesos políticos modernos, de la esclavitud. Hasta ahora, esto ha sido sugerido solamente en obras de ficción, particularmente en los trabajos de Wells, Huxley, Orwell y otros involucrados en la anticipación imaginativa de la sociología del futuro. Pero las fantasías proyectadas en Un Mundo Feliz y el 1984 han parecido cada vez menos inimaginables en los años que corrieron desde sus respectivas publicaciones”.

“Resulta totalmente posible que el desarrollo de una forma sofisticada de esclavitud se transforme en un requisito absoluto para lograr el control social en un mundo en paz”. (¿microchips?)

“La esclavitud en una forma conceptualmente eufemizada y tecnológicamente moderna podría representar una institución eficiente y flexible en este área”.
– La Inquisición. Goya –
Función motivacional.

1.- Contaminación ambiental intensificada.

2.- Nuevas religiones u otras mitologías.

3.- Juegos de sangre socialmente orientados. “De la misma manera en que lo hizo la Inquisición Española y los menos formales juicios de brujas de otros tiempos, con el propósito de lograr la “purificación social”, la “seguridad del estado” u otros objetivos que sean tanto aceptables como creíbles para las sociedades de la posguerra”.

“Existen amplios precedentes en el tratamiento que se le ha dado a los grupos étnicos desfavorecidos, supuestamente amenazantes, en ciertas sociedades durante determinados periodos históricos”.


Según la nota a este párrafo: “Como en la Alemania nazi; este tipo de represión étnica “ideológica” dirigida hacia metas sociales específicas, no debería confundirse con la explotación económica tradicional como la llevada a cabo contra los negros en los EE.UU, Sudáfrica, etc.”

“Vale la pena considerar cuidadosamente una institución que combine la función motivacional con la de control, basada sobre el antecedente de la represión étnica organizada”

4.- Una combinación de estas formas.

SUSTITUTOS ECOLOGICOS

Un programa integral de eugenesia aplicada. “La limitación de la guerra en esta función es enteramente eugénica. La guerra no ha sido genéticamente progresista”. Aunque se está produciendo una mejora cualitativa realmente importante.

“El control total de la concepción con una variante que involucre a la píldora anticonceptiva, a través de las fuentes de provisión de agua o de ciertos alimentos, luego contrarestado por medio de algún “antídoto” controlado – ya se encuentra bajo desarrollo.”

En la nota a este último párrafo se dice: “Por equipos experimentales de biólogos en Massachusetts, Michigan y California, como así también en Méjico, y la Unión Soviética. Aplicaciones experimentales preliminares estan previstas para llevarse a cabo en el sudeste asiático, en países aun no anunciados”.


SUSTITUTOS CULTURALES
No se propone ninguna institución sustitutiva.

SUSTITUTOS CIENTÍFICOS
Los requerimientos secundarios de programas de la investigación espacial, la asistencia social y/o la eugénica.

CONCLUSIONES

Una vez analizados y evaluados los potenciales sustitutos de la guerra, se llega a las conclusiones.

“Resulta evidente de lo antedicho que ningún programa o combinación de programas propuesto para la transición hacia la paz se ha acercado, ni siquiera remotamente, a los requerimientos funcionales de un mundo sin guerra.


Aunque un sistema proyectado para cumplir con las funciones económicas de la guerra parezca prometedor, no se puede expresar un optimismo similar en las áreas esenciales de la política y la sociología”.

“Cuando se nos pregunta cual sería la mejor manera de prepararnos para el advenimiento de la paz, debemos primero responder tan enfáticamente como sea posible, que no se puede responsablemente permitir que el sistema de guerra desaparezca hasta tanto:

(1) Sepamos exactamente qué es lo que planeamos colocar en su lugar y.

(2) Estemos seguros, más allá de cualquier duda razonable, de que estas instituciones sustitutivas servirán sus propósitos en términos de la supervivencia y estabilidad de la sociedad”.

“Algunos observadores consideran que el precio de la paz es simplemente demasiado elevado”.


“El sistema de guerra, a pesar de toda su repugnancia subjetiva para importantes sectores de la “opinión publica”, ha demostrado su efectividad desde el comienzo de la historia escrita; ha brindado las bases para el desarrollo de muchas civilizaciones durables e impresionantes, incluyendo aquella que hoy es dominante”.

“Un sistema viable de paz, presuponiendo que las grandes y complejas cuestiones de las instituciones sustitutivas planteadas en este informe resulten tener solución y que la misma sea hallada, aun así seguiría constituyendo un viaje hacia lo desconocido con el riesgo inevitable que se refiere a lo desconocido, independientemente de hasta qué punto esos factores desconocidos resulten controlables”.


“Cualquier condición de paz total genuina, se logre como se logre, sería desestabilizante hasta tanto se demuestre lo contrario”.

“Es posible que una o más naciones soberanas arriben, a través de un liderazgo ambiguo, a una posición en la cual una clase administrativa gobernante pierda el control de la opinión publica básica, o de su habilidad para racionalizar una guerra deseada. No resulta difícil imaginar, en tales circunstancias, una situación en la que tal gobierno podría verse obligado a iniciar un proceso serio de desarme a gran escala (quizás provocado por alguna explosión nuclear “accidental”) y que tales negociaciones puedan conducir a la real disolución de las instituciones militares. Como nuestro Informe indica claramente, esto sería catastrófico. Nos parece evidente que en caso de que una parte importante del planeta se viera inmersa, repentinamente y sin una alerta previa suficiente, en una condición de paz inadvertida, entonces una preparación parcial o inadecuada será mejor que ninguna. La diferencia podría ser crítica”.


“Una ultima conclusión entonces sería que será necesario para nuestro gobierno planificar con profundidad para dos contingencias generales. La primera que es la que se refiere a la posibilidades de una paz general viable; la segunda es la continuación exitosa del sistema de guerra. En nuestra opinión, una preparación cuidadosa para la posibilidad de la paz debería continuarse, no porque tomemos la postura de que el fin de la guerra sería necesariamente deseable, si es que resulta posible, sino porque puede que nos sea impuesta de alguna manera, estemos listos para ella o no”.

RECOMENDACIONES


El informe termina recomendando la creación bajo una orden ejecutiva del Presidente, de una Agencia de Investigaciones de Guerra y Paz permanente a la que asigna un nutrido listado de tareas, entre las que destacaré solamente una:

“La determinación de los niveles mínimos y óptimos de destrucción de vida, propiedad y recursos naturales como requisito para lograr la credibilidad de una amenaza externa, lo que resulta esencial para funciones políticas y motivacionales”.


“SI NON E VERO, E BENE TROVATO”
Iron Mountain- The Blue Print For Tyranny 1/14

Hay otros 13 capítulos de este vídeo que pueden ser localizados con facilidad en YouTube.

Global warming threat (pre)arranged 1961?

War Made Easy

(inglés – 1 h 10 min)



EPM #15 – INFORME IRON MOUNTAIN































quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Nos 45 anos do incêndio das Lojas Renner, IGP recorda laudos que revelaram causas da tragédia

Em 27 de abril de 1976, episódio deixou 41 mortos na Capital e entrou para a história como um dos piores incêndios do país
Acervo do IGP mantém os Laudos produzidos após o incêndio - Foto: Ascom/IGP

Aquele 27 de abril de 1976 era para ser um dia normal de compras numa das principais lojas de departamentos de Porto Alegre. Por volta das 14h, cerca de 300 pessoas se movimentavam à procura de roupas, utilidades domésticas e instrumentos musicais. No sétimo andar, clientes frequentavam o restaurante, e outros eram atendidos na barbearia.

Foi quando uma fumaça começou a ser percebida no terceiro pavimento, acima do térreo e da sobreloja. Em pouco tempo, chamas de até 800 graus Celsius assombravam a loja – por fora, formava um bloco único, mas, na verdade, era um conjunto de quatro prédios que haviam passado por ampliações e reformas. Na esquina da Avenida Otávio Rocha com a Rua Doutor Flores, o fogo nas Lojas Renner se transformaria na maior tragédia da Capital e num dos 10 maiores incêndios do país. Foram 41 mortes e cerca de 60 feridos.
Página inicial mostra os passos do trabalho da perícia - Foto: Ascom/IGP

Em menos de meia-hora, peritos do então Instituto de Criminalística – órgão pertencente à Polícia Civil e à Secretaria de Segurança Pública do RS – já observavam o local. Dois dias depois, tiveram acesso ao prédio, iniciando um levantamento que duraria oito dias. Também ouviram testemunhas e analisaram registros fotográficos. Onze quesitos, elaborados pela autoridade policial, deveriam ser respondidos. O principal deles era o quinto: pode serdeterminada a causa que deu origem ao incêndio?

Os nove andares – uma área de 8 mil m2 – foram vistoriados por peritos criminais com formação em Engenharia. Nos escombros, eles observaram o que sobrou das estruturas de alvenaria, divisórias internas de madeira, redes hidráulicas, escadas e elevadores. As instalações elétricas receberam maior atenção. Tomadas foram desmontadas em busca de indícios de curto circuito. A única irregularidade da rede elétrica foi encontrada em um aparelho de ar condicionado do quarto pavimento. Uma pequena gota de ferro fundido, com aspecto semelhante a uma pérola, indicava um curto circuito. Mas o laudo concluiu que o curto foi consequência da ação das chamas, ou do calor da grade metálica, e não a causa do incêndio.

Os peritos também avaliaram as condições arquitetônicas do local. A escada social possuía um metro de largura – metade do que preconizavam as normas técnicas de segurança da época – insuficiente para a evacuação. As janelas, fechadas hermeticamente, armazenaram os gases tóxicos e impediram o acesso dos bombeiros aos andares mais altos. E as cortinas metálicas “corta-fogo”, em modelo que demandava que fossem desenroladas, sequer foram usadas.


Do alto, o fotógrafo criminalístico Roberto Bacelar conseguiu mostrar a dimensão da tragédia - Foto: Roberto Bacelar/IGP

Três dos quatro blocos que formavam o prédio desabaram. O fotógrafo criminalístico Roberto Bacelar conseguiu caminhar por vãos de cerca de um metro de altura, que separavam os andares. “Como em todos os trabalhos, procurei fazer imagens que cobrissem 360 graus, com fotos que mostrassem os ângulos retos, os horizontais e verticais. Lembro de subir no prédio ao lado para fotografar os escombros” rememora o aposentado de 82 anos. As 178 fotos que ilustram os laudos produzidos pelos peritos são de Bacelar, que recorda ter usado uma câmera Rolleiflex, com rolo de filme de 120 milímetros. A revelação era feita na Seção de Fotografia do Instituto. “Esse incêndio marcou a todos pela grandeza. São perícias especiais, que marcam a carreira”, comenta o fotógrafo.

Os prédios ao redor da loja também foram periciados. O perito criminal Ciro Russowsky foi o responsável. “O Armazém Riograndense, que ficava ao lado, veio todo abaixo”, relembra. O perito afirma que a perícia em incêndios requer conhecimentos de Química, Física e Engenharia. “Naquela época as perícias eram mais artesanais, mas não dispensavam o conhecimento científico”, pontua Russowsky.

O laudo teve como relator o perito criminal Gilberto Morás Marques, como co-relator João Bosco Abs da Cruz e como revisor Paulo Roberto do Amaral Holsbach. Assinado em 14 de julho de 1976, foi entregue à 1ª Delegacia de Polícia da Capital. Na página 20, trouxe a conclusão sobre a causa do incêndio: “ação de corpo ígneo (cigarro ou palito de fósforo) caído ou lançado, acidental ou propositalmente sobre material combustível”.

O fogo teria iniciado nos fundos do 1º andar, próximo à escada de emergência – onde estavam embalagens plásticas, palha e o depósito de tintas e solventes que, pelo impulso de uma fagulha, provocaram grandes explosões. O laudo relata que 15 extintores de incêndio usados foram encontrados no lance de escadas imediatamente superior ao do 1º andar. Isso levou os peritos à conclusão de que a escada acabou obstruída logo no início do fogo, e serviu como uma chaminé, que propagava a fumaça verticalmente para andares mais elevados. Os documentos fornecidos pela empresa que fazia a manutenção nos extintores afirmam que a quantidade destes equipamentos era até maior do que a necessária – mas a posição em que estavam impediu que fossem usados. Por ironia, no dia do incêndio, estava sendo feita uma vistoria nos extintores.

O episódio que marcou para sempre a história da Capital provocou intensos debates sobre segurança e prevenção contra incêndios, desencadeando uma série de mudanças e aperfeiçoamentos na legislação. E desde aquela época, o trabalho técnico e científico da perícia se mostrou fundamental para desvendar fatos, apontar causas e contribuir à evolução das normas públicas de proteção da sociedade.


As 178 fotos que ilustram os Laudos produzidos pelos peritos são do fotógrafo criminalístico, Roberto Bacelar Crédito: Ascom/IGP

Texto: Angélica Coronel/IGP
Edição: Carlos Ismael Moreira/SSP

"Vagabundos da lei Rouanet": Juiz condena político que xingou artistas

Segundo o magistrado, "o dolo restou evidenciado, até porque o querelado fez uso de expressões extremamente ofensivas".

Da Redação Migalhas


Nesta terça-feira, 24, o ex-deputado Federal Wladimir Costa foi condenado por injúria devido xingamentos feitos contra os artistas Wagner Moura, Glória Pires, Letícia Sabatella, Sônia Braga e Orlando Morais. A decisão é do juiz de Direito Osvaldo Tovani, da 8ª vara Criminal de Brasília/DF, o qual concluiu que o político atentou contra a honra dos artistas ao chamá-los de "verdadeiros vagabundos da lei Rouanet".

Em 2017, em dois discursos realizados na Câmara dos Deputados, o político criticou o lançamento de um site idealizado por diversos artistas brasileiros. Em sua fala, ele xingou os artistas responsáveis pela iniciativa de "vagabundos, bandidos, aproveitadores" que tinham a intenção de "intimidar deputadas e deputados".

Veja trecho do discurso realizado pelo ex-parlamentar:

"Vocês vão conhecer os verdadeiros vagabundos da lei Rouanet, que assaltaram os cofres públicos da lei Rouanet: Glória Pires recebeu mais de dois milhões em dinheiro e não prestou conta, Wagner Moura, outro vagabundo lá o tal do Capitão Nascimento, como personagem ele combatia a injustiça, na vida real como ator um verdadeiro ladrão."

Ex-deputado Federal, Wladimir Costa, que chamou artistas de "vagabundos da lei rouanet" é condenado por injúria. (Imagem: Reprodução/Câmara dos Deputados)

Na sentença, inicialmente, o magistrado desconsiderou argumento usado pelo deputado de que ele estaria protegido por imunidade parlamentar. Isto porque, "as declarações atribuídas ao querelado se deram em contexto desvinculado das funções parlamentares".

No mais, o magistrado destacou que o político atentou contra a honra dos artistas em dois pronunciamentos realizados na Câmara dos Deputados. "O dolo restou evidenciado, até porque o querelado fez uso de expressões extremamente ofensivas, como: vagabundos, ladrão, patifa, bandidos, aproveitadores e outros", afirmou.

Asseverou, assim, que as expressões proferidas pelo político nas duas manifestações em questão caracterizam injúria. Isto porque, segundo ele, os insultos proferidos pelo parlamentar "são genéricos, não contém dados descritivos, e, portanto, não podem ser identificadas no tempo e no espaço".

Por estes motivos, condenou o ex-parlamentar pela prática do crime de injúria.


Processo: 0709898-89.2021.8.07.0001

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Iceberg do tamanho da cidade de São Paulo se desprende da Antártica

Rompimento, no entanto, já era esperado por especialistas, mas local enfrentou temperaturas recordes ao longo do ano passado

Por AFP

Iceberg do tamanho da cidade de São Paulo se desprende da Antártica British Antarctic Survey

Um iceberg com cerca de 1.500 quilômetros quadrados, equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo, se desprendeu da Antártica no último domingo, segundo informação de um grupo de cientistas britânicos nesta segunda-feira. Embora a região esteja ameaçada pelo aquecimento global, a ocorrência, porém, não se deve às mudanças climáticas, disse o British Antarctic Survey (BAS), órgão que investiga as regiões polares.

O bloco de gelo de 1.550 km2 se desprendeu do gelo entre 16h e 17h deste domingo, depois que uma forte maré ampliou uma rachadura que já existia na plataforma de gelo, detalhou o BAS. Outro iceberg de tamanho semelhante já havia se quebrado há dois anos na mesma área, chamada plataforma de gelo Brunt, onde está localizada a base de pesquisa britânica Halley VI.

Imagem mostra pedaço de gelo que se desprendeu da Antártica — Foto: British Antarctic Survey

Grandes fissuras nas plataformas de gelo aumentaram por uma década, observam os glaciologistas. Em 2016, o BAS decidiu mudar a base Halley VI para outro local, localizado a cerca de 20 km de distância, por medo de que ela se desprendesse e flutuasse como um iceberg.

“Este desprendimento era esperado e faz parte do comportamento natural da plataforma de gelo Brunt. Não está ligado à mudança climática”, explicou o glaciologista Dominic Hodgson, citado em comunicado.

O continente sofre, porém, as consequências do aquecimento global. Temperaturas recordes foram registradas na área no ano passado. A extensão do gelo naquela parte atingiu em fevereiro de 2022 o mínimo já registrado em 44 anos de observações por satélite, indicou recentemente o relatório anual do programa europeu sobre mudanças climáticas Copernicus.

Em 2021, o derretimento de um iceberg, 4.000 km ao norte de onde se rompeu em 2017, liberou mais de 150 bilhões de toneladas de água doce repleta de nutrientes, preocupando os cientistas com seu impacto em um ecossistema frágil.

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