sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Guerra: por que a Rússia está atacando a Ucrânia?

AFP

Publicado em 24/02/2022 às 12:55
Rússia invadiu Ucrânia nesta quinta-feira (24) - FOTO: AFP


Rússia desde as primeiras horas desta quinta-feira (24) deixou muitas pessoas ao redor do mundo sem entender os motivos do conflito. Desde sua independência em 1991, a Ucrânia oscila entre o Ocidente e a Rússia, vizinho que, nos últimos anos, tem manifestado repetidamente sua oposição à aproximação da ex-república soviética da União Europeia (UE).

Nesta quinta, a Rússia invadiu a Ucrânia e promoveu bombardeios contra alvos militares em Kiev (capital), Kharkiv e outras cidades no centro e no leste. De acordo com o ministério da Defesa da Rússia, o presidente Vladimir Putin autorizou uma "operação militar". Em mensagem transmitida na televisão, Putin prometeu retaliação a quem interferir na operação. "Qualquer um que tente interferir conosco, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história", declarou.

O conflito entre os dois países tem várias camadas e envolve diversos eventos históricos, desde a época em que a União Soviética ainda existia. Uma das razões que ampliou a escalada da Rússia contra a Ucrânia recentemente foi a possibilidade do país passar a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A aliança militar conta, em sua maioria, com países da Europa e da América do Norte.

"Acabamos tendo as expansões da Otan a partir de 1999, quando englobam a Polônia, a República Tcheca e a Hungria, e depois vão ter novas expansões: 2004, 2007, 2008, 2012, e a última expansão, a mais recente, foi em 2020, englobando a ex-República Iugoslávia de Montenegro. Isso fez com que a Rússia entrasse num sentimento de humilhação nacional e não foi capaz de estabelecer linhas na Europa para que houvesse um pleno entendimento de ambas as partes, para que houvesse um respeito mútuo ao equilíbrio estratégico firmado na Guerra Fria. Então essa política reativa3 de Putin, reativa até 2008, vai acabar dando lugar a uma política assertiva, proativa, onde o Putin busca desenhar essas novas linhas na Europa para dissuadir qualquer expansão da Otan", explica o geógrafo pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Tito Lívio Barcellos.

Em 1º de dezembro de 1991, ainda integrada à então União Soviética (dissolvida em 25 de dezembro de 1991), a Ucrânia vota, em um referendo, a favor da independência. O resultado desta consulta foi imediatamente reconhecido pelo então presidente russo, Boris Yeltsin.

Em 8 de dezembro, Rússia, Ucrânia e Bielorrússia (que se tornará Belarus) assinam um acordo que estabelece uma Comunidade de Estados Independentes (CEI). Nos cinco anos seguintes, porém, a Ucrânia tentará se libertar da tutela política de seu grande vizinho, iniciada há três séculos.

A Ucrânia não se compromete totalmente com a CEI, percebida como uma estrutura dominada pela Rússia, que tenta agregar as ex-repúblicas soviéticas.
Em 5 de dezembro de 1994, Rússia, Ucrânia, Belarus, Cazaquistão, Estados Unidos e Reino Unido assinam o Memorando de Budapeste sobre garantias de segurança.

Nele, os signatários se comprometem a respeitar a independência, a soberania e as fronteiras da Ucrânia, em troca do abandono das armas atômicas herdadas da União Soviética.



1 / 8Crise na Ucrânia após invasão militar da Rússia - Yuriy Dyachyshyn / AFP

1 / 8Crise na Ucrânia após invasão militar da Rússia - SERGEI SUPINSKY / AFP

1 / 8Rússia invadiu Ucrânia nesta quinta-feira (24) - AFP

1 / 8Explosões na Ucrânia já deixaram mortos e feridos logo após invasão russa - ARIS MESSINIS/AFP

1 / 8Rússia invade a Ucrânia após meses de escalada militar - Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

1 / 8Militares russos invadiram a Ucrânia por diversos pontos - DANIEL LEAL / AFP

1 / 8Rússia invade Ucrânia e exército toma Kiev - DANIEL LEAL / AFP

1 / 8Famílias ucranianas acordaram em meio às explosões - ARIS MESSINIS / AFP


Tratado de Amizade

Em 31 de maio de 1997, Rússia e Ucrânia assinam um tratado de amizade e cooperação, que não elimina, porém, a ambiguidade das relações de Kiev com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O Kremlin se opõe fortemente a que Ucrânia, ou qualquer outra ex-república soviética, ingresse na Aliança Atlântica.

O tratado e os textos anexos resolvem, em particular, a espinhosa disputa sobre a distribuição da antiga frota soviética no Mar Negro, ancorada em Sebastopol, na Crimeia.

A Rússia mantém a propriedade da maioria dos navios, mas pagará à Ucrânia um aluguel modesto pelo uso do porto de Sebastopol.

À época principal parceiro comercial de Kiev, a Rússia manterá, contudo, sua "arma econômica" frente à Ucrânia, muito dependente do petróleo e do gás russos.

Em 2003, Kiev assina um acordo para a criação de um Espaço Econômico Comum com Rússia, Belarus e Cazaquistão.

A União Europeia reage, afirmando que o acordo pode dificultar a aproximação da Ucrânia com o bloco e sua integração à Organização Mundial do Comércio (OMC).


Um presidente pró-Ocidente em Kiev

Em novembro de 2004, o candidato pró-Rússia Viktor Yanukovych vence a eleição presidencial na Ucrânia, denunciada como fraudulenta pela oposição. Uma mobilização em massa, a chamada Revolução Laranja, consegue que a eleição seja anulada pela Suprema Corte.

Em 26 de dezembro, o líder da Revolução Laranja, o opositor pró-Ocidente Viktor Yushchenko, que sofreu um misterioso envenenamento durante a campanha, abre uma nova era política no país. Põe fim aos dez anos de Presidência de Leonid Kuchma (1994-2005), que pendulava entre UE e Moscou.

Yushchenko reitera a vontade da Ucrânia de aderir à União Europeia, apesar das objeções de Bruxelas e da OTAN.

Em 2008, na cúpula de Bucareste, os líderes dos países da OTAN concordam com que a Ucrânia tem vocação para ingressar na Aliança Atlântica, o que provoca a ira de Moscou.

Rússia e Ucrânia travam várias guerras político-comerciais. Uma delas foi a do gás, de 2006 a 2009, que interrompeu o abastecimento de energia da Europa.
A Revolta de Maidan

Em 2010, Viktor Yanukovych é eleito presidente e lança uma espetacular política de aproximação com a Rússia. Ele garante que a elaboração de um "acordo de associação" com a UE continua sendo a prioridade.

Em novembro de 2013, no entanto, Yanukovych se nega a assinar, no último minuto, o acordo com a União Europeia e reativa as relações econômicas com a Rússia. Esta mudança de política deflagra um movimento de protesto pró-Europa, que tem como símbolo a manifestação na Praça Maidan (Praça da Independência), em Kiev.

A rebelião termina em fevereiro de 2014 com a destituição e a fuga de Yanukovych para a Rússia, após a repressão do protesto de Maidan, durante a qual morreram cerca de 100 manifestantes e 20 policiais.


Anexação e guerra

Em resposta, as forças especiais russas assumem o controle da Crimeia, território que a Rússia decide anexar em março de 2014.

Em abril de 2014, separatistas russos ocupam os lugares mais importantes de Dombas, a região de língua russa do leste da Ucrânia. Uma nova guerra começa em maio. Desde 2014, este conflito causou a morte de mais de 14.000 pessoas.

Kiev e países ocidentais afirmam que a Rússia organizou a separação das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, em represália à guinada pró-Ocidente da Ucrânia.
'Operação militar'

Depois de concentrar dezenas de milhares de soldados em sua fronteira com a Ucrânia, o presidente Vladimir Putin reconhece, em 21 de fevereiro de 2022, a independência de Donetsk e de Lugansk e ordena o destacamento de tropas para estes territórios.

Na madrugada de 24 de fevereiro, Putin anuncia uma "operação militar" na Ucrânia, descrita pelo ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, como uma "invasão em grande escala".

Por que a Ucrânia abriu mão de 3º maior arsenal atômico após o fim da URSS?

 Talita Marchao

24/02/2022 

Criança brinca em parque diante de prédios atingidos por ataque em KievREUTERS/Umit Bektas

Área residencial nos arredores de Kiev atingida durante ataque russoREUTERS/Umit Bektas

A Rússia iniciou ofensiva contra a Ucrânia nesta quinta-feira (24)REUTERS

A Ucrânia era parte da extinta União Soviética até declarar independência em agosto de 1991. Como um novo Estado, Kiev transformou-se num país com o 3º maior arsenal atômico do mundo, embora não tivesse o controle operacional das armas nucleares. Um acordo chamado Memorando de Budapeste assegurou a devolução das ogivas nucleares para a Rússia.

Quando a URSS foi dissolvida, havia armas nucleares espalhadas nas ex-repúblicas soviéticas. Garantir que o número de Estados com armas nucleares não aumentasse significava que, na prática, apenas a Rússia manteria e controlaria as armas nucleares soviéticas. Foi com este objetivo que EUA, Rússia e Reino Unido trabalharam para desnuclearizar a Ucrânia.




A Ucrânia era parte estratégica da URSS –era a segunda mais populosa das 15 repúblicas soviéticas. Ela concentrava grande parte da produção agrícola, industrial e dos aparatos militares da região, incluindo a Frota do Mar Negro e parte do arsenal nuclear soviético.

Kiev abriu mão de suas ogivas nucleares com garantias de que a Ucrânia não seria atacada e suas fronteiras seriam respeitadas. Este acordo é o chamado Memorando de Budapeste, que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tentou invocar para evitar uma invasão russa –que ocorreu na quinta-feira (24).

Com o documento, outras ex-repúblicas soviéticas como Belarus e o Cazaquistão também devolveram as ogivas nucleares. As mesmas obrigações de respeito às fronteiras valem para os territórios dos dois países.

O Memorando de Budapeste marcou a adesão da Ucrânia ao Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares. Ao assinar este documento com a Ucrânia, o Reino Unido, Estados Unidos e a Rússia declararam suas obrigações de respeitar a independência, a soberania e integridade territorial ucraniana. A França e a China forneceram garantias semelhantes em cartas separadas, segundo a Ucrânia.

No Memorando de Budapeste de 1994, os Estados Unidos, a Rússia e o Reino Unido se comprometeram ainda a “abster-se da ameaça ou do uso da força” contra o país.

Ucranianos tentam deixar o país após ataques da Rússia

REUTERS/Bryan Woolston


“Essas garantias desempenharam um papel fundamental para persuadir o governo ucraniano em Kiev a desistir do que equivalia ao terceiro maior arsenal nuclear do mundo, composto por cerca de 1.900 ogivas nucleares estratégicas”, explica o ex-embaixador dos EUA na Ucrânia, Steven Pifer, em artigo publicado em 2019 no think thank Brookings.

Antes de concordar em desistir desse arsenal nuclear, Kiev conseguiu ainda uma compensação financeira pelo valor do urânio altamente enriquecido nas ogivas nucleares, que poderia ser misturado para uso como combustível para reatores nucleares --a Rússia concordou em fornecer isso.

“O que nós temos hoje é claramente uma situação que era originalmente uma tentativa de colocar a Ucrânia sob o controle russo, que extrapolou para uma campanha [militar] muito mais ampla", explicou o ex-embaixador do Brasil em Kiev, Renato Marques, em entrevista ao BandNews TV.

Jamil Chade: Brasil ainda avalia se irá condenar invasão à Ucrânia

"Ao mesmo tempo, há uma espécie de amnésia coletiva relacionada ao memorando de Budapeste, quando a Ucrânia devolveu os mísseis nucleares que tinha da época soviética e EUA, Rússia e Reino Unido se comprometeram a preservar a integridade territorial da Ucrânia e manter a paz”, explicou o diplomata brasileiro.

Kiev já tinha invocado o cumprimento do Memorando de Budapeste em 2014, quando protestos derrubaram o presidente ucraniano aliado de Moscou Viktor Yanukovych. Rapidamente, a Rússia invadiu e anexou a Crimeia, região da Ucrânia onde fica a base naval russa de Sevastopol e a Frota do Mar Negro.

Na ocasião, o Kremlin também fomentou as rebeliões separatistas de grupos pró-Russia em parte da região de Donbas (Donetsk e Luhansk), na fronteira entre Rússia e Ucrânia –conflito que já matou quase 15 mil pessoas. Este já é o conflito mais sangrento desde as guerras dos Balcãs, nos anos 1990.

Assim como a Crimeia, Luhansk e Donetsk são duas regiões ucranianas cuja maioria da população é etnicamente russa –em algumas áreas, o russo é o idioma predominante. Além disso, a intervenção da Rússia na Ucrânia em 2014 provou ser imensamente popular entre a população, elevando os índices de aprovação de Putin acima de 80%.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Rússia ataca a Ucrânia; explosões são ouvidas em várias cidades

Biden, União Europeia e países aliados reagem; Departamento de Defesa dos EUA rastreia incursão de tropas da Belarus por território ucraniano
Explosão é vista na capital ucraniana de Kiev nesta quinta-feira, 24 de fevereiroGabinete do Presidente da Ucrânia


São Paulo
24/02/2022 às 03:11 | Atualizado 24/02/2022 às 07:08
Após dias de escalada de tensão e ameaças, a Rússia de Vladimir Putin atacou a Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24) – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

Pouco depois de Putin ter autorizado, em pronunciamento pela TV, uma operação militar nas regiões separatistas do leste da Ucrânia, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades do país, segundo relatos de repórteres da CNN. A Ucrânia informou que pelo menos 50 pessoas morreram.

Em seu pronunciamento, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que impôs a lei marcial no país e pediu que a população permaneça calma.

“Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbas. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país”, declarou.

O ministro ucraninano de Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou que Putin ordenou invasão de larga escala. “Cidades pacíficas da Ucrânia estão sob ataque. Esta é uma guerra de agressão”, escreveu.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia descreveu a ação militar da Rússia como um “ato de guerra”, em um comunicado publicado nas redes sociais.

A reação da comunidade internacional foi imediata. Em declaração divulgada pela Casa Branca na madrugada desta quinta, o presidente americano Joe Biden disse que a “Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que esse ataque trará”.

“Me reunirei (nesta quinta) com os líderes do G7, e os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros imporão severas sanções à Rússia”, afirmou Biden logo após falar ao telefone com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A União Europeia também criticou os ataques. Segundo a chefe da Comissão Executiva do bloco, Ursula von der Leyen, a União Europeia responsabilizará Moscou pelo ataque “injustificado” à Ucrânia.

Em pronunciamento na manhã desta quinta, von der Leyen prometeu “sanções massivas e estratégicas” contra a Rússia.

Ursula von der Leyen em pronunciamento nesta quinta-feira (24) / Reprodução/Twitter

“Nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas”, disse von der Leyen no Twitter.

Os líderes da UE devem realizar uma cúpula de emergência em Bruxelas nesta quinta-feira, depois que uma primeira rodada de sanções da UE à Rússia entrou em vigor na quarta-feira (23). Embaixadores da Otan também marcaram uma reunião de emergência para esta quinta.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que “o Reino Unido e nossos aliados responderão de forma decisiva”. Já o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse nesta quinta que a situação na Ucrânia é “tensa” e que trabalhará com os países do G7 sobre o assunto.

Emmanuel Macron, presidente francês, disse que a França “condena fortemente a decisão da Rússia de iniciar guerra com a Ucrânia”. “A Rússia deve encerrar suas operações militares imediatamente”, escreveu Macron nas redes sociais.

A China manteve a cautela. O embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, pediu a todas as partes envolvidas na crise Ucrânia-Rússia que “mantenham a cabeça fria e racional”.

“É especialmente importante no momento evitar o aumento das tensões”, disse Zhang em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU na noite de quarta-feira. “Todas as partes envolvidas devem exercer moderação e evitar uma maior escalada de tensões”, disse ele, acrescentando que a China acredita que a “porta para uma solução pacífica para a questão da Ucrânia não está totalmente fechada”.

A Embaixada da China na Ucrânia pediu que os cidadãos chineses fiquem dentro de casa e coloquem bandeiras chinesas em seus carros “por segurança”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que pare de “atacar a Ucrânia” e dê uma chance à paz.

Em meio às explosões relatadas pelos repórteres da CNN, militares russos negavam que as cidades ucranianas estavam sendo alvo de ataques. “As Forças Armadas russas não estão lançando mísseis ou ataques de artilharia nas cidades da Ucrânia. Armas de alta precisão destroem a infraestrutura militar: aeródromos militares, aviação, instalações de defesa aérea das Forças Armadas da Ucrânia”, afirma comunicado russo. “A população civil não está em risco.”

Separatistas apoiados pela Rússia também entraram em ação e disseram nesta quinta-feira terem lançado uma ofensiva na cidade de Shchastia, controlada pela Ucrânia, na província de Luhansk.


Um soldado ucraniano caminha por uma trincheira em Svitlodarsk, na Ucrânia, no dia 11 de fevereiroCrédito: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images

Duas militares ucranianas fazem uma pausa em um refeitório na trincheira em Pisky, UcrâniaCrédito: Gaelle Girbes/Getty Images

Voluntários paramilitares da Legião Nacional da Geórgia dão instruções a dois meninos (à dir.) sobre técnicas de tiro em Kiev, Ucrânia. A Legião Nacional da Geórgia viu um aumento nos pedidos de adesão e no número de participantes em seus cursos de treinamento no mês passadoCrédito: Chris McGrath/Getty Images

As forças armadas russas e bielorrussas participam do exercício militar "Allied Determination 2022", na Bielorrússia, em 11 de fevereiro de 2022. A segunda fase dos exercícios está prevista para durar até 20 de fevereiroCrédito: BELARUSÂ DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images


Navio de desembarque da Marinha russa cruza o estreito de Bósforo a caminho do Mar Negro, no dia 9 de fevereiro, em Istambul, Turquia. O Ministério da Defesa da Rússia disse que seis grandes navios estão se movendo do Mediterrâneo para o Mar Negro, onde participarão dos exercícios já em andamentoCrédito: Burak Kara/Getty Images




Sistemas de mísseis de defesa aérea S-400 Triumf durante os exercícios militares conjuntos "Allied Determination 2022" realizados por tropas bielorrussas e russasCrédito: Russian Defence Ministry/TASS
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Soldados russos e bielorussos em exercícios militares na fronteiraCrédito: BELARUS DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images

Imagens de satélite mostram militares no aeródromo de Oktyabrskoye e Novoozernoye, na Crimeia, no aeródromo de Zyabrovka perto de Gomel, em Belarus, e em área de treinamento de Kursk, no oeste da RússiaCrédito: Maxar Technologies

Soldados dos EUA chegam à base militar de Mihail Kogalniceanu, na Romênia, em 11 de fevereiroCrédito: Alexandra Stanescu /Anadolu Agency via Getty Images

Equipamento militar do Exército dos EUA, que está sendo transportado da Alemanha para a Romênia, é visto dentro de uma base militar, no dia 10 de fevereiro, na Romênia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou o envio de 3.000 soldados adicionais para reforçar os contingentes militares de países membros da OTANCrédito: Andreea Campeanu/Getty Images


Veículos militares do Exército dos EUA circulam na área de treinamento militar de Grafenwoehr. O Exército dos EUA está transferindo cerca de 1.000 soldados, incluindo tanques e veículos militares, de sua base em Vilseck, no Alto Palatinado, para a RomêniaCrédito: Armin Weigel/picture alliance via Getty Images


Soldado ucraniano é visto saindo de Svitlodarsk, na Ucrânia, em 11 de fevereiro de 2022Crédito: Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images


Biden diz a Putin que EUA vão reagir com “consequências severas” se Rússia invadir UcrâniaCrédito: Wolfgang Schwan/Agência Anadolu/Getty Images


Equipamentos militares e soldados do exército dos EUA em base temporária em Mielec, Polônia, em 12 de fevereiro de 2022Crédito: Anadolu Agency/Getty Images

O Departamento de Defesa dos EUA está rastreando a incursão de tropas da Belarus na Ucrânia. Vídeos obtidos pela CNN mostraram tanques russos cruzando a fronteira e entrando na cidade ucraniana de Senkivka.

Nas últimas semanas, a Rússia acumulou um número significativo de tropas, veículos e tanques em Belarus, perto da fronteira com a Ucrânia. Durante esse período, os dois países realizaram exercícios militares conjuntos em todos os países e perto da fronteira Bielorrússia-Ucrânia.

A Rússia suspendeu voos domésticos de e para vários aeroportos perto de sua fronteira com a Ucrânia, segundo a agência federal de aviação Rosaviatsiya.
Bolsas na Ásia caem

Os mercados asiáticos já reagem à ação da Rússia na Ucrânia. O índice Hang Seng de Hong Kong abriu em queda de 3,2%. O Kospi da Coreia caiu 2,7%. O Nikkei 225 do Japão perdeu 2,4% depois de voltar de um feriado. O Shanghai Composite da China caiu 0,9%.

Os futuros de ações dos EUA também caíram. Os futuros da Dow caíram até 780 pontos, ou 2,4%. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq caíram 2,3% e 2,8%, respectivamente.

As perdas amplas seguiram um declínio acentuado em Wall Street na quarta-feira. O Dow fechou mais de 464 pontos, ou 1,4%, registrando seu quinto dia consecutivo de perdas. O S&P 500 e o Nasdaq caíram 1,8% e 2,6%, respectivamente.

(Com informações de Mathias Brotero, enviado especial da CNN a Kiev, da CNN Internacional e da Reuters)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

22/02/2022: último palíndromo da década ocorre nesta terça


Por Redação GMC Online22/02/2022 10h22 -Atualizado em 22/02/2022 10:41

Foto: TNOnloine

22/02/2022. Esta é a data que define o último palíndromo da década do formato adotado no Brasil: dia, mês, ano. Ou seja, quando os algarismos que marcam esta terça-feira, 22, são vistos em um calendário gregoriano, eles podem ser lidos de trás pra frente e de frente para trás da mesma forma: 22022022. As informações são do TN Online.

O último evento deste tipo foi registrado no dia 2 de fevereiro de 2020 (02022020). O próximo só acontece na próxima década, no dia 3 de fevereiro de 2030 (03022030).

Origem

O termo palíndromo vem do grego: palin (de novo, com repetição, em sentido inverso) + dromo (caminho, curso, pista), explica o professor Sérgio Nogueira para o g1. Alguns dicionários, como o Houaiss, consideram que a palavra diz respeito somente a uma “frase ou palavra que se pode ler, indiferentemente, da esquerda para direita ou vice-versa”.

Nesse caso, as seguintes palavras e expressões são exemplos na língua portuguesa: osso, Jesus, SUS, Mussum, Ana, radar, Roma é amor, socorram-me subi no ônibus em Marrocos, entre outras várias.

Para algarismos que podem ser lidos na ordem direta ou inversa, o Houaiss adota outro termo: capicua. Uma curiosidade: o último evento do tipo neste século será num ano bissexto, no dia 29 de fevereiro.

Veja a lista das próximas datas abaixo, todas no mês de fevereiro:

3 de fevereiro de 2030 (03022030)

13 de fevereiro de 2031 (13022031)

23 de fevereiro de 2032 (23022032)

4 de fevereiro de 2040 (04022040)

14 de fevereiro de 2041 (14022041)

24 de fevereiro de 2042 (24022042)

5 de fevereiro de 2050 (05022050)

15 de fevereiro de 2051 (15022051)

25 de fevereiro de 2052 (25022052)

6 de fevereiro de 2060 (06022060)


16 de fevereiro de 2061 (16022061)

26 de fevereiro de 2062 (26022062)

7 de fevereiro de 2070 (07022070)

17 de fevereiro de 2071 (17022071)

27 de fevereiro de 2072 (27022072)

8 de fevereiro de 2080 (08022080)

18 de fevereiro de 2081 (18022081)

28 de fevereiro de 2082 (28022082)

9 de fevereiro de 2090 (09022090)

19 de fevereiro de 2091 (19022091)

29 de fevereiro de 2092 (29022092) – ano bissexto

O que é o portal 22/02/22 que se fecha à meia-noite?


Por Redação GMC Online22/02/2022 13h32 -Atualizado em 22/02/2022 13:33




Portal 22/02/22 é um dos assuntos comentados nesta terça. Foto: Ilustrativa/Pixabay

O dia é marcado por diversos comentários sobre o Portal 22/02/22, que se fecha à meia-noite. A terapeuta holística e energética Mika Cavalcante, explica que esse portal energético se torna muito forte nesta terça.

“Por isso, muitas pessoas podem estar desde a segunda-feira, 21, se sentindo um pouco mais cansadas, com dor de cabeça, indispostas, principalmente, quem já é mais sensitivo”, acrescenta.

Este portal, conforme a terapeuta, se trabalhado com cuidado pode levar as pessoas a alcançarem abundância e viver seu verdadeiro propósito. “Ele serve exatamente para focarmos na nossa liberdade. Por isso, nesta terça devemos aproveitar essa energia. Então, por exemplo, uma decisão na vida profissional que estamos em dúvida, hoje é o dia ideal para seguirmos nosso coração”, complementa.

Mika ainda diz que o Portal 22/02/22 desta terça é específico para alcançar o sucesso financeiro e até pode ser utilizado para acessar a missão de alma na terra.

“Sabe aquele trabalho que te enche de orgulho, que você sente prazer em fazer? Pois então, a melhor forma de alcançarmos essa energia é tirando um tempinho no dia de hoje para a meditação e se conectar com nós mesmos. Além disso, é preciso colocar nossos sonhos e desejos na nossa mente, que é muito poderosa e elevarmos nossa energia com eles”, reforça.

O que a terapeuta sempre indica para seus clientes e que muitos relatam dar certo, é escrever esses sonhos e desejos no papel, e mentalizar um por um quando for meditar. “É importante trazer riqueza de detalhes, como se você já tivesse conquistado, como se você já estivesse vivendo esses seus sonhos. Chamamos isso de co-criação ou visualização, ou seja, quando você mentaliza acreditando, com a sua energia elevada e com fé. Você atrai e o universo faz com que as coisas fluam para você”, ressalta.

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